Discurso durante a 35ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à gestão do estado de Rondônia (RO).

Autor
Ivo Cassol (PP - Progressistas/RO)
Nome completo: Ivo Narciso Cassol
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO ESTADUAL:
  • Críticas à gestão do estado de Rondônia (RO).
Publicação
Publicação no DSF de 28/03/2018 - Página 85
Assunto
Outros > GOVERNO ESTADUAL
Indexação
  • CRITICA, GESTÃO, GOVERNADOR, ESTADO DE RONDONIA (RO), DENUNCIA, IRREGULARIDADE, CORRUPÇÃO, GOVERNO ESTADUAL.

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Obrigado, nosso Presidente Hélio José.

    Cumprimento os demais Senadores e Senadoras. Especialmente, eu quero aqui cumprimentar os nossos amigos e as nossas amigas que estão em casa e agradecer a Deus por tudo que tem sempre propiciado na minha vida, especialmente por cada um de vocês que, na igreja ou mesmo em casa, nas suas orações, sempre têm pedido ao nosso Pai Celestial que me proteja, que me dê saúde e que sempre nos dê as vitórias.

    Agradeço de coração o carinho especial com que a população do meu Estado me recebeu no último domingo na cidade de Ji-Paraná, num encontro no auditório do Hotel Maximus. Lá estavam presentes mais de 600 amigos e amigas correligionários num encontro multipartidário, em que se discutiram as futuras candidaturas de deputados estaduais, Deputados Federais, Senador e também governador e vice-governador.

    Lá esteve presente o nosso Presidente do PR, Luiz Cláudio. Estiveram presentes também lá o nosso parceiro de todas horas que é o Deputado Luiz Cláudio e o Deputado Expedito Netto, do Solidariedade. Esteve lá também o Tiziu, que representava o PSD, que é do Moreira Mendes, junto com o Deputado Tiziu. Ao mesmo tempo, estiveram lá também a Rosária Helena, do PROS. Enfim, vários parceiros e amigos estiveram presentes.

    E ontem nós estivemos na 429, onde demos a ordem de serviço em várias obras – em Alvorada, São Miguel, Seringueiras, São Francisco e Costa Marques – para poder fazer a linha de transmissão. Ontem, junto com o Senador Raupp, com o Deputado Luiz Cláudio e com a Deputada Marinha, demos ordem de serviço para a subestação daquela linha de transmissão que vai interligar a 429 com a BR-364, em Presidente Médici, um sonho de Alvorada, São Francisco e Costa Marques, uma vez que São Miguel já está interligada no sistema. Em breve, estaremos também nas cidades de Machadinho, Buritis e também em Extrema, na Ponta do Abunã.

    Quero dizer também, com imensa alegria e satisfação, que, nessas caminhadas, o carinho que o povo tem pela gente não tem dinheiro que pague, a não ser continuar trabalhando e defendendo o nosso povo.

    Ao mesmo tempo, quero aqui aproveitar a oportunidade e, com tristeza, dizer que hoje o nosso Estado de Rondônia está atolado em falta de gestão, em falta de competência e em falta, acima de tudo, de credibilidade. Um Governo que se chama Governo da Cooperação, infelizmente, colocou o Estado num buraco e o endividou em mais de R$1 bilhão, deixando de pagar a dívida do Beron de mais R$1 bilhão; e há ainda a transposição dos servidores – nem com essa economia consegue fazer uma obra com resultado.

    O que mais me entristece é que, em 2014, no Ofício nº 138, eu denunciava para o Ministro das Cidades Gilberto Occhi um esquema fraudulento na Caerd, no meu Estado de Rondônia – um esquema fraudulento da obra do PAC. Quando fui Governador, conseguimos mais de R$500 milhões, e, nesse procedimento do RDC que estavam fazendo, com a contratação da execução da obra, o projeto básico, o projeto executivo do esgoto sanitário de Porto Velho simplesmente era uma cópia da cidade da Bahia, uma cópia do Município onde infelizmente... E falo infelizmente, porque quem está perdendo com tudo isso é a população do meu Estado de Rondônia. Copiaram no edital exatamente o que a empresa naquela época fez, o que aquela empresa da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), lá de Minas Gerais, executou em algumas cidades. Implementaram esse mesmo sistema no Estado de Rondônia, com endereço, bairro e nome da cidade do Nordeste. Eu fiz a denúncia. A denúncia do Ministério das Cidades foi para o Ministério Público, foi para os outros órgãos. E, infelizmente, as pessoas que cometeram essa falcatrua, essa bandidagem, esse roubo continuam ainda à frente da Caerd, do meu Estado.

