Comunicação inadiável durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Relato de viagens feitas por S. Exª pelo Tocantins em anúncio de sua pré- candidatura ao governo do estado.

Autor
Kátia Abreu (S/Partido - Sem Partido/TO)
Nome completo: Kátia Regina de Abreu
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Relato de viagens feitas por S. Exª pelo Tocantins em anúncio de sua pré- candidatura ao governo do estado.
Publicação
Publicação no DSF de 08/02/2018 - Página 30
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, ESTADO DO TOCANTINS (TO), MOTIVO, ANUNCIO, CANDIDATURA, ORADOR, GOVERNO, ENTE FEDERADO, COMENTARIO, SOLICITAÇÃO, POVO, PRODUTOR RURAL, AGRICULTURA FAMILIAR, AGUA, ESTRADA, ENERGIA ELETRICA, REGULARIZAÇÃO, POLITICA FUNDIARIA, INDUSTRIALIZAÇÃO, POLITICA FISCAL, POLITICA, MATERIA TRIBUTARIA, SAUDE, CIRURGIA, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA PUBLICA, DESENVOLVIMENTO.

    A SRª KÁTIA ABREU (S/Partido - TO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) – Muito obrigada, Sr. Presidente.

    Nós mulheres somos bravas, porque é assim que conseguimos as coisas, infelizmente.

    Sr. Presidente, colegas Senadoras e Senadores, eu venho hoje, no dia 7 de fevereiro, fazer um primeiro balanço, Sr. Presidente, das visitas que tenho intensificado no Tocantins desde março do ano passado, 2017, com o objetivo bastante determinado de ser pré-candidata ao Governo do meu Estado.

    Para essas visitas, de março até agora, com esse propósito de pré-candidatura, eu já visitei 64 cidades, já falei com mais de 5 mil pessoas pessoalmente e já percorri 12 mil quilômetros, o correspondente a duas idas e vindas de Palmas até o Rio Grande do Sul. Com muita alegria, ouvi professores, policiais militares, civis, sindicatos dos servidores públicos, sindicatos da saúde, como o Manoel, Presidente do Sintras; o Professor Roque, do Sintet; o Cleiton, Presidente do Sisepe. Também ouvi o Sindare, com o Presidente Jorge; o Sindifiscal, com o Presidente João; e também a Associação dos Policiais Militares Inativos, o Capitão Sulino. Ouvi produtores rurais, pequenos, médios, grandes; povoados, como Campo Alegre, no Paranã; como P.A. Falcão, em Araguatins e o P.A. Costa Rica, em Wanderlândia. Ouvi ainda produtores grandes de soja, pecuaristas. Conversei com pessoas como agentes de saúde, prefeitos, vereadores, ex-prefeitos, líderes em geral, associações comerciais, comerciários.

    Aproveito para cumprimentar Fabiano Parafusos, Presidente da Federação das Associações Comerciais; Thiago, Presidente da Associação Comercial de Palmas; e Márcio, da Associação Comercial de Araguaína.

    Ouvi as universidades, os trabalhadores.

    Enfim, foi uma busca ativa de ideias e de gargalos que estão há muitos anos incomodando as pessoas, como se fosse aquele calo no cantinho do dedo mindinho que há anos fica doendo, doendo, uma coisa simples de resolver. Passam-se anos e décadas, e a política não consegue resolver aquilo que está incomodando, embora não apareça diante da sociedade.

    Por isso, Senador Paim, eu estou muito crédula de que os próximos governos, não só do Tocantins, mas dos 27 Estados do Brasil, poderão ou deverão se dedicar a um governo simples, a um governo das coisas simples, daquelas que incomodam no dia a dia, daquelas que estão aqui entaladas na garganta de cada um.

    Nesse processo de caminhada, conversando com as pessoas, eu falo muito pouco e deixo que a plateia se manifeste, cada um por um minuto, dizendo aquilo que incomoda, o que está entalado na garganta e que gostaria que a classe política fizesse. Primeiro, acho que devemos nos dedicar aos calos velhos, a tirar os calos velhos que incomodam há anos.

    Sr. Presidente, nessa caminhada, busquei muitas demandas. E, por incrível que pareça, as pessoas podem achar que o cidadão, o eleitor vai fazer pedido para o político. Não existe pedido para o político; existe clamor, existe solicitação, existe luta, existem desejos que estão enrustidos, calados no peito de cada um. E as pessoas sabem muito bem o que querem. Cada um sabe a receita exata e boa para sua própria vida, não precisa de políticas públicas congeladas, feitas apenas com os técnicos e consultores, e a população engolindo goela abaixo.

