Discurso durante a 52ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Anúncio de licença parlamentar de S. Exa para dedicar-se à campanha para o cargo de Governador do estado de Tocantins em eleição suplementar.

Autor
Vicentinho Alves (PR - Partido Liberal/TO)
Nome completo: Vicente Alves de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Anúncio de licença parlamentar de S. Exa para dedicar-se à campanha para o cargo de Governador do estado de Tocantins em eleição suplementar.
Aparteantes
Telmário Mota.
Publicação
Publicação no DSF de 20/04/2018 - Página 46
Assunto
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • ANUNCIO, LICENÇA, ORADOR, RELAÇÃO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, SENADO, OBJETIVO, PARTICIPAÇÃO, ELEIÇÃO, DISPUTA, CARGO, GOVERNADOR, ESTADO DO TOCANTINS (TO).

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Presidente Paim, as suas palavras, com relação à minha pessoa, engrandecem muito a minha biografia, porque bom é V. Exª, que é um bom brasileiro, homem de sentimento, que defende causas importantes, principalmente das minorias deste País, dos trabalhadores, dos povos indígenas... Como diz o jovem, na convivência que tivemos aqui, mais próximos, eu digo que sou seu fã, pela sua qualidade de um bom brasileiro, de um grande Senador da República pelo Rio Grande do Sul. V. Exª, com certeza, engrandece os gaúchos e todos nós, brasileiros. Portanto, palavras vindas de V. Exª me honram muito e engrandecem muito o meu currículo na vida pública.

    Agora há pouco, na sessão de homenagem aos povos indígenas, eu dizia que o dia 19 de abril sempre é um dia importantíssimo na minha vida. Primeiro, é o aniversário do meu velho, querido e saudoso pai, Comandante Vicentão, aviador, como eu... Eu como ele, porque o meu projeto de vida era seguir os passos do meu pai: aviador na Amazônia. Os desígnios de Deus me fizeram sair de aviador e chegar até a honrosa missão de Senador da República.

    Outro item importante do dia 19: é o dia em que rendemos homenagem aos povos indígenas. Com isso, eu quero dizer do relacionamento, da amizade com todo o povo indígena do meu Estado e, naturalmente, da Amazônia, onde pude conviver por um bom tempo com os kayapós. Inclusive aqui registrei hoje, Paim, que, de um acidente de avião na selva, quem me salvou foram os kayapós. Foram os desígnios de Deus, porque um aviador, numa cabine de avião, se tornar político – e Senador – não é fácil.

    E o destino, de repente, me fez prefeito da minha cidade, Porto Nacional, presidente da Associação Tocantinense de Municípios, deputado estadual por duas vezes – na segunda vez, na época, o mais bem votado da história –, presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Federal... Honrosamente, dentre 200 milhões de brasileiros, eu me encontrar entre os 81 Senadores da República... Para mim, é uma honra enorme poder representar os tocantinenses no Senado Federal, poder ter tido, de forma consensual, o apoio dos colegas Senadores, do Senador Telmário e dos demais Senadores e Senadoras, para assumir uma função importante aqui no Senado, que é a de 1º Secretário do Senado Federal. Eu quero agradecer isso também a todos os colegas e às colegas Senadoras.

    Hoje, os colegas do PR me fizeram Líder do nosso Partido, o Partido da República, no Senado. Reconduziram-me, num sinal de cortesia e amizade, para a mesma missão de Líder do PR. Com isso, Senador Paim, hoje também é um dia importante na minha vida pública.

    Vai ocorrer agora, no Tocantins, uma eleição suplementar. No sábado e no domingo ocorrerão as convenções, e a nossa será no domingo. A campanha é muito rápida. Eu tinha um projeto para ir à reeleição como Senador. Com o advento dessa eleição suplementar, nós, convocado pelas Bases, pelo povo, pelos partidos políticos coligados conosco, vamos para a convenção domingo, para colocar o nosso nome como candidato a governador do Tocantins.

