Discurso durante a 189ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Considerações sobre o transcurso político-econômico do PSDB no País, bem como no Estado do Pará.

Autor
Flexa Ribeiro (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Fernando de Souza Flexa Ribeiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Considerações sobre o transcurso político-econômico do PSDB no País, bem como no Estado do Pará.
Aparteantes
Dário Berger.
Publicação
Publicação no DSF de 08/12/2017 - Página 50
Assunto
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • COMENTARIO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), ATUAÇÃO, PAIS, ENFASE, ESTADO DO PARA (PA), ELOGIO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ALMIR GABRIEL, EX GOVERNADOR, SIMÃO JATENE, GOVERNADOR, DEFESA, IMPORTANCIA, OBRAS, PORTO, ENTE FEDERADO, CRITICA, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Senador Roberto Muniz, que preside esta sessão do Senado Federal, V. Exª tem toda a razão, toda a razão. O Brasil precisa fazer muita coisa. Muita coisa foi feita, mas mais coisas ainda, muito mais, precisam ser feitas.

    É lamentável, Senador Roberto, que, quando o Presidente Fernando Henrique assumiu o Governo, lá em 1995, ele encontrou um País totalmente desorganizado, sem rumo. E, ao longo dos seus oito anos, traçou um projeto de País, recolocou o Brasil num nível de reconhecimento internacional, colocou suas finanças em dia e renegociou muita coisa para poder limpar os esqueletos que estavam nos armários.

    Pensávamos nós que o governo que viesse, se fosse do PSDB, com certeza absoluta daria continuidade ao programa do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Como foi do PT – e é a democracia, foi o povo brasileiro que escolheu –, pensávamos também que ele iria continuar, talvez não o projeto total, mas com os ajustes que achassem eles de fazer, mas continuando as reformas. Não. Simplesmente não deram continuidade e começaram a construir um castelo de areia. Começaram a construir aqueles pronunciamentos, aqueles palanques midiáticos eleitoreiros que costumavam fazer: vestiram o macacão da Petrobras, colocaram a mão nas costas, dizendo que o Brasil estava, a partir daquele momento, se tornando autossuficiente em petróleo. Não é verdade!

    Não é verdade, como a maioria das coisas que foram ditas. E continuam sendo ditas inverdades ao longo dos pronunciamentos no Senado, na Câmara Federal, nas reportagens dos meios de comunicação, na expectativa de que o povo brasileiro ache que realmente a razão está do lado de lá, quando não está. E eles têm consciência disso. É só verificar aí a condição em que o Partido se encontra, o PT.

    Como eu disse, se os membros do PT pudessem assumir o que fizeram de errado e propor uma nova modelagem para se apresentarem à sociedade, que o fizessem para retomar o seu caminho político, porque, hoje, não há como fazer uma gestão... E isso seria a obrigação de nós todos. Não é favor, é obrigação cuidar do dinheiro público.

    Quando um Parlamentar vai ao seu Estado e diz que levou recursos para fazer uma orla na cidade, quem levou os recursos? Os recursos que ele está levando não são dele, não são da União; não é o governo de plantão que é detentor dos recursos; não são dos governos estaduais; não são dos governos municipais. Esses recursos são da população brasileira. O dinheiro, Presidente Roberto, não nasce em árvore.

    A União recebe 60% do que arrecada, num Pacto Federativo distorcido, que precisa ser revisto urgentemente; os Estados, 16%; e os Municípios, 24%. E são recursos que vêm da contribuição de todos os brasileiros, do mais pobre ao mais abastado, porque pagam quando compram sua alimentação, quando compram seus vestuários – em qualquer despesa que façam, está embutida a carga tributária. Dessa carga tributária paga por todos os brasileiros, a parte maior vai para a União; outra parte – 24% –, para os Estados; e a menor parte, para os Municípios. Eles são os verdadeiros donos desses recursos que voltam e deveriam voltar em obras e serviços para os brasileiros.

    Eu vou falar aqui, entrando na realidade do pronunciamento que vim hoje proferir da tribuna do Senado Federal, da gestão do Estado do Pará, a gestão do Governador Simão Jatene e sua equipe – todos nós que fazemos parte do Governo tucano no Estado do Pará.

