Pela Liderança durante a 44ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Indignação com a atual situação das instalações do centro de nefrologia e hemodiálise do Hospital de Urgência de Sergipe.

Autor
Eduardo Amorim (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Indignação com a atual situação das instalações do centro de nefrologia e hemodiálise do Hospital de Urgência de Sergipe.
Publicação
Publicação no DSF de 11/04/2018 - Página 14
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE SERGIPE (SE), MOTIVO, SITUAÇÃO, CENTRO DE SAUDE, HOSPITAL, PROGRAMA DE URGENCIA, DESRESPEITO, JACKSON BARRETO, GOVERNADOR, SECRETARIO DE ESTADO, CASA CIVIL, EDUCAÇÃO.

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco Social Democrata/PSDB - SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Obrigado, Sr. Presidente.

    Colegas Senadores, Senador Jorge Viana, Senador João Alberto, ouvintes da Rádio Senado, espectadores da TV Senado, todos que nos acompanham pelas redes sociais, quando a gente acredita que já viu de tudo neste mundo, de repente é surpreendido com uma maldade, com uma falta de compaixão e, em verdade, uma irresponsabilidade descomunal, capaz de chocar qualquer um neste Planeta.

    Sr. Presidente, o Governo do Estado de Sergipe vem transformando as estruturas estatais em um teatro dos horrores que apresenta, dia após dia, um roteiro desumano, que é do conhecimento de todos. Temos acompanhado, denunciado e, na medida do que nos é possível fazer, tentado minimizar os efeitos nefastos desse amplo e total desgoverno que lá se instalou.

    Como é admissível, Sr. Presidente, que a Secretaria de Estado da Saúde, em um dia inaugure um centro de nefrologia e hemodiálise no Hospital de Urgência de Sergipe e, no dia seguinte o cenário seja desmontado?

    Pois é, foi isso que aconteceu. Imagens e vídeos do centro desmontado um dia após a inauguração circularam nas redes sociais nesse final de semana. E, hoje, o telejornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, repercutiu a notícia com perplexidade e indignação, como não poderia deixar de ser, mostrando que tudo está inacabado, desde a parte elétrica, até a própria estrutura dos leitos.

    Colegas Senadores, o Centro de Hemodiálise foi oficialmente – eu disse oficialmente, Sr. Presidente, está aqui a foto – inaugurado numa solenidade com direito a corte de faixa e protocolo oficial, dizendo-se que lá estavam instaladas 16 máquinas de hemodiálise e uma enfermaria com 30 leitos, duplicando, dessa maneira, a capacidade de atendimento.

    Segundo a fala do então Governador, que se licenciou no dia seguinte à inauguração, mostrada hoje no Bom Dia Brasil, ouvimos o seguinte – abro aspas: "Você duplica a capacidade de atendimento fazendo diminuir o sofrimento e a humilhação dessas pessoas, os nossos irmãos mais humildes que precisam do tratamento do SUS", fecho aspas.

    Sr. Presidente, procuro predicados, procuro adjetivos para tamanha maldade, e fica difícil encontrar. Em ano eleitoral, pura enganação! Lá, infelizmente, nós temos o Governo da mentira. E, quando a mentira vence, como venceu, o que bate na porta de cada sergipano é o sofrimento certo.

    Sr. Presidente, colegas Senadores, isso é de uma perversidade extrema! Acompanho há alguns anos as dificuldades pelas quais passam os doentes renais crônicos não só em Sergipe, meu Estado, como em todo o País. Por três anos consecutivos, com apoio da Mesa Diretora desta Casa, temos realizado aqui, no plenário desta Casa, sessão solene em homenagem ao Dia Mundial do Rim, que tem como objetivo, além de informar e divulgar formas de prevenção em relação à doença renal crônica, também o de pautar as discussões relativas às dificuldades apontadas pelos pacientes, pelas clínicas de hemodiálise, buscando mediar soluções para essa que é uma das doenças que mais avançam na atualidade.

    Na ocasião, colocamos a questão do aumento exponencial da demanda por atendimento, desacompanhado do crescimento da estrutura de saúde que poderia fazer face aos novos pacientes que surgem a cada dia, além de chamarmos a atenção para as dificuldades enfrentadas pelos doentes e pelas suas famílias, que estão bem longe do fim.

    Diante de todo esse quadro, repito, é inaceitável, é inadmissível a crueldade e a falta de respeito e de responsabilidade do Governo de Sergipe com esses pacientes, com o povo sergipano.

    A imprensa local, Sr. Presidente, tem divulgado que o atual Governador foi fazer uma visita de surpresa ao Hospital de Urgência e teria ficado indignado com o que encontrou por lá. Causa-me, Sr. Presidente, profundo estranhamento saber que o Vice-Governador e Vice já por dois mandatos, depois Secretário da Casa Civil, Secretário da Educação, não tenha conhecimento do que acontece no nosso Estado. É de muita estranheza tudo isso.

    Sr. Presidente, colegas Senadores, a pergunta que está engasgada na minha garganta e, tenho certeza, na de milhares de sergipanos é a seguinte: que Sergipe é esse? Até quando o nosso Estado, o nosso povo, o País vão suportar esse tipo de gestor, esse tipo de político? Que Sergipe é esse, Sr. Presidente, que mente o tempo todo? Ainda hoje o site NE Notícias declarou, Sr. Presidente, que promotores querem saber o que aconteceu no Centro de Nefrologia, obra inaugurada e que nunca existiu. Que Sergipe é esse, Sr. Presidente, que tanto mente?

    E concluo para garantir aquilo que prometi ao senhor, ou seja, que falaria no meu tempo devido. Concluo a minha fala de hoje diante dos colegas Senadores, diante daqueles que nos assistem pela TV Senado e que nos acompanham também pela Rádio Senado, dizendo que, com certeza, o único – e falo como médico, como cidadão – remédio capaz de curar todo esse mal que o País enfrenta, especialmente que o meu Estado enfrenta, diante de maus gestores, diante de maus políticos, está nas mãos do povo, Sr. Presidente, está nas mãos, na consciência e no coração de cada um de nós. Somente o povo consciente pode nos livrar de pessoas como essas.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/04/2018 - Página 14