    Amigo José Carlos Leitão, você, como um tocantinense nato, que participou ativamente dos movimentos libertários, com a Conorte, com a Cenog (Casa do Estudante do Norte Goiano), com a Comissão de Estudos do Norte, a sua presença aqui, coincidentemente, me alegra muito e me faz lembrar os momentos libertários, aqui, no Congresso Nacional, na Assembleia Nacional Constituinte, na qual V. Exª, Senador Paulo Paim, votou como Deputado Federal. Tocantins é o único Estado que brotou do Congresso Nacional democraticamente.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – E lembro como se fosse hoje. Votamos.

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – E nós com uma luta secular. E V. Exª, Siqueira Campos e tantos outros Parlamentares nos presentearam com esse Estado, que hoje está dando um exemplo ao Brasil de prosperidade, de desenvolvimento; um Estado no centro e no coração do País.

    Portanto, é com esse propósito que nós vamos, como um filho do Estado, junto com a nossa gente, ganhando as eleições no dia 3 de junho, governar com a nossa sensibilidade, com o nosso sentimento tocantiniense.

    Sabe qual é o nosso slogan, Senador Paim? "Agora chegou a vez dos tocantinenses."

    Seremos, com as bênçãos de Deus, com o apoio do povo, o primeiro filho do Estado a governar com a sua gente – com a sua gente –, de forma democrática, ordeira, pacífica e com eficiência.

    Aprendi muito na vida pública. Nesses quase 30 anos de mandato, eu venho procurando aprender cada vez mais. Não digo que sou um homem estritamente preparado, mas venho procurando, como um autodidata, aprender nos erros, aprender nos acertos, aprender na vida, aprender na convivência, inclusive, com V. Exª neste Parlamento, que me ensinou muito a convivência democrática, e com tantos outros colegas que aqui estão.

    Hoje, eu vou apresentar à Mesa a minha licença por 40 dias, que será a partir de terça-feira que vem até o dia 4 de junho. Eu poderia fazer a campanha aqui e ali, com algumas ausências, mas, para que isso não ocorra e que eu possa me dedicar, integralmente, a essa campanha – que é uma campanha muito curta, uma campanha de trinta e poucos dias –, eu vou me ausentar por 40 dias do nosso Senado Federal, de licença por interesse particular. E, assim, vou me dedicar, integralmente, à campanha.

    Quero sempre agradecer a convivência com os servidores da Casa, do Senado Federal, desde os terceirizados que me dão cafezinho pela manhã, quando chego ali na portaria... Aliás, cotizo-me com eles na hora da compra do pó de café.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Permita-me que eu diga? Testemunho deles: nunca foram tão bem acolhidos por alguém que tivesse um mando importante na Mesa como por V. Exª.

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – Obrigado.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Eu mesmo dialoguei muitas vezes com V. Exª em relação a eles, e V. Exª dizia: "Paim, no que depender de mim, a gente ajuda nosso povo."

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – Tranquilo. Assim foi quando Presidente fui da Assembleia Legislativa. Sempre tive o respeito e a amizade dos servidores da Casa Legislativa do nosso Estado. Presidente Paim, eu nunca entrei por garagem. Às vezes, havia manifestações na porta da Assembleia, mas eu entrava pela porta da frente, conversava com os manifestantes, mandava até colocar café e água para eles. No apartamento nosso do Senado – nada contra quem entra pela garagem –, eu gosto de entrar pela frente do prédio, porque ali eu convivo com as pessoas, é mais tranquilo, é o meu jeito de ser.

    De modo que a minha convivência com os servidores de todos os níveis... Aqui, se me permitem todos, quero citar o nome do Fernando Damasceno, que é um servidor de carreira, nosso chefe de gabinete, que já está próximo, inclusive, de aposentar – não é, Fernando? – e que tem me ajudado a não errar tanto na condição de Senador quanto na condição que fui de 1º Secretário.

    Eu quero agradecer também ao Advogado-Geral do Senado, o Dr. Cascais, porque, quando nós ingressamos na 1ª Secretaria, nós fizemos dois atos muito simples: um era que qualquer procedimento que eu assinasse teria que voltar para conferir se estava tudo o.k., o que não existia; e o outro era que o procedimento, nesse processo de circular, obrigatoriamente, passasse pela Advocacia-Geral do Senado para ela dar o parecer favorável ou não. Se viesse favorável, eu estava de acordo; se não viesse favorável, eu não estaria.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Posso botar mais um?

