Discurso durante a 59ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários acerca da queda de um prédio na cidade de São Paulo.

Autor
José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CALAMIDADE:
  • Comentários acerca da queda de um prédio na cidade de São Paulo.
Aparteantes
Wellington Fagundes.
Publicação
Publicação no DSF de 03/05/2018 - Página 55
Assunto
Outros > CALAMIDADE
Indexação
  • COMENTARIO, ASSUNTO, INCENDIO, DESABAMENTO, PREDIO, CIDADE, SÃO PAULO (SP), OCORRENCIA, VITIMA, MORTE, CRITICA, SITUAÇÃO, ILEGALIDADE, COBRANÇA, ALUGUEL, FAMILIA, POPULAÇÃO CARENTE, LOCAL, ACIDENTE.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Muito obrigado, Sr. Presidente, Senador Waldemir Moka, do nosso vizinho Estado de Mato Grosso do Sul.

    Quero cumprimentar todos que nos assistem. Cumprimento, especialmente, o nosso Senador Rodrigues Palma, que é do Estado de Mato Grosso. Não vou ter como fazer frente, porque o Senador Wellington Fagundes fez um verdadeiro discurso de boas-vindas ao nosso Senador, mas quero dizer que é uma satisfação para nós termos aqui V. Exª, que já foi Deputado Federal, quer dizer, é uma das pessoas, um dos políticos emblemáticos do Estado do Mato Grosso.

    E, Senador Moka, o Senador Wellington Fagundes, agora, há pouco, disse que ele foi responsável pela construção do principal pronto-socorro de Cuiabá e do Estado de Mato Grosso, isso há 40 anos. Vale dizer que a Bancada se reuniu agora para fazer um novo pronto-socorro, mas o que está atendendo toda a população de Mato Grosso ainda é da época dele. Vale lembrar também que ele deixou, na época, Cuiabá quase toda asfaltada. Isso é um feito que tem que ser rememorado, e deve ser feito esse destaque aqui.

    Então, nossas boas-vindas, Senador Rodrigues Palma. V. Exª estará aqui pelos próximos quatro meses e nos honra muito com sua presença.

    Quero também registrar a presença aqui – já ia falando Senador – do nosso Deputado Federal e ex-coordenador da nossa Bancada, o Fabinho, Fábio Garcia, que é neto do ex-Governador Garcia Neto, que V. Exª conhece muito bem. Então, estamos hoje aqui com a história viva do Estado de Mato Grosso.

    Sr. Presidente, eu tenho tido por medida aqui – e faço desse lema o rumo e o sustentáculo do meu mandato – não falar mal de adversário, não apontar dedos, porque eu creio que o público que nos assiste merece um debate à altura de Rui Barbosa, que é o nosso patrono do Congresso Nacional. Então, nunca fiz desta tribuna um local para atacar adversários, mas também não me nego e não fujo de fazer o contraponto das incoerências que são colocadas aqui. E não faço também deste mandato um mandato acovardado a ponto de deixar que mentiras sejam passadas para a população brasileira, porque é bem verdade que o alcance da tribuna do Senado Federal é muito grande.

    Eu quero registrar aqui a importância que tem a TV Senado e a Agência Senado, Senador Waldemir Moka, para o Brasil, porque muitos brasileiros acompanham os trabalhos e a política a partir desta tribuna. E muita gente se aproveita do alcance destes microfones para tentar criar uma realidade alternativa, criar uma realidade virtual, como se o Brasil não estivesse vendo o que acontece.

    Eu quero citar aqui, Senador Waldemir Moka, uma tragédia que aconteceu em São Paulo.

    O Sr. Wellington Fagundes (Bloco Moderador/PR - MT) – Senador José Medeiros, por favor.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Pois não, Senador Wellington Fagundes.

    O Sr. Wellington Fagundes (Bloco Moderador/PR - MT) – Eu queria um aparte para registrar também a presença aqui do nosso companheiro Luiz Antônio, que também é neto do Garcia Neto e está aqui presente em apoio, juntamente com o nosso companheiro Fabinho. Então, é importante porque ele vem aqui também em nome da família. Está presente também o Dr. Orlando Fanaia, que é o Superintendente do DNIT em Mato Grosso. O Dr. Luiz Antônio hoje está como Diretor de Engenharia do DNIT, um cargo extremamente importante, que, com certeza, tem ajudado muito o nosso Estado. Por isso, eu queria pedir a permissão de V. Exª, já que V. Exª também tem nos ajudado muito, principalmente nessa área da infraestrutura, cobrar a questão da concessão no Mato Grosso. V. Exª, inclusive, me falava hoje que vamos ter uma reunião para que possamos apresentar aqui alguma gestão legislativa, dada a importância que representa aquela estrada. E falar em Rodrigues Palma e em Garcia Neto é falar também exatamente deste momento de desbravamento do Mato Grosso, das estradas que foram construídas. Ele me lembrava, agora há pouco, que foi uma grande obra fazer toda a canalização e a cobertura da Avenida da Prainha. Foi uma das obras mais importantes, evitando problemas de saúde pública e, principalmente, melhorando o sistema viário da nossa capital. Então, mais um registro que faço aqui, agradecendo a tolerância de V. Exª.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Muito obrigado, Senador Wellington Fagundes. Mato Grosso hoje realmente está muito bem representado. Seja bem-vindo, Diretor Luiz Antônio, Dr. Orlando e todos que estão aqui homenageando o Senador Rodrigues Palma pela posse hoje aqui no Senado Federal.