    Não vi em nenhum cidadão do meu Estado, desde o Bico do Papagaio, região sul e sudeste, ninguém pediu uma grande obra...

(Soa a campainha.)

    A SRª KÁTIA ABREU (S/Partido - TO) – ... Senadores, ninguém pediu uma grande obra, faraônica, com grandes recursos e que pudesse levar cinco, dez ou quinze anos, mas obras minúsculas, pequenas, como quero aqui por alguns minutos descrever.

    Com relação ao campo, o clamor é enorme, pois falta tudo. No meu Estado especialmente, 90% dos produtores rurais são da agricultura familiar; 94% deles se encontram na classe D e E, com uma pobreza forte ou uma pobreza extrema, a maioria ganhando menos de R$1,5 mil ou R$1 mil bruto para uma família de cinco ou seis pessoas. Clamam por água, clamam por estradas, por tratores, por energia elétrica, por inovação, por assistência técnica, por regularização fundiária, como é o caso da Vila São Miguel, na cidade de Peixe, que há quase 30 anos, com toda a documentação organizada, não tem o Incra para fazer uma simples vistoria a fim de titular o povo de São Miguel, como em tantos outros assentamentos e Municípios do Estado com o mesmo problema. De 1,5 milhão de habitantes que há em Tocantins, 19%, quase 20% estão morando no campo e numa situação de total abandono.

    As estradas que não chegam. E quero aqui citar algumas, como a estrada de São Valério para Peixe, até Santa Rosa, passando pela ponte do Apinajé até chegar ao grande centro de Porto Nacional e pegar a ferrovia. São quase 70 quilômetros de asfalto que precisam ser feitos, pois a produção de soja e de milho tomou conta da nossa região sul do Estado. Há mais ainda: a estrada de Jaú/Palmeirópolis, chamada de estrada da morte, há 11 anos esse calo mata pessoas quase que diariamente ou mensalmente. E seria uma obra de não mais do que R$1 milhão, uma obra que poderia ser feita com R$700 mil até R$1 milhão, uma obra que pode impedir a morte de pessoas e há 11 anos o governo não resolve isso.

(Soa a campainha.)

    A SRª KÁTIA ABREU (S/Partido - TO) – A estrada de Tocantinópolis até Maurilândia, uma estrada que é clamada há mais de dez anos pela população, é também uma estrada simples e não tão cara de se fazer. Há a TO-500, que atravessa a Ilha do Bananal; há também a nossa ponte de Xambioá, a nossa ponte de Tocantinópolis.

    Enfim, Sr. Presidente, também os nossos comerciantes reclamam e clamam pela diferença de alíquota, que está tirando a competitividade do Tocantins para o Estado do Maranhão – o seu Estado, Senador João Alberto, Presidente –, tirando a competitividade do Tocantins para Goiás, para o Pará, para o Mato Grosso, porque essa diferença de alíquota está atingindo especialmente os micro e pequenos empresários, que são 17 mil no meu Estado do Tocantins.

    Ainda, as pessoas clamam desesperadamente pela industrialização tão famosa para a geração de empregos no meu Estado. Mas, com uma política fiscal e tributária que o Tocantins pratica hoje, eu digo aos meus tocantinenses que essa política tributária e fiscal afasta o emprego, afasta os empresários, porque o imposto é importante, mas ele não pode tirar o sangue do cidadão. O suor ainda nós suportamos, mas quando começa a tirar o sangue do cidadão, nós morremos anêmicos e fechamos as nossas empresas e os nossos empregos.

    O clamor principal do Tocantins é a saúde, Sr. Presidente, e acredito que em vários lugares do País, mas, no meu Estado, há 5.586 pessoas esperando cirurgia, com até quatro anos aguardando cirurgia das mais variadas possíveis, desde apendicite, vesícula, hérnia, cataratas, até pessoas com problema ortopédico gravíssimo oriundo de acidentes de motocicleta, acidentes de carro ou outros acidentes, uma fila enorme na ortopedia do Tocantins.

(Soa a campainha.)

