Comunicação inadiável durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio ao Pe. Júlio Lancelotti, que auxilia a população de rua em São Paulo, e à Srª Francisca, presidente do movimento das quebradeiras de coco babaçu, no Maranhão, vitima de tentativa de assassinato.

Homenagem pelo transcurso do Dia da Batalha do Jenipapo, ocorrida no Estado do Piauí, em favor da independência do Brasil.

Destaque à matéria do Jornal do Brasil a respeito da diferença das taxas de juros cobradas pelos bancos aos clientes do Brasil e da Espanha

Autor
Regina Sousa (PT - Partido dos Trabalhadores/PI)
Nome completo: Maria Regina Sousa
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Apoio ao Pe. Júlio Lancelotti, que auxilia a população de rua em São Paulo, e à Srª Francisca, presidente do movimento das quebradeiras de coco babaçu, no Maranhão, vitima de tentativa de assassinato.
HOMENAGEM:
  • Homenagem pelo transcurso do Dia da Batalha do Jenipapo, ocorrida no Estado do Piauí, em favor da independência do Brasil.
ECONOMIA:
  • Destaque à matéria do Jornal do Brasil a respeito da diferença das taxas de juros cobradas pelos bancos aos clientes do Brasil e da Espanha
Publicação
Publicação no DSF de 14/03/2018 - Página 38
Assuntos
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > HOMENAGEM
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • APOIO, SACERDOTE, VITIMA, AMEAÇA, MOTIVO, TRABALHO, POPULAÇÃO CARENTE, CIDADE, SÃO PAULO (SP), MULHER, MOVIMENTO SOCIAL, LOCAL, ESTADO DO MARANHÃO (MA), TENTATIVA, HOMICIDIO.
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, LUTA, ESTADO DO PIAUI (PI), COMBATE, DOMINIO, PORTUGAL, FAVORECIMENTO, INDEPENDENCIA, BRASIL.
  • COMENTARIO, COBRANÇA, JUROS, CLIENTE, BANCOS, LOCAL, BRASIL, COMPARAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ESPANHA, CRITICA, CONCENTRAÇÃO, MERCADO FINANCEIRO.

    A SRª REGINA SOUSA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PI. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) – Presidente, reponha o meu tempo. Já são só cinco, reponham aí porque se não... O Senador tem que me dar os dez.

    Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado e as pessoas que acompanham pela rede social.

    Eu quero falar de algumas coisas rápidas.

    Primeiro, eu quero solidarizar-me com o padre Júlio Lancelotti, que vem sofrendo ameaças pelas redes sociais e por pessoas também passando em sua porta. É uma pessoa que faz um trabalho maravilhoso com a população de rua em São Paulo. Aliás, se não fosse o padre Júlio eu não sei o que seria da população que mora na rua, da população em situação de rua em São Paulo. As pessoas se incomodam com quem faz o bem, parece.

    Quero, também, solidarizar-me com a Francisca, do MIQCB, que é o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – inclusive o Maranhão faz parte, Sr. Presidente –, que também foi vítima de uma tentativa de assassinato que por pouco não se consumou, porque a irmã gritou e ela correu. O homem estava perto dela já com uma faca, tudo por conta da questão da terra. Esses conflitos estão voltando com muita rapidez e com muita frequência, essa história da briga, da questão do conflito pela terra, que tinha diminuído bastante. A Francisca foi ameaçada e está muito apavorada. Sábado faremos, lá no meu Piauí, em São João do Arraial, um ato de defesa das quebradeiras de coco, principalmente na pessoa dela, porque há outras também sendo ameaçadas.

    Eu queria falar também, rapidamente, que hoje é 13 de março, Dia da Batalha do Jenipapo, no meu Piauí, porque venderam, para nós, que nós tivemos a independência do Brasil sem derramamento de sangue, mas no Piauí, Maranhão e Ceará houve derramamento de sangue, sim – lá no Piauí, na Batalha do Jenipapo, que foi a última, em 13 de março. De setembro para 13 de março aconteceram vários episódios no Piauí e os trabalhadores, as pessoas, os intelectuais se juntaram para enfrentar as tropas portuguesas, comandas por Fidié, e hoje estão comemorando, lá em meu Estado, o dia 13 de março.

    Inclusive a gente quer transformar essa data, porque os historiadores resgataram a história do Brasil, que dizia que na independência do Brasil não houve sangue, mas teve. Muita gente morreu e os pesquisadores descobriram isso. Foram à Portugal estudar história, e o que mais se destaca é a questão da participação das mulheres.

    As mulheres, vendo que seus maridos estavam em desvantagem nas armas – porque as tropas portuguesas eram muito bem armadas, e eles lutavam com garruchas, foices e facão –, venderam as suas joias para comprar armas para os maridos. Essa é uma passagem superimportante da participação da mulher na história do Brasil.

    Por último, quero falar de um artigo do Jornal do Brasil de domingo, que fala sobre os bancos. Não sei se alguém já falou aqui, mas eu li e achei interessante que algum jornal... Achei corajoso o Jornal do Brasil fazer essa abordagem: "Santander cobra 1.791% mais" do que ele cobra na Espanha, que é a sede, de juros no Brasil para empréstimos. A matéria é muito boa, sobre a questão dos juros, que acho que é uma questão que este Senado está devendo para a população.

    Todos os dias baixa a taxa de juros – está em 6,5%, parece –, e o cidadão não sente essa baixa dos juros nas suas ações, nas suas operações bancárias. É um absurdo a operação do cartão de crédito e é um absurdo o que se paga de taxas nos bancos. A primeira coisa é que há uma tal de TAC, que é a taxa de abertura de crédito. Quando se pede um empréstimo, já não se recebe todo, porque um pouquinho já fica lá como taxa de abertura de crédito. O cara está emprestando o dinheiro e vai receber juros, mas ainda cobra uma taxa para abrir o crédito.

    Há outras taxas de proteção. No meu cartão de crédito vem "Proteção Ouro", proteção do cartão.

(Soa a campainha.)

    A SRª REGINA SOUSA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PI) – Vai proteger o meu cartão não sei de quê, mas há uma taxa mensal. E assim o banco vai ganhando. Há uma taxa de manutenção e há a taxa de movimentação. Então, banco nunca perde neste País.

    Essa matéria eu aconselho que todo mundo leia, porque foi corajoso o Jornal do Brasil de mostrar isso, mostrando que não há razão de ser, porque eles dizem que a taxa alta aqui é pela conta da dívida no Brasil e mostrou que a dívida do Brasil em relação ao PIB é menor do que a da Espanha. Então, por que não pode ser a mesma taxa de lá?

    Mostrou também que quatro famílias controlam 60% do mercado financeiro. Isso também precisa ser tocado. A gente não pode deixar, porque geralmente quem recorre a pequenos empréstimos são as pessoas mais pobres. A gente precisa proteger essas pessoas.

    Eu acho que é preciso haver um grande debate aqui sobre o sistema financeiro deste País...

(Soa a campainha.)

    A SRª REGINA SOUSA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PI) – ... sobre a taxa de juros cobrada do cliente, cobrada do cidadão e a taxa de juros cobrada para os empréstimos para os grandes projetos, e compatibilizar, melhorar isso.

    Fizeram uma propaganda danada de que iria melhorar, mas a taxa do cartão continua 380%. Então, a gente precisa discutir a taxa de juros neste Senado, talvez até em sessão temática.

    Achei muito corajosa a matéria do Jornal do Brasil.

    Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/03/2018 - Página 38