    A Caerd, do meu Estado está com quatro ou cinco meses de salários atrasados; a Caerd, do meu Estado de Rondônia, infelizmente, criou 135 cargos, com vencimentos, alguns deles, de R$30 mil a R$35 mil.

    Hoje, como aconteceu há poucos dias em Ji-Paraná, foi cortada a energia da Caerd por falta de pagamento. Arrebentaram, estupraram, infelizmente, uma Caerd, que tinha que ser ressuscitada. Como nós trabalhamos com dinheiro a fundo perdido, perderam-se esses recursos, e o Governo Federal captou novamente de volta para o seu caixa.

    Foi uma luta para a gente conseguir isso. Foi um trabalho árduo para a gente conseguir isso, mas, ao mesmo tempo, eu não cheguei a executar parte dessa obra do saneamento básico, do esgoto tratado. Mas com relação à água tratada, eu trabalhei 50%, sim.

    E esse RDC, que era para ter sido executado no lado norte, complementando, simplesmente teimaram e fizeram ser um projeto executivo do lado sul. O nosso governo já tinha contratado o projeto executivo. Já estava boa parte dele pronta, com a topografia – eram duas bacias. Para enganar todo mundo, fizeram uma captação, e era preciso elevar o esgoto em 10 ou 15 metros para jogar do outro lado, porque, infelizmente, tiraram as duas bacias.

    Mas o pior disso tudo é que esse esquema fraudulento é comandado pela D. Iacira. A Iacira não é nada mais, nada menos que parceira, companheira, amiga do Governador Confúcio Moura desde a época da prefeitura da cidade de Ariquemes. É vergonhoso o esquema que há dentro da Caerd. Mais vergonhoso ainda é o Ministério Público não fazer nada, nem o Ministério Público estadual, nem o Ministério Público Federal. Quem está falando aqui não é o Ivo Cassol, não. Quem está falando aqui é um Senador da República, fiscal do povo, fiscal do dinheiro público.

    Na época, como governador, fizemos os convênios. Começamos as obras da água tratada. Por denúncias vazias, foram suspensas. Começamos, fizemos a licitação de uma ordem de serviço do esgoto sanitário. Por denúncias vazias, foi paralisado o começo das obras. Por denúncias vazias, esse mesmo Ministério Público, por um de seus procuradores, entrou com uma ação contra a pessoa do Senador Ivo Cassol, como ex-governador, sem eu ter dado um real de prejuízo, porque nós tínhamos o acompanhamento do Ministério Público estadual, nós tínhamos o acompanhamento e a fiscalização da Caixa Econômica Federal. Mas, por questões pessoais, esse mesmo procurador federal entrou contra mim, infelizmente inviabilizando a minha vida. Mas eu não desisti, não parei, porque eu estou em busca de justiça.

    Mas o pior disso tudo é a sequência de erros desse governo do PMDB, comandado pelo Confúcio Moura, por essa quadrilha que está dentro do governo. Infelizmente, perderam mais de R$500 milhões a fundo achado, que nós buscamos no Governo Federal, em compensação pelo que nós ganhamos das usinas para que cedemos a terra que nós tínhamos no parque estadual da Usina de Jirau, e nós colocamos para poder fazer o esgoto tratado e salvar a Caerd no Estado.

    A D. Iacira, comandada pelas irmãs do Confúcio, pelo cunhado do Confúcio e do Assis conseguiram arrebentar a Caerd, conseguiram calar a boca de todos os servidores sob ameaça de demissão. E olha a denúncia que eu vou fazer aqui ao Ministério Público estadual, mas principalmente ao Ministério Público Federal, ao mesmo procurador que entrou com uma ação contra mim. E não há problema algum, eu sou ordenador de despesas, estou fazendo jus ao cargo. Mas por que o tratamento diferenciado entre o Sr. Ivo Cassol, ex-Governador e atual Senador, e o Sr. Confúcio Moura, que perdeu R$500 milhões? E que ainda, acima de tudo, cometeu irregularidades, agiu com incompetência, cometeu desvio de dinheiro?

