Discurso durante a 21ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão Solene destinada a homenagear os 100 anos da Igreja Assembleia de Deus do estado do Amazonas.

Autor
Hélio José (PROS - Partido Republicano da Ordem Social/DF)
Nome completo: Hélio José da Silva Lima
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Solene destinada a homenagear os 100 anos da Igreja Assembleia de Deus do estado do Amazonas.
Publicação
Publicação no DCN de 30/11/2017 - Página 45
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, CENTENARIO, IGREJA EVANGELICA, LOCAL, ESTADO DO AMAZONAS (AM).

O SR. SENADOR HÉLIO JOSÉ (PROS-DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Participar de mais uma sessão solene do Congresso Nacional é uma alegria perpetuada. Quando a sessão é como esta de hoje, com maior razão nos enchemos de júbilo.

      Estamos aqui para homenagear a Assembleia de Deus do Estado do Amazonas, que completa 100 anos de existência. Todos sabemos quão importante é a religião na vida das pessoas, e a Assembleia de Deus tem levado esperança e a palavra inspirada para os amazonenses e para milhões de pessoas no Brasil e em todo o mundo.

      Sinto que as autoridades aqui presentes, tanto as do mundo político-parlamentar quanto os dignitários e fiéis da Assembleia de Deus, estão exultantes com este encontro.

      A chegada da Assembleia de Deus no Brasil ocorreu pelo Estado do Pará, na primeira década do Século XX.

      Era a época de ouro, ou época originária do ressurgimento pentecostal, que levou à fundação das Assembleias em 1914, nos Estados Unidos. Dois missionários suecos, Gunnar Vingren e Daniel Berg, que já defendiam a glossolalia -- ou falar em línguas espirituais, que é resultado da doutrina do batismo no Espírito Santo --, chegaram ao Brasil, após terem passado pelos EUA, e foram os iniciadores da denominação em nosso País.

      Em janeiro de 1918, por sugestão de Gunnar Vingren, a nova Igreja passa a ser conhecida como Assembleia de Deus, inspirada no nome utilizado em igrejas localizadas no Estado norte-americano de Arkansas, sem que houvesse ligação direta entre as Igrejas.

      Na verdade, a nacionalidade sueca dos “pais fundadores” teve importância maior do que podemos reconhecer de imediato. A Igreja Filadélfia, de Estocolmo, entre as pentecostais escandinavas, teve papel de artífice da denominação no Brasil, ao garantir meios de subsistência para esses bravos ministros.

      Do Pará ao Amazonas, depois seguindo em direção ao Nordeste, aumentava continuamente o raio de ação do movimento religioso, que, finalmente, no começo dos anos 1920, chegou ao Rio de Janeiro e, daí, acabou por envolver todo o País.

      A população mais carente foi a que recebeu primeiro a palavra inspirada da Assembleia de Deus.

      Esse tem sido um tom que a Igreja não abandonou, apesar do amplo alcance atual em todos os segmentos sociais. Levar a palavra aos mais necessitados foi e ainda é um imperativo da Assembleia de Deus e, sem dúvida, é um imperativo daquilo que podemos chamar de verdadeira humanidade.

      A humanidade se encontra, nesse quesito, com a humildade, na medida da palavra certa e libertadora do Espírito Santo, repetindo a lição de simplicidade do próprio Jesus. Indo por esses caminhos de cuidado com os mais carentes, vemos o acerto das ações propostas e levadas a cabo pela Igreja.

      Mais importante do que uma gestão centralizadora, que geralmente é representação apenas de poder terreno, a Igreja considera a disseminação da Palavra, com a simplicidade originária de uma transformação pela palavra vinda do Espírito Santo.

      Graças a tanta dedicação, o crescimento do movimento foi exponencial, envolto sempre pelos altos valores espirituais que leva consigo.

      A aceitação das bases teológicas defendidas foi, portanto, uma das alavancas que ergueram as Assembleias de Deus a um patamar inimaginável de participação de um povo sedento pela palavra inspirada de seus ministros.

      Sabemos que, hoje, no mundo, os fiéis se espalham por mais de 212 países e territórios, com cerca de 70 milhões de adeptos, sendo, portanto, o quarto maior grupo internacional de denominações cristãs, e o maior entre os pentecostais.