    Eu queria fazer um desafio à Senadora Gleisi: eu gostaria que ela viesse à tribuna e trouxesse um exemplo de gestão do PT que tenha sido auspicioso para a população – não para eles, para eles, sempre foi.

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Não, não estou falando no Pará, não; eu estou falando no Brasil. Eu estou falando no Brasil. Que ela pudesse vir aqui, como hoje eu estou vindo falar do meu Pará, e falar de qualquer coisa. Os exemplos que nós temos no Pará – e aí eu falo pelo Pará – são os piores possíveis.

    Em 1995, no mesmo ano em que assumiu Fernando Henrique Cardoso o governo do Brasil, o PSDB assumiu o governo do Estado com Almir Gabriel, que encontrou o Estado nas mesmas condições, lógico, proporcionalmente, em que estava o Brasil. Ele recebeu, do governo anterior, o Estado totalmente desestruturado, não tendo, como dizia o Governador Almir Gabriel, crédito para comprar um alfinete. Para comprar um alfinete, o Estado não tinha crédito. E, para adquirir remédios, na urgência, ele teve que empenhar a palavra dele para que pudesse um fornecedor, que tinha ganho a licitação, fazer a entrega do medicamento, porque não tinha crédito o Estado do Pará. Passou Almir Gabriel em dois mandatos no governo do Pará, oito anos, e fez no Pará o que Fernando Henrique fez no Brasil: restaurou a dignidade, a autoestima do paraense. Isso é importante. Não tem preço a autoestima das pessoas, sentindo-se orgulhosas de serem brasileiros, de serem paraenses. Então, ele restaurou essa autoestima, colocou o Estado em equilíbrio fiscal e econômico, iniciou o programa de investimento, atraindo indústrias.

    Só há uma forma, Presidente Roberto Muniz, de acabar com a pobreza, é criando riqueza. Não há outra. Você não distribui pobreza, você distribui riqueza. Então, não adianta ficar o pré-sal todo debaixo do mar. Se não tirar o petróleo para virar riqueza para distribuir, não vai adiantar nada. Valem não sei quantos trilhões os poços do pré-sal, mas valem, hipoteticamente, porque, enquanto não forem explorados, eles não têm valor como riqueza para distribuir para a sociedade. Isso é que é importante.

    Depois dos oito anos do governo de Almir Gabriel, o povo paraense, satisfeito com os mandatos do Governador Almir Gabriel, do PSDB, elegeu Simão Jatene para o seu primeiro mandato, que continuou e avançou nos projetos que vinham sendo desenvolvidos, como deveria acontecer no Brasil.

    Na sucessão de Simão Jatene, a população paraense resolveu aquilo que nas eleições sempre quem não está no poder usa: mudança.

    Agora, isto é importante, quem nos ouve, em especial os amigos e as amigas do Pará. Você muda para pior ou para melhor. Nós todos queremos mudança para melhor. Para melhor em quê? Quero repetir aqui: melhor no atendimento da sociedade, das pessoas.

    Só que, no Pará – no Brasil, aconteceu a mesma coisa... Foi isto que eu pedi que a Senadora Gleisi me informasse: em que Município ou em que Estado governado pelo PT, houve avanço na questão de gestão. Então, a população paraense – isto é democrático – fez a mudança.

    Senador Roberto, ouvintes da Rádio Senado, espectadores da TV Senado, não precisam dizer o que eu vou falar para os paraenses, porque, lamentavelmente, eles sentiram na carne o efeito de quatro anos de governo do PT, pois quase voltaram ao patamar de 1994. É incrível, mas é verdadeiro. É incrível, mas é verdadeiro. Em quatro anos, eles regrediram aquilo que havia feito em doze. E o maior cabo eleitoral para o retorno do PSDB ao governo do Pará foi o próprio PT pelo que ele fez de errado nos quatro anos em que governou o Estado do Pará. E o PSDB voltou ao governo do Pará em 2010, com Simão Jatene, que foi reeleito em 2014 para o seu segundo mandato, que estará concluído agora em 2018.

