Discurso durante a 37ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a comemorar a erradicação da Febre Aftosa no Brasil e o reconhecimento internacional da condição de país livre da doença.

Autor
Wellington Fagundes (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO:
  • Sessão especial destinada a comemorar a erradicação da Febre Aftosa no Brasil e o reconhecimento internacional da condição de país livre da doença.
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2018 - Página 22
Assunto
Outros > AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, ERRADICAÇÃO, FEBRE AFTOSA, BRASIL, RECONHECIMENTO, PAIS ESTRANGEIRO, AUSENCIA, DOENÇA, GADO, PAIS.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Meu caro companheiro, Senador Waldemir Moka; em seu nome, quero cumprimentar também a Senadora Ana Amélia, a nossa sempre Presidente da Comissão de Agricultura aqui do Senado; e, em nome do Senador Cidinho, todos aqueles Senadores que passaram por aqui hoje.

    Cumprimento o Ministro da Agricultura, o Ministro e Senador Blairo Maggi. Em seu nome, eu gostaria de cumprimentar aqui toda a equipe do Ministério da Agricultura, o Secretário-Executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Roberto Novacki, que também é do nosso Estado de Mato Grosso e tem demonstrado sua competência, nos momentos em que esteve presente como Ministro, pois já assumiu interinamente. Naquele momento da Carne Fraca, houve um trabalho muito forte por parte de toda a equipe, mas agregado ao trabalho do Ministro de Eumar Novacki também.

    Quero cumprimentar o Presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, e também, em seu nome, a toda a instituição Embrapa, pelos relevantes serviços prestados ao Brasil.

    Nossos cumprimentos ao Secretário de Defesa e Agropecuária do Ministério da Agricultura, o nosso companheiro Luís Eduardo Pacifici Rangel, que também, por muitas vezes, tem vindo aqui ao Congresso e prestado contas do trabalho, sendo um excelente profissional em frente àquela Pasta.

    Quero cumprimentar também nosso companheiro, Dr. Francisco Cavalcante de Almeida, que assumiu há tão pouco tempo o nosso Conselho Nacional de Medicina Veterinária, com uma missão bastante forte, no sentido de modernizar mais e entrosar mais a comunidade do conselho. Quero cumprimentá-lo. Ele esteve aqui na semana passada, comigo, e conversamos bastante. Então, quero saudá-lo, em nome de todos os médicos veterinários do País.

    Mas aí eu preciso cumprimentar os médicos e as médicas veterinárias, zootecnistas, aqui, em nome da Drª Tânia Lira, que é ex-Secretária de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, e também da Drª Judith, que é da área de material genético no Ministério da Agricultura. E, aí, eu cumprimento todas as mulheres que aqui estão, que não são poucas. Parabéns, porque, quando se fala nessa área, pensa-se muito na presença do homem, mas, na verdade, temos inúmeras mulheres fazendo esse trabalho aqui, no sentido de fortalecer principalmente a nossa profissão.

    Quero aqui cumprimentar o meu companheiro e amigo, e o faço como Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso, no período de 1992 a 2004, mas também saudando todos aqueles que fazem parte da Federação atualmente.

    E cumprimento o Dr. Mário Borba, que é da CNA. Em nome da CNA eu cumprimento também a todos aqueles que fazem parte do sistema.

    Meu caro companheiro, Senador Waldemir Moka, eu quero aqui, inicialmente, agradecer a V. Exª a oportunidade, como médico humano, mas compreendendo exatamente o papel da Medicina Veterinária.

    E eu também cumprimento aqui a todos os demais signatários, visto que podemos ter o privilégio de ocupar esta tribuna e falar dessa comemoração que aqui fazemos.

    Com esta solenidade, o Senado se associa às comemorações ao reconhecimento, pelo Conselho Científico da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), do Brasil como país livre de febre aftosa com vacinação, mesmo, como já foi colocado aqui, com Estados, inclusive, livres sem vacinação.

    Essa é, sem dúvida alguma, uma conquista muito especial, que deve ser, sobretudo, creditada ao homem do campo.

    Os pecuaristas brasileiros, de forma geral os trabalhadores, também, das fazendas, se empenharam de maneira digna para que o Brasil alcançasse essa maiúscula vitória. E, na qualidade de médico veterinário, rendo a todos as minhas mais sinceras homenagens.

