Discurso durante a 36ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Críticas à narrativa do PT a respeito de suposta perseguição política ao ex-presidente Lula pelo Poder Judiciário.

Registro do lançamento da pré candidatura de Álvaro Dias para a Presidência da República.

Autor
José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Críticas à narrativa do PT a respeito de suposta perseguição política ao ex-presidente Lula pelo Poder Judiciário.
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Registro do lançamento da pré candidatura de Álvaro Dias para a Presidência da República.
Aparteantes
Ana Amélia.
Publicação
Publicação no DSF de 29/03/2018 - Página 71
Assuntos
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • CRITICA, DISCURSO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), MOTIVO, AUSENCIA, PERSEGUIÇÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • REGISTRO, LANÇAMENTO, ALVARO DIAS, SENADOR, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, SOLICITAÇÃO, MELHORIA, DEBATE, CAMPANHA ELEITORAL, CRITICA, GESTÃO, GOVERNO FEDERAL, PERIODO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Muito obrigado, Sr. Presidente, Senador Dário Berger, eminente representante do Estado de Santa Catarina.

    Cumprimento todos os que nos assistem neste momento nas galerias, toda a imprensa e também os que nos acompanham pelas redes sociais e pela TV Senado.

    Sr. Presidente, o Tribunal Regional Federal confirmou a condenação do ex-Presidente Lula, fixando a pena em 12 anos e 1 mês de prisão. Agora, condenado em segunda instância e inelegível, Lula insiste em andar pelo Brasil afora com uma caravana. Óbvio que as perspectivas de Lula candidato não guardam relação com a realidade dos fatos, a menos que se resolva rasgar todo o ordenamento jurídico, a Lei da Ficha Limpa, rasgar a legislação eleitoral e tudo o mais.

    Já disseram que cada um pode ter sua versão para fatos, mas não pode ter seus próprios fatos. É aquela coisa: S. Exª, os fatos.

    É aquilo que já dizíamos durante o impeachment: se há um cadáver no meio da sala, Senador Dário Berger, pode haver mil versões, mas existe um fato ali; há alguém morto na sala. Aí vêm várias perguntas: quem matou e quem é responsável por aquele cadáver ali?

    O fato é que, na trajetória dele, existe não só um cadáver. Existem vários cadáveres. Existe uma Pasadena, existe uma Abreu Lima, existe um Porto de Mariel, existe Angola, existe uma vasta casta de acontecimentos que acabaram com o seu portfólio, com o seu crédito. Ou seja, um rosário de fatos que lhe trazem problemas.

    Bom, como se enfrentaria uma situação dessa? Como se enfrenta um negócio desse?

    Um processo se enfrenta – qualquer aluno do primeiro ano de direito sabe – com a contratação de um advogado e com a tentativa de desconstrução das teses das acusações. Só que são tantas, e as provas são tantas, que elas se derramam como aquela barreira de Mariana, e já não há mais o que fazer.

    Aí se parte para quê? Para o coitadismo. Passa-se a dizer: o ex-Presidente é um perseguido.

    Mas a grande realidade dos fatos é que a flauta do Partido dos Trabalhadores e do Presidente Lula não encanta mais – ela não encanta mais.

    Por onde ele passa, ouve o povo brasileiro, o povo trabalhador – aqueles que acordam cedo e dormem tarde para ganhar a vida honestamente – ficar revoltado e praticamente ignorá-lo. A única sorte que ele teve nessas caravanas foi que agora, no Rio Grande do Sul, algumas pessoas resolveram jogar ovo na caravana, e isso trouxe alguma notoriedade para sua caravana.

    Por isso que eu peço aqui às pessoas: deixem Lula fazer sua caravana, deixem Lula passar, deixem-no falar o que quiser. Essas mentiras todas já foram ditas, todo mundo já sabe o que é. Esse debate tem que ser feito não da forma que eles querem, porque o que o PT e o Lula querem é justamente isto: se passarem por coitados.