    Eu entro aqui exatamente no meu pronunciamento. Ontem, eu cheguei a fazer, pela ordem, um breve relato sobre a situação financeira do Pará – e o fiz, Senador Roberto Muniz, orgulhoso. Todas as vezes em que eu, por obrigação, por dever de trabalhar pelo Pará... E o que eu faço aqui desde o primeiro mandato e ao longo desses sete anos é trabalhar incessantemente, das 8h às 22h ou às 23h, às vezes até a madrugada, quando as sessões nossas ou do Congresso se estendem. Aí os paraenses sabem, pois eles nos veem. E hoje a Rádio Senado e a TV Senado são os maiores argumentos que se tem. Uns nos veem nas comissões, que é onde se discutem os projetos. Quando os projetos vêm para o plenário, a maioria ou a quase totalidade – não é a totalidade, porque alguns vêm ainda para discussão no plenário – já vem com um consenso firmado nas comissões temáticas. É lá onde se discute o mérito dos projetos, o objeto das propostas. E nós temos feito isso sempre, colocando o Pará em primeiro lugar, colocando o Pará à frente de qualquer partido político. Nós dizemos lá no Pará – o Governador Simão Jatene, eu próprio –, em determinadas eleições, que se desarmem os palanques e que o partido político, como lá nós dizemos, seja Pará, todos pelo Pará, mas não conseguimos isso. Lá no Pará não conseguimos. Os palanques continuam montados. E, pior ainda, são feitos, semanalmente, palanques eleitorais no meu Estado. É uma campanha fora de época, que não é permitida pela lei eleitoral, mas está lá, estão fazendo. Publicam semanalmente o que fazem. E a Justiça não se move em relação ao que está sendo feito.

    Como eu disse, tenho muita alegria e muito orgulho mesmo de ir tratar dos assuntos do Pará na Secretaria do Tesouro Nacional, com a Drª Ana Paula, com a Drª Pricilla, de ser reconhecido o Pará, pela Secretaria do Tesouro Nacional, como o Estado que serve de referência aos outros Estados brasileiros. E aí ontem eu recebi a notícia, ontem divulgada pela secretaria, do recálculo do rating. O que é o rating? É a nota de desempenho dos Estados em referência à sua economia, à sua gestão financeira, se é feita com responsabilidade, cumprindo os programas e as diretrizes da Lei de Responsabilidade Fiscal, que tem que ser atendida.

    Eu digo sempre que, se Fernando Henrique não tivesse feito nada ao longo de seus oito anos, só a Lei de Responsabilidade Fiscal já teria sido um grande feito de colocar os gestores de Municípios, dos Estados e das empresas públicas no regime de cumprimento dos seus deveres com a gestão. Antigamente, o prefeito ou o governador fazia um tal de ARO – ainda sou do tempo desse, V. Exª também – que era Antecipação de Receita Orçamentária. Então, quem estava na cadeira, chegando ao último ano de governo, fazia uma antecipação de ARO até o final do seu governo, ou seja, estava vendendo jantar para almoçar, como se fala popularmente, com os recursos que eram para sustentar o Estado até o final do ano, e acho que, naquela altura, até os primeiros meses. Quando o sucessor sentava na cadeira e se deparava com a receita, não havia mais receita, a receita do ano estava toda gasta. Então, veio a Lei de Responsabilidade Fiscal para acabar com isso.

    Como eu dizia, ontem a STN liberou o rating dos Estados brasileiros, tendo revisto o cálculo dos anos anteriores. E o Pará, que começou com A e baixou para B+ em função do cálculo que era feito e que agora foi revisto pela STN, recebeu A nos últimos quatro anos de gestão. Só ele e o Espírito Santo, dos Estados brasileiros, que tiveram esse rating A. E, como eu disse, a Drª Ana Paula, sempre que se refere ao Pará, usa o Pará como referência.

    E isso se deve evidentemente a essa gestão do PSDB, responsável, responsável eticamente, financeiramente, moralmente, para que possa olhar nos olhos de todos os paraenses e dizer o que é que nós fizemos...

(Soa a campainha.)

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – ... em benefício da população.

    Fizemos tudo? Lógico que não. Não fizemos tudo. Falta muito por fazer? Falta. Em especial num Estado como é o Pará, que tem o segundo maior território dos Estados da nossa Federação. São 1,284 milhão de quilômetros quadrados que o Pará tem. Só que ele se desenvolve em todas as suas regiões. Seja macro, seja microrregião, aonde você for, dos 144 Municípios do Estado do Pará – isso é o que dói nos nossos adversários, isso é o que dói –, aonde for, você tem obras do Governo. Qualquer Município, qualquer um deles. Evidente que obras maiores e obras menores.

