Pronunciamento de Roberto Muniz em 04/04/2018
Discurso durante a 40ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Considerações sobre o mandato de S. Exª., suplente do Senador Walter Pinheiro.
- Autor
- Roberto Muniz (PP - Progressistas/BA)
- Nome completo: Roberto de Oliveira Muniz
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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SENADO:
- Considerações sobre o mandato de S. Exª., suplente do Senador Walter Pinheiro.
- Aparteantes
- Ana Amélia, Armando Monteiro, Benedito de Lira, Cristovam Buarque, Fernando Bezerra Coelho, Flexa Ribeiro, Garibaldi Alves Filho, José Medeiros, José Serra, Lasier Martins, Lídice da Mata, Randolfe Rodrigues, Reguffe, Rose de Freitas, Simone Tebet.
- Publicação
- Publicação no DSF de 05/04/2018 - Página 85
- Assunto
- Outros > SENADO
- Indexação
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- DISCURSO, ENCERRAMENTO, AGRADECIMENTO, MANDATO, CARGO, SENADOR, REPRESENTANTE, ESTADO DA BAHIA (BA), SUPLENTE, WALTER PINHEIRO, APRESENTAÇÃO, BALANÇO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA. Sem revisão do orador.) – Senador Eunício, que, para honra nossa, preside esta sessão, quero saudar meus caros Srs. Senadores, Senadoras aqui presentes, saudar todos também que estão aqui presentes.
Parece que o destino me fez chegar à tribuna – no meu último discurso – em um momento tão singelo, que fez o meu discurso parecer algo que eu estava preparando para este momento.
Quero saudar todos os jornalistas aqui presentes, da agência e televisão desta Casa, que tanto se empenham para aqui acompanhar nossas atividades legislativas.
Srs. Senadores, além da democracia não há nada, apenas o breu, um escuro permanente, apenas a exceção e, por fim, a barbárie.
Aqui, nobres Senadores desta Casa, coexistem palavras, vivências e sonhos. Aqui, nesta Casa, a história é o ator principal da vida contemporânea do nosso querido Brasil. Aqui, no Senado, desaguam afluentes. Esses são os rios caudalosos da democracia, rios imperfeitos, sinuosos, rios trepidantes, como vemos aqui nesta tarde e como estamos acompanhando a decisão no Supremo Tribunal Federal. Rios de palavras que não se calam e que fertilizam o amanhã são os rios que constroem o futuro.
O Senado e o Congresso Nacional são os receptores desses afluentes, receptores dessas palavras, desses lamentos, de gritos e sussurros suplicantes da nossa sociedade. É nesse leito que a democracia dorme, se acalenta no rio chamado Senado.
É aqui que a água se renova a cada quatro anos e só estão aqui aqueles que foram empurrados pela força de um afluente da democracia. Aqui, Srs. Senadores, a democracia não envelhece, porque somos passageiros. Temos tempo finito, temos prazo de validade. Aqui, como em um rio, passam os peixes, passam as pessoas, passa até a água e, a cada dia, de turbidez e qualidade diferente, como estamos vendo hoje, Presidente Eunício, com a turbidez completamente diferente.
O Congresso Nacional é a democracia viva e o rio do Senado é um ente perene. O Congresso Nacional é essa democracia perfeita nas suas imperfeições. O Senado Federal é a materialização, é o símbolo de uma sociedade democrática.
Por isso, devemos lembrar que, além da democracia, não há nada, apenas o breu, um escuro permanente, a exceção e a barbárie.
Por isso, devemos estar sempre atentos a que somos imprescindíveis individualmente, mas o Senado Federal é imprescindível na sua totalidade, pois é peça basilar da democracia e do Estado de direito.
No dia 7 de julho de 2016, tomei posse durante a sessão deliberativa, como 1º Suplente do Senador Walter Pinheiro, que se afastou desta Casa para assumir a Secretaria de Educação do Estado da Bahia. E ele informou que seu retorno seria realizado até o dia 6 de abril, nesta sexta-feira.
São 21 meses, um ano e nove meses nesta Casa. E aqui só não plantei, eu também colhi. Enquanto aqui estive nas comissões, nos corredores, no Plenário do Senado, por este Congresso, nesta Casa, Sr. Presidente, o Senado para mim foi terra fértil e a minha colheita veio com a ampliação do meu desejo de mais democracia, de mais segurança jurídica, de mais eficiência de gestão, de mais cidadania e de mais justiça para o povo brasileiro.
Aqui, quando cheguei, confesso que tive a percepção de que eu mesmo, como Senador, estando na Câmara Alta Legislativa, era impotente para mover e construir todos esses desejos da sociedade brasileira. Será que uma andorinha só faz verão? Questionei-me à época.
Observei e ainda muito me chama atenção que há uma tendência clara hoje em dia de políticos usarem de uma autocrítica para crescer na própria política. Acompanhamos muitos políticos que estão fazendo carreira nessa corrente, sendo ácido com a própria política e com a democracia, se apresentando como antipolítico outsider, buscando, assim, galgar prestígio e poder dentro da política que critica, mas na verdade sendo aproveitadores e antidemocráticos.
Somos pequenos numa engrenagem maior? Uma vez questionei. Individualmente acho que somos pequenos, mas, se o caminho que construímos nos fez chegar aqui, não podemos matar a esperança daqueles que depositaram em nós a confiança de representá-los através da soberania do voto. Não é possível mais atacar a democracia, o Estado de direito e a nossa Constituição e restringir, com isso, a esperança que carregam muitos brasileiros lá fora, muitos jovens que, com certeza, gostariam de estar aqui neste instante – e eles sonham com essas mudanças que a sociedade clama. Não é possível diminuir a política e matar a esperança daqueles que também acreditam que são capazes de movimentar essa máquina e querem trazer essa contribuição democrática para o Parlamento.
Quero aqui deixar meu sentimento de que há esperança na democracia e é, sim, possível fazer, mas, para isso, é possível olharmos com sentimento de promover uma grande transformação, uma grande renovação e uma mudança que vai muito além das pessoas, uma mudança de princípios. Precisamos acreditar que somos capazes de construir um novo Brasil. Só vamos mudar esse cenário de País, Sr. Presidente, se provermos essa mudança de princípios para que possamos tentar dar a verdadeira guinada. Tenho certeza de que devemos ir onde estão os jovens, porque a eles pertence o futuro.
