Discurso durante a 22ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Mundial do Rim.

Autor
Waldemir Moka (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Waldemir Moka Miranda de Britto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Mundial do Rim.
Publicação
Publicação no DSF de 09/03/2018 - Página 20
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, ORGÃO HUMANO.

    O SR. WALDEMIR MOKA (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Cumprimento o Presidente e requerente desta sessão de comemoração do Dia Mundial do Rim, Senador, meu colega, meu amigo, Eduardo Amorim, que aqui representa o Estado de Sergipe; o Presidente voluntário da Federação das Associações de Renais e Transplantados do Brasil, Sr. João Adilberto Xavier; o Presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante, Sr. Yussif Ali Mere Júnior; o Vice-Presidente da Federação Nacional das Associações de Pacientes Renais e Transplantados do Brasil, Sr. Jonas Cavalcanti; representando a Presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, o Sr. Kleyton Bastos; e, Sr. Presidente, quero especialmente cumprimentar também a minha colega Deputada Federal Carmen e aproveitar para, em seu nome, cumprimentar as mulheres pelo Dia Internacional da Mulher.

    Eu, Carmen, venho a esta tribuna em uma dupla missão: primeiro, para homenagear as mulheres pelo Dia Internacional da Mulher, mas, principalmente, porque tenho uma filha, portanto mulher, que, para minha alegria – e até, vou dizer, por uma certa influência –, acabou neste ano, na Unicamp, a residência em nefrologia. Então, tenho o lobby dentro de casa em relação a essas questões renais.

    E cumprimento também a Drª Thais Maria Monteiro Vendas, que é uma referência em nefrologia no meu Estado, em Mato Grosso do Sul.

    E queria cumprimentar todas as médicas, todas as mulheres neste dia.

    Quero elogiar a determinação do Senador Eduardo Amorim. Nós pertencemos à Comissão de Assuntos Sociais, que é a comissão que trata da saúde, e é muito rara uma reunião em que o Senador Eduardo não menciona essa questão da dificuldade. Ainda ontem, com a presença do Ministro, que veio para uma outra coisa, o Senador Eduardo fez chegar até ele tudo isso que o Dr. Kleyton disse antes sobre a dificuldade.

     E tenho comigo, embora não tenha formação de nefrologista... Eu sou um daqueles médicos da geração antiga; quando terminava o sexto ano – eu já terminei o sexto ano no Proncor, uma clínica em Campo Grande, onde se cuidava de doenças cardiorrespiratórias –, a gente já saía, na época, atendendo. Não existia a figura do residente na minha época. No sexto ano, era o doutorando que cuidava da enfermaria, cuidava dos plantões... Era diferente; pouquíssimos eram os que faziam residência.

    E aqui eu quero lembrar, como disse o Dr. Kleyton, que vários pacientes que vão a óbito seriam potencialmente renais crônicos. O diabético é um, porque, nós todos sabemos, há quase que uma ligação muito grande: a diabetes é uma doença também silenciosa, que vai corroendo; e vai chegar, inevitavelmente, esse diabético a ser um renal crônico.

    Os transplantes existem, mas eles ainda precisam de mais estímulo. E o que mais nós precisamos – aí, eu, Eduardo Amorim, a Comissão de Assuntos Sociais – é fazer com que os procedimentos aconteçam e, sobretudo quanto ao que é destinado ao pagamento, vamos dizer assim, à remuneração principalmente da hemodiálise, é quase impossível você manter. Daí, há poucos centros de hemodiálise, porque hoje fica difícil você ter realmente uma clínica de hemodiálise em função da baixa remuneração que é feita pelo SUS a esse procedimento.

    Procedimento esse que, se não for feito, o paciente... Não há nada mais lógico que o seguinte: renal crônico, se não fizer a diálise, a hemodiálise ou diálise, vai a óbito. Sem falar que, no interior dos nossos Estados, toda semana esses pacientes, às vezes, viajam 200, 300, 400 quilômetros para irem a uma cidade onde há hemodiálise. E há pessoas que fazem isso duas vezes, três vezes por semana, além do tempo enorme de suas vidas em que ficam ligadas àquela máquina.

    E isso tudo, de algum modo, tem que sensibilizar... Não é possível você tratar essa questão da doença renal como se fosse uma doença... Não é uma doença que, se não tratada, se não se fizer o diagnóstico... Se houver o diagnóstico precocemente, você, pelo menos, vai fazer com que aquele paciente demore um tempo mais até chegar a ser um renal crônico – e, aí, é só transplante ou hemodiálise.

    Então, eu quero, neste dia, saudar aqui, elogiar a determinação, eu tenho certeza, do Doutor e Senador Eduardo Amorim. Todos nós aqui... Na verdade, nós somos poucos colegas médicos aqui, no Senado; mas, na Câmara dos Deputados – eu me lembro, pois fui Deputado por três mandatos –, nós chegamos a ter 65 colegas médicos numa legislatura.

    Eu acho que nós tínhamos que sensibilizar todos os outros colegas para que juntos, Deputados Federais e Senadores, pudéssemos entrar nessa luta, principalmente defendendo que esses recursos para a questão das doenças renais como um todo, mas em especial para a hemodiálise, sejam disponibilizados. Nós não podemos mais conviver com essa situação.

    A todos os senhores, colegas médicos e não médicos, a todos aqueles que tratam de vidas – e sem a presença de vocês ali, no dia a dia, nós teríamos...

(Soa a campainha.)

    O SR. WALDEMIR MOKA (PMDB - MS) – ... uma quantidade de óbitos muito maior –, os meus parabéns. E às médicas, parabéns em dobro, pelo fato de cuidarem do paciente, cuidarem das famílias, cuidarem de nós, e por este dia especial.

    Quero encerrar prestando uma homenagem exatamente à mulher médica, que faz tudo isso, lembrando que as mulheres são 51% da população – ou mais – e que são mães dos outros 49%.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/03/2018 - Página 20