    Ainda há coisa de duas semanas, estive com o Governador Jatene em Faro e Terra Santa inaugurando obras que foram feitas lá e anunciando novas obras, para que sejam feitas. E, aí, a população e os prefeitos sabem que, quando é liberada uma obra, essa obra tem início e fim, não vai ficar parada, não, porque os recursos estão garantidos. E no Município de Faro, Senador Roberto, em que a Prefeita Jade é do PMDB, do Partido que é adversário do PSDB no Estado do Pará.

    Mas o Governador Jatene, a gestão do PSDB não distingue por partido político nem por ideologia. Investe nos 144, porque os paraenses que lá moram não têm que discutir qual é o partido que está no Governo, qual é a ideologia do Governador; eles têm que receber os benefícios a que fazem jus, pelos impostos que eles pagam.

    E é muito aquém do que eles merecem, muito aquém. O meu Estado lamentavelmente não é ouvido pelo Governo Central, não é ouvido pela União. Então, é um Estado que é espoliado pela União, sempre foi. Não estou me referindo ao Governo de agora; sempre foi, ao longo do tempo. É um Estado em que 30% da sua economia está desonerada pela não cobrança do Imposto de Exportação, a tal famigerada Lei Kandir.

    Aí, quando nós buscamos trazer a compensação a que os Estados têm direito e os Municípios pela não tributação, eles dizem: "A Lei Kandir? A Lei Kandir foi no governo do PSDB. Foi o Presidente Fernando Henrique Cardoso que encaminhou para o Congresso." Verdade. É verdade. Encaminhou num momento em que a balança comercial brasileira era negativa. Era negativa. Era preciso dar um incentivo ao incremento nas exportações. Os produtos industrializados já eram desonerados.

    Sou da teoria e defendo que exportação não pode ser tributada. Você não exporta imposto. Você não exporta tributos. Mas a Lei Kandir definiu que a União compensaria os Estados pela perda da não tributação dos primários e semielaborados que, à época, eram tributados.

    No meu Estado, a tributação desses primários e semielaborados era da ordem 4%, 4% sobre o valor exportado. E o Pará, não podendo tributar, só conta com 70% da receita tributada na sua base econômica. O Pará, Senador Dário Berger, lamentavelmente também não tem nenhum outro tipo de benefício como têm os nossos irmãos da Amazônia, os outros Estados, como uma Zona Franca, uma zona de livre comércio. É o único Estado na Amazônia que não tem. E olhe que tentamos aqui, fizemos vários projetos.

(Soa a campainha.)

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Chegamos até a aprovar um que foi vetado na época em que o Senador Sarney também propôs uma zona de livre comércio para o Amapá. Nós pegamos carona e colocamos Santarém, Marabá e Barcarena, para criar as três zonas no Pará, que são polos: Santarém, do oeste, Marabá, do sul, e Barcarena, porque hoje, não àquela altura, já se sabe que todo o escoamento da produção brasileira está direcionado para o Arco Norte, está direcionado para Barcarena, para o Porto de Vila do Conde. Toda essa soja – e a soja é só um item – que se desloca do norte do Mato Grosso e vai para Paranaguá ou para o Porto de Santos, causando transtorno nas rodovias...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – ... perdendo vidas com acidentes.

    Então, a lógica é agora. E está saindo tudo... Vai sair pelo Porto de Vila do Conde. As trades já estão todas instaladas em Miritituba, que é onde vai ser feito o transbordo para as balsas que vão levar a soja e os outros produtos para o Porto de Vila do Conde. Nós estamos pedindo para o Governo Federal, através do Ministro Quintella, dos Transportes, que delegue ao Estado do Pará para que faça a dragagem do Canal do Quiriri, que é o canal que dá acesso aos navios ao Porto de Vila do Conde.

    Hoje, o calado desse canal é de 13,5m. Então, você tem limitação dos navios. Só podem aportar em Vila do Conde, não pelo calado do porto, mas pelo calado do acesso...

(Soa a campainha.)

