Discurso durante a 45ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa do Projeto de Lei do Senado nº 224, de 2017, de autoria de S. Exa , que autoriza o porte de arma de fogo em zona rural.

Autor
Wilder Morais (PP - Progressistas/GO)
Nome completo: Wilder Pedro de Morais
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Defesa do Projeto de Lei do Senado nº 224, de 2017, de autoria de S. Exa , que autoriza o porte de arma de fogo em zona rural.
Publicação
Publicação no DSF de 12/04/2018 - Página 104
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • DEFESA, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ORADOR, OBJETO, AUTORIZAÇÃO, POSSE, ARMA DE FOGO, LOCAL, ZONA RURAL.

    O SR. WILDER MORAIS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Senador Pimentel, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, cidadão que nos escuta pela Rádio Senado e assiste à TV Senado, hoje eu tenho o dever de registrar e parabenizar o cooperativismo dos produtores rurais do meu sudoeste goiano e a Comigo pela realização da 17ª Tecnoshow, a maior feira de tecnologia para o agronegócio do brasil, realizada anualmente na cidade de Rio Verde, no meu Estado de Goiás.

    Palestrei nesse evento junto com o Senador Ronaldo Caiado, na última segunda-feira, e fiquei realmente orgulhoso do trabalho da nossa gente. Mais do que uma feira de exposições, é um evento que representa a capacidade do agronegócio como força geradora de emprego e renda para o Brasil.

    Só nesse evento foram criados oito mil empregos diretos em todo o sudoeste goiano, desde a organização do evento, no turismo, no comércio e nos serviços. Mais de R$1,8 bilhão foi movimentado na última edição. Este ano, com certeza, isso deve chegar a quase R$2 bilhões em serviços de tecnologia e comércios dentro do evento.

    Eventos como esse demonstram que a produção agrícola é uma indutora da produção e da tecnologia. São os recursos produzidos no campo que geram demanda para a inovação científica nas universidades e nos centros de pesquisa das capitais e do interior. Exemplo disso é a criação das universidades federais de Jataí e Catalão, de cujos projetos fui Relator aqui neste plenário.

    A riqueza que vem da terra se espalha, atraindo serviços, comércio e indústria. Mais de U$90 bilhões foram gerados em 2017, um crescimento de 14% em relação ao ano anterior. Temos de reconhecer que foi o agronegócio que tirou o Brasil da nossa crise.

    Além disso, trabalhadores, agricultores familiares, empresários são verdadeiros guerreiros, heróis, apaixonados pelo que fazem, e merecem todo nosso apoio. Como trabalhar em um país que perde um terço da sua produção nas estradas esburacadas, nas filas dos portos, na falta de infraestrutura? Como trabalhar em um país dependente de rodovias? Sessenta por cento da nossa carga circula pelas estradas! Como trabalhar num país em que o transporte ferroviário custa 15 vezes mais que a média mundial, segundo dados da Fiesp? Como o pequeno agricultor vai criar sua família sem segurança no campo? Não há policiamento rural, e o crime organizado utiliza as suas estradas como rotas do tráfico de armas e drogas.

    Então, Srªs e Srs. Senadores, precisamos deixar as ideologias de lado, as divisões no que pensamos, e pensar mais em trabalhar pelo Brasil.

    Ainda em novembro do ano passado, apresentei um projeto que foi aprovado na CCJ: o Projeto 224, de 2017, de minha autoria, que autoriza a posse de arma na zona rural, para garantir o direito de defesa dessa população tão abandonada pelo Estado brasileiro.

    Ninguém pode achar razoável que mesmo o homem ou a mulher de bem – sem antecedentes criminais, com curso de tiro e exame psicológico – que mora no campo a 50, a 100, a 200km não possa ter uma arma de fogo para defender a sua família, defender a sua integridade física e defender os seus pertences. Às vezes, há dificuldade até de um telefone para chamar a polícia. Que ele seja proibido de ter uma arma de fogo para defender sua família é um absurdo, uma inversão de valores.

    Peço que pautemos, Presidente, para que, na próxima semana, possamos votar aqui em plenário esse projeto, que, com certeza, dá o direito ao povo brasileiro, aos homens e às mulheres que moram no campo de ter uma arma de fogo para defesa, e também todos os demais projetos que dão ainda mais forças e condições de trabalho para o agricultor e para a pecuária no nosso Estado e no nosso País.

    No Estado de Goiás, precisamos concluir a BR-153, a duplicação dela; precisamos concluir a eterna promessa da Ferrovia Norte-Sul, pois são mais de 25 anos que a gente vem – no nosso ditado goiano – labutando com isso, e não sai do papel; e precisamos tirar a burocracia do sistema tributário e também das alfândegas.

    Assim, vamos diminuir o desperdício, tornar o agronegócio brasileiro mais competitivo no resto do mundo e alcançar mais mercado, gerando mais recursos e mais desenvolvimento e dando oportunidade ao nosso produtor para que ele possa ter mais resultados – hoje, nós já temos uma excelente produção – e para que o produtor rural possa hoje ser reconhecido como a alavanca mestre no desenvolvimento social e produtivo do nosso País.

    Era isso, Presidente.

    Agradeço e parabenizo todos os produtores rurais do nosso Estado de Goiás.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/04/2018 - Página 104