O SR. JOSÉ MEDEIROS (PODE-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, Sras. e Srs. Deputados, o Estado de Mato Grosso tem contribuído de forma muito importante para a balança comercial brasileira. Ele é o maior exportador de grãos do País, é o maior produtor de girassol, de milho de pipoca, de soja, de algodão. Além disso, 88% do diamante exportado é de Mato Grosso.

      Sr. Presidente, eu tenho dito constantemente que o Estado precisa ter um olhar diferenciado, para que possa continuar produzindo e gerando riqueza para o País. Num momento em que nós temos uma grande deficiência, um grande déficit de empregos, o Estado de Mato Grosso precisa, principalmente, de infraestrutura.

      Eu tenho me reunido com o Presidente do BNDES. Ele se mostrou favorável ao término da BR-163, mas tenho para mim que é preciso o BNDES dar uma maior celeridade ao aporte de recursos para a duplicação da rodovia BR-163. E por que eu digo isso? Porque a ex-Presidente Dilma foi ao Mato Grosso e fez o informe de que a rodovia seria privatizada, de que seria duplicada, de que Mato Grosso receberia ali infraestrutura.

      Acontece que, após algum tempo, faltou dinheiro, a rodovia continuou com pista simples, mas as pessoas estão pagando pedágio. Isso traz uma cobrança muito forte em cima dos Parlamentares. Os três Senadores do Estado são da mesma cidade, pela qual passa a BR-163. As pessoas ficam revoltadas, pois não entendem como há tanto Parlamentar numa mesma cidade, mas não há força política.

      Nós tentamos explicar que o que falta é dinheiro, mas, na verdade, a expectativa frustrada e a espera por aquela duplicação já se transformou em raiva, em ódio. A população está à beira de um ataque de nervos, porque, a cada vez que passa pelo pedágio, o dinheiro fica lá, mas não há o retorno desse recurso.

      A ex-Presidente do BNDES Maria Silvia estava com uma política de entesouramento, da qual nós discordamos, porque não dá para se dobrar ao argumento de que o Porto de Mariel, lá em Cuba, o Metrô de Caracas e as obras em Angola sejam mais importantes do que as obras estruturantes no Brasil.

      Eu sei que há toda uma discussão técnica que defende que esses aportes eram feitos para empresas brasileiras e iriam gerar riquezas no Brasil, mas eu fico com o que dizia Getúlio Vargas: “Adoro o Rio de Janeiro, Capital do meu País, adoro Porto Alegre, Capital do meu Estado, mas primeiro o meu São Borja”.

      Aqui estou como representante de Mato Grosso. É por este Estado que cabe a mim fazer cobranças, para que, além de gerar riquezas para os seus habitantes, possa gerar riquezas para o Brasil.

      Já houve até quem dissesse: “Lá vem Medeiros com a cantilena da BR-163”. Acontece que o Estado praticamente só tem a BR-163. Todo o fluxo, todo o escoamento de produção é feito por ali. Não há como concordarmos que o BNDES faça tanto aporte a certas obras, que faça com que a empresa do Partido dos Trabalhadores, a JBS, leve tanto aporte, e que Mato Grosso, que contribui tanto, fique à mercê dessa situação, mendigando alguns quilômetros de asfalto.

      Na verdade, hoje a rodovia está esgarçada, lotada de carretas. De Rondonópolis a Cuiabá, uma distância de 210 quilômetros, já se chegou a gastar 6 horas, porque a rodovia lotou.

      Então, esse é o pedido que faço. Na verdade, já estamos implorando. Espero que o Dr. Paulo Rabello de Castro, com a sensibilidade que tem, possa desenganchar, tirar a burocracia que está emperrando os aportes, para que a rodovia seja terminada.

      Muito obrigado, Sr. Presidente.