Comunicação inadiável durante a 56ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Indignação com o suposto ataque a famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, no município de Mossoró (RN).

Autor
Fátima Bezerra (PT - Partido dos Trabalhadores/RN)
Nome completo: Maria de Fátima Bezerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
DIREITOS HUMANOS E MINORIAS:
  • Indignação com o suposto ataque a famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, no município de Mossoró (RN).
Publicação
Publicação no DSF de 26/04/2018 - Página 27
Assunto
Outros > DIREITOS HUMANOS E MINORIAS
Indexação
  • CRITICA, VIOLENCIA, VITIMA, GRUPO, PESSOA FISICA, PARTICIPAÇÃO, TRABALHADOR, AUSENCIA, PROPRIEDADE, PROPRIEDADE RURAL, MUNICIPIO, MOSSORO (RN).

    A SRª FÁTIMA BEZERRA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, quero aqui neste momento fazer um registro de violação dos direitos humanos e de ataque à democracia, de ataque à cidadania.

    Reporto-me ao fato, ao episódio ocorrido na madrugada de ontem, 23 de abril, no meu Estado, o Rio Grande do Norte, quando cerca de 150 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, que, na luta pelo direito à terra, pelo direito à reforma agrária, ocupam um terreno localizado à margem da BR-304, em Mossoró, na região oeste do Rio Grande do Norte.

    Pois bem, essas famílias, 150 famílias, lutando pelo direito à terra, foram atacadas de maneira covarde por uma milícia fascista, que disparou vários tiros contra a ocupação, onde havia, inclusive, idosos e até crianças. Um militante do MST, inclusive, foi atingido por um desses disparos, mas, graças a Deus, está fora de perigo. Duas crianças continuam em estado de choque devido ao ocorrido: esse episódio condenável de violência.

    Essa ocupação, Sr. Presidente, essa ocupação urbana do MST potiguar faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que, além de rememorar os 22 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, denuncia a paralisação da reforma agrária, a criminalização dos movimentos sociais nesses tempos de Governo ilegítimo, de Governo golpista, e reivindica ainda, claro, a liberdade do ex-Presidente Lula, bem como a investigação do assassinato brutal que tirou a vida de Marielle Franco e de Anderson Gomes.

    Portanto, Sr. Presidente, é preciso, mais do que nunca, denunciar e combater com o necessário vigor o avanço da intolerância, do ódio, da violência e do fascismo em nosso País; e afirmar, com todas as letras, que o avanço do fascismo, dessa intolerância, desse ódio que floresce hoje em nosso País, infelizmente, deriva do golpe de Estado consumado em 2016.

    Quero aqui, Sr. Presidente, expressar toda a minha solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra do meu Estado, que está numa luta cidadã, porque não existe um direito de cidadania mais sagrado que o direito de você ter a terra para morar. Isso passa, portanto, pela luta em prol da reforma agrária.

    Então, toda a minha solidariedade aos trabalhadores sem-terra, ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra do meu Estado. Ao mesmo tempo, quero aqui repudiar, com toda a veemência, repito, esse ataque brutal, covarde de que foram vítimas. E quero aqui cobrar do Governo do Estado, através dos órgãos destinados, que faça a devida investigação, que o Governo do Estado tome as providências...

(Soa a campainha.)

    A SRª FÁTIMA BEZERRA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – ... para que se investigue a fundo, repito, esse ato violento, brutal e covarde desferido contra os trabalhadores sem-terra, e que os eventuais culpados sejam punidos com todos os rigores da lei.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/04/2018 - Página 27