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – ... navios de até 70 mil toneladas, que são os Panamax. Mas os grandes navios de mais de 100 mil toneladas, 120 mil toneladas não alcançam, porque precisam de um calado maior.

    Essa dragagem vai permitir que o calado do Canal do Quiriri seja de 20m. Aí, o Porto de Vila do Conde vai ter a oportunidade de aportar navios de tonelagem muito maior.

    Eu espero... O Ministro Quintela já mostrou toda a boa vontade de delegar ao Pará para que faça a PMI, porque, na obra que seria feita, vai ser colocada uma PMI, para que se apresentem empresas que queiram fazer a dragagem e cobrar dos navios exportadores que fossem para o Porto de Vila do Conde um pedágio ou alguma coisa, como é cobrado nas rodovias.

    Mas eu queria até fazer um pedido ao Ministro Quintella. Quando foi para nós recebermos a delegação do BRT na área metropolitana de Belém, a prefeitura de Belém, do Prefeito Zenaldo Coutinho, está concluindo o BRT de Belém, que vai até Icoaraci e conecta com a da metropolitana no entroncamento, que nós chamamos da região lá do quilômetro zero da Belém-Brasília.

    O Governo, aqui, levou um ano para delegar ao Pará uma coisa muito simples: permissão para trabalhar no trecho da BR...

(Soa a campainha.)

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – ... que são 18km, pegando Belém, Ananindeua e Marituba. Um ano! O Pará tinha a licença ambiental, os recursos em caixa dados pela Jica, financiamento da Jica, depositados, e o Pará pagando... Existe uma taxa que você paga quando os recursos estão disponibilizados e não são usados.

    Chegou ao limite de o governo japonês já querer retirar o financiamento do Pará, para levar para outro Estado que pudesse fazer uso daqueles recursos. Um ano! Um ano, para que pudesse dar a delegação para o Governo do Pará, para que ele pudesse agir na BR-316.

    Então, eu espero que não levemos mais um ano agora, para ter a delegação para a dragagem do Canal do Quiriri.

(Soa a campainha.)

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Senador Roberto, V. Exª vai fazer também um pronunciamento, o Senador Dário Berger, que já parabenizei, e o faço novamente, pela condução dos trabalhos na Presidência da CMO, pelo seu aniversário de hoje. V. Exª, junto com os Senadores Dalirio Beber e Paulo Bauer... Três Senadores que honram tão bem o Estado de Santa Catarina, da forma como é feita a defesa dos interesses daquele Estado, que é um Estado também considerado como o de melhor qualidade de vida.

    Mas nem isso afasta os brasileiros de irem ao Pará. A nossa população tem um incremento muito alto, acima da média nacional. Estamos, hoje, quase beirando os 9 milhões de habitantes, entre 8,5 e 9 milhões.

(Soa a campainha.)

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – E, lá no Pará, Senador Dário, quero ter a alegria de recebê-lo e também o Senador Roberto, porque, lá no Pará, nós temos uma coisa que dizemos: "Chegou ao Pará, tomou açaí, ficou." Não há jeito, não é? (Risos.)

    Açaí, Tacacá, as nossas comidas, que são as mais brasileiras.

    Concedo um aparte a V. Exª.

    O Sr. Dário Berger (PMDB - SC) – Presidente, permita-me, muito rapidamente, só prestar uma homenagem ao Senador Flexa Ribeiro. V. Exª é um tribuno que relata com precisão os avanços de que o Pará ainda necessita. Mas fico aqui imaginando que, se o Pará ainda não é dotado com toda a logística e a infraestrutura necessárias, o Pará tem aqui uma voz atuante, vibrante, dedicada, que permanentemente vem abordando essas dificuldades. Certamente, ao longo de todos esses dois mandatos, V. Exª poderia enumerar aqui os avanços que o Pará teve com a participação efetiva de um mandato tão bem exercido quanto o mandato de V. Exª. Eu o conheci aqui há três anos e hoje sou um admirador de V. Exª, mas um admirador, sobretudo, porque... Acho que posso precisar a atuação de V. Exª como a de um gestor de resultado. Enquanto o resultado não aparece, V. Exª fica, fica, fica martelando, martelando, martelando, reivindicando, com justa razão, pelo seu Estado, o Estado do Pará. Senador Flexa Ribeiro, está aqui ao meu lado o Deputado Federal Valdir Colatto.

