Pela Liderança durante a 45ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao Governo de Sergipe pela precariedade da segurança pública no estado.

Autor
Eduardo Amorim (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Críticas ao Governo de Sergipe pela precariedade da segurança pública no estado.
Publicação
Publicação no DSF de 12/04/2018 - Página 17
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE SERGIPE (SE), MOTIVO, PRECARIEDADE, SEGURANÇA PUBLICA, REGIÃO, HOMENAGEM POSTUMA, POLICIAL.

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco Social Democrata/PSDB - SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Obrigado, Sr. Presidente.

    Não me incomodaria, Senadora Ângela, que V. Exª fosse a primeira, de forma alguma.

    Sr. Presidente, serei breve nas minhas palavras, como de costume.

    Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado, espectadores da TV Senado, todos que nos acompanham pelas redes sociais, ontem falei aqui, exatamente desta tribuna, que o Governo do meu Estado, do Estado de Sergipe vem transformando as estruturas estatais em um teatro dos horrores, em que apresentam, dia após dia, um roteiro desumano e cruel; cruel com seus servidores, cruel com a população sergipana.

    Lamentavelmente, hoje, ocupo de novo esta tribuna, para deixar clara a minha indignação com a absoluta falta de segurança no meu Estado e o clamor por Justiça.

    Na noite de 4 de abril, há exatamente oito dias – quarta-feira da semana passada –, o Comandante do Pelotão da Companhia Especializada em Operações Policiais em Área de Caatinga, o Cap. Manoel Oliveira, foi brutalmente executado com dezenas de tiros, no trevo de acesso à cidade de Monte Alegre, no Alto Sertão sergipano.

    O Capitão integrava, havia 24 anos, o quadro da Polícia Militar de Sergipe, reconhecido por sua competência, seriedade e dedicação à corporação. Era conhecido também por seu grande carisma.

    Entrou na corporação em 1994, ainda na condição de soldado, sendo aprovado em 1997 no Concurso de Sargentos e, em 2003, no Curso de Formação de Oficiais, feito na Academia de Polícia Militar Senador Arnon de Mello, na cidade de Maceió. Voltando ao nosso Estado, na turma de oficiais CFO/PM Sergipe 2005, iniciou a atividade – enquanto oficial – em estágios nas diversas unidades operacionais da PM Sergipe.

    Em um segundo momento, já como tenente, teve a oportunidade de trabalhar no 2º Batalhão de Polícia Militar, em Propriá, no 4º Batalhão, em Canindé do São Francisco, até fundar o então Pelotão Especial de Policiamento em Área de Caatinga, em 16 de maio de 2008, atualmente, Companhia Especializada em Operações Especiais em Área de Caatinga, onde permaneceu até a data da sua morte.

    Ontem foi sua missa de sétimo dia, e, até o momento, esse crime brutal, que chocou toda a sociedade sergipana, continua sem solução.

    Sr. Presidente, de acordo com os dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Estado que registrou a maior taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes no País é o meu Estado – meu e do Senador Valadares –, e a nossa capital, Aracaju, é a capital com maior número de assassinatos – 66,7 homicídios por 100 mil habitantes.

    E, assim como a violência não escolhe cara – embora os números apontem predominantemente para jovens e negros –, também não escolhe farda.

    E, na manhã de domingo, dia oito, um dos fundadores da Guarda Municipal de Aracaju, o Agente Paulo Sérgio de Oliveira foi morto em serviço com um tiro no peito. Esse crime, colegas Senadores, ocorreu no Mercado Municipal Maria Virgínia Leite Franco, exatamente no centro da nossa capital. Esse é um mercado bastante frequentado pela população aracajuana. Eu mesmo tenho o hábito de ir lá, inclusive aos domingos.

    E, aí, diante de tanta tragédia, de tanta dor, eu pergunto mais uma vez desta tribuna: que Sergipe é esse? Que País é este? O fato é que vivemos o caos desencadeado pela irresponsabilidade e pelo desgoverno lá instalado.

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco Social Democrata/PSDB - SE) – E muitas e muitas vezes – já estou terminando, Sr. Presidente –, fico pensando como cabem tantos corpos, principalmente nos finais de semana, em um IML tão antigo, Senador Valadares, inadequado e insalubre, ainda localizado na área central de Aracaju. Fico imaginando a cena a que aqueles colegas médicos, a que os profissionais que lá trabalham têm que assistir frequentemente.

    Lembro, Sr. Presidente, de um artigo publicado há quase 12 anos na Folha de S.Paulo que destacava a brilhante fase do nosso Estado, Sergipe. Na ocasião, vivíamos um bom momento e fomos classificados, pelo IBGE, como o Estado de qualidade de vida. Hoje, ao revisitar esse artigo, sinto além de um imenso pesar, a dor do meu povo, a dor de todos nós sergipanos.

    Gostaria de encerrar, colegas Senadores, homenageando a memória...

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco Social Democrata/PSDB - SE) – ... desses heróis sergipanos, que tiveram as vidas ceifadas no cumprimento de seus deveres, lutando pela segurança da sociedade sergipana.

    Solidarizo-me com as famílias do Cap. Manoel Oliveira e do Guarda Municipal Paulo Sérgio de Oliveira. Daqui envio os meus sinceros sentimentos às viúvas, aos filhos, familiares e amigos.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/04/2018 - Página 17