Discurso durante a 50ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem às comunidades indígenas, com ênfase às tribos pertencentes ao Estado do Amazonas (AM).

Autor
Eduardo Braga (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AM)
Nome completo: Carlos Eduardo de Souza Braga
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Homenagem às comunidades indígenas, com ênfase às tribos pertencentes ao Estado do Amazonas (AM).
Publicação
Publicação no DSF de 19/04/2018 - Página 162
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, COMUNIDADE INDIGENA, ESTADO DO AMAZONAS (AM), TRIBO YANOMAMI.

    O SR. EDUARDO BRAGA (PMDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, dia 19 de abril é o dia de celebrar os povos indígenas. O caminho do Brasil e da Amazônia começou a ser trilhado por eles. Nesta data especial, quero lhes falar das tribos do meu querido Estado.

    Na verdade, é possível falar apenas um pouco dessa história, dessa inesgotável diversidade. O Estado do Amazonas reúne a maior população indígena do País. São 120 mil pessoas, de 66 etnias; 29 línguas nas diversas regiões.

    Maior tempo na tribuna seria insuficiente para retratar a importância dessa riqueza. Com a devida vênia, me refiro a algumas tribos indígenas, estendendo a homenagem às demais.

    Os Tikuna são a maior etnia da Amazônia. Reúnem 46 mil pessoas, uma comunidade maior do que muitos municípios do Brasil. Totalizam 70 aldeias nas margens do Rio Solimões.

    Os Yanomamis são conhecidos por preservar sua cultura e memória. Estão no Amazonas e outras regiões do País. Alegres, trabalhadores, possuem grande conhecimento de botânica e propriedades das plantas da Amazônia.

    A tribo Tukano prefere culturas agrícolas e tende a se fixar em aldeias ao longo dos rios. São “Os índios do rio”. Outros são especialistas na caça e em avançar na mata adentro, como os Maku, os “índios do mato”.

    A tribo dos Baniwa, ou Baniva, fica na fronteira com a Colômbia e a Venezuela. Em realidade, representam muito mais do que uma tribo. São um complexo cultural com mais de 22 etnias diferentes. Os Baniwa têm sido aguerridos lutadores pelos direitos dos índios.

    Os Jamamadi vivem perto dos rios Juruá e Purus. Quase desapareceram no ciclo da borracha. A resiliência desse povo fantástico nos surpreende e hoje a comunidade tem mais de 800 pessoas.

    O último censo brasileiro observou aumento da população indígena. Esperamos que continue a crescer.

    Os rios Purus e Juruá também são lar dos Jarawara, em seis aldeias perto do município de Lábrea. Costumam defender suas terras de pescadores e fazendeiros.

    Os Kaxarari ou Runí-cuní também vivem no Purus. Os Katukina também se chamam Peda Djapá, ou “Gente da Onça”, em português. Vivem no Rio Biá, afluente do Jataí e do Amazonas.

    Os povos Deni somam mais de 600 tribos entre os Rios Purus e Juruá.

    Já foram mais...

    Infelizmente, a exploração inadequada dos recursos da floresta dizimou essa população. São especialistas em confeccionar cestaria de arumã. Atividade geradora de emprego, renda e cultura para a região.

    A tribo Waimiri Atroari, na fronteira entre o Amazonas e Roraima vive entre os rios Jatapu e Jauaperi. São hoje mais de mil e quinhentas pessoas e têm assegurados os limites de sua terra, após terem enfrentado graves reveses no período de construção da rodovia BR-174 e, posteriormente, da Hidrelétrica de Balbina.

    Existem ainda os Desana, no noroeste do meu Estado e em terras colombianas, os Kokama, Kanamanti, os Marubo do vale do Javari, e muitas outras tribos. A lista é infindável. Impossível lembrar de todas. Peço licença mais uma vez. Cada uma delas compõe um magnífico mosaico que é o Amazonas.

    As comunidades indígenas fazem parte de nosso passado, de nosso presente e de nosso futuro.

    Então, Srªs e Srs. Senadores, cidadãos que nos acompanham pela Rádio e pela TV Senado, como representante do Amazonas, tenho orgulho de preservar a memória indígena e trabalhar pelo futuro dos índios do meu Estado. Vamos celebrá-los.

    Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/04/2018 - Página 162