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – Pode.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Aqui há um espaço chamado Petrônio Portella. É um espaço enorme, em que cabem 700 a 800 trabalhadores. Aí eu falava aqui, falava ali, mas diziam: "Ah, não podemos liberar, porque estamos ajustando lá." Eu pegava o telefone: "Senador Vicentinho, só você para me ajudar, pois estou aqui com 700 trabalhadores". Aí ele dizia no telefone: "Diga para o meu pessoal, eu já vou ligar, que está liberado. Você vai fazer o ato lá, não vai acontecer nada demais." E nunca aconteceu.

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – É claro.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Obrigado pela confiança que você depositou sempre em mim.

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – Obrigado.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Eu só posso dizer muito obrigado.

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – Eu que agradeço sempre.

    Presidente Paim, Srªs e Srs. Senadores, vou me ausentar por 40 dias para essa campanha. Não existe eleição ganha antecipadamente, mas estamos procurando construir o maior leque de coligação deste pleito eleitoral. No dia de amanhã, em Palmas, deveremos construir, com aproximadamente 11 a 13 partidos políticos, partidos importantes do Estado, a base nos Municípios, o que deve dar em torno de 80 prefeitos e prefeitas a nos apoiarem, ex-prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e, o mais importante, o povo – S. Exª o povo tocantinense.

    Esse sentimento popular sempre me marcou, sempre marcou a minha vida pública. Aliás, Senador Paim, eu sou hoje o Senador mais bem votado da história da nossa capital, Palmas. Essa mão desmembrou o Município de Porto Nacional, minha terra querida, histórica, para criar Taquarussu, Palmas. Tive a oportunidade de sobrevoar o local onde seria a futura capital com o saudoso Sebastião Borba, que era Prefeito da nossa querida Miracema – e eu era Prefeito de Porto Nacional –, e com o então Governador Siqueira Campos. Essa mão desmembrou. Contei as primeiras ruas, os primeiros postes, as primeiras luzes, mas, morando na minha terra, que é a minha referência, e os palmenses reconhecem isso. Eu sou grato aos palmenses. Trabalho lá e vou para a minha terra.

    Casei-me com uma moça da minha cidade, D. Adailde, que criou tão bem os nossos filhos. Marianinha, a caçula, é médica. Thiago Tapajós nasceu lá na Itaituba, quando eu voava; coloquei seu nome em homenagem ao poeta Thiago de Mello, nascido em Barreirinha, ali, próximo, e eu tive a oportunidade, naquela audiência pública, de dizer isso a ele. Quando eu era criança, no Colégio Sagrado Coração de Jesus, na minha cidade, a Madre me botava para declamar Os Estatutos do Homem – eu não sei por quê, na época eu dava conta, mas hoje, não, eu acho que a idade chegou. Esse filho é médico também. O Deputado Federal Vicentinho Júnior está aí trabalhando com dignidade.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Eu o conheci. Numa oportunidade, eu fui ao Estado, quando você estava viajando; ele estava lá me esperando e me recebeu.

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – Sim. Há o Neto, o outro filho. Há os meus sobrinhos. Enfim, os netos do Comandante Vicentão estão todos bem encaminhados na vida, advogados, promotores, médicos, engenheiros.

    Essa é a nossa referência, a nossa terra, a nossa gente, o nosso povo.