E hoje, daqui desta tribuna, pensando na minha trajetória diante dos caminhos que percorri nas três esferas de gestão – municipal, estadual e federal –, reforço a minha convicção de que a mudança de atitude é urgente. Fui Prefeito da cidade Lauro de Freitas, Deputado Estadual de dois mandatos, Secretário de Estado, Secretário Executivo no Ministério das Cidades. Como em qualquer dessas missões, daqui também saio como entrei, ainda um aprendiz. Continuo jovem e vou seguir o meu destino fazendo o meu caminho.
Aqui, nesta Casa, plantei ideias, e as colheitas foram inúmeras. Não posso sair, Sr. Presidente, sem agradecer àqueles que viabilizaram a tramitação de vários projetos da minha autoria, alguns já aprovados – e hoje estamos aqui discutindo um projeto de nossa autoria.
O primeiro projeto – quero agradecer a V. Exª, Presidente – disciplina o repasse de recursos federais aos Estados, Distrito Federal e Municípios que apoiam as ações de defesa agropecuária. Este não teria surtido tramitação se não fosse o eficiente empenho do Senador Flexa Ribeiro, vital para fazer com que a matéria tenha sido deliberada e remetida à Câmara.
Quero também agradecer à Senadora Ana Amélia e ao Senador Ivo Cassol, que foram Presidentes da Comissão de Agricultura durante a tramitação daquele projeto.
Segundo, o PLS 320, que trata dos processos administrativos sancionadores.
O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – V. Exª me concede um aparte, Senador Roberto Muniz?
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Daqui a pouco, Senador.
Aqui agradeço o empenho da brilhante Relatora, Senadora Simone Tebet.
Ainda no início do mandato, trabalhei também o PLS 445, que cria regras para os serviços de atendimento telefônico e atendimento telefônico gratuito também pelo celular por prestadoras de serviços – e tive a honra do empenho do Senador Otto Alencar, do meu Estado, para relatar esse projeto.
Também destaco o Projeto de Lei 48, de 2018, que inibe práticas abusivas através de telemarketing ativo, e contei com a colaboração do Relator, o Senador Armando Monteiro. Projeto esse que já está à disposição para a deliberação dos Deputados Federais. Uma matéria concebida para frear uma realidade que hoje incomoda muitos brasileiros, os quais são diariamente assediados comercialmente, mediante ligações telefônicas produzidas contra a vontade, de forma reiterada e persistente, em horas inoportunas.
E, finalmente, o PLS 488, em cujo processo de votação estamos e para o qual tive o aval do Senador Antonio Anastasia, o que muito me honrou com uma lei, que hoje batizamos de Lei de Responsabilidade Gerencial. Tive a honra de tê-lo como Relator sem nenhuma emenda e aprovado pela Comissão de Justiça desta Casa.
Caros, além desses projetos, quero aqui destacar alguns pontos para que os colegas possam seguir refletindo. E, depois desse debate, Senador Cristovam, Senador Elmano, acho muito importantes esses quatro pontos que quero colocar.
Primeiro, vamos refletir sobre a crise de credibilidade que os políticos enfrentam perante a sociedade. Ela é fruto da incapacidade de movimentarmos as estruturas institucionais em direção a uma nova sociedade: uma sociedade com a participação individual cada vez mais relevante, devido às redes sociais, e que cria uma força de grupos de pressão, que estamos vendo hoje nas ruas. Sociedade que exige mais transparência e agilidade da comunicação, já que urgência e emergência são as tônicas do cotidiano. Diante dessa premissa, o Senado Federal e todas as instituições devem se curvar e ir ao encontro desta nova sociedade.
Entendo que o Senado Federal deve rever seu papel no Congresso Nacional. Entendo ser urgente rever o pacto do bicameralismo.
Não podemos ser apenas, o Senado e a Câmara Federal, instituições-espelho, que tornam o retrabalho um peso e um alto custo para o já delapidado Orçamento Público.
É emergente aperfeiçoar a tramitação de projetos, priorizando debates relevantes em detrimento da pulverização de participações pontuais. Deixo, nesta Casa, a contribuição do Projeto de Resolução nº 32, já aprovado na Comissão, que permite a realização de reuniões virtuais de deliberação eletrônica, proposta de impacto legislativo já aprovada e que se encontra na Mesa Diretora. Modelo semelhante já existe e opera no sistema judiciário.
A segunda observação que trago aqui é o sentimento e a percepção da sociedade de que as estruturas do Estado são caras e obsoletas. Srs. Senadores, infelizmente isso é uma realidade.
E qual deve ser o tamanho do Legislativo do Brasil? Quantos Senadores? Quantos Deputados? Qual o número de vereadores necessários? Quantos devem ser os partidos políticos?
Aqui procurei levantar o debate da necessidade de unificar as eleições, com a proposição de PEC que prevê a coincidência do pleito para todos os cargos, em nível federal, estadual e municipal. Com isso, a proposta pode ajudar na definição e na realização de políticas públicas para o Brasil, no barateamento do custo das campanhas, no fortalecimento dos partidos e na verticalização do planejamento orçamentário do Estado brasileiro. Essa desagregação é, sem sombra de dúvida, um grande problema para o planejamento do Estado brasileiro.
Há outro debate que deixo aqui: apresentei uma proposta – e quero deixar como lida – sobre as consequências da nulidade do voto, esse instituto que está crescendo enormemente, como pudemos verificar nas últimas eleições. A proposta é verificar se os votos nulos devem impactar sobre a redução do número de cadeiras de Parlamentares por unidade da Federação. Entende-se que o voto nulo trará a leitura do povo daquele Estado, que poderá optar pela redução de sua representatividade junto à Câmara e ao Senado Federal. Daremos, assim, representatividade aos que querem reduzir a máquina pública, sem eliminá-la, tornando-a mais eficiente. Com o impedimento da tramitação das PECs, dou como lida mais essa proposta.
Meus caros, não vou me alongar, mas é preciso ainda debater sobre a eficiência dos gastos públicos e como tornar mais eficiente a atuação das estatais, como torná-las instrumentos de desenvolvimento nacional e regional. Nesse sentido, foi homologada a Lei 13.303, mas não foi suficiente. Apresentei aqui o Projeto de Resolução nº 1, de 2018, que delega uma nova atribuição à Instituição Fiscal Independente, vinculada ao Senado. A proposta acrescenta, às suas competências, o acompanhamento e o desempenho das empresas estatais da União.
Por fim, trago aqui uma penúltima sugestão para que este plenário seja palco para debates cada vez mais engrandecedores.
