Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Destaque para o tema da campanha da fraternidade lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Autor
Ângela Portela (PDT - Partido Democrático Trabalhista/RR)
Nome completo: Ângela Maria Gomes Portela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Destaque para o tema da campanha da fraternidade lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 21/02/2018 - Página 20
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • ELOGIO, CAMPANHA DA FRATERNIDADE, AUTORIA, CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB), MOTIVO, ASSUNTO, COMBATE, VIOLENCIA.

    A SRª  ÂNGELA PORTELA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PDT - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, com os olhos voltados aos problemas sociais e políticos que atormentam o mundo, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil lançou, na Quarta-Feira de Cinzas, a Campanha da Fraternidade de 2018.

    O tema escolhido pela CNBB este ano, "Fraternidade e Superação da Violência", está amparado no lema "Em Cristo somos todos irmãos" e é oportuno e digno de elogios.

    Como ocorre há mais de 50 anos, a Campanha da Fraternidade deste ano reafirma o engajamento da CNBB, unindo a fé cristã aos problemas sociais, políticos, econômicos e ambientais.

    Através da Campanha, a Igreja Católica chama a atenção de seus fiéis para problemas que preocupam famílias, instituições, governos e movimentos sociais.

    Como ocorre todos os anos, o Papa Francisco enviou ao Brasil uma mensagem, marcando o início da Campanha da Fraternidade. Vale a pena prestar atenção nas palavras da mensagem do Papa. Abro aspas: "A paz é tecida no dia a dia com paciência e misericórdia, no seio da família, na dinâmica da comunidade, nas relações de trabalho, na relação com a natureza. São pequenos gestos de respeito, de diálogo, de silêncio, de afeto, de acolhida, de integração, que criam espaços onde se respira a fraternidade." Fecho aspas.

    Quando falamos em violência no Brasil, nos dias de hoje, pensamos logo na situação da segurança pública. Dados do Fórum de Segurança Pública mostram o aumento da violência no País de forma assustadora.

    O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2017 revelou a maior taxa de homicídios da história: 29,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. É uma taxa que coloca o Brasil entre os países mais violentos do mundo.

    Neste momento, em especial, a segurança está na pauta do noticiário nacional, em razão da questão da intervenção federal no Rio de Janeiro e da declaração de Estado de vulnerabilidade social no meu Estado de Roraima.

    São problemas gravíssimos, que exigem mobilização de toda a sociedade e atuação firme do Governo Federal. Tenho feito a minha parte aqui, propondo e cobrando soluções.

    Mas, como lembra o Papa em sua mensagem para o Brasil, a Campanha da Fraternidade de 2018 nos convida a reconhecer a violência em vários âmbitos e manifestações.

    É violência o que vem sendo feito cotidianamente contra os mais pobres deste País.

    É violência a reforma trabalhista, que retirou direitos dos trabalhadores – uma grande violência.

    É violência a emenda do teto de gastos, que reduziu investimentos em saúde e em educação.

    É violência a proposta da reforma da previdência, que ameaça a velhice de milhões de trabalhadores e trabalhadoras.

    Segundo o noticiário, a CNBB prepara documentos, condenando a tentativa do Governo Temer de retirar a aposentadoria dos mais pobres. Louvo a atitude dos Bispos brasileiros, de terem voz ativa no debate da nossa sociedade.

    Cito Francisco, mais uma vez, em mensagem para a Campanha da Fraternidade. Abro aspas: "Uma fé autêntica comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem. A Igreja não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça." Fecho aspas.

    De fato, não há como fechar os olhos para as violências que ocorrem em todos os setores da sociedade.

    Essa percepção da instituição religiosa e seu compromisso com a paz é, sem dúvida, um relevante serviço social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e eu aproveito para saudá-la, na figura do Bispo Titular da nossa Diocese de Roraima, Dom Mário Antônio da Silva.

    A solução para a violência que enfrentamos, em nosso cotidiano, está no esforço de todos na construção de um mundo melhor. Como lembra a CNBB, somos todos irmãos.

    Era isso, Sr. Presidente.

    Muito obrigada.

    Somos todos irmãos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/02/2018 - Página 20