DISCURSO ENCAMINHADO À PUBLICAÇÃO, NA FORMA DO DISPOSTO NO ART. 203 DO REGIMENTO INTERNO.

    O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - PI. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, o Dia Internacional da Mulher tem se convertido ano após ano em uma oportunidade de se celebrar e discutir a importância delas na sociedade. Uma importância que precisa estar para além das palavras, assentada em gestos, em mais espaços sociais e econômicos para elas, configurada em redução das diferenças que as colocam em posição subalterna.

    Nós temos razões de sobra para ter fé em mudanças que favoreçam a mulher. Muito em razão dos esforços delas, pessoais ou coletivos. Elas estudam mais e se preparam melhor para ocupar espaços no mercado de trabalho, seja no setor privado, seja no setor público. Sabe-se que até 2016, elas representavam no Brasil apenas 11% dos cargos de direção nas empresas. É ainda pouco. Mulheres em posição de liderança parecem ser um imperativo destes tempos em que elas se impõem como força de trabalho inovadora e cada vez mais capaz.

    Afirmo isso porque testemunho em meu Estado, o Piauí, um avanço da força feminina por melhor formação educacional. No Piauí, segundo dados do IBGE, elas estudam em média quase dois anos mais que os homens. Isso tem se refletido numa participação cada vez maior das mulheres no preenchimento de vagas em concursos públicos, inclusive nas carreiras de Estado, as quais exigem um elevado preparo daqueles que concorrem a estas vagas.

    Evidências frequentes deste novo perfil de ocupação de espaços administrativos e políticos podem ser expressas, aliás, na presença de mulheres na política no Piauí. Cito especificamente aqui os nomes de algumas mulheres progressistas com mandatos em meu Estado: a deputada Iracema Portella, a vice-governadora Margarete Coelho, a deputada estadual Belê Medeiros e as prefeitas Carmelita Castro, de São Raimundo Nonato, e Ana Célia, de Cocal de Telha, Maria das Virgens Dias, a Virginia, de Dom Inocêncio, Lúcia de Fátima, de Colônia do Piauí, Michele de Cruz, de São Lourenço do Piauí e Maria José de Sousa Moura, de Santana do Piauí.

    Cito ainda as vice-prefeitas progressistas Cynara Veras, de Barras, Luzinete Rodrigues, de Betânia do Piauí, Leslly Raquel Menezes, de Coivaras, Josefina Pinheiro Policarpo, de Monsenhor Hipólito, e Elvira Pereira de Carvalho, de Tanque do Piauí.

    Mencionei as mulheres progressistas, mas não posso deixar de lembrar de todas as mulheres piauienses - sobretudo as mais anônimas, aquelas que são mães, donas de casa, trabalhadoras, empresárias... Muitas delas são as responsáveis principais pela manutenção econômica de suas famílias e isso aumenta a sua responsabilidade e importância. Mulheres provedoras do lar são construtoras de um futuro melhor para seus filhos.

    O êxito das mulheres piauienses, bem assim o sucesso de mulheres pelo Brasil, resulta muito dos esforços delas, de lutas que antecedem em muito os tempos atuais. Mas ainda não são esses êxitos suficientes para assegurar que a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres proporcione a necessária equidade para que a maioria feminina na população brasileira se reflita em menos desigualdade.

    Neste rumo de equidade, aliás, chamo a atenção para o esforço do meu partido, o Progressistas, com objetivo de ampliar a participação feminina na política. Por meio da Fundação Milton Campos, o partido tem promovido debates e esforços para que haja mais mulheres na política, porque esta é a arena na qual elas poderão ocupar mais mandatos eletivos e cargos públicos os quais exercem sempre com muito desvelo.

    Se o esforço para se ampliar a participação da mulher na política já é grande, muito maior tem sido o suor derramado pelas próprias mulheres em se fazerem proativas na ampliação de seus espaços na vida pública, social e econômica do país. Esse mérito feminino de lutar e ocupar esses espaços precisa ser reconhecido e aplaudido de pé. Um reconhecimento que, no entanto, pode e deve ir além do elogio às mulheres por seus êxitos.

    É fundamental apoiar sistematicamente as mulheres em seus esforços contra a discriminação, a violência doméstica, muitas vezes sistêmica, o desrespeito aos seus direitos ou recorrentes práticas de assédio.

    Tudo isso posto, acredito que possa eu fazer ainda a afirmação pessoal de que estou em minoria em minha casa, onde predominam mulheres: minha esposa, três filhas, minhas irmãs, uma neta. Isso sem contar com a presença frequente de minha mãe, Eliane, a quem desejo expressar agradecimento pela vida e pela educação que tenho e em nome de quem quero desejar um feliz Dia Internacional da Mulher a todas as brasileiras, especialmente às brasileiras residentes no meu querido Estado do Piauí.

    Muito obrigado. Era o que tinha a dizer, Senhor Presidente.