Pela Liderança durante a 188ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas às propostas apresentadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para o Brasil.

Autor
José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Críticas às propostas apresentadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para o Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 07/12/2017 - Página 51
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • REGISTRO, LONGO PRAZO, GOVERNO FEDERAL, LIDERANÇA, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), AUSENCIA, SOLUÇÃO, GRUPO, PROBLEMA, PAIS, COMENTARIO, INCOERENCIA, PARTIDO POLITICO, DEFESA, NECESSIDADE, REFORMA, ESTRUTURA.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Muito obrigado, Sr. Presidente. Quero cumprimentar todos que nos assistem neste momento pela TV Senado e também aqui no Senado, e pela Rádio Senado, a todos que nos ouvem.

    Sr. Presidente, a agenda do Brasil, recentemente, tem ficado bem polarizada. E nós, neste momento, estamos agora findando o ano e vamos entrar num período eleitoral. E é possível que fique até pior, em que pese ser lamentável isso. Era importante que nós estivéssemos, num ano eleitoral, discutindo justamente saídas e soluções para o Brasil.

    Mas veja bem: havia um partido que estava no poder e que passou 13 anos no poder. Teve oportunidade de fazer o que quisesse em termos de soluções para o Brasil, mas não fez e agora aparece com solução para todas as demandas que surgem no Brasil, e sempre com um pano de fundo de um discurso do coitadismo, do vitimismo e de uma choradeira infindável. E isso não é bom para o Brasil. Por quê? Porque vai criando nas pessoas – e o discurso central, a partir daqui, de Brasília, acaba, sim, influenciando as pessoas – aquela coisa do coitadismo. Isso não é bom para sociedade nenhuma.

    E o que me deixa pasmo são as incoerências. E eu já disse: eu não estou aqui para atirar pedra em ninguém, mas cabe-me fazer o registro dessas incoerências.

    Veja que, quando o ex-Presidente Lula assumiu a Presidência da República, ele começou com um discurso de reforma da previdência e que era necessária a reforma da previdência. A reforma da previdência... E só se falava nisso.

    Bem, eles resolveram fazer a reforma da previdência. E quatro ou cinco do PT resolveram não votar na reforma da previdência. Sabe o que eles fizeram? Eles expulsaram esses quatro, que foi de onde surgiu o PSOL, que eu pensei até que ia virar um partido. Não, virou um puxadinho, um puxadinho do PT. Mas foram expulsos por causa disso.

    Então, fizeram a reforma da previdência. Como eles acharam que iam continuar no poder, agora, no apagar das luzes do governo da Presidente Dilma, o discurso era de reforma da previdência. Mas agora batem nessa história da reforma da previdência. Eu não vou entrar no mérito aqui da questão da reforma da previdência. Eu estou mostrando a incoerência, como é o discurso, o discurso do que fizeram e do que falam e essa história de plantar um coitadismo na sociedade brasileira. Era imprescindível, e eu conclamo as pessoas que estão fazendo esse debate no PT: o Brasil cansou desse discurso de vocês. Vamos crescer o debate, vamos começar a falar de saídas para o País.

    E, aqui, acaba de entrar no plenário um Senador que foi ministro do governo da Presidente Dilma. E ele foi, eu diria, aquele que pensou fora da caixa e aquele que foi um ponto fora da curva. E eu disse isso a ele assim que terminou o governo. Eu falei: "Eu admirava muito o seu trabalho", porque ele não o fez com preconceito contra ninguém. E eu estava, certa feita, em São Paulo, liguei o rádio e estava ouvindo uma entrevista dele, tratando acerca de tirar os embaraços do comércio entre Brasil e Estados Unidos, porque havia no seio do governo do PT, se não por parte da Presidência, mas pela maioria deles, parece que falar nos Estados Unidos era uma abominação.

    E eu sou daquela máxima do Ronald Reagan: "Entre países não existem amigos ou inimigos. Existem interesses econômicos", porque, no fim de tudo, o que importa...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – ... ao final do dia, é se o pai de família teve um emprego ou não, e disso vai depender se o país tem relações, se ele comercializa, se ele exporta seus produtos. E, para isso, precisa ter relações com todo mundo, mas se criou um viés de que a gente só conversa mais amigavelmente com os companheiros bolivarianos. E essa era a crítica que eu fazia.

    Então, penso que neste momento pré-eleitoral, em que os Estados estão arrebentados e começamos a ter o prenúncio de uma saída também na crise nacional, seria importante que o debate não girasse em torno de se vai ter aborto ou não, se vai ter este ou aquele casando, se vai ter esta ou aquela ideologia, mas, sim, para onde estamos indo, porque, ao fim de tudo, a política precisa apontar rumos, apontar saídas.

    E já concluo, Sr. Presidente. Se puder me dar só mais um minuto eu já fecho.

    Na segunda-feira após a eleição, quando termina o pleito, a vida de todo cidadão vai continuar praticamente do mesmo jeito. Mas é importante que a política e aqueles que se elegeram apontem rumos. O cidadão não está muito preocupado, pois já votou, já deu a sua contribuição, mas quer ter a tranquilidade de que aqueles que estão lá em cima não vão só ficar puxando o cabelo um do outro, dando beliscão ou tratando de questões menores. Acima de tudo, ele está querendo que, por favor, se aponte um rumo, uma saída.

    Eu fico pasmo é que essas pessoas passaram 13 anos, conhecem muito bem e ficam se comportando como um balde de caranguejo, em que, quando um sai na borda, o outro puxa o pé.

    Nós temos programas importantes. Não estou dizendo que não tem que haver a luta política. Tem que haver a luta política, mas, em coisas estruturantes,...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – ...o debate tem que ser intelectualmente honesto. Estou vendo aqui, quando se trata principalmente dessa questão de petróleo e gás, de questão energética, que está havendo um discurso muito vazio, e um discurso simplesmente para jogar para a galera. Isso é ruim para o País; é ruim para quem faz; é ruim para todo mundo.

    Então, Sr. Presidente, já caminhando para o final, sou de um Estado que depende muito de políticas estruturantes, de coisas básicas que já existem nos outros Estados. Mato Grosso, por exemplo, tem poucos corredores rodoviários, depende muito ainda de parte aeroportuária, de tudo, mas é um Estado que, ao mesmo tempo, contribui muito para o País. E tem sido esta a nossa luta: buscar desenvolvimento para esse Estado. Mas não há como fazer isso se as coisas aqui não avançarem. Fico triste de ver um partido que esteve no poder e teve toda a oportunidade fazendo discursos cada vez menores na tribuna do Senado.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/12/2017 - Página 51