    Então, gente, aonde ele chegar, deixem-no fazer o comício dele. Vai haver três ou quatro lá. Se eles tiverem dinheiro para mortadela, vai haver mais gente, senão, não vai haver ninguém. Mas, se houver uma cusparada – eu digo cusparada, porque eles gostam muito de fazer isso, José de Abreu, Jean Wyllys –, eles vão usar isso aqui nesta tribuna, vão usar em tudo que é lugar para se passarem por vítimas, para se passarem por coitados.

    Sabe qual é a tática dessa gente? A tática é a seguinte: eles irritam os adversários, eles xingam os aniversários, eles humilham os adversários e esperam uma reação. Quando as pessoas reagem, Senador Dário Berger, quando as pessoas reagem, eles rotulam. Rotulam de que forma? Chamam de fascistas, chamam de nazistas e por aí vai. Feito isso, eles começam a se vitimizar, a se sentirem coitados, a dizerem que a democracia está sendo afrontada, que o Brasil é um país de ódio e que o Brasil está sendo destruído pelos nazistas e pelos fascistas. Conversa fiada: brasileiro não gosta de violência, não. Graças a Deus e sorte do PT que o Brasil é um país pacífico. Pelo tempo que este Governo está tentando transformar isso aqui numa Venezuela, nosso povo é muito pacífico.

    E olha, eu anseio, como nunca, que desses tiros que foram dados no ônibus seja descoberto o autor, por duas coisas: primeiro que, se o autor for de fora do staff petista, o sujeito é de uma burrice relinchante. Eu vou dizer de novo: é de uma burrice relinchante, não entende nada de política e realmente tem que ser preso, tem que ser enquadrado em todos os artigos possíveis, porque gente desse tipo não pode nem passar perto de política. Nós temos tudo na mão para vencer isso no debate. É por isso que anseio pela investigação desses tiros, Senador Dário Berger, porque eu não acredito em bruxas, mas dizem que elas existem.

    Então, vamos esperar a investigação. Eu espero que a polícia possa fazer uma investigação muito, muito séria.

    Eu digo isso, Senador Dario Berger, porque eu trabalhei por 20 anos na polícia e, por diversas vezes, acabei, infelizmente, participando de tiroteios. Existem diferenças quando você atira num carro em movimento e quando você atira num carro parado. Você tem que considerar a velocidade do carro, e, dificilmente, o buraco da munição fica a 90º, porque há o movimento da viatura, o movimento do carro. Deem uma olhada nas fotos daquele ônibus lá. O tiro está a 90º! Bom, a menos que o carro estivesse a 10km/h.

    Mas vamos esperar as investigações, não vamos nos açodar, não. É o que eu digo: seja lá quem for que atirou, deve ser punido. Não dá para dizer que "Ah, mas o PT incitou o ódio etc..." Olha, se você não consegue fazer o debate na base dos argumentos, você não está preparado para a política.

    Então, como eu disse, Senador Dario Berger, o fato é que a flauta não encanta mais e, por onde ele passa, já não arrasta mais multidões. E eu sei que isso deve incomodar muito.

    Mas eu digo que tenho de dar o braço a torcer, porque eles nos surpreendem. Eles nos surpreendem porque, a cada dia, é uma coisa nova; e nos surpreendem pela falta de rubor total e pela incoerência das coisas.

    Vejam bem que, há pouco tempo, estavam levando crianças de 1 a 4 anos, do ensino fundamental, para assistir a uma exposição onde havia figuras extremamente controversas, tais como um negro sendo currado por dois brancos, enfim, figuras extremamente controversas que eu não vou ficar aqui repetindo. Enfim, era uma exposição para adultos, com conteúdo adulto. Mas, não, em nome da cultura e tudo mais, levaram as crianças e defenderam aqui a liberdade artística, disseram que o que nós estávamos querendo fazer aqui era censura, porque nós defendíamos a classificação do conteúdo. Babaram, vociferaram, trouxeram artistas aqui ao Senado dizendo: "Estão querendo cercear a cultura!" E, aí, o que estão fazendo agora? Estão criticando o Zé Padilha e o Netflix, Senador Dario Berger, porque lançaram a série O Mecanismo, que narra os fatos que aconteceram nos últimos anos no Brasil. Querem censurar o Netflix!