    A SRª KÁTIA ABREU (S/Partido - TO) – Mas não há os médicos especialistas, os exames, os medicamentos. É o clamor em todas as 65 cidades que passei.

    A própria educação: nas escolas, as professoras reclamam das 500 escolas do Tocantins que necessitam de reformas no valor de R$350 milhões, pois, em 30 anos de Tocantins, construíram-se escolas, mas não se reformaram escolas.

    A segurança pública foi motivo ontem aqui de um pronunciamento especial meu com relação a este fato que está matando o povo brasileiro: mais de 61 mil pessoas assassinadas no ano de 2016. Isso é mais do que a bomba de Hiroshima e Nagasaki fez na Primeira grande Guerra Mundial, que assolou o mundo e escandalizou a todos, é o que está morrendo no Brasil, Senador Lasier Martins, no dia a dia.

    Sr. Presidente, já vou para o encerramento de minhas palavras dizendo do clamor...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    A SRª KÁTIA ABREU (S/Partido - TO) – ... de pequenas cidades do meu Estado, que, além de todas essas demandas que eu disse na saúde, na segurança pública, na zona rural, nas estradas, há as demandas específicas de calos doídos e antigos, como na cidade de Ananás, com 12 mil habitantes, que ainda padece por falta de água, por conta de três poços artesianos que nós colocaremos agora, com emenda parlamentar, para solucionar. Com o valor de R$700 mil, vamos solucionar o problema de água de uma cidade inteira. A cidade de Axixá está com esgoto a céu aberto, devido aos serviços que hoje não estão suportando mais a velhice do trabalho e do material que foi utilizado. A titulação de terras, repito, a internet no distrito de Campo Alegre, 1.200 pessoas morando sem comunicação, sem internet, sem telefonia. E as obras do Hospital Regional de Gurupi, a terceira cidade maior do Estado...

    Eu levei 47 milhões, Senador Lasier, para o Tocantins em 2011...

(Interrupção do som.)

    A SRª KÁTIA ABREU (S/Partido - TO) – ... gastou R$12 milhões e desde 2012 tem R$35 milhões na conta para construir o hospital, e o hospital está parado há 3 anos sem a menor satisfação pelo Governo do Estado. A duplicação da BR-153, a nossa antiga Belém-Brasília...

    Enfim, Sr. Presidente, nós queremos caminhar não só para o governo das pequenas causas, das pequenas coisas, que, para nós, governo, pode ser pequeno, para nós cidadãos que somos Senadores e Deputados, mas para aquelas pessoas simples do interior do meu Tocantins são grandes obras para suas vidas, um poço artesiano, uma estrada consertada, um trator de R$150 mil.

    Queremos também um grande projeto e teremos, Sr. Presidente, um grande projeto, o governo das coisas simples, dos calos que estão doendo, mas um grande projeto que tenha começo, meio e fim, pois o meu Estado está à deriva. O Brasil não tem um projeto de Estado, os Estados não têm um projeto de Estado.

    O meu Tocantins não é diferente, mas...

(Soa a campainha.)

    A SRª KÁTIA ABREU (S/Partido - TO) – O último minuto, Sr. Presidente.

    Estamos trabalhando já para que um projeto de desenvolvimento que demonstre aos cidadãos, aos habitantes tocantinenses que nós sabemos onde estamos e aonde queremos chegar. Que nós somos um lindo navio, um grande navio com 1,5 milhão de habitantes, 1,5 milhão de passageiros nesse navio, que precisa de comando, que precisa de bússola para saber de que porto sai e a que porto vai chegar.

    Encerro, Sr. Presidente, dizendo que não basta chegar ao poder. O mais importante é saber o que fazer dele quando se chega lá. No meu Tocantins, nós saberemos. São 55% das pessoas na pobreza ou na extrema pobreza, como disse o Banco Mundial, infelizmente. São números vergonhosos para o Tocantins e para o nosso Brasil.

    O Senador está pedindo um aparte.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Moderador/PTB - RR) – Sr. Presidente.

    O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. PMDB - MA) – Neste horário, não é permitido.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Moderador/PTB - RR) – Mas ela não está como oradora? (Pausa.)

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Moderador/PTB - RR) – Está bem.

    A SRª KÁTIA ABREU (S/Partido - TO) – Obrigada, Sr. Presidente, pela paciência e obrigada, amigo Telmário Mota, do nosso Estado do Acre.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/02/2018 - Página 30