A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB-AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Deputado Silas Câmara, que preside a sessão.

      Cumprimento cada membro da Mesa. Cumprimento o Pastor Jonatas, o Pastor Samuel, o Deputado Alfredo Nascimento, o Bispo Rodovalho, o meu querido Senador Magno Malta, enfim, cumprimento todos os que compõem a Mesa e, por meio desses, todos os que aqui estão.

      Deputado Silas Câmara, antes de esta sessão começar, passei por aqui muito cedo e tive a oportunidade de conversar com quase cada um e cada uma. A todos eu dizia: “Eu me sinto em Manaus”. Eu nunca vi, Deputado Alfredo, tanta gente de Manaus ao mesmo tempo, prestigiando uma sessão que não é só solene, é também uma sessão de reconhecimento.

      Tenho um pronunciamento por escrito e sei que eu falar seria a mesma coisa que o padre querer rezar o Pai-Nosso aos seus fiéis, mas acho muito importante, porque quem está em casa assistindo a esta sessão, como eu, talvez não conheça ou não domine perfeitamente a história da construção, da chegada e de toda a trajetória da Assembleia de Deus no Brasil e da Assembleia de Deus no nosso Estado do Amazonas, assim como no Pará, onde tudo começou. É uma história muito bonita, uma história de que todos e todas vocês podem se orgulhar muito.

      Vou falar um pouco sobre como a Assembleia de Deus chegou ao Brasil, por intermédio de missionários suecos, exatamente em Belém, no Estado do Pará, em novembro de 1910. Sua primeira denominação não foi Assembleia de Deus, mas Igreja Batista, que era a mesma denominação da igreja de que eles participavam na América.

      Esses missionários suecos trouxeram para o Brasil a doutrina do batismo no Espírito Santo, e a nova doutrina causou divergências: um grupo aderiu a ela e outro a rejeitou. Assim, com essas duas formas distintas, conforme relatam as atas das sessões, os adeptos do pentecostalismo foram desligados e, em 18 de junho de 1911, juntamente com os missionários estrangeiros, fundaram uma nova Igreja, adotando o nome de Missão de Fé Apostólica.

     A partir de então, passaram a reunir-se na casa da Irmã Celina de Albuquerque. Mais tarde, em 18 de janeiro de 1918, a Igreja, por sugestão de Gunnar Vingren, passou a chamar-se Assembleia de Deus, em virtude da fundação das Assembleias de Deus nos Estados Unidos em 1914.

      Portanto, esta não é uma história que começou ontem, é uma história que completa 100 anos, 1 século de muito trabalho, de muita luta e de muita dedicação de homens e de mulheres que sempre trabalharam pela construção de uma sociedade mais justa, pela construção de uma sociedade mais sadia.

      Eu peço, Deputado Silas Câmara, que o meu pronunciamento seja inserido na integralidade nos Anais desta sessão.

      Sei que outros oradores falarão ainda, mas me permito dizer da minha alegria, do meu regozijo de estar aqui com todos e com todas. Fui colega de muitos aqui. Sou companheira e colega de Parlamento do Deputado Silas Câmara. Fui colega de Sabino, de Colares. Nós sempre tivemos uma convivência muito harmônica e, acima de tudo, muito fraternal.

      Não sou membro da Igreja Assembleia de Deus, mas tenho apreço por cada um de vocês que aqui estão e representam os milhares de fiéis espalhados pelo Estado do Amazonas -- quase 10% da população. Sei e reconheço o trabalho que cada um desempenha, muitas vezes a troco de nada, apenas com o objetivo de ajudar a construir a sociedade que nós tanto sonhamos.

      Eu quero dizer a todos e a todas que, por caminhos diferentes, procuro seguir os mesmos princípios: o princípio da ética, o princípio da dignidade, o princípio da valorização do irmão e da irmã. Acho que muito ainda temos que trilhar.

     Já tive a felicidade de estar com vocês em muitas lutas. Colhemos algumas alegrias, mas também vivemos juntos em muitos momentos de tristeza. De minha parte, saibam todos, Pastor Jonatas, Pastos Samuel, Deputado Silas, que esse carinho que recebi jamais sairá de dentro de mim. Sempre vou me esforçar muito para retribuí-lo, porque sentia -- não via, mas sentia -- que era um carinho que vinha do fundo do coração, que vinha do fundo da alma.

      É uma alegria muito grande estar aqui com vocês e poder, em poucas palavras, comemorar esses 100 anos da Igreja Assembleia de Deus no Estado do Amazonas.

      Eu ouvi o Senador Petecão dizer -- ele é muito danado, porque diz que não tem o dom da palavra, mas devagarinho, Senador Eduardo, ele vai falando e vai falando bem -- o seguinte: “Já pensou quanto custaria ao Estado brasileiro se as igrejas evangélicas, como a Assembleia de Deus, por exemplo, cobrassem pelo serviço social que prestam?”

      Eu diria também: e se nós mulheres cobrássemos pelo serviço social que prestamos? Já pensaram quanto custaria ao Estado brasileiro? Infelizmente nós somos a maioria da população, mas só ocupamos 10% destas cadeiras; nós temos um nível de escolaridade superior ao dos homens, mas ganhamos 25% a menos. Além disso, a aposentadoria anterior, que foi uma dura conquista nossa, ainda querem tirar.

      Se nós precisamos de uma aposentadoria antes é porque não trabalhamos numa única jornada, trabalhamos em duas ou três. Nós que vivemos em família, como todos aqui vivem, sabemos do papel e do valor da mulher. Reconhecer o papel e o valor da mulher também é uma obrigação social.

      Então, eu quero manifestar as minhas homenagens e o meu mais fraterno abraço a todos vocês e todas vocês!

      Viva o Estado do Amazonas, que tem gente tão boa trabalhando em prol do nosso povo!

      Parabéns a todos!

      Muito obrigada. (Palmas.)