Discurso durante a 35ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com o tiro disparado contra ônibus da caravana do ex-presidente Lula.

Autor
Lindbergh Farias (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Luiz Lindbergh Farias Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MOVIMENTO SOCIAL:
  • Preocupação com o tiro disparado contra ônibus da caravana do ex-presidente Lula.
Publicação
Publicação no DSF de 28/03/2018 - Página 97
Assunto
Outros > MOVIMENTO SOCIAL
Indexação
  • APREENSÃO, VIOLENCIA, PERSEGUIÇÃO, POLITICA, REFERENCIA, MOVIMENTO SOCIAL, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, DURAÇÃO, VISITA, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS).

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Senadora Vanessa Grazziotin, eu, na verdade, já tinha falado no dia de hoje. Eu só subo a tribuna novamente pela gravidade do que aconteceu agora novamente na caravana, no Sul do País, do Presidente Lula.

    Agora mais um ato: atiraram contra um ônibus da caravana. E eu chamo a atenção das autoridades, eu chamo a atenção deste Governo que está aí, ilegítimo, que tinha, no mínimo, a obrigação de proteger um ex-Presidente da República. Na verdade, eram dois Presidentes da República em toda essa caravana, no começo, lá no Rio Grande do Sul: o Presidente Lula e a Presidenta Dilma Rousseff. Atiraram na caravana! O que os senhores querem mais?

    Eu chamo a atenção dessa irresponsável Rede Globo de Televisão – irresponsável, sim. Os senhores colocaram o País nessa crise. Rasgaram a Constituição, Senadora Vanessa, porque o que foi feito aqui é muito claro. O pacto da Constituição de 1988, aquele pacto pela redemocratização, que foi construído pós-ditadura, que se assentava em cima da soberania do voto popular, da eleição livre e democrática, os senhores rasgaram. Rasgaram 54 milhões de votos da Presidenta Dilma. Agora tentam impedir a candidatura do Presidente Lula. E o que os senhores conseguiram? Conseguiram fazer crescer uma extrema-direita agressiva, que não tem só um discurso de ódio e intolerância, que começa a agir com práticas fascistas.

    Eu chamo a atenção, Senadora Vanessa Grazziotin: o que houve no Sul do País não foram eventos nas cidades contra a caravana do Presidente Lula. Eram milícias organizadas, que iam seguindo. Havia um ônibus da precursora; era o pessoal que ia antes. Eles já eram seguidos por dois ou três carros, que iam passando informações. Era todo um trabalho. Eles foram perseguidos durante todo o trajeto, na maior parte das vezes – V. Exª foi muito bem quando falou isso –, com a tolerância por parte da Polícia Militar. Eram caminhonetes chegando perto do ônibus do Presidente Lula.

    Eu já falei. Eu estive com a Presidenta Dilma ontem no Rio, que foi fazer uma entrevista coletiva para a imprensa internacional, porque a imprensa internacional está percebendo que esse golpe está entrando numa nova fase, dessa escalada fascista, da violência política. Há gente achando que é um episódio lá no Sul do País. Não é! Essa turma aí não é! O discurso é de eliminação do adversário. Vai ser em todo o País, Senadora Vanessa, infelizmente, isso que está acontecendo!

    Aí, eu vejo... A Presidenta Dilma foi lá e contava que, no ônibus em que ela estava, a janela ao lado foi quebrada por uma pedra que a poderia ter atingido. Em outro momento, jogaram uma pedra no lado do motorista, que dirigia o ônibus, e o ônibus saiu da pista. É muito grave o que está acontecendo.

    Sinceramente, quero chamar a atenção de amplos setores, para criarmos uma grande frente democrática contra o fascismo, em defesa da democracia brasileira, envolvendo Igreja, sindicatos, setores médios!