    E, como não poderia deixar de ser, destaco como fundamental a participação dos pecuaristas de Mato Grosso, meu Estado, o qual tenho a honra de representar aqui, como Senador.

    Esse Estado, que é uma grande potência da agropecuária brasileira e mundial, há mais de 20 anos é o que é, graças a esse bravo cidadão do campo, que tem se empenhado, de maneira que nos emociona, para fazer do nosso rebanho bovino excelência em qualidade.

    O meu Estado, Mato Grosso, oficialmente, Sr. Presidente, possui mais de 30.214.779 cabeças de gado. Portanto, tem o maior rebanho do Brasil.

    Estamos diante de fatores que envolvem a interação entre nível tecnológico empregado pelos pecuaristas, melhoramento genético, clima, relevo, integração lavoura e pecuária, o que também tem sido extremamente importante para aumentar a nossa produtividade, e, principalmente – insisto –, na capacidade com que o pecuarista mato-grossense tem que enfrentar todos os entraves inerentes às atividades que estão fora da porteira.

    A cada novo obstáculo – e olha que não são poucos! –, seja no campo ambiental, sanitário, tributário ou político, eles entram com mais dedicação.

    Nosso homem do campo não esmorece; mostra sua determinação com grande superação e, acima de tudo, respondendo com recordes de produção.

    Basta dizer, senhoras e senhores, que, em Mato Grosso, estamos diante de um rebanho cuja vacinação chega à casa de 99,55%. Quero repetir: 99,55% de todo o nosso rebanho.

    Esse trabalho de mais de duas décadas está a oferecer resultados consideráveis. Encerrou-se 2017 com o melhor desempenho em exportação de carne bovina nos últimos três anos, embarcando 266 mil toneladas ao longo dos 12 meses. Com isso, faturou US$1,155 bilhão, o que representa um aumento de 26% em volume e de 30% em receita, na comparação com 2016.

    Esses resultados fazem muito bem à nossa economia e elevam a nossa pecuária como segmento gerador de emprego, renda e saldos positivos para a balança comercial. Com toda a certeza, o anúncio da OIE fortalece essa condição.

    A conquista a ser oficializada em maio próximo retrata a conscientização dos produtores sobre a importância de vacinar, e vacinar no tempo certo e da maneira correta.

    Nota-se ainda, também – e aqui enalteço –, o comprometimento da equipe do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), assim como de todos os Estados brasileiros, que, ao longo desses mais de 20 anos, têm dado o seu melhor para que alcançássemos esse objetivo. Meus cumprimentos a todos os veterinários, técnicos, analistas, desse instituto, entre outros.

    Ao usar esta tribuna, Sr. Presidente, para tratar dessa conquista tão enfática, nesta sessão especial que integra o calendário dos eventos da Semana Brasil Livre da Febre Aftosa, vejo que é importante se fazer justiça ao que se faz de forma correta.

    Cumprimento o nosso eminente Senador Blairo Maggi, atual Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que tem prestado ao Governo e ao Brasil sua fantástica experiência como homem do campo. Decisões corretas e firmes no tempo certo e conhecimento amplo têm transformado sua pasta em um case de grande sucesso. Para tal, conta com prestigiosas contribuições do Secretário Luís Rangel; do Diretor Guilherme Marques, que agora há pouco falou, que é um ex-servidor do Indea de Mato Grosso, lá de Nova Xavantina...

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – ... e de todo o seu time de valorosos colaboradores na Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e no Departamento de Defesa Agropecuária, respectivamente.

    Quero lembrar aqui que, em recente evento no Palácio do Planalto, o Presidente Michel Temer enalteceu as 69 medidas adotadas pelo Ministério por meio do Plano Agro+, voltadas à redução da burocracia e à busca de maior eficiência na gestão pública, medidas que deveriam ser seguidas como exemplo por toda a Administração Pública, já que a simplificação do serviço confere benefícios a todos os segmentos e já se transforma em um anseio de toda a sociedade brasileira.

