Discurso durante a 21ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão Solene destinada a homenagear os 100 anos da Igreja Assembleia de Deus do estado do Amazonas.

Autor
Telmário Mota (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Telmário Mota de Oliveira
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Solene destinada a homenagear os 100 anos da Igreja Assembleia de Deus do estado do Amazonas.
Publicação
Publicação no DCN de 30/11/2017 - Página 36
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, CENTENARIO, IGREJA EVANGELICA, LOCAL, ESTADO DO AMAZONAS (AM).

     O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco/PDT-RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, querido Senador Omar Aziz, que muito bem representa o Estado do Amazonas e que preside esta sessão solene em homenagem ao reconhecimento a esse trabalho maravilhoso da Igreja Assembleia de Deus no Amazonas, quero, na pessoa de V.Exa. e do Deputado Federal Silas Câmara, saudar todos que compõem a Mesa.

      Eu me sentei perto da Pastora Ana Lúcia Câmara, a quem disse que queria saudar a plateia na pessoa de uma mulher, e lhe perguntei seu nome e se podia ser ela. “O meu nome é Ana.” “Esse é o nome da minha mãe. (Palmas.)

      O SR. PRESIDENTE (Omar Aziz. Bloco/PSD-AM) - V.Exa. escolheu justamente a esposa do Pastor Jonatas Câmara, Presidente da Assembleia de Deus no Amazonas.

      O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco/PDT-RR.) - O Presidente Omar Aziz nos atropela e não nos deixa nem vender o peixe. Obrigado. (Riso.) (Palmas.)

      É uma honra enorme estar aqui, Senador Omar Aziz, fazendo esta justa homenagem. Ontem, quando o Presidente Eunício Oliveira anunciou que o Senado faria esta sessão solene, fiquei, como diz o ditado, com um olho no padre e o outro na missa, um na Comissão e outro na sessão, para não perder esta oportunidade, porque em Roraima temos uma grande afinidade com a Assembleia de Deus.

      A minha vida foi constituída de tal forma, que tenho muita gratidão pelas Igrejas Evangélicas. E quero exatamente fugir do discurso da criação da Assembleia de Deus no Amazonas para dar meu testemunho, que considero muito importante.

      Sempre fui cabo eleitoral na política. Quando resolvi entrar na política, quebrei todos os protocolos: não saí com grupo financeiro, com grupo econômico; não saí com grupo nenhum. Resolvi sair sozinho: chamei uns amigos, peguei um carro de som e saí à rua pedindo reuniões e votos.

      Uma vez marquei reunião na casa de um senhor, que me disse: “Olha, eu sou o líder do meu bairro. Vai lá que eu vou colocar umas 60 pessoas para você”. Fiquei muito empolgado, porque as minhas reuniões não passavam de dez pessoas, e pensei: “Hoje eu estouro a boca do balão”. Quando cheguei lá, estavam ele e a esposa assistindo a uma novela, só os dois, e as cadeiras todas espalhadas. Eu lhe disse: “Recolhe as cadeiras para não ficar feio, mas também não vamos voltar aqui. O senhor está assistindo à novela, eu até gosto de novela” -- eu nunca assisti a novelas, porque não gosto --, “então, vou ficar aqui com o senhor assistindo a essa novela”. Eu queria que a novela terminasse para eu conversar com ele, e ali fiquei. (Riso.)

      De ordem que fui eleito Vereador, em Roraima, com 700 votos. Quebrei o protocolo. Na verdade, fui eleito suplente, porque a média é 2 mil, 2 mil e poucos votos. Mas o candidato que ganhou se tornou Deputado, e eu me tornei Vereador.

      Como Vereador, eu disse: “Estou aqui pela força das mãos de Deus, não é possível!” E comecei a receber vários pastores, pequenas congregações, todo mundo. O gabinete era aberto a todos. O Presidente -- quero dizer isso porque acho interessante -- era ligado a um grupo financeiro grande, eleito com grande votação, e me dizia: “Telmário, você chegou agora, deixe-me lhe dizer: não adianta ficar investindo em pastores, em futebol. Cada dinheiro que eles me pedem para construir uma igreja, eu vejo quanto é e guardo para minha campanha”. Eu respondi: “Cada um com sua metodologia. Respeito seu método, seu ponto de vista. Você foi eleito pelo poder econômico, eu fui eleito pela vontade de Deus”. Eu vou atender quem me procurar. Quem sabe Ele estava me testando? Eu tinha o hábito de ajudar, e tenho até hoje. Eu me tornei Líder do Governo na Câmara Municipal em 4 meses. Nós anotávamos os favores. Eu dizia: “É com o senhor. Depois o senhor me devolve”.