    Essa não é uma luta só da esquerda brasileira. Não pode ser. Você pode não gostar do Presidente Lula. Você pode não gostar da Presidenta Dilma. Você pode não gostar do PT, mas eu sei que há muita gente neste País que não concorda com isso, e essas pessoas, neste momento, não podem se calar! Têm que levantar sua voz, porque, quando a gente começa uma escalada como essa, a gente não sabe onde vai parar.

    Eu fico pensando nos tucanos, que sumiram deste plenário do Senado. Em 2015, eles não paravam de falar. Toda hora vinham aqui defender o impeachment da Dilma. Eu fico pensando: o que os senhores fizeram com este País? Os senhores agora estão sendo esmagados, porque vocês abriram o caminho para o fascismo. Vocês abriram o caminho para esse discurso de extrema direita!

    Eu falei aqui várias vezes na cara deles: "Olha, vocês estão indo para as passeatas, aquelas passeatas na Avenida Paulista, junto com o pessoal que defende intervenção militar, e vocês estão sendo covardes. Vocês não estão demarcando o campo com eles."

    O que aconteceu? Foram comidos pela extrema direita. É uma vergonha este País ter uma elite... O Bolsonaro, quando há pesquisa entre os mais ricos, ganha disparado em todos os cenários. É uma vergonha um país ter uma elite como essa!

    Eu já falei muito aqui, Senadora Vanessa, da execução de Marielle e do Anderson, porque, no Rio, nas lideranças comunitárias, o clima é de temor, porque ganhou espaço essa ideologia que a senhora falou, uma ideologia que diz que defender direitos humanos é defender bandido, que tem que matar... É isso que tem ganhado espaço.

    Então, eu chamo a atenção do País para o que está acontecendo. Volto a dizer: é necessário construir uma grande frente antifascista.

    Eu estou acompanhando aqui a caravana do Sul. Eu faço parte de um grupo do WhatsApp da caravana, Senadora Vanessa Grazziotin. Eu entro nele a todo instante. E o que eu fico vendo aqui é que, em determinados momentos, o pessoal da caravana foi cercado por várias frentes. Era uma ação organizada mesmo contra eles. Eu fico vendo o pânico que existe em alguns momentos. Agora, o que eles queriam? Impedir a continuidade da caravana. Não conseguiram.

    Essa caravana está sendo uma caravana épica, vitoriosa, porque tentaram impedir a passagem do Presidente Lula, mas a passagem veio triunfal. Em cada cidade agora, o ato é maior. Em Florianópolis, foi uma multidão. Em Chapecó, outra multidão. Em Chapecó, Senadora Vanessa Grazziotin, levaram o Presidente Lula para o hotel.

    A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – Senador Lindbergh, V. Exª me permite um aparte mesmo aqui da direção dos trabalhos?

    Eu ouvi alguns comentários dizendo que a caravana do Presidente Lula seria uma provocação. Provocação a quê, Senador Lindbergh? Provocação a quê? Ou seja, eles estão querendo dar desculpas ao que não tem desculpa nenhuma, porque fica claro – e eu repito – que não era a população desses Municípios; eram grupos organizados que têm pensamentos contrários, daquela linha ideológica que, como V. Exª diz, faz apologia ao crime, apologia à violência, que acha que violência tem que se combater com violência, que defende o armamento para todos, inclusive para crianças. Acho que o que aconteceu, Senador Lindbergh, diante de tudo que está acontecendo no Brasil e no mundo, nesses últimos dias, nos Estados Unidos, especialmente em Washington... Milhares de pessoas jovens na rua lutando contra o armamento, porque lá são crianças perdendo a vida. É isso que nós precisamos fazer.

    Então, quando nós ocupamos as tribunas, ocupamos para falar disso, nós estamos fazendo um chamamento às pessoas de bem, às pessoas que acham que política não é assunto para elas, não, porque política é assunto para todos. E este momento em que a gente vive é um momento muito delicado, de muita sensibilidade. É preciso repudiar qualquer ato de violência. Todos têm o direito de expressar sua opinião, e ninguém, absolutamente ninguém, tem o direito de agir com violência ou com atentado violento contra aquele de quem discorda. Isso nós não podemos aceitar, Senador Lindbergh.

