Discurso durante a 22ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Mundial do Rim.

Autor
Elber Batalha (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
Nome completo: Elber Batalha de Goes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Mundial do Rim.
Publicação
Publicação no DSF de 09/03/2018 - Página 16
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, ORGÃO HUMANO.

    O SR. ELBER BATALHA (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PSB - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Bom dia a todos, Sr. Presidente, nesta sessão extraordinária em nome da mulher brasileira e em nome dos portadores de doença renal.

    Quero dizer, Sr. Presidente, senhores convidados, senhores presentes, que estou muito emocionado. Sr. Senador Eduardo Amorim, V. Exª é um médico conceituado e um dos defensores da principal bandeira no Estado de Sergipe que é o tratamento dos rins.

    Acabei de mostrar a V. Exª, Sr. Senador do nosso Sergipe Del Rey, como dizia Silva Lima, um antigo narrador de esporte e comentarista de grande audiência no Estado, que fico emocionado, porque eu tenho um amigo irmão que frequentava muito o seu restaurante lá em Aracaju e que sofre dessa doença há mais de 16 anos. Pelo vídeo que ele nos enviou aqui agora, Senador... Eu não entendo bem desse tratamento, pois minha área é outra, sou da área de direito, mas não deixei também de passar pela faculdade de educação física em que, durante dois anos, fazemos as mesmas matérias de medicina, dentro da área. O nome dele é José Moura Menezes. Ele sofre há 16 anos com o tratamento. Eu não entendo, repito, de nada disso, mas ele está precisando urgentemente, conforme ele fala aqui, de um tratamento mais especializado da sua doença. E, como eu passei a V. Exª, mas não deu para... Eu vou tentar aqui dizer o que é. Ele é paciente crônico há 16 anos, paciente da Clínica Clinese, está sendo bem atendido, bem tratado por todos os que fazem aquele negócio certo – no linguajar dele. "Estou precisando há três meses de um..." – eu não entendo esse termo de que ele está precisando. E eu gostaria, aproveitando este dia deles, de fazer um pedido a V. Exª. Eu sei que vou ser atendido desde que esteja nas suas possibilidades: fazer com que ele possa conseguir isso que ele quer. "Há três meses na clínica da Secretaria de Saúde, ainda não fui atendido". Diz que não entendeu o porquê e agradece pelo que pudermos fazer por ele. Então, estou dizendo isso aqui me somando a todos aqueles que aqui estão presentes para fazer esse adendo a V. Exª e um pedido. Eu sei que serei atendido desde que esteja à sua altura. Não tenho a menor dúvida.

    Eu passei estes três meses – vou completar quatro – aqui no Senado e tenho um bom convívio com V. Exª. Sou testemunho da sua honestidade, sou testemunho da sua lealdade com as pessoas. Espero e torço, Senador Eduardo Amorim, para que sigamos juntos, porque é muito importante trabalhar e fazer uma campanha do lado da competência, da lealdade de que V. Exª é portador. Sou testemunha disso.

    Dito isso, também quero comemorar e parabenizar todas as mulheres brasileiras, especialmente as mulheres sergipanas – é lógico, é evidente, pois é onde a gente vive. Eu não poderia deixar de prestar minhas homenagens às mulheres neste que é o mês a elas dedicado. A minha homenagem especial às 26 Deputadas que estiveram aqui ontem, que fizeram parte da Constituição brasileira e que foram agraciadas na sessão de ontem pelo Diploma Bertha Lutz.

    Quisera que não precisássemos estar ainda tratando de questões como a inaceitável situação de desigualdade de gênero, o que torna o Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia de hoje, menos festivo do que o desejável. Em pleno século XXI, não se admite isso.

    O momento é o de parabenizar as conquistas, mas, sobretudo, é ocasião de refletir a luta das mulheres do Brasil e do mundo pela cidadania e igualdade de oportunidades. É preciso mesmo chamar constantemente a atenção dos governos, da sociedade para a ainda inaceitável situação de discriminação social e econômica e de violência que atinge e mata a população feminina no mundo.

    No Brasil, mulheres ainda ganham 15% menos do que os homens no mercado formal. Entre os trabalhadores com ensino superior, a desvantagem das mulheres é ainda bem mais gritante, com uma diferença salarial de até 36%, conforme o Ministério do Trabalho. E mais: no primeiro sinal de crise econômica, são elas as primeiras a serem despedidas. De resto, a participação feminina no mercado de trabalho formal cresce, mas aquém do esperado. De 2007 até 2016, ou seja, em nove anos, a participação das mulheres aumentou de 40,85% para apenas 44%.

    As estatísticas mostram: são poucas as que ocupam cargos executivos ou no Parlamento. Na montagem de seu Governo, o Presidente Temer expôs a chaga do machismo, ao compor a sua equipe predominantemente masculina.

    Levantamento recentemente realizado pelo jornal O GLOBO, com base no Portal da Transparência, mostra que, de 79 presidentes de órgãos estatais, apenas 4 são mulheres.

    Senhoras e senhores, Sr. Senador, senhores convidados, senhores palestrantes, o machismo, a misoginia, o feminicídio estão sendo combatidos e punidos sem tréguas. E as Deputadas e Senadoras brasileiras têm relevante papel nessa empreitada. Dispomos hoje de leis e instrumentos para conter essas estatísticas alarmantes e inaceitáveis.

    No ano passado, Sr. Presidente, senhores palestrantes, senhores convidados, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou estimativa acerca da meta de redução, até 2025, de 25% da diferença nas taxas de participação entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Se esse objetivo fosse alcançado, teria o potencial de adicionar US$5,8 trilhões à economia global, por acréscimo de receitas de impostos, por exemplo. No Brasil, o efeito seria um aumento de até R$382 bilhões, ou seja, 3,3% do PIB. A desigualdade de gênero é, portanto, um grande desafio, a ser enfrentado por meio da mudança de atitudes no mundo trabalho e na sociedade e a começar por cada um de nós.

    De minha parte, mantenho-me passo e passo nessa luta. Sou um homem abençoado, Sr. Presidente, senhores palestrantes, senhores convidados, porque sou rodeado de exemplos de mulheres destemidas e determinadas. Falo da minha esposa Euzani Batalha e das minhas filhas, a Delegada Nayanna Batalha e a minha médica Nayahara Batalha. Elas me oferecem, Sr. Presidente, diariamente, exemplos e lições acerca da força da mulher.

    Eu termino esta homenagem dizendo:

Mulher, mulher

Na escola em que você foi ensinada

Jamais tirei um dez

Sou forte, mas não chego aos seus pés

    Parabéns, mulher brasileira, plagiando o nosso querido Erasmo Carlos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/03/2018 - Página 16