Por isso, sugiro que talvez possamos realizar sessões extraordinárias, Sr. Presidente, quem sabe às sextas-feiras, uma a cada mês, com as presenças de ex-Senadores, com direito de uso da tribuna, como se fosse uma audiência pública permanente. Eu gostaria muito de ter visto aqui nesta Casa e ouvido o Senador Pedro Simon, o Senador Fernando Henrique Cardoso, o Senador Eduardo Suplicy, o Senador José Sarney e outros Senadores.
Encerro – para dar a palavra a alguns Senadores que me pedem – sugerindo a leitura – e parece que foi uma premonição, Senador Armando Monteiro, a quem também darei a palavra – da reportagem da revista Exame, edição 1156, do mês passado. Nesta edição, há uma bela matéria sobre um livro de dois cientistas políticos, ambos de Harvard, cujo título, em tradução livre é "Como as democracias morrem". Eles argumentam sobre os abalos das bases da democracia americana, uma obra indispensável para entender o atual momento político mundial, e serve também para reflexão aqui nesta Casa, para o momento do Brasil.
Ambos alertam que, hoje, duas regras informais da política estão sendo ignoradas nos Estados Unidos – e aqui também –, diante da polarização política. A primeira parece brincadeira, mas está escrita aqui: respeito mútuo, o entendimento de que os partidos e os políticos aceitem os demais como rivais legítimos. Esse é um pilar da democracia. O segundo alerta colocado é o princípio da tolerância, Senadora Lídice da Mata, que evita que iniciativas políticas, embora permitidas pela lei, coloquem em risco todo o sistema democrático.
Não podemos fazer com que discórdias e derrotas dentro do Congresso sejam o caminho fácil do acionamento de outros Poderes. O caminho nesta Casa é o do diálogo, do diálogo, do diálogo, e, por fim, do voto.
Caros, deixo aqui as minhas contribuições.
Senador Eunício, quero agradecer a V. Exª, pela possibilidade de usar este tempo, e ao Senador Renan Calheiros, de quem também tive a oportunidade de estar aqui sob sua Presidência.
Quero agradecer ao Partido Progressista e saudá-lo na figura do Presidente Ciro Nogueira; agradecer aos meus correligionários, ao Vice-Governador João Leão – que aqui está, com quem tive a honra de começar a vida pública; quem sabe hoje estou fechando esse livro, mas não a minha amizade nem minha admiração por V. Exª –; aos Deputados Federais Cacá Leão e Mário Negromonte Júnior, e ao seu pai e amigo Mário Negromonte; ao Roberto Britto; ao Ronaldo Carletto; aos nossos Deputados Estaduais do nosso Estado; aos prefeitos todos – quero citar o amigo Carroça –; aos ex-prefeitos; ao primeiro prefeito que votou em mim, Presidente, o ex-Prefeito Wilson Moura, da cidade de Santa Inês.
Quero saudar também, oportunamente, dois governadores que me deram oportunidade de ser secretário de Estado: o Senador César Borges – que esteve sentado aqui, e tive a oportunidade de sentar na mesma cadeira que ele –; e o ex-Governador Jaques Wagner, que, com certeza, estará aqui num próximo mandato, abrilhantando ainda mais o Senado.
Quero saudar efusivamente o Senador Walter Pinheiro, meu amigo e companheiro, e os Senadores baianos Otto Alencar – que aqui não está, mas está no coração da gente – e a Senadora Lídice da Mata, amiga de grandes batalhas políticas no nosso Estado, a Bahia.
Quero aqui saudar especialmente os meus professores. Destaquei três: Emerson Palmeira, que foi meu professor de Química na escola e depois tive a honra de tê-lo como Vice-Prefeito; a minha professora Isadora, que foi a minha professora de História e que faz parte ainda da nossa vida atualmente, e o Rev. Celso, que foi Deputado Federal e que foi Constituinte daqui do Congresso Nacional.
Quero saudar os meus amigos do Colégio 2 de Julho, os meus amigos da Universidade Federal da Bahia, do curso de Engenharia Civil.
Quero agradecer a todos os eleitores que um dia acreditaram em mim.
Quero agradecer à minha família e saudá-la, agradecer à minha mãe, à minha esposa Tereza – pelo amor, respeito e carinho mútuos –, e quero saudar às minhas filhas queridas, Bia, Camila e Mariana, às quais oferto todo meu trabalho e dedicação.
Viva o Brasil! Viva a democracia! Viva o povo brasileiro!
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
O Sr. Fernando Bezerra Coelho (PMDB - PE) – Senador Roberto.
A Srª Lídice da Mata (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PSB - BA) – Também lhe peço inscrição. Senadora Lídice.
O Sr. Flexa Ribeiro (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Senador Roberto.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Vamos começar aqui, Fernando Bezerra.
O Sr. Fernando Bezerra Coelho (PMDB - PE) – Tenho a alegria de poder fazer este aparte e assistir ao pronunciamento de despedida de V. Exª da tribuna principal do Senado Federal. Quero dar aqui um testemunho do convívio que tivemos ao longo desse tempo aqui nesta Casa, no plenário, nas Comissões: uma pessoa correta, sincera, capacitada, preparada, que tem uma biografia política que, de certa forma, o credencia para poder dignificar a representação do povo baiano aqui na Câmara Alta. Eu quero aqui fazer um registro, sobretudo, da colaboração que tive sua numa importante matéria que foi aqui debatida e sobre a qual deliberou o Plenário do Senado Federal, que foi a revisão da Lei de Licitações. V. Exª, de certa forma, foi quase que correlator comigo...
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado.
O Sr. Fernando Bezerra Coelho (PMDB - PE) – ... pelo empenho que teve nessa matéria. A matéria se encontra hoje em apreciação na Câmara dos Deputados, e, certamente, as suas contribuições foram muito valiosas para que a gente pudesse chegar a um texto que possa representar um avanço, uma modernização num dos mais importantes instrumentos legais que é reclamado pela Administração Pública Federal, estadual e municipal. Quero também fazer aqui um outro testemunho: o amor que V. Exª tem pelo seu Estado, pela Bahia. Sou vizinho ali do Sertão do São Francisco e tive oportunidade de testemunhar várias visitas suas, ao lado do Vice-Governador João Leão – que é uma figura queridíssima e conhecida em todo o São Francisco baiano e pernambucano, até porque ele tem raízes pernambucanas.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Ele é também pernambucano.