    Então, eu quero apenas registrar que, apesar de tudo, como V. Exª diz, o Presidente Lula anda firme, de cabeça erguida, conversando com as pessoas. Aliás, todos deveriam agir desta forma: buscar nas pessoas o diálogo, ouvir o que as pessoas têm a dizer, ouvir qual é o sentimento do nosso País.

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Srª Presidente, inclusive, estou publicando uma nota, agora, sobre o que aconteceu.

    Quero ler esta nota.

    É preciso salvar a democracia no Brasil. A conjuntura é da maior gravidade. Os acontecimentos combinados da bárbara morte de Marielle e, agora neste momento, do atentado à bala ao ônibus da caravana do ex-Presidente Lula confirmam que a crise chegou a um novo e inusitado patamar em termos recentes da história do Brasil.

    A extrema direita, em definitivo, resolveu apostar no caos, promover uma convulsão política no Brasil. A extrema direita brasileira parte para o enfrentamento direto e sem quartel em duas frentes: 1ª) organizar o que acumularam para produzir um grande movimento de massa de ressentimento em cima do julgamento do habeas corpus do Presidente Lula; 2ª) investir mais pesado na organização de milícias paramilitares especializadas em violência política.

    O momento é muito grave. Eles querem um cadáver. Faço aqui uma conclamação a todos os setores e a todas as pessoas democráticas deste Brasil, à OAB, à CNBB, à ABI, à UNE, às Centrais Sindicais, a intelectuais, à juventude, às mulheres, aos partidos de convicção democrática, para organizarem imediatamente um grande movimento em defesa da democracia no Brasil, antes que seja tarde.

    Chamo a atenção, Senadora Vanessa: a caravana do Presidente Lula continuou hoje e houve o tiro. Amanhã, ele encerrará a caravana em Curitiba. No mesmo dia, o Deputado Jair Bolsonaro marcou uma ida para o Paraná. Vai descer no aeroporto e vai para Ponta Grossa. Ele tem todo o direito de fazer a manifestação dele. Ao que ele não tem direito, ao que os seus partidários não têm direito é de partirem para a violência contra a manifestação dos outros. Isso nós não vamos aceitar, isso é intolerável. Podem fazer a manifestação que quiserem, agora isso nós não vamos aceitar. E ninguém vai impedir que nós, democratas, militantes de esquerda, andemos por este País de cabeça erguida. Isto é o que está sendo importante: a combatividade do Presidente Lula e daqueles guerreiros que estão acompanhando o Presidente Lula, que não param a sua marcha. A marcha continua para falar com o povo brasileiro.

    Agora, é um momento gravíssimo. Eles querem juntar tudo aqui porque, na próxima semana, no dia 4, está marcado o julgamento, no Supremo Tribunal Federal, do habeas corpus do Presidente Lula, Senadora Vanessa Grazziotin. No próximo dia 2, haverá um grande ato em defesa do Presidente Lula, no Rio de Janeiro, no Circo Voador. Chamo todo mundo do Rio. No dia 3, haverá um ato na Avenida Paulista. E, no dia 4, nós vamos fazer uma vigília, pacífica, aqui em Brasília, porque as pessoas querem estar perto nesse momento em que vão decidir o futuro do Presidente Lula. Todo mundo sabe, porque a Constituição é clara, que você só pode prender alguém se existir o processo transitado em julgado. Isso está no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal. Mas vai haver a discussão do Lula. Pois bem.

    Eles estão chamando, na próxima quarta-feira, o movimento, aqui, de ruralistas, MBL, Vem pra Rua, aqui para Brasília. Nós também vamos vir a Brasília. Vamos vir para fazer a nossa vigília, para defender o Presidente Lula. Porque o que a gente quer defender neste momento é a democracia.