    Minha cidade, Paim, está feliz pela oportunidade – não por mim, mas por ter um filho da cidade a governar o Tocantins. Porto Nacional é uma cidade que foi palco das grandes decisões pela criação do Estado, uma cidade com 300 anos, desde Porto da Salvação, Porto Real, na época do Reinado, Porto Imperial, na época do Império, até Porto Nacional, na época da República. Então, nessa cidade, não menosprezando as demais, é que havia os movimentos libertários, com Osvaldo Aires, Fabrício César Freire, Juiz Feliciano Machado Braga, que era juiz. Em seus despachos, esse Juiz colocava Porto Nacional, Tocantins e não Porto Nacional, Goiás. Então, já existia um slogan: "O tocantinense não é goiano". Isso não era por haver aborrecimento com Goiás, mas por sermos de formações diferentes, ou seja, Goiás foi colonizado mais pelos paulistas, pelos mineiros, que merecem toda a nossa admiração, e nós os nortistas, pelos nordestinos, com o nosso sotaque, o nosso jeito, pelos maranhenses, pelos alagoanos, pelos baianos. Então, nós já tínhamos a nossa cultura, a nossa vontade, a nossa luta pela independência.

    Por fim, eu quero dizer que vamos para uma eleição e vamos respeitar todos os concorrentes. Eu me relaciono bem com todos – não tenho nenhum problema –, como eu me relaciono aqui com V. Exª, sendo de partidos diferentes. V. Exª é do PT, e eu, do PR. Receber essas palavras elogiosas de V. Exª para mim é o coroamento... Engraçado, também foi uma coincidência estar V. Exª aqui...

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – De forma muito espontânea, em todos os sentidos.

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – Nós nem combinamos. Parecia que nós tínhamos combinado, como também a presença de tantas pessoas ilustres.

    Dizem que, quando a coisa é para dar certo, tudo vai conspirando a favor – as pessoas, tudo...

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – Pois é. Obrigado, Presidente.

    Por fim, eu costumo dizer que fazemos os planos...

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Antes que alguém reclame: homens e mulheres.

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – Homens e mulheres.

    Fazemos os planos, Senador Paim, e Deus, lá em cima, fica dando risadas. Os meus planos, depois dessa trajetória toda, eram para a reeleição como Senador. Aí Ele chega, bagunça tudo, muda todo um contexto e diz: "Você vai governar o seu povo."

    Vamos fazer uma campanha modesta, com pé no chão, campanha simples, mas muito focada no povo e em contato com ele. Esse sempre foi o meu jeito. Na nossa convenção, com certeza, vão estar lá os povos indígenas, os quilombolas, os trabalhadores, os comerciantes, as professoras, os empresários. Graças a Deus, sempre tive na vida pública um bom relacionamento.

    Os partidos com que estamos conversando... Eu não posso citá-los agora, porque dizem que acordo para as coligações só se torna público depois de estar tudo concluído. E, mesmo com muitos já concluídos – do universo de treze, já temos aproximadamente dez organizados –, amanhã, vou ter mais reuniões em Palmas para concluirmos e fecharmos, no final da tarde, o encontro com todos os presidentes de partido.

    E aí, Senador Telmário, é pé na estrada, contato com o povo, buscar os votos para a eleição de Governador do Estado.

    Espero em Deus que, em sendo eleito, eu possa continuar com este sentimento de simplicidade, com este sentimento de querer fazer o melhor, com eficiência, porque o Estado está precisando muito de eficiência. Enxugamento do Estado não significa exonerações. Vamos respeitar os servidores, com os seus direitos, mas precisamos fazer enxugamentos no tamanho do Estado, não com exonerações. Não é isso, mas não há cabimento, no mesmo setor, na mesma área, haver Ruraltins, Adapec, Agricultura e tal... Pode-se fazer uma secretaria do agronegócio abrigando todos e facilitando para o contribuinte. Vou dar um exemplo numa cidade: Adapec, um prédio alugado num canto; Agricultura, em outro; Ruraltins, em outro. Isso dificulta até para o contribuinte andar de uma ponta a outra na cidade para resolver o seu problema. Com isso, gasta-se mais com telefone, com aluguéis, com combustíveis e etc. Vamos precisar diminuir o tamanho do Estado.

    O meu sentimento também, de forma democrática e republicana, é o de que os partidos que construírem a nossa vitória vão me ajudar a governar de forma republicana e transparente, porque eu não ganho só e muito menos governarei só.