O Sr. Fernando Bezerra Coelho (PMDB - PE) – Ele também é pernambucano, tem raízes pernambucanas e, portanto, eu posso aqui testemunhar como V. Exª empunhou as bandeiras em defesa do desenvolvimento do homem do interior da Bahia. Portanto, vá em paz. Chamou-me a atenção a emoção que embargou a sua voz ao se referir aos amigos, aos seus familiares, àqueles que o ajudaram na sua trajetória política. V. Exª sai desta Casa tendo o reconhecimento dos seus pares pelo seu trabalho, pelo seu posicionamento, pela sua coragem de defender com muito brilhantismo o povo baiano. Vá em paz. Os amigos ficarão para sempre.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado, Senador.
O Sr. Flexa Ribeiro (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Senador Roberto Muniz
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Senador Armando Monteiro, por favor.
O Sr. Armando Monteiro (Bloco Moderador/PTB - PE) – Meu caro Senador Roberto Muniz, eu queria começar dizendo que o pronunciamento que V. Exª fez hoje, no momento da sua despedida, está à altura do desempenho que V. Exª teve nesta Casa, numa curta, mas densa e luminosa passagem por aqui. V. Exª trouxe um conjunto de reflexões importantes, que são fruto do seu acúmulo, ao longo da sua vida pública, mas muito da sua acurada e muito lúcida avaliação do que representam hoje as disfunções do próprio Poder Legislativo no Brasil. E V. Exª aludia, por exemplo, às dificuldades e à disfuncionalidade, em certa medida, do sistema bicameral, à necessidade de transformar esta Casa num espaço permanente de debate dos grandes temas nacionais, que, infelizmente, nem sempre nós percebemos no debate parlamentar. Quero dizer que V. Exª – qualquer que seja a dimensão de avaliação de um mandato – recebeu aprovação inquestionavelmente na coerência e na firmeza dos seus posicionamentos políticos e – poderia dizer – políticos institucionais, e na qualidade da sua participação no debate técnico das comissões. Aqui V. Exª agregou uma importante contribuição, na medida em que várias proposições legislativas foram formuladas por V. Exª sobre temas da mais alta relevância. E a última das dimensões – e não é a última na ordem e na importância –: o convívio que V. Exª pôde ter com seus pares. V. Exª deu sempre exemplo de urbanismo, de civilidade, de educação, e, sobretudo, de respeito aos seus pares. Então, meu caro e querido Senador Roberto Muniz, eu tenho certeza de que V. Exª receberá novos chamamentos para novas missões, que seguramente haverá de desempenhar sempre com espírito público, com correção e com grandeza. A Bahia e o Brasil não podem prescindir de V. Exª. E eu quero, ao final, fazer o registro de uma presença sempre muito festejada aqui nesta Casa: do nosso Vice-Governador, João Leão, a quem eu sei que lhe ligam laços muito estreitos de amizade e de caminhada ao longo da vida pública. Então, recomende-me à família. Receba o testemunho do meu apreço permanente. Seja muito feliz nos seus próximos passos. Um abraço.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado, Senador Armando Monteiro.
Senadora Simone Tebet, por favor.
A Srª Simone Tebet (PMDB - MS) – Querido Senador Roberto Muniz, eu quero começar enaltecendo a figura do homem. A minha admiração por V. Exª começou não pelo homem público, mas pela conduta de V. Exª como homem, como cidadão baiano, pela cordialidade, pelo espírito democrático, pelo diálogo, pela forma afável como se dá toda a relação que permeia a sua conduta. Essa admiração ao homem me levou a admirar o homem público, o Senador da República que chegou aqui com um espírito muito mais de ouvir do que de falar, mas, acima de tudo, de servir e de ajudar. Foi uma honra, para mim, conhecer ambos: o homem e o homem público. Foi uma honra para mim conviver com V. Exª. Acima de tudo, foi uma honra ser Relatora de um projeto de fundamental importância que hoje já está na Câmara dos Deputados e que torço para que se transforme em lei. V. Exª sai, a princípio temporariamente do Senado Federal, deixando um legado ou talvez dois: o primeiro, acima de tudo, é o exemplo para o povo brasileiro de que há homens públicos sérios, sim, neste País, de que há homens públicos éticos, competentes, que têm no coração amor ao seu povo e vontade de servir. Mas, mais do que isso, V. Exª hoje entra para a história do Senado com o discurso que apresentou no momento mais oportuno. V. Exª trouxe aqui aquilo que está faltando para todos nós. V. Exª disse a todos nós, como um grande professor, mesmo sem querer sê-lo, que é preciso serenidade, que é preciso respeito entre os pares, que é preciso, acima de tudo, diálogo e tolerância. Sim, nós somos a caixa de ressonância do País porque nós somos a mais Alta Corte legislativa. Nós somos, sim, receptores da vontade do povo, mas nós não podemos nos comportar como ele. Nós temos de ser, aqui também, uma caixa capaz de peneirar. E aqui não pode entrar a intolerância, aqui não pode haver hierarquia entre um sobre os outros e, sobretudo, aqui têm que sempre vigorar discursos de alto nível, como os de V. Exª. Não cabe no Senado Federal, porque esta não é uma câmara de vereadores, sem demérito nenhum.... Porque lá, sim, pela proximidade que há com a sua comunidade, é o espaço para discutir questões paroquiais. Aqui, no Senado Federal, nós temos que discutir questões institucionais, a começar por nós mesmos. Aqui na fala do Senador Armando, está na hora de começarmos a rediscutir o papel do Senado Federal, com base nesses dois itens que V. Exª mencionou: diálogo e tolerância. Parabéns a V. Exª pelo trabalho! Não vou aqui me despedir; vou lhe desejar aqui um até breve na esperança de que o povo baiano o traga de volta ao Congresso Nacional.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado, Senadora Simone.
Senador Flexa Ribeiro, por favor.