    E não é só isso. Para vocês terem uma ideia, a D. Iacira fez uma medição com a equipe dela lá da Caerd, com aqueles cupinchas que estão ao redor, que estão juntos num esquema podre, de propina. Fizeram uma medição de mais de 2,5 milhões. Com essa medição de mais de 2,5 milhões, deram entrada na Caixa Econômica Federal, Srª Presidente, Vanessa Grazziotin, para que pagassem. E aí um engenheiro responsável, um homem maduro, fiscal da obra, o Sr. Enéas, simplesmente glosou mais de 95%. O Sr. Enéas, engenheiro, fiscal da obra, glosou mais de 95% da medição porque não tinha sido executada. Era dinheiro que estava sendo roubado, compartilhado com o consórcio dessas três empresas de fora, que pegaram pela RDC, que depois foi cancelado. Portanto, o engenheiro Enéas glosou.

    Sabem o que a D. Iacira fez, vocês que estão assistindo, vocês que estão me acompanhando, ao vivo, aqui do Senado? A Srª Iacira foi ao Superintendente da Caixa e ameaçou tirar o movimento do banco. É o movimento que o Governo do Estado tem com a Caixa Econômica. Ameaçou tirar todo o dinheiro. E foi além disso, chamou o engenheiro e o ameaçou também, sob pena de ele ser responsabilizado.

    Ao mesmo tempo, várias pessoas da Caixa Econômica Federal sentaram-se juntas, sentaram-se juntas com a D. Iacira, com a equipe da Caixa Econômica. Naquele momento, ficou definido que a D. Iacira tinha de fazer uma representação por escrito contra o Sr. Enéas, mas ela não fez por escrito. E o que aconteceu? Tanto o Wilson da Caixa, quanto o Sr. Franklin... O Wilson é o segundo homem dentro da Caixa Econômica de Rondônia. O Franklin e o Wilson, juntamente com o Enéas, convalidaram o trabalho desse fiscal sério e competente.

    Enéas, parabéns a você! Caso contrário, hoje você estaria enrolado. Você é um cara digno, um cara sério. Essa servidora, essa secretária de Estado teve a cara de pau, D. Iacira, de ir à Caixa Econômica Federal de Porto Velho e de pedir a cabeça do Sr. Enéas, de pedir que a Caixa Econômica o mandasse embora, de pedir que a Caixa Econômica o tratasse como se fosse desonesto. Quando, na verdade, a desonesta foi a senhora quando faltou com seriedade para com o dinheiro público, quando quis fazer essa medição. Dessa medição de 2,5 milhões, mais ou menos 95% foram glosados, relativos ao que não foi executado.

    É assim que esse Governo do Confúcio trabalha! É assim que esse Governo do Confúcio não tem dinheiro para fazer uma obra! É assim que esse Governo do Confúcio não tem dinheiro para comprar diesel e muito menos papel higiênico para os quartéis da Polícia Militar ou Polícia Civil! É isso que me deixa triste.

    E mais triste eu fico ainda – vocês que estão me acompanhando – em saber e ver que o Ministério Público do Estado e o Ministério Público Federal, esse mesmo procurador, que desde a época de Rolim de Moura vem ao encalço da minha pessoa... Mas, graças a Deus, ao Deus todo-poderoso, a verdade me tem protegido naqueles momentos mais difíceis, dando-me força e energia para continuar essa luta. E pergunto a esse mesmo procurador que, com certeza, deve estar assistindo e, se não estiver assistindo, vai ouvir a fita, ou a imprensa vai divulgar: por que o senhor não entrou contra a D. Iacira? Por que o senhor, procurador, não entrou contra o Governo do Estado, que está lá, da cooperação, que é Governo do PMDB? O que é que tem por trás disso tudo? Por que o meu sobrenome? Por causa da minha luta de trabalhar e defender o povo do Estado de Rondônia? Mas o senhor esqueceu uma coisa: se tem alguém que teve coragem de gravar deputados estaduais e denunciar, fui eu. Fui eu que tive coragem de passar esse Estado a limpo. Fui eu que não compartilhava com bandalheira e roubalheira, da maneira que está hoje, no Governo do Estado de Rondônia.

    Mas sou eu que estou respondendo a processo. Sou eu que estou com os meus bens todos bloqueados. Até exageraram, há excesso de bloqueio. Bloquearam todo o meu patrimônio. Não bastasse isso – eu sempre brinco, e aqui, para quebrar o gelo, eu vou brincar um pouquinho, falar um negócio: eu e a minha esposa Ivone, Senadora Vanessa, a gente tinha costume de se chamar de "meu bem", e agora ela parou de me chamar de "meu bem"; agora só me chama de "meu amor", porque senão podem bloquear também.