    Esse é mais ou menos o estilo, de forma muito rápida, pontuando alguns assuntos, com que vamos governar, respeitando os acordos partidários, que são importantes, até porque estou tendo muito cuidado com os acordos partidários para não os fazer fora do que se pode cumprir. Nós só teremos mais dois meses e meio para outubro, e eu tenho que estar com esses acordos em ordem, para que, em outubro, possamos ir para a reeleição com essa mesma coligação desses partidos, desses dirigentes, desses líderes, que estão confiando em mim para o Governo do Estado. É mais ou menos com esse propósito que nós vamos para a campanha.

    Eu quero me despedir por esse período de 40 dias, por enquanto – quem sabe pode ser muito mais para frente –, agradecendo sempre a atenção das Srªs e dos Srs. Senadores, agradecendo a V. Exª, Senador Paulo Paim. Eu vou partir daqui com um sentimento muito nobre de gratidão a V. Exª.

    É assim: eu sou neto da D. Alice, negra, pobre, mãe solteira, doméstica, lavadeira, mas muito honrada, que pegou todos nós e botou no caminho certinho, tudo arrumadinho. E eu quero dizer que o berço de onde saímos eu, os meus irmãos e as minhas irmãs foi muito modesto, porém muito digno, muito honrado. Meu pai, um aviador, lutando para sustentar a família, saiu, em 1958, de Porto Nacional para os Estados Unidos, como disse aqui, para buscar o primeiro aviãozinho dele. Com mais cinco, veio voando. Naquela época, não havia GPS, não havia isso, não havia aquilo. Havia só a bússola. Quando teve que pousar em Cuba – Fidel já estava descendo a serra –, ele teve que pousar em Camagüey e tomar o rumo dele. Aviador é sempre um pouco boêmio, gosta de dançar rumba, etc., e foi festa na chegada com esse PT-BAU, um avião histórico, que transportou o Zé Carlos. O Zé Carlos, muito pequeno e peralta, em Novo Acordo, foi acertado com essa espingarda de chumbo e, na época, não havia estrada e tal. O pai dele, seu Zé Leitão, mandou buscar o Comandante Vicentão, que o trouxe para Porto Nacional. E o meu saudoso cunhado, que era médico, Dr. Antônio Coelho dos Santos, deu toda aquela atenção. E está ali Zé Carlos, uma figura importante do Estado, presente neste momento.

    Portanto, é com esse sentimento que nós vamos agradecendo sempre a Deus. Eu sou um devedor de Deus e, eternamente, também do povo, porque já fizeram mais do que mereço. Em toda conta que faço, eu me sinto um devedor de Deus e do povo, porque já me fizeram tanto bem. Tudo que faço e farei será sempre como um eterno pagador de uma dívida com Deus e com o povo, porque sair de onde saí, andar por onde andei, chegar aonde cheguei é só tudo isso. E esse sentimento eu carrego comigo, ouviu, Senador Telmário?

    Concedo um aparte a V. Exª.

    O Sr. Telmário Mota (Bloco Moderador/PTB - RR) – Senador Vicentinho, eu estava ouvindo aqui, rapidamente, a sua fala, um pouco da sua biografia e vejo nesse seu gesto um gesto de obediência a um chamado do seu Estado. V. Exª passou nesta Casa e em toda a sua vida uma experiência que lhe credencia para ocupar qualquer cargo dentro da República brasileira. E todo político tem o sonho de um dia ser governador do seu Estado. E, neste momento, V. Exª deve estar indo disputar um cargo, no final de mandato, no final de uma legislatura, e o Estado não lhe espera de braços abertos, com uma finança extremamente positiva. Não. V. Exª está recebendo um chamamento para que possa se preparar, porque já é este ano. O seu mandato termina este ano, e V. Exª já iria para a sua reeleição, com um trabalho construído, que já tive oportunidade de testemunhar no seu Município, no seu Estado. Uma pessoa simples, querida, amada, comprometida com aquele Estado. Agora, V. Exª vai disputar um cargo importante. Eu não tenho nenhuma dúvida de que V. Exª vai fazer essa grande coligação, essa grande união no seu Estado para reconstruir um Estado que é expoente, um Estado que ainda é do futuro, um Estado que ainda é da oportunidade, em que o pobre ainda pode ficar rico trabalhando honestamente. E V. Exª ocupou um papel para viabilizar isso. Este é o papel do primeiro setor, este é o papel do setor público: estruturar para que o povo possa voltar a ter esperança, ter o sonho, ter a alegria. Quando V. Exª fala em enxugamento, é enxugamento do supérfluo, é enxugamento do desnecessário, é enxugamento do variável; não é do fixo e não é daquilo que vai prejudicar o bom andamento e muito menos os servidores. Eu tenho certeza de que os servidores vão ser grandes parceiros e vão compreender que o Estado precisa, neste momento, se portar como aquela fala de John Kennedy: não espere que Tocantins possa fazer alguma coisa por você, mas veja o que você pode fazer por Tocantins agora. Vamos juntos...