O Sr. Flexa Ribeiro (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Senador Roberto Muniz, sinto-me até suspeito de fazer essa homenagem a V. Exª. Não somos vizinhos de Estado, mas somos vizinhos de Bancada. Todas as conversas que tivemos vão na mesma direção: a de que o nosso País possa retomar o caminho do desenvolvimento econômico e social. V. Exª deixa um legado aqui no pouco tempo em que passou conosco. V. Exª deixa dois projetos da maior importância. De um deles tive a honra de ser Relator: o da regulamentação da distribuição dos recursos para a sanidade animal e vegetal. Até então, ninguém tinha pensado que era necessário regulamentar a distribuição, que era feita de forma aleatória, pela vontade daqueles que estivessem, à época, no comando. V. Exª chegou e disse: "Não." E fez o trabalho, como outros também, ouvindo todos os segmentos: academia, produtor, Legislativo, para que fosse feito um projeto sem emendas e encaminhado à Câmara Federal. O outro projeto que tivemos agora a oportunidade de aprovar é na mesma linha, é um projeto que faz a responsabilidade gerencial. É importantíssimo isso. Importantíssimo, Senador Roberto Muniz. Nós é que agradecemos, o Brasil é que agradece ao meu amigo Roberto Muniz. Está aqui, junto com o Roberto, o meu querido amigo e Deputado permanente, que foi Prefeito de Salvador, agora Vice-Governador,...
A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PSB - BA. Fora do microfone.) – De Lauro de Freitas.
O Sr. Flexa Ribeiro (Bloco Social Democrata/PSDB - PA) – Lauro de Freitas? Mas foi Vice-Prefeito de Salvador, não foi? (Pausa.)
Vice-Governador da Bahia, que é um amigo de todos nós e tem uma carreira aqui no Parlamento brasileiro que é reconhecida também por todos. E, Senador Roberto, eu quero parabenizar os meus irmãos da Bahia, que colocaram no Senado Federal para representá-los um Senador da qualidade do amigo Walter Pinheiro, que vai voltar a se sentar aqui ao meu lado. E quando Walter Pinheiro se licenciou para assumir a Secretaria de Educação da Bahia, mandou para substituí-lo V. Exª, o meu amigo Roberto Muniz. Não sei, amigo Leão, diferenciar o titular do suplente, ambos da mesma qualidade e representando o Estado da Bahia da forma como V. Exª o fez ao longo desse período que passou aqui conosco. Vou dizer como outros que me antecederam: não é até logo, é até breve. Ainda hoje, no corredor aqui do Senado, conversávamos. Encontramo-nos no corredor e tivemos oportunidade de trocar algumas palavras eu, o meu amigo Roberto Muniz e o Vice-Governador Leão, que disse, a essa altura, que V. Exª não iria para aposentadoria, não, que outras missões viriam em seguida. Vá com Deus, que Deus o ilumine, o abençoe e a toda a sua família também.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado, Senador Flexa.
Queria passar a palavra aqui para a Senadora Ana Amélia.
A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Caro Senador Roberto Muniz, eu queria fazer uma referência ao gesto do Senador Eunício Oliveira, que, presidindo esta sessão, reservou um espaço importante para a sua despedida – uma despedida breve, eu espero. Mas sobretudo nesse gesto, ele também colocou na Ordem do Dia a votação de um projeto de lei do Senado, na votação complementar, no dia em que V. Exª também está dizendo um breve adeus, até breve para todos nós. E também num dia especial, em que a sua presença valorizou enormemente, como a de outros suplentes como o senhor nesta Casa, nesta tarde, valorizaram extremamente a condição de um suplente que tem a mesma legitimidade de um titular: o Senador Airton Sandoval e o Senador José Medeiros. V. Exª teve uma produtiva participação legislativa aqui, com leis extraordinariamente oportunas, inteligentes e adequadas para a modernização do Estado brasileiro, até mesmo advindas da sua experiência como gestor público municipal de um Estado importante como é o da Bahia. Queria saudar aqui a presença e o prestígio do nosso Vice-Governador, meu correligionário, como V. Exª, João Leão, o Deputado Cacá Leão e a Bancada da Bahia com esse regozijo todo da sua representação. Tenho muito orgulho desta convivência fraterna, uma convivência de refinamento no relacionamento político institucional. Então, estamos aqui dizendo, como todos disseram, um até breve ao caro amigo, ao caro Senador, meu correligionário, Roberto Muniz, desejando muito boa sorte nos seus desafios futuros, que, claro, serão muito grandes, do tamanho da sua competência, do seu compromisso Nacional e da defesa dos interesses do seu Estado, muito bem representado aqui, a Bahia. Muito obrigada e parabéns.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Senadora Ana Amélia, muito obrigado, também, pelas palavras e pelo convívio aqui nesta Casa. (Palmas.)
Queria passar a palavra para a Senadora Lídice da Mata, mas, antes, queria destacar o quanto Deus é importante para mim, porque parece que Ele projeta o lance futuro.
O nome da revista que eu estou terminando e que fala desta passagem por aqui é Tempo de Conciliar. É tempo de conciliar!
Com a palavra a Senadora Lídice da Mata.
A Srª Lídice da Mata (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PSB - BA) – Meu caro e querido amigo Senador Roberto Muniz, certamente Leão estava me dizendo aqui que V. Exª, propositalmente, iria me deixar por último, mas eu faço com muita alegria o desejo de saudá-lo neste momento. Primeiro, porque sou sua companheira de Bancada, mesmo sendo suspeita por esse privilégio, eu posso falar de uma convivência com V. Exª que antecede esse momento: um momento em que nós não estávamos, digamos assim, no mesmo lado, na mesma batalha política. Justamente por isso eu posso dizer da sua capacidade de convivência democrática, da sua capacidade de colaboração e do seu compromisso com as causas que abraça.
(Soa a campainha.)
