Pronunciamento de Ângela Portela em 14/12/2017
Discurso durante a 194ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal
Manifestação contra as ações do Governo Federal que prejudicam os direitos dos trabalhadores e insatisfação com a possível reforma da previdência.
- Autor
- Ângela Portela (PDT - Partido Democrático Trabalhista/RR)
- Nome completo: Ângela Maria Gomes Portela
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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GOVERNO FEDERAL:
- Manifestação contra as ações do Governo Federal que prejudicam os direitos dos trabalhadores e insatisfação com a possível reforma da previdência.
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/12/2017 - Página 172
- Assunto
- Outros > GOVERNO FEDERAL
- Indexação
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- CRITICA, BALANÇO ANUAL, PROPOSIÇÃO, AUTORIA, GOVERNO FEDERAL, PREJUIZO, PERDA, DIREITOS, TRABALHADOR, ALTERAÇÃO, LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, PLANO DE SAUDE, REPUDIO, REFORMA, PREVIDENCIA SOCIAL.
SENADO
FEDERAL SF-
SECRETARIA-GERAL DA MESA SECRETARIA DE REGISTRO E REDAÇÃO PARLAMENTAR - SERERP COORDENAÇÃO DE REDAÇÃO E MONTAGEM - COREM 12/12/2017 |
DISCURSO ENCAMINHADO À PUBLICAÇÃO, NA FORMA DO DISPOSTO NO ART. 203 DO REGIMENTO INTERNO.
A SRª ÂNGELA PORTELA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PDT - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, o ano legislativo de 2017 já está no fim e gostaria de dedicar este meu pronunciamento a uma breve retrospectiva.
2017 passará para a história como um ano de perda para os trabalhadores brasileiros.
Um ano em que o governo ilegítimo, impopular de Michel Temer e de seus aliados conseguiu, a despeito dos grandes esforços da oposição, golpear o povo brasileiro com medidas cujo norte é um só: beneficiar o grande capital, especialmente os banqueiros e o mercado financeiro, em detrimento do povo do Brasil.
Começaram por aprovar uma reforma trabalhista que implantou o negociado sobre o legislado e que regulamentou o famigerado trabalho intermitente.
Chegaram até mesmo a propor o trabalho insalubre a grávidas e lactantes, só recuando por pressão de sua própria base para a aprovação da reforma.
Demoraram meses para enviar ao Congresso uma medida provisória para corrigir esse absurdo. Mas até o momento, a comissão especial não foi sequer instalada, o que demonstra o desinteresse do governo Temer em aprová-la.
Destaco, ainda, que a MP veio recheada com duas maldades: proíbe o trabalhador intermitente de ter acesso ao seguro-desemprego e obriga quem recebe menos do que o salário mínimo a complementar a contribuição previdenciária se quiser ter acesso aos benefícios da Previdência Social.
É um verdadeiro disparate, ainda mais se levarmos em conta que o empregador recolherá os encargos sobre o que pagar, mesmo que seja menos do que o salário mínimo!
Em outras palavras, o ônus será exclusivo do trabalhador!
Além da reforma trabalhista, o governo que aí está editou um polêmico decreto modificando a definição de trabalho escravo, bem como dificultando sua fiscalização. A medida foi duramente criticada pela Organização Internacional do Trabalho, vinculada à ONU, que afirmou que a mudança poderá provocar "retrocessos lamentáveis" e "interromper a trajetória de sucesso do Brasil no combate ao trabalho escravo".
Na área da saúde, o governo Temer apoia a proposta de nova lei dos planos de saúde, que possibilitará o reajuste das mensalidades dos beneficiários com mais de sessenta anos, o que contraria frontalmente o estatuto do idoso e fragiliza os cidadãos brasileiros justamente quando eles mais precisam da cobertura dos planos.
Propõe, ainda, mudanças no Programa Farmácia Popular que podem simplesmente inviabilizar a distribuição gratuita de medicamentos aos cidadãos e cidadãs mais pobres deste País.
No campo da educação, aprovaram no Congresso, contra os votos da oposição, a MP do Fies, cujo principal objetivo é elevar as taxas de juros do financiamento e acabar com a carência de 18 meses para que os estudantes comecem a pagar as prestações.
Não contentes com tantas maldades, Temer e seus aliados propõem uma Reforma da Previdência cujo principal objetivo é que as pessoas morram sem se aposentar.
E para adoçar a proposta, jogam todo o ônus no colo dos servidores públicos, taxando-os de privilegiados e de sanguessugas do erário.
Mas o povo brasileiro não é bobo e não se deixará enganar. Todos nós sabemos quem são os verdadeiros vampiros, quem são os homens das malas de dinheiro drenadas das veias abertas do Estado brasileiro.
É chegada a hora de dar um basta a tudo isso. Não vamos permitir que o governo Temer aprove uma Reforma da Previdência cujo principal objetivo é contemplar o mercado financeiro em detrimento da sobrevivência do povo brasileiro.
A melhor resposta precisa ser dada em 2018. Você servidor público, você trabalhador da iniciativa privada: não dê seu voto a quem votou para lhe prejudicar!
Vamos eleger representantes comprometidos com as causas populares e não com os banqueiros e rentistas, os verdadeiros patrões do governo que aí está.
Quem votar a favor da reforma da Previdência não volta!
Muito obrigada.