    Quero dizer ainda, Sr. Presidente, que o Brasil e, sobretudo, o meu Estado do Mato Grosso jamais irão prescindir, em tempo algum, da capacidade do Senador Blairo Maggi. Por sua enorme experiência e sabedoria, será para mim uma referência sempre que o tema for política do setor agropecuário. E, claro, vou consultá-lo sempre.

    E quero me lembrar de Jonas Pinheiro também, um saudoso companheiro e Senador, com um largo serviço prestado, e referência aqui no Congresso Nacional. Era médico veterinário também: nós nos formamos na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

    A certificação do Brasil como um país livre da febre aftosa com vacinação traduz uma lição que comprova a capacidade geral dos brasileiros de superar os desafios que tanto angustiam a todos. Sempre que nos unimos em torno de um ideal, de um objetivo comum, apesar das diferenças de opiniões e interesses setoriais, somos vencedores, destacamo-nos e elevamos o nosso País à condição de protagonista do mundo.

    É inegável que temos uma história de luta contra a febre aftosa. Importante destacar também que o nosso País e o mundo inteiro devem esse avanço científico a dois médicos veterinários e professores brasileiros, Dr. Paulo Augé de Melo e também Prof. Ivo Gomes, que estiveram à frente de sua equipe no Ministério da Agricultura, onde desenvolveram a vacina oleosa, muito mais eficiente que a modalidade aquosa, fato que ganhou também o mundo.

    Cito ainda aqui presente a figura de José Alberto da Silva Lira, primeiro titular da Secretaria de Defesa Agropecuária...

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – ... cuja gestão sinalizou a firme decisão do Brasil no sentido de não mais conviver, mas sim erradicar a febre aftosa, mediante a aplicação de todos os recursos humanos, financeiros, técnicos e materiais.

    No meu Estado, foi desenvolvido um esforço tremendo para seguir essa máxima da erradicação. E, em 1994, aí já com Zeca D'Ávila à frente da Federação da Agricultura do Mato Grosso – e aqui ele já disse –, foi desenvolvido o projeto Famato Aftosa, absorvido posteriormente pelo governo que criou o Fundo Emergencial da Febre Aftosa (Fefa). Hoje, esse Fundo Emergencial de Saúde Animal chama-se Fesa. Por esse fundo, destaco que, lá em 1997, foi desenvolvido o plano internacional de erradicação com a doação inicial de 400 mil doses de vacina para o país vizinho, a Bolívia – temos 720km de divisa seca com esse país; por isso, é importante também cuidar do país vizinho –, e, hoje, esse total chega a 3 milhões de doses.

    Cumprimento o pecuarista José Antônio D'Ávila, o nosso companheiro Zeca D'Ávila, que presidia a Famato à época e que, com a sua visão, fez com que Mato Grosso fosse o segundo Estado brasileiro a criar o programa de erradicação da febre aftosa. Assim, Sr. Presidente, o Brasil alcançou a posição de primeira grandeza no cenário agropecuário nacional.

    Já finalizando: por intermédio dos membros aqui presentes do Conselho Federal de Medicina Veterinária e também da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, que recentemente me agraciou com a Grã-Cruz da sua Ordem do Mérito – e em homenagem a todos servidores públicos estaduais da defesa sanitária do meu Estado, assim como profissionais da extensão rural, tão valorosa no passado e tão carente de estrutura ainda, assim como todos pecuaristas que abraçaram a causa em nome de um bem comum, através da Acrimat e também da Famato –, saúdo a grande comunidade profissional dos médicos veterinários do meu Estado e, claro, de todo o Brasil, à qual tenho a honra de pertencer e cuja atuação conjunta foi decisiva para tornar realidade a conquista que agora festejamos.

    Olhando para o futuro, a conquista do título de país livre da febre aftosa sem vacinação vai exigir de todos nós o aprofundamento da parceria entre o Brasil rural, a comunidade profissional da medicina veterinária e também o Poder Executivo e o Congresso Nacional.

    O cumprimento da missão dependerá do fortalecimento institucional e financeiro da SDA e da carreira dos auditores fiscais federais agropecuários, com autonomia para exercer suas tarefas. Da minha parte, estejam certos de que seguirei colaborando com o melhor dos meus esforços para assegurar a conclusão bem-sucedida dessa longa caminhada.

    É isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

    Com certeza, temos muito o que fazer ainda.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2018 - Página 22