A Srª Lídice da Mata (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PSB - BA) – Como companheiro de Bancada, eu quero falar da sua alegria, da alegria de conviver com alguém que só se dirige a nós sorrindo. Sorrindo para pedir, sorrindo para ponderar, sorrindo para sugerir. V. Exª entrou na política pelas mãos de Leão, que está aqui hoje, o nosso Vice-Governador, um dos mais destacados Líderes do seu Partido nacionalmente e um político que também, na Bahia, tem dado, e ainda dá, permanentemente, essa grande contribuição na vice governadoria do nosso Estado, sendo um grande parceiro do Governador Rui Costa, que vem realizando um projeto vitorioso que nós levamos para a Bahia, todos nós juntos. Mas vem acompanhado de Cacá Leão, para quem o senhor é um verdadeiro irmão mais velho, alguém com quem ele aprende, que me dá o testemunho permanente de como recebe do senhor essa colaboração permanente. E quem tem a lealdade de ter aqui aquele que o conduziu para entrar e hoje a lealdade de ter seu filho lhe seguindo os passos demonstra o caráter que tem. Muitos disseram aqui da sua capacidade de ser gentil, e eu quero dizer que, além de gentil e doce, isso nunca em V. Exª significou falta de força. Pelo contrário, é gentil, é doce, é firme, demonstrando que essas características não são contrapostas. Isso é muito importante. Para mim, como sua parceira aqui, também quero lembrar que é um parceiro das causas femininas e feministas neste Senado Federal. Então, quero agradecer ao Senador Pinheiro por ter nos dado também a oportunidade de conviver com V. Exª aqui. Isso me inspirou, Leão, hoje a propor ao nosso querido Senador Randolfe que nós pudéssemos entrar com requerimento pedindo que, em função de Salvador ser a primeira capital, de a Bahia ser o primeiro Estado constituído no Brasil, que nós pudéssemos ter a condição que nos é dada por todo este Plenário de ter quatro Senadores até o final do ano. E Randolfe queria fazer uma emenda no meu requerimento, mas eu não permiti. De forma que isso demonstra o carinho, o respeito, o legado que V. Exª deixa para todos nós, baianos, muito felizes com a sua passagem pelo Senado Federal. Deixa aqui, nesta Casa, toda a contribuição e toda a riqueza de depoimentos que nós vimos aqui. O seu discurso consolida tudo isso, toda essa imagem que V. Exª criou no Senado Federal. Fico feliz de ser sua amiga e de ter sido a sua parceira aqui, nesta cadeira, no Senado Federal.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado, Senadora Lídice.
Eu queria passar a palavra para o Senador Cristovam Buarque.
O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PPS - DF) – Senador Roberto Muniz, eu pensava em colocar aqui, nessa despedida sua, cinco qualidades suas que eu aprendi. Mas tem mais uma que eu soube hoje pela manhã, quando encontrei o Vice-Governador João Lira.
O Sr. Armando Monteiro (Bloco Moderador/PTB - PE) – João Leão.
O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PPS - DF) – João Leão, desculpem-me. É Cacá Leão e João Leão. Quando encontrei o João Leão e disse a ele da sua despedida, ele me disse: "Claro que eu vim para isso. Ele é meu filho." Esta é uma qualidade: ter um líder político a quem ele chama de filho. Isso mostra lealdade, mostra relação intrínseca. Das outras qualidades que eu aprendi, a primeira é a lucidez, como a gente conversa com o senhor e que o senhor demonstrou no seu discurso. Lucidez, querendo ser um pouco pretensioso, mostra o engenheiro que o senhor é, mostra o empresário que o senhor é, mostra a capacidade de analisar as coisas. Além da lucidez, é a baianidade, a nordestinidade e a brasilidade. Aqui o senhor conseguiu realizar essas três coisas. Muitos de nós, Senadores, ficamos muito locais, defendemos o nosso Estado. Nós do Nordeste temos a sensação da Região, mais do que muitos outros lugares. Mas o senhor nunca deixou de ser, sobretudo, um Senador da República do Brasil. A outra característica é a coerência. Com todo o respeito aos seus correligionários do PP, o senhor se coloca de uma maneira tal de coerência que a gente não vê as amarras partidárias que alguns de nós, às vezes, têm. O senhor tem uma coerência que casa com o Partido, mas o senhor não é prisioneiro disso. A outra – e o Senador Armando falou – são os seus projetos de lei e relatórios. O senhor fez relatórios em comissão de que eu me lembro demais, que sugeri que fossem publicados – depois, eu tive acesso a eles. Eu quero parabenizá-lo por isso. Finalmente, há uma qualidade que só o senhor pode ter aqui: a de ter substituído ao Walter Pinheiro...
(Soa a campainha.)
O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PPS - DF) – ... sem diminuir nada do Walter. O Walter é um colega nosso, companheiro nosso, que todos respeitamos. O senhor chega aqui, e, sinceramente, não sentimos falta do Walter Pinheiro – espero que ele esteja escutando isso. Essa é uma qualidade difícil de encontrar. Eu já disse isso também do Lasier em relação ao Simon. Quando o Simon não vinha mais para aqui, eu disse: "Caramba, este Senado sem o Simon não vai ser mais o mesmo." O Lasier conseguiu substituí-lo. Pois bem, dessas qualidades nós vamos sentir falta, mas fique certo de que a amizade vai continuar, independente do que aí venha pelo futuro do nosso País, em situação tão complicada como vivemos hoje. E a saída é o que o senhor disse no final, há pouco: conciliação. Eu acho que esse pode ser o título também do seu discurso de despedida...
(Soa a campainha.)
O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PPS - DF) – ... que eu espero que o senhor reproduza e nos deixe como uma lembrança de sua passagem por aqui. Muito obrigado por ter ficado conosco esses dias. Muito obrigado ao Vice-Governador João Leão e, obviamente, ao Walter Pinheiro, por ter trazido o senhor para cá. Grande abraço. E vamos estar juntos.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado, Senador amigo Cristovam...
O Sr. José Serra (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – Senador Roberto Muniz.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Senador Serra.
O Sr. José Serra (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – Eu quero aqui me associar às palavras que foram ditas pelos nossos colegas, especialmente pelo Senador Flexa, que aqui falou como uma espécie de representante do PSDB. Só lamento não tenhamos convivido tanto pelo fato de que eu estive ausente do Senado quando estava no Governo, mas sempre acompanhei a qualidade do trabalho, a qualidade da sua formação e me congratulo, inclusive, pela aprovação hoje de um projeto importante para a vida futura, para a qualidade do trabalho legislativo no Brasil.
(Soa a campainha.)
O Sr. José Serra (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – Receba meu abraço forte e minha disposição aqui nesta Casa de permanecer em contato com V. Exª. Um abraço.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado, Senador Serra.
Senador Reguffe.
A Srª Rose de Freitas (PMDB - ES) – Sr. Presidente.