    Se a ex-Presidente Dilma e o Lula não gostaram da série, eu digo o seguinte – e não assisti ainda: se eles dois não gostaram, gente, eu já indico como uma boa pedida. Eu já aconselho a assistirem à série.

    Mas o Lula não é a razão da minha fala. Minha fala, Senador Dário Berger, é sobre o futuro, sobre otimismo,...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – ...sobre as propostas para virar essa triste página da nossa história.

    Meu otimismo decorre da certeza de que, nunca antes na história do Brasil, o eleitor esteve tão ciente do poder que tem em suas mãos. Eu digo isso porque fui agora de Vila Rica, lá no nordeste de Mato Grosso, e andei o Araguaia quase todo. E eu via que as pessoas estão interessadas, sim, em olhar o perfil dos candidatos e estão muito antenadas com o que está acontecendo.

    Eu encontrei catarinense, Senador Dário Berger, relembrando a extraordinária administração que V. Exª fez lá em Florianópolis. E falo isso aqui com muito gosto, porque fiquei contente de ouvir catarinenses lá em São Félix do Araguaia me contando isso. E queria parabenizá-lo por isso.

    Mas esse otimismo vem da convicção de que nossas instituições estão funcionando e que a população acompanha tudo com muita atenção.

    Não incentivo, Senador Dário Berger, não incentivo, já disse aqui, as ações feitas nas minguadas caravanas do Partido dos Trabalhadores. E conclamo a todos para irmos para o debate nas redes sociais. Mas um debate, não é agredindo, não; não é agredindo, chamando de "petralha", não é diminuindo, não é fazendo a cartilha do Partido dos Trabalhadores. É indo ao mérito da questão, é procurando os números.

    Por exemplo, vamos lá. O Presidente tem saído por aí e tem dito que tudo o que está acontecendo com ele é uma perseguição, Senador Dário Berger, porque os ricos e a elite brasileira têm medo dele. E que ele é o candidato dos pobres, o candidato da pobreza. Tudo bem. Sem xingá-lo, sem odiá-lo, vamos pegar esses números. Vamos ver o período e ver se realmente foi assim. Vamos ver quanto a pobreza diminuiu nesses anos. Vamos ver se foi com essa pobreza que eles foram para a mesa. E você vai ver que não; foram para a mesa, sabe com quem? Com as campeãs.

    Nós estávamos na CAE, e eu me lembro de que V. Exª estava lá, Senador Dário Berger. Estava lá na época o Presidente do Banco Central, o Bendine. E eu perguntava para ele o seguinte: qual foi o critério para que fossem escolhidas algumas empresas e feito tanto aporte financeiro para que elas se tornassem tão robustas, ao ponto de vampirizar as outras? Cito, por exemplo, o caso da JBS, que ficou tão forte, que acabou com as outras empresas concorrentes e fechou plantas frigoríficas pelo País inteiro, como é o caso de Vila Rica, no Mato Grosso, uma cidade que não é grande, uma cidade pequena, e que perdeu 700 empregos, porque a JBS foi lá e fechou a planta.

    Mas o Presidente do Banco Central respondeu que o critério foi o seguinte: pegamos ali as maiores empresas e que foram escolhidas, as chamadas campeãs, e nós fizemos esse aporte. Quer dizer, é no olhômetro. É o capitalismo do companheiro: eu escolho alguns, e vamos para cima. Então, foi com os ricos que eles se sentaram à mesa. E eu não sou contra rico; eu não faço aqui a política da luta de classes. Nós precisamos é de prosperidade.

    Mas ele dizia o quê? Que ele é o candidato dos pobres e que a elite e os ricos não querem que ele volte ao poder. Mas nós precisamos fazer este debate, de mostrar a incoerência, de fazer o contraponto. Então, eu não tenho dúvida de que, nesta próxima eleição, nós seremos testemunhas, Senador Dário Berger, testemunhas privilegiadas da renovação política com qualidade. Renovação em termos de idade, não; em termos de comportamento, em termos de colocarmos no País pessoas que tenham comportamento à altura de conseguir governar o País.

