Discurso durante a 186ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Alerta para a importância do voto nas eleições de 2018.

Autor
Lasier Martins (PSD - Partido Social Democrático/RS)
Nome completo: Lasier Costa Martins
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Alerta para a importância do voto nas eleições de 2018.
Publicação
Publicação no DSF de 05/12/2017 - Página 13
Assunto
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • COMENTARIO, ASSUNTO, IMPORTANCIA, VOTO, ATUAÇÃO, POPULAÇÃO, ELEIÇÃO, CRITICA, PODERES CONSTITUCIONAIS, JUDICIARIO, EXECUTIVO, LEGISLATIVO.

    O SR. LASIER MARTINS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Paulo Paim, Senadores e Senadoras, telespectadores e ouvintes, eu quero falar hoje, Presidente, sobre algo que cresce, cada vez mais, na importância: o poder do voto. É um assunto velho? É um assunto velho, mas mais vigoroso e importante do que nunca, porque cresce, Sr. Presidente, um grande movimento para conscientizar os brasileiros sobre o poder do voto no ano que vem, nas eleições de outubro, o voto cuidado nas eleições do ano que vem.

    Quem tem prestado atenção tem percebido o que acontece nas redes sociais, nas mensagens, nos apelos, nas campanhas; o que escrevem e dizem aos microfones os comentaristas políticos; aquilo que se escuta nas conversas em toda parte e em todos os meios. O que mais se fala no Brasil atualmente é política, o que vem por aí e o que precisa mudar no ano que vem.

    Há um grande movimento de convergência, uma convergência nacional, no sentido de uma palavra de ordem sobre a importância que terá o voto nas eleições do ano que vem se quisermos recuperar este Brasil de crises, profundas crises. Mais do que nunca, esse voto terá uma importância transcendental.

    E qual é a causa de tudo isso, senhores? Elementar, elementaríssimo: a saturação jamais vista da sociedade brasileira com a deterioração da política, a corrupção generalizada, os desvios do dinheiro público, as impunidades, os atrasos em obras públicas de urgência, os déficits orçamentários e mal explicados, o sofrimento do povo carente, a baixa qualidade dos serviços públicos essenciais. Os brasileiros cansaram; cansaram de abusos! Por isso, esse é o assunto que mais se fala em toda parte. Só não ouve e não vê quem não quer ou quem não gostaria de que isso estivesse acontecendo, porque há gente que não gosta do que está ouvindo, e nós sabemos bem quem é.

    Tudo é muito claro, levando a população à impaciência e à indignação. Daí esse comportamento de união da maioria dos brasileiros, porque a maioria dos brasileiros é uma maioria do bem – todo mundo sabe disso.

    Os chamados Poderes Constituídos – e são justamente constituídos porque assim ocorre pelas leis e pela vontade do povo, pois é o povo que constitui os Poderes; daí por que se chamam Poderes Constituídos – se desviaram de suas finalidades, enfraqueceram a própria democracia. Os Poderes Constituídos vêm sendo desconstituídos há muito tempo por infrações, desorganizações de toda sorte e azares e pela criminalidade no âmbito desses Poderes.

    O Legislativo, por exemplo, tem perdido credibilidade – e quem não vê? – como um sistema representativo, desvirtuando-se das suas finalidades. E o Congresso Nacional, como órgão máximo do Legislativo, tem sido leniente – sabemos bem, estamos vendo –, priorizando interesses individuais e de corporativismos. Outras vezes, tem atuado com mansidão, submisso às avalanches de medidas provisórias e, com isso, o Legislativo perdendo o seu espaço, o espaço de suas tarefas essenciais de gerar leis, mas discutindo e aprovando prioridades daquilo que vem do Executivo, autor das provisórias, que tranca pautas e seduz votos com barganhas inaceitáveis. E, aí, bem à vista de todos.

    Este Executivo é o que se tem visto. Se propõe reformas por um lado, reformas sempre seguidas de dificuldades e protelações, protelações nas Casas Legislativas, têm sido, ao mesmo tempo, alvo – e que também todos percebem – constante de suspeitas, de críticas, de responsabilizações, não por qualquer coisa, mas por crimes que deixam de ser apurados pelas autoridades que deveriam apurá-los.

    Já o Judiciário... O Judiciário vive a pior fase da sua história, embaraçoso, principalmente por sua Corte maior, o Supremo Tribunal Federal, discutindo dentro e fora da Corte, convulsionado entre os seus próprios ministros, atrasado nos julgamentos que a sociedade gostaria de ver priorizados. Além disso, incursiona aqui e ali em funções alheias e em protagonismos de legislador. E também é atacado por críticas de conluios com autoridades dos outros Poderes. Inclusive, um dos poderes do Supremo Tribunal Federal tem sido mais conhecido pelas decisões exóticas, extravagantes, que constrangem os brasileiros de um modo geral, porque descumpre princípios da moderação, do equilíbrio, que devem pautar a atuação do Judiciário, da equidistância que teima em não observar, em processos de amigos ou compadres, o que se tem visto. Todos estão acompanhando. O Brasil acompanha mais do que nunca a vida política nacional, as gestões dos Poderes.

    Enfim, os Poderes, por tudo isso, estou insistindo, estão assim como todos veem: em crises. Mas crises criadas por eles mesmos, que fugiram de suas responsabilidades, em grande parte. Por estas e outras razões conhecidas é que os eleitores brasileiros, em grandes grupos, em conversas em toda parte, em campanhas, em alertas, preocupados, atuantes e apelando por renovação dos postos eletivos, onde tudo começa, os postos que serão definidos em outubro do ano que vem, na busca, no apelo de todos, de votos calcados em valores éticos, para reerguer o Brasil que caiu tanto na degeneração, solapado pela corrupção.

    A Lava Jato vem sendo debilitada. Ela, que vinha sendo um instrumento de esperança de uma limpeza. Nós sempre sabíamos que não seria uma limpeza total. Mas, mesmo parcial, viria bem. Essa Lava Jato vem sendo debilitada a olhos vistos e, por isso, é preciso ser cobrada, o tempo todo, para que seja reativada.

    Há poucas semanas, esteve aqui no Brasil um juiz que atuou no processo Mãos Limpas, nos anos 90, na Itália, quando foram investigadas 4 mil pessoas. Muitas delas foram para a cadeia; outras se suicidaram; outras escaparam. Gherardo Colombo esteve aqui e nos trouxe boas lições da Operação Mãos Limpas. Pediu ele que não se deixasse acontecer aqui a mesma coisa, no processo Lava Jato, como ocorreu lá, onde esfriaram e desviaram as investigações do processo Mãos Limpas. Essas manobras, que não podem se repetir aqui, precisam do acompanhamento da população, da exigência da população brasileira, com mais vigor – a Operação Lava Jato.

    Recente pesquisa do Instituto Ipsos apontou que 94% dos brasileiros dão o seu total e irrestrito apoio à Operação Lava Jato, porque essa operação sintoniza perfeitamente com os anseios de votos responsáveis no pleito do ano que vem.

    Então, por isso estamos falando com grande antecedência, para despertar aqueles que ainda não despertaram para a importância do voto, em outubro do ano que vem. Que tenham compromissos de eleitores acima de paixões partidárias ou de ilusões com políticos que já fizeram muito mal ao País. Bons políticos existem em toda a parte. E eles estão pelo Brasil afora e devem ser vistos e buscados pelo eleitorado.

    Escolher bem e desde já, para que tenhamos um novo Brasil a partir de 2019. Por isso, é tempo do poder do voto, mais do que nunca, do voto bem escolhido.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/12/2017 - Página 13