Pela ordem durante a 32ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre as mortes de policiais militares em Espírito Santo (ES).

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Comentários sobre as mortes de policiais militares em Espírito Santo (ES).
Publicação
Publicação no DSF de 22/03/2018 - Página 92
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • COMENTARIO, MORTE, GRUPO, POLICIAL MILITAR, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), MARIELLE FRANCO, VEREADOR, MUNICIPIO, RIO DE JANEIRO (RJ), CRITICA, AUMENTO, VIOLENCIA.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, faço dois registros. Foi alvejado, de uma forma muito covarde no meu Estado, o Soldado PM Afonso Miller, um jovem idealista, saindo da academia, de um treino de jiu-jitsu no Bairro de São Torquato, em Vila Velha. E está num estado grave.

    Virou moda matar policial. Até porque a glamourização do crime no Brasil cresceu muito ao longo desses catorze anos. A mídia fez da polícia a essência do crime no Brasil, como se a polícia do Brasil fosse pior que as polícias do mundo.

    No meu Estado, ficamos 30 dias sem a polícia, enclausurados, trancados em casa, enquanto a marginalidade corria pelas ruas. Entendemos, nós, a sociedade de bem, que é ruim com a polícia, muito pior sem a polícia. Ninguém fala e parabeniza os policiais de bem, aqueles que fazem segurança pública por sacerdócio, mal remunerados, mal reciclados.

    Por isso, Presidente, eu me solidarizo com a família do PM Afonso Miller, um jovem ainda. Nós precisamos pedir a Deus para que ele se recupere. Está na UTI, muito grave. Aqueles que rezam, que rezem para que ele se recupere, porque o Espírito Santo precisa desse PM jovem.

    Ainda registro, Presidente, que no Bairro do Soteco, houve uma tentativa de homicídio por arma de fogo. Lá em Vila Velha, um Sargento RR da PM foi alvejado com três disparos. Sargento Schultz, da RR. É uma sigla, imagino que para rádio patrulha. Esse sargento foi alvejado de forma covarde.

    Parece que é uma coisa normal atirar em polícia, matar polícia. Parece que nós aceitamos isso pacificamente. E nós não podemos aceitar pacificamente.

    Aí dizem, "não, porque há muito marginal na polícia." Há marginal na polícia? Onde não deveria haver, há, na igreja. Na OAB está cheio de marginal. No Conselho de Medicina também. Na Federação da Indústria, na Federação do Comércio. Na política, então...

    E aí não se lembram de que eles têm família, que têm filhos, que têm pai e têm mãe. E aí abre a boca uma mídia esquerdopata e vai para os vídeos e vai para os seus blogues atacar a polícia.

    Sr. Presidente, quero dizer que a Vereadora que foi morta... Eu fiz uma postagem cristã, dizendo o seguinte: olha, nós não podemos pensar nesta hora em ideologia. Até em confissão de fé. Porque ninguém tem direito de ser acintoso contra a integridade física de alguém, Senador José Medeiros. Ninguém. Ninguém tem direito de matar ninguém. Ninguém.

    A Vereadora foi morta não porque ela é negra; não porque é mulher; e não porque tem uma opção sexual – ela era gay. Não, não foi morta por isso. Ela foi morta pelas mesmas razões que os outros. Estamos num País violento. Ela morreu porque glamourizaram o crime no Brasil, porque macho de 17 anos estupra, sequestra, mata, põe fogo em ônibus, quebra patrimônio público e depois é tratado como menor como se alguém confundisse escopeta com chupeta. É hora da gente rediscutir e voltar a discutir a redução da maioridade penal.

    Nós não vivemos no país de Alice. O País é violento! Nós não podemos dormir de porta aberta. Esse não é o Fantástico Mundo de Bob e é assim que se trata. É preciso que sejamos solidários com a família da Vereadora, com a mãe, com o pai, com a filha e respeitar a opção sexual dela porque a regra da boa convivência é o respeito, mas ela não foi morta por causa de nada disso. Foi morta pela mesma causa pela qual foi morto o aposentado na porta do banco: "Perdeu, vagabundo" e tomou um tiro na cabeça, tomaram a aposentadoria dele, pela mesma razão que mataram a mulher do ponto do ônibus, para tomar um celular. O País é violento.

    Então, quero me solidarizar com a polícia do meu Estado, porque há uma maioria absoluta de sacerdotes da segurança pública neste País e que estão escondidos, vivem com medo porque até para dar um tiro têm que pagar a bala. Se atirou, vai pagar a bala. Mal remunerados. Por isso, à família do PM Miller, à família do Sargento Schultz, a minha solidariedade e a esperança de que vocês se recuperem, porque o Espírito Santo precisam de vocês na rua para poder ajudar a devolver às ruas, aos donos verdadeiros das ruas e das praças que são os cidadãos, as crianças.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/03/2018 - Página 92