    O eleitor já relegou ao esquecimento essas velhas figuras que levaram o Brasil à mais profunda crise da nossa história. No campo da campanha presidencial, já temos um pré-candidato, Senador Dário Berger. Por acaso ele acabou de entrar aqui no plenário e representa a excelente visão do futuro para o nosso País. Nós podemos fazer diferente. Sem nos limitar ao ódio dos extremistas, o que o País precisa, a esperança do povo trabalhador, que quer mais de um país melhor, é da linha do equilíbrio, da probidade, da boa gestão, da sensibilidade e empatia com o povo.

    A radicalização que esse Partido que ficou 13 anos no poder tenta pautar é péssima para o País, mas tenho certeza de que o eleitor vai aproveitar a oportunidade histórica de reescrever nosso futuro com equilíbrio.

    E nós temos pré-candidato. V. Exª, por exemplo. Quando eu disse que lá em São Félix do Araguaia estavam relembrando a sua administração, Senador Dário Berger, é porque as pessoas guardam com carinho aquele que cuidou bem da sua cidade.

    Então, essas pessoas subiram ao poder, tiveram o carinho da população brasileira, fizeram essa bagunça toda e agora se passam por vítimas. E é o que eu dizia há pouco, Senadora Ana Amélia. Eles andam por aí fazendo a seguinte política: irritam, xingam os adversários, fazem o diabo! E esperam reação. Quando as pessoas reagem, eles rotulam: nazistas, fascistas e tudo o mais. E, depois de rotular, pedem paz: "Nós somos da paz".

    Aí, você pega os vídeos de Stédile. Pelo amor de Deus, o que Stédile falou nessa semana sobre as pessoas que produzem... Poxa, eu fiquei ofendido, porque sou filho de lavrador. Eu duvido que Stédile tenha puxado enxada, senão ele não estava falando aquilo.

    Aquele Vagner da CUT e o outro que falou ali no Palácio do Planalto são extremamente ofensivos. Mas isso não pode. O Jean Wyllys cuspindo nos outros, o José de Abreu, eles podem tudo.

    Mas é o que estou falando: não vamos entrar no ódio deles. Nós vamos fazer este debate e perguntar: "Escuta, vocês são candidatos dos pobres, mas por que a pobreza aumentou?" "Vocês dizem que são contra os ricos, mas os bancos nunca ganharam tanto dinheiro como no governo de vocês." Nós vamos começar a fazer esse debate. O PT não aguenta debate de mérito. Eles aguentam... Eles aguentam, não! Eles, até na Justiça, estão procurando as filigranas processuais para tentar se salvar, porque não conseguem enfrentar o mérito.

    Então, essa é a discussão.

    Já encerrando, Sr. Presidente, concedo um aparte à Senadora Ana Amélia.