    Mas é verdade: eu fico triste não é por conta dos processos que existem contra a minha pessoa, porque peão e mula não criam. Então, portanto, eu fui gestor, fui ordenador de despesas, eu não tenho que ficar com medo de processo. Agora, com o que eu não posso concordar é em saber que aqueles que perderam o dinheiro da Caerd, aqueles que perderam o dinheiro do saneamento básico, aqueles que perderam o recurso federal, que nós tentamos e buscamos com tanto sacrifício a custo zero; aqueles que perderam não estão respondendo a nada, não há uma ação contra eles. Ministério Público Estadual, por favor! Ministério Público Federal, por favor! Não escutam a mim, vão aos documentos, vão ao processo, peguem o RDC, a licitação, para ver como estava direcionado! O edital era para Rondônia, Porto Velho; o saneamento básico era para Porto Velho, e o endereço das obras era num Município da Bahia, num bairro da Bahia.

    Não bastasse isso, chame o Sr. Enéas, esse engenheiro sério e competente, com mais de 40 anos como profissional. Conversem com ele. A Caixa Econômica tem o endereço dele. Falei com ele agora há pouquinho e ele me falou: "Cassol, tudo isso é verdade. Tudo isso aconteceu. Eu passei constrangimento. Infelizmente, a pressão que a equipe do Governo fez em cima da minha pessoa foi muito grande. Mas o bom disso tudo é que o superintendente e os diretores da Caixa são pessoas sérias, são pessoas íntegras, e eu não fui prejudicado em nada. Mas ela tentou até tirar o movimento do Governo do Estado da Caixa Econômica Federal".

    E o que me entristece é saber que, além de perder o dinheiro do saneamento básico, além de o povo de Porto Velho não ter água – porque perderam o dinheiro da água também e não fizeram, por incompetência, por sem-vergonhice, por ladroagem –, fizeram uma medição, sim, de mais de 2,5 milhões, e não havia sido feito nada. Dos 2,5 milhões, pessoal do Senado, nossa equipe, meus amigos, Zezinho e todo mundo aqui, a empresa só tinha feito 5%.

    E essa D. Iacira, pessoa de confiança das irmãs do Governador Confúcio, do cunhado do Confúcio, do Assis, do Chefe da Casa Civil, do Emerson Castro, que também acoberta tudo, essa sem-vergonhice, não é à toa que está construindo patrimônio...

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – ... lá no Estado do Nordeste, em Pernambuco, na cidade da redondeza.

    Mas, ao mesmo tempo, como defensor, morador do Estado de Rondônia, como ex-governador, atual Senador do povo, atual fiscal do povo do meu Estado de Rondônia e do Brasil, eu não posso ficar calado!

    Eu não posso concordar com tanta sem-vergonhice!

    Eu não posso admitir e fazer de conta que eu não estou vendo nada. E aí vem a pergunta: quem são as pessoas responsáveis por apurar tudo isso? É o Ministério Público Federal porque é recurso federal. É recurso federal junto com recurso do Estado.

    Quando fui governador, à época, nós tínhamos o convênio e não gastei nenhum real. Nós colocamos recurso do Estado para fazer o projeto executivo, o projeto básico, para poder fazer a licitação.

    Nós fizemos a topografia. Teve despesa? Teve sim. Eu não fujo da raia dos meus problemas não, mas não tem um real de desvio do saneamento básico de Porto Velho.

    Quem desviou, quem perdeu o dinheiro, meus amigos de Porto Velho, meus amigos de Rondônia, foi esse governo desonesto e corrupto que está aí deixando, hoje, o pessoal da educação, fechando a BR-364, prejudicando todos os caminhoneiros e quem está usando a BR-364, de Vilhena a Porto Velho. É a situação caótica que o Estado de Rondônia está vivendo.

    Essa mesma equipe está lá dentro e parece que nada acontece. E volta e meia eu recebo uma notificação do Oficial de Justiça ou do Ministério Público Federal ou do Ministério Público estadual.

    Mas por que só contra mim? Por quê? Por que eu sou uma pessoa que enfrenta? Com certeza!

    Se eu sou eleito para um cargo, pode ter certeza de que eu vou até o fim. É o meu papel e a minha obrigação defender o povo do meu Estado de Rondônia. É o meu papel e a minha obrigação defender o povo do Brasil.