O Sr. Reguffe (S/Partido - DF) – Senador Roberto Muniz, eu acho que os apartes que o Plenário fez a V. Exª mostram o quanto V. Exª é querido por este Plenário. Como a revista da sua atuação aqui, É tempo de conciliar, V. Exª é um conciliador. Além de um conciliador, é uma pessoa correta, uma pessoa extremamente educada, uma pessoa extremamente agradável, de que todos gostam. Isso é muito importante nos dias de hoje, porque, em um tempo em que as pessoas querem procurar mais as divergências do que as convergências, em um tempo em que as pessoas querem mais tentar achar o defeito do próximo do que reconhecer a virtude do próximo, é muito importante ter uma pessoa assim como V. Exª, que tenta buscar o meio-termo, que tenta sempre buscar a conciliação, sem transigir em princípios, o que é importantíssimo. E, além de uma pessoa extremamente cordial, extremamente cordata, extremamente educada, V. Exª é também um idealista, e acho que isso é algo que está em falta hoje neste País. Este País precisa de mais idealismo, de mais senso cívico e de menos interesses pessoais simplesmente. Eu acho que falta um pouco de idealismo hoje neste País. Eu agradeço a convivência aqui com V. Exª, convivência sempre muito fraterna. V. Exª sempre me tratou muito bem aqui, nesta Casa. O que eu desejo para o nosso País é que nós tenhamos dias melhores e para V. Exª eu desejo que V. Exª seja feliz, que seja para a sua felicidade.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado, Senador Reguffe.
Senador Lasier, por favor.
O Sr. Lasier Martins (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - RS) – Senador Roberto Muniz, muito já foi dito de elogioso, a mostrar o quanto V. Exª conquistou esta Casa. Eu endosso todas as referências feitas até aqui e quero lhe dizer que a mim sempre chamou a atenção a sua cordialidade. E não é apenas um homem cordial, mas um homem eficiente, participativo em todas as sessões em plenário, de modo que estamos de parabéns com a sua permanência aqui. Eu quero parafrasear o que disse aqui a Senadora Tebet: que os baianos nos devolvam V. Exª para cá.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado, Senador Lasier.
Senadora Rose de Freitas.
A Srª Rose de Freitas (PMDB - ES) – Eu tive a oportunidade de conviver com V. Exª neste plenário, e, se alguém quiser saber a importância que teve a sua passagem por aqui, que tenho certeza de que poderá ter um retorno, basta recorrer aos Anais desta Casa. V. Exª não era ausente, V. Exª era presente. V. Exª discutia as questões, se envolvia com elas e, junto, encontrava sempre a maneira de construir algo positivo dentro do Parlamento de que V. Exª fez parte até o dia de hoje. Eu quero dizer que V. Exª ficou para mim como um lutador pela educação – sabe que eu sou da Bancada da educação –, com o seu projeto, o seu Pronatec, o seu pronunciamento, o seu envolvimento, o seu discernimento. Agradeço ao povo baiano, principalmente ao João Leão, Deputado, companheiro de muitos mandatos, e ao Cacá Leão, o seu filho. Digo que a Bahia nos trouxe V. Exª por um momento. Agora, acho que nós podemos nos manifestar, um bom manifesto, para que a Bahia também nos devolva em breve também o Roberto Muniz Senador. Muito obrigada. Parabéns a V. Exª.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado, Senadora Rose.
Senador Randolfe.
O Sr. Randolfe Rodrigues (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/REDE - AP) – Primeiro, Senador Muniz, eu quero agradecer ao Senador Walter Pinheiro, que possibilitou a nós a convivência com o senhor, e ao Presidente Eunício, até em um dia tão tenso como o de hoje para o Brasil, por ter possibilitado para todos nós fazer esta homenagem ao senhor. O senhor assumiu o mandato em um dos períodos – e está deixando o mandato – mais tensos da história republicana. Eu diria que talvez seja um dos mais tensos desde a promulgação da Constituição. É um período muito difícil para as decisões, principalmente neste plenário. Eu queria aqui saudar todas as decisões que V. Exª tomou e, principalmente, a forma educada e cortês...
(Soa a campainha.)
O Sr. Randolfe Rodrigues (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/REDE - AP) – ... que diz muito do que deve ser o comportamento, diz muito da reflexão para a serenidade que todos nós devemos ter neste momento difícil da história nacional. Eu acho que o senhor, nesta breve passagem... Eu espero que seja breve, seja qual for o nosso futuro em comum... Esta Casa, o Senado da República, a mais alta Casa Legislativa do País, precisará muito de suas contribuições no futuro. Tenho certeza de que a Bahia, de tão belas tradições que emprestou ao Brasil, de tão belos exemplos que emprestou ao Brasil, a Bahia de Maria Quitéria e de tantas outras heroínas e heróis, poderá nos dar de presente, quem sabe, mais adiante, um mandato como o de V. Exª para conviver aqui no Senado da República. A presença neste Senado, o número de cumprimentos e apartes que V. Exª tem recebido neste momento... Já estamos às 19h36, e V. Exª está nesta tribuna há quase uma hora e está nesta tribuna há quase uma hora por conta dos apartes. Acho que poucas situações similares ocorreram, pelo menos no tempo que presenciei aqui neste plenário. Eu comparo a passagem de V. Exª aqui e a sua despedida agora com a despedida de Pedro Simon, que foi aparteado por boa parte dos membros deste Senado, com todos eles, das diferentes posições políticas, saudando a forma como se comportou aqui. Espero que, neste momento difícil da história nacional, nós todos aqui no Senado nos inspiremos na conduta de V. Exª para entender que este é um momento de, principalmente, serenidade e união para o Brasil.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado, Senador.
Eu queria passar a palavra para o Senador Garibaldi.
Desculpe, Presidente, me perdoe. Agradeço a todos a deferência.
O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN) – Senador Roberto Muniz, estou aqui em nome do Rio Grande do Norte. Nós não poderíamos, de maneira nenhuma, faltar com esta palavra, já que V. Exª tem laços com o Rio Grande do Norte, tem ligações, inclusive, com pessoas que atuam na política...
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Familiares também.
O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN) – E, antes de V. Exª ter essa convivência comigo, eles já me disseram qual seria o perfil de V. Exª, o desempenho de V. Exª. E agora vejo que isso se confirma. Eu digo, com toda a segurança, que V. Exª brilhou neste plenário, nas comissões. Eu fui testemunha disso. E eu quero ressaltar aqui o seu trabalho com relação ao Fórum Mundial da Água. V. Exª empenhou-se vivamente para que aquele evento tivesse a participação do Legislativo, ao lado do Senador Jorge Viana, para que aquele evento tivesse o desfecho que todos nós esperávamos que ele realmente tivesse. Eu queria também dizer da preocupação de V. Exª com o grande problema hoje do Brasil, talvez o maior deles, que é o da segurança. Lembro a preocupação de V. Exª. Inclusive, estivemos juntos com o Ministro Raul Jungmann no seu gabinete, para falar sobre segurança e para solicitar, claro, providências urgentes e inadiáveis. Então, eu quero dizer ao Senador Roberto Muniz, já a esta altura no meu terceiro mandato, que V. Exª marcou este mandato com a sua amizade, com o seu convívio e, sobretudo, com este apelo que V. Exª fez pela conciliação. Muito obrigado, Senador...
