Discurso durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Crítica às altas taxas de juros praticadas no País.

Autor
Zeze Perrella (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MG)
Nome completo: José Perrella de Oliveira Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Crítica às altas taxas de juros praticadas no País.
Publicação
Publicação no DSF de 14/03/2018 - Página 61
Assunto
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • CRITICA, QUANTIDADE, TAXA, JUROS, PAIS, ENFASE, CARTÃO DE CREDITO, APOIO, PROPOSTA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ASSUNTO.

    O SR. ZEZE PERRELLA (PMDB - MG. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, primeiro, eu gostaria de cumprimentar a Senadora Gleisi por essa manifestação. Eu, que tive 20 anos da minha vida ligados a um clube de futebol, posso afirmar que a maioria da violência acontece fora dos estádios e não dentro dos estádios. Eu acho que o livre direito à manifestação não pode ser podado em situação nenhuma. Então, parabéns, Senadora Gleisi, pelo seu pronunciamento! Conte aqui com o meu apoio.

    O que me traz aqui é a luta do Senador Ataídes contra essas abusivas taxas de juros. Eu fiz um projeto aqui, um ano atrás, limitando essas taxas de juros, Senador Eunício, a duas vezes e meia da taxa Selic, quando a taxa Selic estava em 14%. É um absurdo se cobrar de 350% a 500% ao ano no cartão de crédito, sob o argumento: "O cartão está com você, você usa se quiser." Uma pessoa que vai ter a sua luz cortada e que precisa comprar alimentos para sua família não vai usar o cartão?! Às vezes, uma pessoa chega ao ponto de roubar para não deixar um filho passar fome e não vai usar um cartão de crédito?!

    O que acontece com o Sistema Financeiro Nacional hoje é um absurdo! São verdadeiros ladrões – ladrões!

    Eu conversava ontem com um Deputado Federal, não vou dizer o nome porque ele não me autorizou, e ele me disse que tinha ido financiar um carro pelo Bradesco. Ele não tem um protesto na vida, nem protesto nem processo, e o Bradesco disse a ele para financiar o carro em nome da mulher porque ele era político – pessoa politicamente exposta é o termo. Nós hoje aqui somos pessoas politicamente expostas. E eu tenho notícia de que o Bradesco está convidando vários políticos, sem nenhum motivo, a encerrar as suas contas, sem nenhum argumento plausível. Quer dizer, nós estamos pagando hoje por sermos políticos.

    Que se punam os políticos corruptos, que se prendam os ladrões, mas não se pode generalizar, Senador Paim! O empresário não pode pagar pelo fato de ser político. Isso vai afastar as pessoas de bem, Senador Paim, da política. Isso vai ficar na mão de ladrão mesmo, porque ladrão não precisa de conta em banco, ele tem conta na Suíça. O político ladrão tem conta na Suíça, não precisa ter conta no Bradesco nem no Itaú. Então, nós não podemos permitir.

    E essa CPI vem em muito boa hora para que nós possamos deixar isto definitivamente esclarecido: não só as taxas abusivas, mas a discriminação que esses bancos estão fazendo hoje contra a classe política.

    É o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/03/2018 - Página 61