    E a gente sabe por que eles estão tão angustiados com o Presidente Lula, Senadora Vanessa: é porque, depois de todo esse massacre, achavam que o Lula estaria destruído. Depois de tudo isso que fizeram. Depois da perseguição da Rede Globo, do Sérgio Moro. Eles diziam: "Quando o Moro condenar o Lula, acabou." E o Lula subiu cinco pontos na pesquisa. Depois, diziam: "Quando houver o TRF, acabou." E o Lula continuou subindo nas pesquisas.

    E eles estão desesperados porque não têm candidato. Cadê o candidato deles? Onde está o PSDB? Onde está o Alckmin? Não há espaço. Esse Temer, não dá para falar; Meirelles, não dá para falar. Eles não têm candidato. E veio o Lula com toda a força, e vem essa extrema direita irresponsável, que comeu as bases políticas deles, abrindo o caminho para o crescimento do fascismo no País.

    Eu, sinceramente, quando olho para trás, penso: como é que nós podemos ter nos perdido? Este País, que estava voando, que estava crescendo, com inclusão social. Tudo isso por irresponsabilidade de quem não quis aceitar o resultado do processo eleitoral de 2014.

    Senadora Vanessa, eu tinha um discurso aqui para falar, sobre economia, porque, também aqui, é impressionante como eles mentem: a economia, infelizmente, ao contrário do que eles dizem – e eu vou fazer esse discurso amanhã, porque hoje não tenho clima para falar sobre esse tema –, está completamente estagnada. O desemprego é altíssimo.

    Agora saiu uma matéria no jornal Folha de S.Paulo, semana passada, em que diz que o problema da recuperação econômica é a informalidade. É aquilo que a gente dizia: empregos com carteira assinada estão caindo. A vida do povo trabalhador está piorando, e você não tem como colocar essa economia para funcionar se não melhorar a vida do povo trabalhador.

    Mas esse é um assunto que eu vou abordar amanhã. Quero, Senadora Vanessa, encerrar aqui, mostrando agora a foto do ônibus do Presidente Lula – deixe-me ver como fica melhor –, que foi alvejado agora à noite. Está aqui, agora é um tiro. V. Exª sabe também que quatro mulheres foram agredidas em Cruz Alta, porque estavam com bandeiras do PT. Uma, que vinha num processo de recuperação do câncer, estava fazendo quimioterapia e foi brutalmente agredida. Porque esse povo aí é covarde.

    Eu já mostrei isso aqui hoje várias vezes. Isso aqui é uma cena também de uma pessoa, de um trabalhador rural sendo chicoteado.

    Quando V. Exª falou da Senadora Ana Amélia, isso aqui foi na sexta-feira, no sábado ela disse: "Atirar ovos, levantar o relho". O relho é o chicote, que é o símbolo da escravidão no Brasil, o açoite com negros, com trabalhadores rurais. É essa elite escravocrata, que não gosta do Lula porque nunca aceitou que houvesse inclusão social neste País, que não gosta do Lula porque nunca aceitou que empregada doméstica...

(Soa a campainha.)

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – ... que pedreiro viajasse de avião neste País, que o jovem negro, morador das periferias, entrasse nas universidades públicas.

    O momento é de muita gravidade!

    Eu encerro a minha fala dizendo que nós vamos tomar todas as medidas possíveis judiciais contra esses agressores, para descobrir o que aconteceu nesse atentado à bala contra a comitiva do Presidente Lula.

    E às autoridades aqui de Brasília, nós estamos falando de um ex-Presidente da República. A Polícia Federal tem a obrigação de desvendar isso que está acontecendo, porque daqui a pouco – e eu peço mais um minuto para encerrar –, se continuar nessa escalada, não adianta, daqui a pouco, quando, infelizmente, outras mortes acontecerem, a Rede Globo querer vir fazer matéria no Fantástico homenageando as vítimas, porque ela está incentivando tudo isso.