    Mas o que eu não posso fazer é ver tantas situações adversas, da maneira que foi contratada, da maneira que foi feita, da maneira que fizeram, não só com Porto Velho, vamos falar um pouquinho de Ji-Paraná.

    Gente, o que fizeram com Ji-Paraná?

    Ô D. Iacira, ô D. Iacira, a senhora pressionou o pessoal, queria propina, queria dinheiro! O pessoal não deu, você cancelou o contrato. E vocês de Ji-Paraná estão sem água. Para vocês em Ji-Paraná está faltando água, está faltando saneamento básico. Vocês sabem por quê? Porque a secretária do Confúcio, a D. Iacira, pessoa de confiança desse governo, extorquiu a empresa. A empresa não aceitou dar dinheiro e simplesmente foram suspensos os contratos, foram cancelados. Resultado? Quem são os prejudicados? São vocês.

    Eu fico triste com tudo isso, porque, infelizmente, o dinheiro público é tão difícil de se conseguir. O dinheiro público é tão difícil de buscar no Governo Federal para poder trazer para o nosso Estado de Rondônia ou para os demais Estados da Federação.

    E aí, a gente vê, por desonestidade e por incompetência, as coisas não acontecerem. É assim em várias cidades. E aí é muito simples – é muito simples – tentar desvirtuar e colocar como se fosse o Ivo Cassol o culpado. E, há pouco tempo, aqui, na tribuna desta Casa, houve um Senador do meu Estado que veio aqui dizer que o saneamento básico de Porto Velho era culpa minha, esse mesmo Senador que posava de santinho e que está aí, hoje, com problema sério na Justiça, diferentemente dos meus processos. Esse mesmo Senador disse que eu era responsável pelo saneamento básico. Por que não fala, por que não diz a verdade, que ele faz parte desse Governo do Estado de Rondônia e que a situação está ruim?

    Então, infelizmente, a situação...

    Vou pedir para o Senador Lindbergh e o pessoal aí colaborarem.

    Obrigado, é porque está tirando até...

    Não, é porque a gente está discursando aqui e vocês na alegria, e eu quero parabenizar vocês aí, na alegria, na alegria...

    A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – Nós não estamos na alegria, não, Senador. Deixe eu lhe dizer.

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – O que é que aconteceu?

    A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – Nós, inclusive, demos mais tempo a V. Exª...

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – O que é que acabou acontecendo?

    A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – O Senador Lindbergh, nós estamos fazendo uma gravação...

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – Não, então, eu...

    A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – ... porque acabaram de atirar com arma de fogo contra um ônibus da caravana do Presidente Lula.

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – Aí, passou dos limites.

    A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – Exato. É exatamente isso.

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – Aí, sem comentários. Acho que a situação, por mais problemas que tenhamos, nós temos que respeitar o direito de ir e vir, por mais mágoa que algum tenha, e outro não tenha, ou deixa de ter, não vou comentar.

    Mas, aqui, eu queria aproveitar essa oportunidade de dizer para a população do meu Estado de Rondônia, por tudo isso que estamos vivendo... Então, é muito fácil tentar arrumar alguém, um bode expiatório no meio do caminho, como tentaram fazer aqui, no ano passado, e esse cidadão achou ruim, mas tinha que vir aqui dizer a verdade: o Senador Ivo Cassol, junto com a Bancada, na época em que ele era governador, correu atrás para liberar esse dinheiro, e esse Governo incompetente, de que eles fazem parte, infelizmente, perdeu o dinheiro.

    O que eles queriam, sim, era fazer medição no papel, e isso não tinha sido executado na prática. E aí, o engenheiro Enéas – ô, Enéas, porque foi o Enéas candidato a Presidente...

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – ... Enéas, eu não te conheço, mas você falou comigo hoje, agora, há pouquinho, Enéas, e falou: "Isso é verdade".

    Passei momentos ruins, fui constrangido – fui constrangido –, me ameaçaram, mas sorte que a equipe da Caixa Econômica... Gilberto Occhi, você, que é o Presidente da Caixa Econômica Federal, dá os parabéns para o Wilson, dá os parabéns para o Franklin, dá os parabéns para o Nilson, que foram machos, foram homens, não deixaram uma secretária de Estado desonestada, corrupta, que queria mais de R$2,5 milhões, desviar o dinheiro dos cofres públicos.

    Esse, porque é um fiscal sério, está de parabéns. É isso, Enéas, que tem que fazer.

