Pela ordem durante a 50ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com as obras de interligação do Rio São Francisco após o comunicado do Ministério da Integração Nacional, sobre a rescisão do contrato da empresa responsável pela terefa.

Autor
José Pimentel (PT - Partido dos Trabalhadores/CE)
Nome completo: José Barroso Pimentel
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL:
  • Preocupação com as obras de interligação do Rio São Francisco após o comunicado do Ministério da Integração Nacional, sobre a rescisão do contrato da empresa responsável pela terefa.
Publicação
Publicação no DSF de 19/04/2018 - Página 59
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Indexação
  • PREOCUPAÇÃO, LIGAÇÃO, RIO SÃO FRANCISCO, AVISO, MINISTERIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, RESCISÃO, CONTRATO, EMPRESA, NECESSIDADE, ATENÇÃO, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), ESTADO DA PARAIBA (PB), ESTADO DO CEARA (CE), COMENTARIO, AUDIENCIA PUBLICA, POSSIBILIDADE, EXERCITO, REALIZAÇÃO, OBRAS.

    O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Vice-Presidente no exercício da Presidência, eu quero também registrar o nosso desconforto para com o Eixo Norte de interligação das águas do Rio São Francisco.

    O Senador Tasso Jereissati, todos os Senadores do Ceará, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e de Pernambuco acompanham de perto essa obra. A Senadora Fátima Bezerra, que é a nossa Presidenta na Comissão de Desenvolvimento Regional, tem feito uma série de audiências públicas e diligências de acompanhamento.

    O fato é que nós já estamos em abril de 2018 e, mais uma vez, estamos sendo informados pelo Sr. Ministro da Integração Nacional de que a empresa que fazia essa obra rescindiu esse contrato de trabalho, o contrato executivo daquela obra, e o Ministério da Integração Nacional está tentando viabilizar a continuidade da obra através das outras que participaram da licitação, entre a quarta, a quinta ou a sexta empresa que dali participaram.

    Está havendo, Sr. Presidente, um atraso muito grande nessa obra. Lembro que, em junho de 2016, a empresa que vinha fazendo aquela obra já entregara 87%.

    No Eixo Norte, nós temos três elevatórias. A primeira elevatória de água fica na margem do Rio São Francisco, na cidade de Cabrobó, em Pernambuco, e já foi inaugurada há mais de quatro, cinco anos. A segunda elevatória, que também foi inaugurada com água, chegando próximo a Salgueiro, está funcionando. A terceira elevatória foi inaugurada sem água. A informação que nós temos é que parte dos equipamentos se danificaram e que precisam ser substituídas peças, em face dessa inauguração sem água, para fazer o teste correto.

    Nós precisamos concluir o canal das águas. Temos as obras complementares são importantes, mas elas não são decisivas para que a água possa chegar à Barragem de Jati, no nosso Estado do Ceará, e, em seguida, à nossa Paraíba, onde o canal que ultrapassa a serra entre o Ceará e a Paraíba está pronto – uma espécie de passagem. Grande parte das águas vai para a Paraíba por um processo de gravidade.

    O Rio Grande do Norte requer de todos nós também uma atenção muito forte. Há uma elevatória saindo da Paraíba para lá, e, sem a água chegar a Jati, os demais trechos basicamente não se viabilizarão.

    Fui informado também de que – nesse trecho entre Cabrobó e Jati, desse canal que ultrapassa 100km – faltam apenas 34m para que as águas possam chegar à Barragem de Jati. Esses 34m são exatamente o trecho que essa última empresa abandonou. É uma região de pedras, exigindo um sistema para detonar essas pedras – que são grandes – a fim de que a água possa passar.

    Na época, quando houve o abandono em junho de 2016, fizemos muitas audiências públicas aqui no Senado Federal; fizemos diligências junto ao Ministro da Integração Nacional lá no Ministério da Integração; e fizemos um conjunto de visitas ao Eixo Leste. Na época, a água chegaria próximo a uma cidade lá da Paraíba – felizmente já chegou. No Eixo Norte, houve um tratamento um pouco mais lento por ser um trecho maior, e, basicamente, temos tido mais problemas.

    Naquela época, foi ventilada a possibilidade de o Exército Brasileiro, através do seu Batalhão de Engenharia, fazer essa obra. O Exército comunicou ao Congresso Nacional, ao Senado Federal, que tem condições de fazê-la, mas o Governo entendeu que era preferível fazer uma licitação mais completa que pudesse fazer as obras complementares tanto no Estado de Pernambuco, como no Estado do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Optou-se por esse desenho e dizia que assegurava uma série de garantias para que não houvesse mais abandono da obra.

    A informação que nós temos é de que essa empresa que abandonou a obra saiu de lá devendo muito a fornecedores, a pequenos fornecedores da região, e aos trabalhadores. E temos a informação também de que essa empresa tem um saldo de recursos a receber. Esperamos que isso ajude a diminuir o prejuízo do dono da mercearia – eu chamo de bodega – lá da nossa região, que foi o fornecedor para essa empresa, para os trabalhadores, para que não fique com o prejuízo.

    Hoje, estamos perdendo as águas deste inverno, que estão caindo. A nossa Barragem do Castanhão recebe as águas diretamente lá da Barragem do Jati. Com a chegada das águas do São Francisco, elas iriam, por gravidade, fluir inicialmente pelo Riacho dos Porcos, e, depois no Rio Salgado, que é o principal afluente lá do nosso Castanhão. Ele tem hoje algo em torno de 6% apenas da sua capacidade. Estamos chegando ao final de abril. Tomou um pouco de água nesse inverno de 2018, mas não tem a menor condição de garantir esse verão até o inverno de 2019 se não tiver as águas do Rio São Francisco.

    Por isso, quero somar-me a todos os Senadores do Nordeste – em especial aos do meu Estado do Ceará, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e de Pernambuco –, para que nós possamos fazer um esforço muito grande para acompanhar...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - CE) – ... essa obra e fazer com que ela chegue à Barragem de Jati, chegue à Paraíba e chegue ao Rio Grande do Norte.

    Portanto, Sr. Presidente, é o momento que nós precisamos olhar mais de perto essa obra. Como V. Exª é de um dos Estados que também é duplamente beneficiado, estamos pedindo o seu apoio nessa caminhada para viabilizar o Eixo Norte.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/04/2018 - Página 59