Discurso durante a 37ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a comemorar a erradicação da Febre Aftosa no Brasil e o reconhecimento internacional da condição de país livre da doença.

Autor
Cidinho Santos (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: José Aparecido dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO:
  • Sessão especial destinada a comemorar a erradicação da Febre Aftosa no Brasil e o reconhecimento internacional da condição de país livre da doença.
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2018 - Página 26
Assunto
Outros > AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, ERRADICAÇÃO, FEBRE AFTOSA, BRASIL, RECONHECIMENTO, PAIS ESTRANGEIRO, AUSENCIA, DOENÇA, GADO, PAIS.

    O SR. CIDINHO SANTOS (Bloco Moderador/PR - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Senhoras e senhores, bom dia.

    Quero cumprimentar, primeiramente, o Presidente, meu amigo, Senador Waldemir Moka, e dizer que estive em Bonito, neste final de semana, pedindo voto para V. Exª em sua reeleição, destacando o trabalho que V. Exª faz aqui em defesa da agricultura e da pecuária do Brasil.

    Quero cumprimentar o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi; o Secretário Executivo do Ministério, Eumar Novacki; também o Secretário Luís Rangel; cumprimentar o Dr. Maurício Lopes, Presidente da Embrapa; o ex-Deputado, Zeca d'Ávila, amigo de longa data, do PFL, do Democratas, amigo de muito tempo juntamente com o Senador Jonas Pinheiro; e o Dr. Francisco Cavalcante, Presidente do Conselho de Medicina Veterinária.

    E ainda aqui quero cumprimentar o José Luis, Diretor do Dipoa; o Dr. Guilherme Marques; os quadros do Ministério da Agricultura, que cumprimento em nome de dois amigos, que são a Drª Judi e o Plínio, que tive a oportunidade de conhecer lá no Mato Grosso, ainda no tempo do Indea – não é, Plínio? É uma satisfação tê-los aqui –; os meus colegas Senadores Wellington Fagundes, Telmário Mota, Senadora Ana Amélia; e também o Vice-Presidente do Banco do Brasil, Tarcísio Hübner; Marco Túlio, Diretor do Banco Brasil; todos os presentes; pessoas que fizeram e que fazem parte da história do Ministério da Agricultura e da questão da sanidade da agropecuária brasileira.

    Aqui já foi muito falado sobre essa questão da febre aftosa com vacinação e depois sem vacinação, e eu quero destacar primeiramente a liderança do Ministro Blairo, porque ele é uma pessoa, acima de tudo, de muita sorte e uma pessoa muito iluminada. Esse é um tema em que já se vem trabalhando há muitos e muitos anos, e quis Deus que, quando Blairo Maggi assumisse o Ministério, esse processo fosse à frente para que nós tivéssemos agora em maio, em Paris, esse evento tão importante para a pecuária brasileira.

    Então Ministro, com a sua liderança e com o seu trabalho, que Deus o ajude para que as coisas aconteçam. E onde o senhor passou, onde o senhor passa, tudo aquilo que o senhor toca vira ouro. Só aquilo que não quer virar ouro é que não vai virar ouro, mas o senhor procura dar o enfoque para que isso aconteça.

    No ano passado nós tivemos a oportunidade de fazer uma audiência aqui no Senado Federal, na Comissão da Agricultura, quando o Secretário, o Diretor Guilherme Marques – que é uma pessoa amiga também, lá de Xavantina, que passou por lá –, apresentou esse cronograma de ação, e muitas pessoas não tinham conhecimento e não sabiam do que estava acontecendo. E essas coisas não acontecem da noite para o dia: é um trabalho de muitos e muitos anos de pessoas envolvidas.

    Destoando um pouco daquilo que foi colocado aqui, eu falo um pouco diferente, porque é preciso que outros órgãos, é preciso que outras pessoas tenham conhecimento de que, para declarar o Brasil livre de febre aftosa com vacinação e depois livre de febre aftosa sem vacinação, todo um trabalho é feito, toda uma credibilidade tem que ser passada para os organismos internacionais. E nisso o Brasil sempre foi muito bom e por isso traz essa credibilidade. Qualquer coisa que acontece aqui imediatamente é comunicada, e sempre houve um respeito e uma credibilidade grande.

    Quando a gente vê no momento uma Carne Fraca – porque já estamos na terceira acontecendo –, a gente fica muito decepcionado com as pessoas que não têm conhecimento do trabalho que é feito pelo Ministério da Agricultura, pelas entidades, pelos pecuaristas, pelos avicultores, pelos suinocultores, por todo mundo envolvido nessa cadeia para trazer essa credibilidade ao Brasil. Quando você vê pessoas que não têm conhecimento jogando o nome do Brasil – como aconteceu no ano passado e aconteceu agora novamente – na lata do lixo, trazendo todo um trabalho que é feito por essas pessoas, isso nos deixa muito triste.