    Então, o que me deixa muito triste, Senadora Vanessa, é saber que – a senhora está aqui, porque defende o Estado do Amazonas – é tão difícil a gente conseguir algum recurso... E aí, a gente percebe na mão, muitas vezes, do Governo, que se perde no meio do caminho, porque perderam esse recurso – perderam!

    Eu, quando fui governador, a água tratada eu fiz, executei 50% da água tratada. Naquela época, para ganhar as eleições de 2010...

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – ... fizeram a denúncia vazia. Depois, o Tribunal de Contas, em 2011, falou que estava tudo correto e até hoje não deram ordem de serviço para começar a água tratada. E o povo de Porto Velho, hoje, no tempo da cheia, há aquelas cacimbas, há os poços e há as fossas, e, aí, quando enchem, a merda – desculpe a expressão – acaba se misturando com a água. É isso o que acontece em muitos bairros da capital nossa, e aí essas pessoas vão para o hospital ocupar um leito público para tratamento de saúde, infelizmente, por falta de responsabilidade e competência.

    Então, aqui eu quero aproveitar esses últimos minutos para dizer, Senador Lindbergh, Senadora Vanessa, que vejo isso com tristeza, porque fui governador. Eu fiz tantas e tantas obras com recursos próprios nos quatro cantos do Estado de Rondônia. Por exemplo, na capital, construí um centro político-administrativo com recursos próprios. Fizemos um teatro com recursos próprios, em convênio com o Banco do Brasil, porque nós trocamos a folha de pagamento.

    E este Governo do Estado fez uma única obra em Porto Velho, o Espaço Alternativo, e metade do pessoal foi para a cadeia. E para fazer uma passarela o custo é de R$6,2 milhões hoje. Esse mesmo Espaço Alternativo foi feito com dinheiro emprestado, e depois é preciso pagar a conta. É esse o Governo que está andando nos quatro cantos do Estado de Rondônia, um governo que, infelizmente, deixou acabarem as estradas, que acabou com todos os programas da agricultura. Com relação à bacia leiteira, faz seis anos que não há aumento na produção de leite.

    Esse é o Estado que eu amo, esse é o Estado que eu defendo, é desse Estado que não abro mão, de continuar lutando por ele como Senador da República, como seu representante. E mesmo amanhã, se eu não for nada, ainda vou estar lá levantando a voz, como cidadão...

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – ... porque esse é um direito que eu tenho nos quatro cantos do meu Estado.

    Senadora, agradeço a V. Exª pelo tempo que está me dando a mais, o que é importante, porque eu quase não uso a tribuna desta Casa. Eu uso pouco a tribuna desta Casa.

    Mas quero dizer para vocês que isso é vergonhoso, é vergonhoso, pois é tão difícil conseguir recursos! Esse Governo tem muitas secretarias. E a D. Iacira, que é de casa, que é comadre, que é de dentro da cozinha do Governador Confúcio, de toda a sua equipe, das irmãs dele... Fizeram uma medição... Ah! Não estão acreditando em mim? Então, chamem o Sr. Enéas, chamem o Wilson, da Caixa Econômica, chamem o Franklin, chamem o Nilson, chamem toda essa equipe, chamem o Kuroda também, que é um engenheiro renomado no Estado e que faz os projetos. É isso que é preciso; caso contrário, o dinheiro...

(Interrupção do som.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – ... quantos milhões... Além disso, é um empréstimo que foi utilizado para executar obras e esse empréstimo vai começar a vencer a partir do ano que vem.

    Esse é um governo em que falta comando, é um governo em que falta gestão. O que nós precisamos, sim, é não abaixar a cabeça, olhar para o céu, pedir a Deus, mas, ao mesmo tempo, cada um de vocês, cidadãos que estão comigo, que vão à igreja ou mesmo em casa, nas suas orações, além de pedir oração para as nossas autoridades ou também por mim, vamos juntos à luta.

    Este ano de 2018 é o momento de mudar o que está errado. Está errado em nível nacional? Então, vamos botar para correr os maus políticos. Está errado em nível do Estado? Vamos botar para correr em nível de Estado. Onde estiver errado nós temos que ter a coragem, a humildade de mudar tudo isso. Eu estou com vocês, junto e misturado, porque eu sempre digo, vamos, com saúde e paz, porque o resto nós corremos atrás.

    Um abraço.

    Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/03/2018 - Página 85