      Senador Omar Aziz, vieram as eleições, no domingo, e no sábado não se pode mais fazer campanha. Fui pego de surpresa. Mais de 15 igrejas se reuniram e me convocaram para ir a um culto. Fiquei no centro do templo, onde havia 2, 3 mil pessoas. Eu chorava, eles choravam. Eles pediam por mim. Eu saí dali na certeza de que não perderia aquela eleição, e fui o mais votado. (Palmas.) Devo muito às igrejas.

      Deus quis construir. Junto a mim havia dois Vereadores pastores, um da Assembleia de Deus. Quem criou a Marcha para Jesus em Roraima fui eu. O primeiro evento reuniu 70, 80 pessoas. Eu fiz constar no calendário do Município, fiz constar como evento cultural. Hoje é o maior evento do meu Estado, do qual participam 15, 20 mil pessoas. Podem aplaudir, que vale a pena. (Palmas.)

      Também criamos o Festival Gospel. Quando quiseram tirar o som de dentro das igrejas, os pastores se engajaram contra essa causa, mas, como alguns não gostam de briga, estavam quase perdendo o jogo. Entramos e conseguimos manter o som dentro das igrejas -- é uma história interessante, tivemos várias reuniões -- e ainda aumentamos o limite de decibéis. (Palmas.)

      Eu vim hoje, aqui, exatamente dar esse testemunho. O Senador Omar Aziz sabe, as igrejas e vocês todos sabem -- no meu Estado, graças a Deus, há muitas -- que o papel delas não é só espiritual, trabalhar a salvação, mas o trabalho social que faz, desafiar governantes. Elas vão aonde o Governo não vai com a sua mão: às penitenciárias, às ruas, aos hospitais.

      Essa peregrinação só conhece, só valoriza quem pode testemunhar. Já imaginou? Um pastor ou uma pastora larga o seu lazer, a sua família, o seu sábado, o seu domingo, entra numa fila, Senador Omar Aziz, constrangedora -- visitar alguém numa penitenciária é extremamente constrangedor, há uma vistoria terrível -, para, lá dentro, levar a palavra de Deus, a fé, a esperança, o sonho e resgatar aquele irmão, aquela irmã que enveredou pelo lado que não é o recomendado pela sociedade e por Deus.

      Portanto, o trabalho social, o trabalho evangélico, o trabalho de paz, de amor, de integração que a igreja faz é tão bonito, tão importante e tão grande que estas palmas que vocês vão bater são pequenas diante do acontecimento desse milagre. Podem aplaudir, porque é importante. (Palmas.)

      O Senador Omar Aziz está achando que eu prego. Eu assisto aos cultos dos pastores nas igrejas. Aprendi com eles. Ainda agora saiu daqui um pastor que fazia sorrir, sem querer sorrir; fazia a gente ficar alegre, sem querer ficar alegre. O Senador Hélio José chegou até querendo ser pastor, mas seu dom é ser Senador.

      O Pastor Isamar Pessoa Ramalho, Presidente da Assembleia de Deus no Estado de Roraima, é um pequeno herói, um grande homem. Não estará no Senado no próximo pleito se não quiser. V.Exa. está pulando na mão dele, Deputado Silas Câmara. Pode se convencer de que a vaga do Senado está nas mãos deles.

      Quero encerrar dando meu testemunho. A Assembleia de Deus em Roraima foi fundada em 28 de agosto de 1915, na casa do avô do Pastor Isamar. Ele recebeu muita ajuda do Amazonas, quero destacar, e do Pará. Cordolino Teixeira Bastos saiu do Ceará, passou por Belém e recebeu a missão de fundar a Assembleia de Deus no Estado, que é pequeno, tem 15 Municípios e uma população de 500 mil habitantes, mas tem 470 templos. Não é muito? Não é aplausível? (Palmas.) É a maior Igreja do Estado, com 56 mil fieis, 102 anos, 282 pastores, e foi a primeira instituição a fazer ação social na Venezuela, onde distribuiu 20 toneladas em cestas básicas, 3 toneladas em material higiênico, tem missões nas penitenciárias, na cadeia pública, nos centros sociais educativos e em outros países -- África, Peru, Guiana Inglesa -- e nas tribos indígenas.

      Eu fiz essa comparação, e quis fazer esse destaque, embora a grande homenageada seja a Assembleia de Deus no Amazonas, porque somos coirmãs: Roraima nasceu do Estado do Amazonas. E minha avó era amazonense.

      Eu quero pedir a Deus que fortaleça cada pastor, cada membro, cada missionário, nunca tirando essa fé, esse sonho, essa esperança, que sejam sempre proativos, tenham atitude, porque, dessa forma, todos vamos estar cumprindo com a nossa parte na Terra, levando paz, felicidade, harmonia e, sobretudo, Jesus no coração de todos os fiéis.

      Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DCN de 30/11/2017 - Página 36