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – Obrigado.

    O Sr. Telmário Mota (Bloco Moderador/PTB - RR) – ... dar esse primeiro passo, para fazer a nova história. Que Deus ilumine sempre a sua vida, abençoe a sua caminhada. Que essa sua simplicidade, essa sua humildade seja a tônica do seu governo. Mas um governo comprometido com o povo de Tocantins, comprometido com o desenvolvimento. E que volte a fazer a estrela de Tocantins brilhar. Seu papel é lustrar a estrela de Tocantins. Vá com Deus.

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – Muito obrigado.

    Para concluir, Presidente, eu quero dizer, para não gerar dúvida, com relação aos servidores concursados: fiquem tranquilos. Se formos eleitos, haveremos de respeitá-los nos seus direitos.

    Servidores contratados que trabalham, tranquilizem as suas famílias, porque eu não serei Governador para tirar um pão da mesa de um trabalhador, de um servidor público que trabalha com dignidade. Podem ficar muito tranquilos.

    Outra preocupação que eu tenho, Senador Paim, é que, como governante, eu possa, com a nossa equipe, observar, quando se fizer um pagamento, que aquele recurso circule o máximo no Estado, que não saia, porque, circulando no Estado, você vai gerar mais riqueza, mais prosperidade etc. Não podemos admitir que uma empresa vá lá, ganhe o recurso dos tocantinenses e vá investir, às vezes, em Miami, em São Paulo etc. Sei da legislação de licitações. É claro que temos de respeitar. Mas temos de estar sempre com o cuidado de travar essas empresas que ganham o nosso recurso e vão investir fora do Estado. Essas não terão o nosso apoio. Vou fazer de tudo para que o recurso circule no Estado, para gerar mais emprego, mais prosperidade tanto na mercearia como no armazém. Enfim, se quiser comprar algum imóvel, compre no Tocantins. Ganhou no Tocantins, invista no Tocantins. É mais ou menos assim, de forma muita rápida.

    Por fim, Presidente, a convenção vai ser no domingo, às 16h, na sede da Associação Tocantinense de Municípios, da qual, tenho o prazer de dizer, como ex-Prefeito de Porto fui Presidente. Fomos nós que conseguimos, junto ao governo Moisés Avelino, a área para a construção daquela sede. E construímos a primeira etapa.

    Portanto, este será também, com as bençãos de Deus e com o apoio do povo, o primeiro Prefeito e o primeiro Presidente da Associação Tocantinense de Municípios a governar o Estado com um sentimento municipalista.

    Faço isso desde os outros mandatos, chegando até aqui ao Senado Federal. E a casa dos prefeitos do Tocantins no Senado, modéstia à parte, tem sido o nosso gabinete, com as nossas ações, com as ações dos nossos colaboradores, os nossos assessores e assessoras.

    Portanto, despeço-me passando à Mesa a minha licença a partir de terça-feira, a fim de me dedicar a essa campanha, que eu quero fazer de forma muito focada e muito ligada a Deus e ao povo.

    Muito obrigado, Presidente.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Que Deus ilumine o seu caminho, grande Senador Vicentinho Alves.

    O SR. VICENTINHO ALVES (Bloco Moderador/PR - TO) – Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/04/2018 - Página 46