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado.
O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN) – ... Roberto Muniz. Claro, a presença também aqui do Vice-Governador João Leão deixou a todos nós muito felizes, assim como também a presença do seu filho, o Deputado Cacá Leão. Conhecemos o nosso Vice-Governador, apenas não sabíamos que ele já tinha idade de ser seu pai. (Risos.)
(Soa a campainha.)
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Obrigado, Senador Garibaldi.
Senador Benedito de Lira.
Presidente, me perdoe, é o último Senador a me apartear.
O Sr. Benedito de Lira (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - AL) – Meu caro Presidente, Senador Roberto Muniz, Srs. Senadores, meu caro Vice-Governador da Bahia, eu cumprimento aqui os dois Deputados, o filho de um companheiro que, ao longo de muitos anos, conviveu na fileira do nosso Partido e esse jovem Cacá Leão. Meu caro Roberto, a sua origem o qualifica. A Bahia tem história, mas não é uma história de violeiro, não; é uma história das raízes do seu nascedouro que tem produzido extraordinárias figuras na arte, na música, no folclore, na política, no empresariado. Enfim, em todos os segmentos da sociedade brasileira, a Bahia está presente. A maior satisfação que eu tive como Senador do Progressistas foi receber V. Exª em substituição a um grande amigo, um companheiro e um grande Senador, o Walter Pinheiro. V. Exª, neste momento, diz até logo a nós do Plenário do Senado...
(Soa a campainha.)
O Sr. Benedito de Lira (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - AL) – ... onde V. Exª teve uma convivência extraordinária, com uma capacidade incomparável. Além de tudo, como Líder que sou do nosso Partido, em todos os momentos em que nós precisamos, nas emergências, recorremos a V. Exª, e, em nenhum momento, V. Exª fez qualquer tipo de gesto que não fosse firmemente apoiando as decisões do Partido, apoiando os diálogos do Partido, fazendo as suas reivindicações. Se eu não cumpri todas, eu lhe peço desculpas agora, mas, sempre que você solicitou uma posição dentro de uma comissão técnica, é porque você tinha e tem a capacidade para o exercício de qualquer função. Agora, é o dia a dia. V. Exª se afasta do Senado para cumprir outras missões na Bahia em defesa dos interesses do nosso País.
Por isso, Roberto, eu não digo que nós vamos ficar pesarosos com sua ausência, mas ficaremos tristes, sem dúvida nenhuma, e, ao mesmo tempo, felizes porque você demonstrou a capacidade invulgar no exercício da atividade parlamentar. Então, Roberto, até logo nós lhe daremos, porque, quem sabe, breve e breve V. Exª deverá retornar à atividade legislativa, retornar à atividade política porque, assim como eu, muitos outros deveriam já estar descansando ou em casa, mas continuamos a fazer política. O País precisa do nosso trabalho, da nossa ação e, acima de tudo, da nossa lealdade. E V. Exª, no período em que esteve aqui, representou com muita dignidade, dignificou o povo baiano e o mandato parlamentar. Por essas razões e outras, quero cumprimentá-lo, agradecer a V. Exª, nobre Senador Roberto Muniz, a ajuda, o trabalho e a coerência que demonstrou ao longo de todo o período que aqui está como Senador da República. Eu queria dizer aqui ao meu amigo Vice-Governador, e agora há pouco brinquei até com ele: nós somos felizes porque, quando nós não ocupamos os espaços, os nossos filhos ocupam. O Vice-Governador da Bahia tem aquela extraordinária figura como seu filho. O Vice-Governador durante muitos anos, era um dos que estavam à frente da Comissão de Orçamento da União, e nunca teve a oportunidade de ocupar o cargo de Presidente ou de relator. O filho dele, no primeiro mandato, tornou-se, em 2017, Relator-Geral do Orçamento da União. Então, meu caro Vice-Governador, sei que V. Exª se sente orgulhoso como eu, que tenho o meu filho, Arthur Lira. Eu sempre lutei para ocupar o espaço na Câmara dos Deputados. O Arthur chegou e foi Líder de uma Bancada; eu, quando muito, fui Vice-Líder, Presidente. O Arthur foi Presidente da Comissão de Justiça; e em determinado momento, nem membro fui – fui algumas vezes e, depois, não fui mais. O Arthur, hoje, tem uma liderança extraordinária. E, agora há pouco, nós saímos de uma reunião do Partido, Presidente, e nós filiamos mais oito Deputados. E até o próximo sábado, deveremos receber mais alguns Deputados para crescer, porque esse é o desejo dos Progressistas: ajudar o Brasil, que precisa da ação coerente de Parlamentares que têm responsabilidade, não de fazer o incêndio, não de jogar gasolina para incendiar mais, mas de ter precaução, porque o País precisa exatamente da serenidade, da postura de precaução para que possamos reerguer esse gigante, que, na verdade, precisa de apoio de todos nós. E V. Exª foi um partícipe dessas ações. Por isso, meu caro Senador, receba os meus cumprimentos, o meu muito obrigado e a minha eterna gratidão por tudo quanto você pôde fazer para ajudar o Partido Progressista aqui, no Senado Federal. Que Deus tome conta de V. Exª, que dê mais luzes para continuar ajudando o Brasil e particularmente a Bahia. Muito obrigado.
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Muito obrigado, Senador Benedito.
Só finalizando, Presidente, eu queria, primeiro, agradecer a V. Exª a paciência, a amizade que o senhor demonstrou hoje por mim e o carinho.
Quero pedir ao Vice-Governador João Leão que leve também o agradecimento especial ao Governador Rui Costa por estar aqui hoje, fruto também da força, da vontade e da liderança política dele.
Eu queria, só para finalizar, dizer que este projeto, Presidente, que nós estamos votando hoje, não foi feito só por mim. Ele foi feito pelos consultores desta Casa, aos quais quero fazer um agradecimento especial, como também aos técnicos do Tribunal de Contas da União.
(Soa a campainha.)
O SR. ROBERTO MUNIZ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - BA) – Então, se ao abrir aqui este projeto estiver aprovado, eu quero que V. Exª possa creditar a esses técnicos que construíram conosco a possibilidade deste projeto que pode mudar o futuro das políticas públicas no Brasil.
Muito obrigado, Presidente.