    Nós temos agora um momento horrível em que o preço da carne de boi, pressionado pelo preço da carne de frango, que está lá embaixo, e dos suínos também, que está lá embaixo... Temos aí o preço das aves que nunca esteve... não se paga a conta; os suínos, da mesma forma.

    Existe todo um trabalho do Ministro Blairo Maggi, do Secretário Novacki, do Rangel, do José Luís, de todo mundo envolvido nesses dois anos viajando o mundo, abrindo o mercado, mostrando a nossa capacidade, mostrando que nós somos um País sério que tem a questão sanitária organizada, que tem um sistema de inspeção federal organizado, que tem uma questão sanitária que não perde para país nenhum. Algumas pessoas não entendem que também há a guerra comercial. Em qualquer situação colocada contra o Brasil, aproveitam para tirar de nós a competitividade, porque sabem que nós produzimos bem, que produzimos produtos de qualidade, que produzimos produtos que levam em consideração não só a questão sanitária, mas a questão da inspeção, porque produzimos produtos saborosos e de qualidade.

    Aí, quando acontece qualquer coisa nesse sentido, isso é utilizado, por meios comerciais, para barrar as exportações do Brasil, como acontece em alguns mercados, e infelizmente nós ficamos na posição de mãos amarradas.

    Então, é preciso – eu acho, Ministro Blairo – que outros órgãos, como o Ministério Público Federal e a própria Polícia Federa (esse delegado que cuida da Carne Fraca), tenham conhecimento de que, para se chegar ao reconhecimento do Brasil livre de febre aftosa com vacinação, isso não é só porque alguém sonhou, porque alguém assinou um decreto, não; mas porque é feito um trabalho de muitos e muitos anos para se obter essa credibilidade.

    Da mesma forma, não deveriam ser colocadas, numa atitude impensada, as nossas empresas, tudo aquilo que produzimos de bom, nessas circunstâncias.

    Eu quero, para encerrar, parabenizar todos os envolvidos e dizer uma coisa que não foi falada aqui – mas que acho importante e que eu e o próprio Guilherme Marques conversamos um dia – que é a agregação de valor que se dará à arroba de boi a partir do momento em que os pecuaristas tiverem essa certificação de produção livre de febre aftosa com vacinação e, depois, sem vacinação. Quando a certificação for de sem vacinação, a expectativa é a de que haja uma valorização de 30% a 40% no preço da arroba de boi para o pecuarista. Então, isso é que é importante, além do custo, que vai diminuir, por não termos mais a obrigatoriedade de vacinar.

    Os pecuaristas brasileiros vivem pressionados pelos preços, há muito tempo, e não conseguem entender por que a arroba de boi no Brasil é tão barata e por que o preço, lá na Austrália e em outros países, é tão acima do nosso, com a mesma qualidade de carne. Esse certificado, que teremos, de Brasil livre de febre aftosa – primeiramente, agora, com vacinação e, depois, sem vacinação –, dará aos pecuaristas também esse ganho adicional em termos de valores.

    Então, tudo aquilo que nós fazemos para ficarmos livres de febre aftosa, para ficarmos livres de gripe aviária, para ficarmos livres de peste suína, às vezes, por um deslize, por mau conhecimento... Isto é uma coisa... A nenhum país do mundo se faz o que se fez com o Brasil como o que foi feito com a questão da Carne Fraca. A gente perde todo esse trabalho. Então, é importante que tenhamos essa conscientização.

    E como Senador, Senador Moka, quero convidar V. Exª, a Senadora Ana Amélia, o Senador Wellington para fazer uma visita ao Diretor-Geral da Polícia Federal, ao novo Diretor-Geral da Polícia Federal, para mostrar a ele todo o dano que está sendo causado, agora, para o Brasil, com essa última Operação Carne Fraca, com a qual se fecharam alguns mercados, principalmente da União Europeia, para uma empresa como a BRF, que é uma empresa que tem nome e renome internacional. Hoje, várias unidades não podem mais exportar pela BRF – que está dando férias coletivas em algumas unidades; vão dispensar funcionários. Vai se trazer todo um transtorno para uma cadeia, sem necessidade, por causa de uma questão de salmonella, que não traz mal à saúde, como já foi explicado aqui. Mas a falta de informação e a necessidade da pirotecnia acabam prejudicando o trabalho que faz muito bem feito o Ministro Blairo Maggi, a sua equipe, todas as entidades envolvidas no processamento de carnes no Brasil.

    Um abraço a todos.

    Parabéns, Senador Moka, pela iniciativa! Parabéns, Ministro Blairo!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2018 - Página 26