    A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Senador José Medeiros, a gente percebe claramente uma forma de tratar as coisas conforme as suas conveniências. Assim são useiros e vezeiros os representantes do partido que esteve no poder por 13 anos em tentar fazer a versão que eles querem. E aí criam esse clima de tentar carimbar, de tentar atribuir aos outros aquilo que os outros não fazem, mas que eles fazem, porém dizem que só os outros fazem. Então, queria dizer a V. Exª que quantos laboratórios de pesquisa, com pesquisa em áreas de ciência pura na área de agricultura, foram destruídos? Quantos laboratórios? Eu vi muito pesquisador e pesquisadora chorando porque sete anos de pesquisa com várias culturas, Senador Medeiros, foram destruídos. É como se você pegasse um filho e o jogasse na rua, você jogasse um filho que você criou. Um pesquisador numa pesquisa dedica-se àquilo como se fosse um filho gerado por ele. Destruíram, incendiaram. E como vão lá? Vão de rosto aberto, mostrando? Não, vão com o rosto tapado. Um ataque do puro vandalismo. Quantas estradas foram fechadas, bloqueadas por protestos? Quantas? Quantas ambulâncias não puderam chegar ao seu hospital por causa desses protestos? Isso pode, isso é apenas força de expressão, isso é democracia. Mas se você faz uma movimentação de produtores, não, eles são caloteiros, eles estão fazendo errado, estão pegando o dinheiro do financiamento e estão usando para o seu benefício. E aí querem o quê? Querem o que nessa relação? Então, a democracia deles é uma democracia diferente, Senador. A democracia deles permite tudo, permite tudo. A nós não cabe outro jeito a não ser ficarmos calados, mas estão enganados, nós não nos calamos. V. Exª não se cala, eu não me calo. Como se diz na minha terra, Lagoa Vermelha: a gente não leva desaforo para casa, Senador. E, dentro de uma atitude democrática, de um comportamento democrático, faremos sempre assim. Então, queria fazer esse aparte a V. Exª para concordar. V. Exª também é... As pessoas agora mesmo estavam em meu gabinete, eu estava lá com os transportadores, vítimas dos roubos de carga, que é o crime organizado. E muitos falando de V. Exª; V. Exª conhece bem esse setor, conhece como ninguém, porque é um profissional da segurança nas estradas. Então, Senador Medeiros, V. Exª tem sempre a oportunidade e o cuidado de abordar bem as questões. Estou aqui apenas para reafirmar esse compromisso com a democracia, com o diálogo, com a paz, com o embate, mas não vamos nos furtar e não vamos levar desaforo para casa.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Muito obrigado, Senadora Ana Amélia. Agradeço-lhe por esse aparte.

    E finalizando, Sr. Presidente, eu creio que o debate não é se atiraram ou não atiraram no ônibus do ex-Presidente. O debate não é se jogaram ovo ou se não jogaram ovo no ex-Presidente. Isso é caso da polícia, a polícia vai cuidar disso. O debate é se nós vamos deixar esse partido transformar o Brasil no que os companheiros deles transformaram a Venezuela.

    Como eu disse, Senador Alvaro Dias, V. Exª, muito provavelmente, será o próximo Presidente da República, e eu espero que a primeira coisa que V. Exª possa fazer é, justamente, mostrar aos brasileiros que daqui para a frente teremos segurança jurídica. O brasileiro vai poder ter direito à sua propriedade. Porque hoje eles relativizaram tudo, achincalharam.

    Ontem, estava escutando o rádio e ouvi o pronunciamento do Senador Magno Malta – pelo qual o parabenizo, Senador, V. Exª foi muito bem – sobre o STF. No que esse povo transformou o nosso STF?

    Então, Senador Alvaro Dias, viajei o Araguaia, desde a região do nordeste de Mato Grosso, quase todo o Araguaia, e vi o quanto as pessoas, o quanto os brasileiros estão querendo realmente um Brasil equilibrado, um Brasil para a frente. Não tenho dúvidas de que teremos a chance, agora em 2018, de termos uma guinada, um diferencial na vida desse povo. Não dá para um País deste tamanho ficar com gente tão pequena e que, além de ser pequena, apequena o debate.

    Não sei se V. Exª já ouviu aquele jargão, Senador Alvaro Dias, de que time grande quando joga bola com time ruim fica com o futebol ruim. Esses dias me disseram: "Medeiros, o debate no Senado está muito pequeno". Eu falei: Mas é difícil fazer um debate à altura com gente tão ruim de debate. A não ser que você ignore e não responda nada. Aí fica a versão deles. Então, não tenho dúvidas de que nós podemos fazer uma coisa diferente, disso não tenho dúvidas.

    Está começando o debate eleitoral. Por isso, torno a falar para as pessoas: não caiam nas armadilhas porque o que querem é isso. Deixem fazer suas caravanas, vão ter três ou quatro pessoas. Se não tiver mortadela, vai ser esse o número. Deixem para lá.

    Senador Dário Berger, muito obrigado pela tolerância. Cumprimento novamente todos os que nos acompanharam até agora.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/03/2018 - Página 71