    E essa complicação que nós tivemos essa semana, esses atos de violência, eu espero, Senadora Vanessa, que eles não tentem, porque eles estão tentando de todo jeito... A Globo está em uma campanha para prender o Lula, é uma campanha impressionante, eu vi agora na televisão...

    A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – Senador Lindbergh, se V. Exª me permite, mais uma vez.

    Qualquer Presidente da República, qualquer pessoa ocupando a cadeira presidencial no Palácio do Planalto, assistindo ao primeiro ato de violência, ao primeiro atentado contra dois ex-Presidentes da República, o que deveria fazer? Ir a público e pedir calma, Senador Raupp, era isso. O que Michel Temer tem falado diante dos acontecimentos? Nada, absolutamente nada.

    Lá são dois ex-Presidentes da República. A Presidenta Dilma está acompanhando. Está o Presidente Lula, Senador Raupp, e a Presidenta Dilma. Então, imediatamente, no primeiro ato de violência, ele deveria ir a público se solidarizar e reforçar a segurança do Presidente Lula e da Presidenta Dilma. Mas não, não disse uma palavra, está calado, lamentavelmente.

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Claro!

    Na verdade, há um silêncio, neste momento, criminoso de muita gente.

    Eu, quando falava da Rede Globo, Senadora Vanessa, porque a Rede Globo está numa campanha pela prisão do Lula, uma campanha!

    Agora acabou o jogo de futebol, mais cedo, logo depois entra uma entrevista ao vivo com o Ministro Fachin, para dizer que sua família está sendo ameaçada. O Ministro Fachin não falava quem estava ameaçando. E a Globo dizia: "Ele, que votou contra o habeas corpus do Lula".

    Se tem uma coisa que vocês não podem dizer da gente é isso, todo mundo sabe que o comportamento da esquerda brasileira sempre foi democrático. Nós sempre lutamos em cima de regras. Não é do nosso feitio, eles sabem disso, mas a Globo quer criar um clima até a próxima semana.

    E junta a Globo, por um lado, nessa questão do habeas corpus, que está jogando junto com movimentos de extrema direita, com o MBL, com o Vem pra Rua... O que é que vocês querem em relação a este País? Com a prisão do Lula, você só radicaliza esse clima. Querem dar vitória a essa turma do Bolsonaro?

    O Brasil precisava de outro caminho, de reconciliação com o diálogo, de voltar a uma situação em que a gente disputasse, mas que cada um respeitasse o outro. Agora não, eles não estão tendo noção. Vocês não entenderam nada do que está acontecendo, vocês não conhecem história. O fascismo, quando ascende, e o fascismo está em ascensão aqui no Brasil, não é pouca coisa, porque não é só discurso: é a tese de eliminar um adversário, de agredir, de matar.

    Nós vamos entrar numa campanha política, infelizmente, digo isso: marcadamente de violência. É esse o cenário que os senhores irresponsáveis construíram para o País depois desse golpe.

    Desculpa, mas meu sentimento hoje aqui, depois desse tiro na caravana do Lula, é de indignação.

(Soa a campainha.)

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Mas minha maior indignação é com a Rede Globo. Indignação. O que os senhores fizeram? Destruíram o País, destruíram a economia, destruíram a nossa democracia e querem apostar em mais radicalização? Querem continuar com essa campanha para prender o Lula? Para quê? Vocês sabem que é ilegal.

    Aonde os senhores querem chegar? Porque os senhores têm que saber de uma coisa: os senhores não nos destroem, porque nós somos uma causa, e o Lula fala isso, Senadora Vanessa. Vocês acham que vão destruir a esquerda brasileira? Não destroem, porque nós somos uma causa. É a causa da luta pela justiça social, é a causa da inclusão dos mais pobres. Então, essa guerra vocês não têm como vencer.

    Eu encerro, chamando a atenção para a gravidade deste momento. É necessária uma ampla frente democrática contra o crescimento do fascismo, contra essas loucuras que estão acontecendo no País, uma grande frente política em defesa da democracia brasileira.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/03/2018 - Página 97