      O espalhamento pelo Planeta, no entanto, não dividiu os membros das Assembleias mundiais: ao contrário, os 140 grupamentos nacionais se mantêm unidos, ou reunidos, em tomo de um ideário que permanece, desde as suas origens, como estrela guia de sua ética, de sua história e de sua religiosidade.

      A mundialização do movimento se consolidou em 1988, em uma comunidade coesa, sobretudo pela obra missionária e pelo entrelaçamento com outras Igrejas pentecostais.

      Nesse concerto, o Brasil cresceu, sob a influência inicial sueca e, depois, norte-americana, construindo uma Igreja que foi elaborando suas balizas na conformidade de um crescimento que nunca descaracterizou sua abordagem teológica e suas práticas sociais.

      Ainda pensando na expansão mundial da Assembleia de Deus, cabe relembrar que o Brasil logo teve papel protagonista, extrapolando as fronteiras nacionais e levando a Igreja para Portugal, movimento que se iniciou, entre nossos patrícios, também a partir da primeira década do Século XX.

      Lá, a primeira Igreja Assembleia de Deus foi fundada na cidade de Portimão, espalhando-se pelo Algarve, Santarém, alcançando a bela cidade do Porto e, finalmente, Evora e Lisboa, além de outros territórios lusófonos. As relações de fraternidade que Brasil e Portugal mantêm nos mais diversos planos têm paralelo também na relação entre as Assembleias de Deus daqui e d’Além-Mar. E tanto aqui como lá, a Assembleia é a mais ampla denominação evangélica.

      Estimados ouvintes, fiéis da Assembleia de Deus, após retomar um pouco dessa história à qual não faltam traços heroicos, voltemos à homenagem pela passagem dos 100 anos da Igreja Assembleia de Deus no Estado do Amazonas: esta é a oportunidade de nos congraçarmos com nossos irmãos amazonenses, assim como com todos os que participam do movimento pentecostal das Assembleias de Deus espalhadas pelo Brasil.

      É um momento de reconhecimento e de reforço dos laços de união nacionais. É oportunidade de conclamar a todos que fazem a Assembleia ser o que é a louvarem e orarem junto com os fiéis do Amazonas pela permanência do serviço desinteressado que a instituição presta. O apoio dado aos fiéis pela Assembleia de Deus ultrapassa aquilo que meramente diz respeito à sobrevivência da carne, atingindo a sobrevivência espiritual.

      O Amazonas, desde a sua Capital, Manaus, cidade que se inventou no meio da beleza selvagem da região, até os rincões mais afastados, está de parabéns.

      Seguindo o Rio Amazonas e seus afluentes, pelas comunidades ribeirinhas ou mesmo indo por terra ou pelo ar, Amazônia adentro, encontramos inúmeras Assembleias de Deus servindo às populações locais. Nesses lugares, podemos sentir a vibração que aproxima as pessoas em uma comunidade que, baseada no Evangelho, torna seus partícipes irmãos espirituais, sem esquecer que o mundo que aí está precisa de cuidados.

      Saibamos reconhecer, para além de qualquer julgamento de valor, que fazer o bem está acima de tudo. Aqui no Congresso Nacional, procuramos seguir nessa seara, aprovando leis que melhorem a vida das pessoas e realizando um sem-número de atividades que são o dia a dia parlamentar, como as instrutivas audiências públicas nas Comissões da Casa. Nossa prioridade devem ser os pobres, os mais necessitados, os trabalhadores e suas famílias.

      Saibamos reconhecer que, apesar de sua importância para o País, o Congresso Nacional é mais uma instância que deve promover o desenvolvimento das pessoas, individual e coletivamente, sobretudo por meio da educação de qualidade.

      Hoje, quero dar relevo à participação das Assembleias de Deus no aprimoramento de milhões de brasileiros, oferecendo-lhes uma educação religiosa e uma perspectiva teológica que direciona suas vidas para um bem maior, que é o bem viver entre amigos e irmãos.

      Salve a Assembleia de Deus!

      Era o que tinha a dizer.

      Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 30/11/2017 - Página 45