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Nosso amigo e defensor, também, do agronegócio.

    O Sr. Dário Berger (PMDB - SC) – Uma das maiores autoridades do agronegócio de Santa Catarina e do Brasil, um distinto e querido amigo. Ele me alerta aqui que o maior produtor de açaí do Pará é de Santa Catarina, Luiz Vaccaro. Olhe só – e ele está, inclusive, me socorrendo aqui – o que nos aproxima e nos aproximou, inclusive, desse aparte. Dessa maneira, queria contribuir, pela simpatia que tenho, pelo reconhecimento e pelo respeito que tenho a V. Exª, para dizer ao povo do Pará que aqui, no Senado Federal, está na tribuna uma de suas mais altas vozes, que merece todo o nosso respeito. Por isso, enalteço a mensagem de V. Exª e me associo para que, na medida do possível, possa fazer coro também com a minha voz para ajudar o Pará a atingir os seus objetivos através da representação que tem em V. Exª. Muito obrigado, pelo aparte.

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Agradeço, Senador Dário Berger, pelo aparte e pelas colocações que V. Exª fez a respeito do meu trabalho. Muito obrigado. O seu também não deixa nada a desejar. O que eu faço pelo Pará V. Exª faz por Santa Catarina.

    O Deputado Colatto é conhecido no Brasil inteiro, é uma das lideranças maiores do agronegócio, que sustenta o nosso País ao longo já de uma década. Se não fosse o agronegócio, a situação, que já não é boa, estaria pior, muito pior.

    Agora, nós temos que voltar a avançar na industrialização. Sempre digo, Colatto, que o Brasil está voltando à época lá de exportar riquezas de forma primária. Nós reduzimos o setor industrial do nosso País. Já está em 15%, foi de 20%. Então, é preciso que retomemos. Não é nada contra, pelo contrário, ao agronegócio. Então, nós temos que exportar soja, minério de ferro, algodão in natura? Temos. Não vamos consumir toda a exportação, porque o Brasil já é e será o grande fornecedor de alimento para o mundo todo. Vai estar aqui, no Brasil.

    E o produtor de açaí de Santa Catarina e todos os brasileiros, Senador Roberto, que vão para o Pará são recebidos festivamente...

(Soa a campainha.)

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – ... de braços abertos, calorosamente, porque, no momento em que eles vão investir no Pará, eles não são mais considerados catarinenses; eles são considerados paraenses.

    Quanto ao produtor a que o Colatto se referiu, é em Óbidos que ele tem o plantio de açaí. É um negócio fantástico! Eu não o conheço pessoalmente. Conheço o projeto dele, já tive oportunidade de, estando em Óbidos, tomar as informações a respeito do projeto... É fantástico! E ele é muito bem-vindo. Ele é realmente o maior exportador de açaí, que é uma riqueza que está só começando o seu desempenho. Por quê? Porque é um produto nativo, uma fruta nativa que o caboclo paraense...

(Soa a campainha.)

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – ... colhia da floresta, esmagava, tirava o sumo e vendia, porque era a alimentação do pobre e de todos os paraenses.

    Eu sou conhecido lá, Senador Roberto, Deputado Colatto e Senador Dário, como o Senador do açaí, porque, há uns sete anos, tramitou aqui um projeto do, à época, Senador Tião Viana, em que ele dizia que, a partir da aprovação do projeto, todo o açaí que fosse comercializado tinha que passar por um processo de choque térmico, para acabar com o inseto...

(Soa a campainha.)

    O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – ... que transmite a doença de Chagas. E eu mostrei a ele e defendi aqui, contra o projeto, porque, se ele fizesse... Ele está correto de ter a sanidade no uso do alimento, mas eu disse ao Tião, à época: "Se esse projeto for aprovado, você vai desempregar 300 mil pessoas no Pará que vivem do comércio do açaí. Vamos encontrar o meio termo?" E ele se mostrou aberto para fazer a transformação, aprovamos, e o açaí hoje está no mundo todo. E vai crescer muito mais daqui para frente.

    Senador Roberto, eu vou encerrar por aqui. Só comecei o pronunciamento, mas vou terminá-lo na próxima semana.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/12/2017 - Página 50