    Como eu dizia, Senador Waldemir Moka, houve uma tragédia em São Paulo do naipe, das proporções do edifício Joelma. Os mais antigos se lembram do que aconteceu. Caiu um prédio no centro de São Paulo. Aí é que começam os problemas, Senador Waldemir Moka.

    Há bastante tempo tenho visto que tem surgido, em São Paulo, um movimento chamado MTST, nos moldes do MST, e que essas lideranças têm se tornado até lideranças de envergadura nacional, uns até falando em se candidatar a Presidente. Eu sempre achei muito estranha a capacidade de mobilização deles. Ontem eu fiquei sabendo o porquê, Senador Waldemir Moka.

    Primeiro, diante da tragédia, o Presidente do tal MTST se "pirulitou" de São Paulo, foi lá para Curitiba. Não era natural, Senador Waldemir Moka, que, sendo representante dessas pessoas, independentemente se era o movimento dele que estava ali naquele prédio ou não, ele estivesse lá para, pelo menos, acompanhar o resgate ou não? Mas não, foi para Curitiba. E, mais, se apressou em dizer: "Esse prédio não é meu!"

    Aliás, esse mantra tem sido bem constante nesse pessoal.

    Mas o que me deixou pasmo, Senador Cristovam Buarque, foi descobrir que aquelas famílias, aqueles pobres coitados que estavam nesses prédios e que estão nesses prédios – dizem que são mais de cem prédios em São Paulo – pagam de R$400 a R$600 de aluguel e são trancados à noite por esses coordenadores.

    Eu fiquei pasmo. Tudo isso sob as bênçãos, sob os olhos... As nossas autoridades precisam tomar pé disso.

    Mas aí é que vem o problema, Senador Cristovam Buarque: no momento em que alguma autoridade começar a tomar pé disso, provavelmente vai ser acusada até aqui por alguns Senadores que sobem à tribuna de ser contra os movimentos sociais. Nós precisamos começar a separar movimentos sociais de milícias, porque um coordenador arregimenta em torno de 400, 500 pessoas por prédio desse e começa a extorquir. Isso, para mim, é extorsão. As pessoas ali não têm segurança nenhuma, ficam à mercê disso, são usadas como bucha de canhão em manifestações. Senador Moka, isso é uma milícia.

    Nós precisamos começar a tratar desses temas. É imprescindível que a prefeitura possa cobrar. Não está mais no governo o ex-Prefeito Doria, mas o atual prefeito precisa, Senador Dário, chamar essas pessoas que fizeram a vistoria nesse prédio e que disseram que estava tudo bem, para ver se essa vistoria foi feita mesmo, porque era muito dinheiro, Senador Cristovam, que essas pessoas estavam pagando.

    Vamos dizer que eram cem, duzentas pessoas pagando – eu não sei quantas cabem naquele prédio, mas são muitas – em torno de R$600, R$400. Isso é muito dinheiro. Seria preocupante se uma vistoria de repente interditasse aquele prédio.

    Então, é imprescindível que essas pessoas que fizeram, esses fiscais que fizeram essa vistoria no prédio sejam chamados, porque está cheirando mal.

    Outra coisa que precisa ser investigada: se havia aquele tanto de gente no prédio, cadê as vítimas? Será que nós temos vítimas ali que simplesmente estão sendo apagadas como se não tivessem existido, para diminuir o tamanho da tragédia?

    É imprescindível verificar quem são essas pessoas que estão desaparecidas.

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Há 40 pessoas desaparecidas ou não? Morreram pessoas ali ou não morreram? Essas coisas precisam ser colocadas.

    Senador Waldemir Moka, peço só mais um minuto e já encerro.

    Além desse assunto, quero fazer o registro sobre o fato de que estive na cidade de Nova Olímpia, Tangará e também passei por Barra do Bugres. Tive oportunidade, Senador Moka, de conhecer ali o patrono, o decano da família Petrônio, que é o Sr. João Petrônio. E fiquei encantado com empreendimento. Como ele transformou a cidade através da sua propriedade, da sua empresa, a Barralcool. Ele, que chegou ali, contemporâneo, junto com o saudoso Olacyr de Moraes, Senador Waldemir Moka, transformou a vida daquelas pessoas. A cidade vive praticamente em torno da economia, em torno da usina. Mas há que se louvar isso, o trabalho dele, porque, enquanto no Brasil foram fechadas muitas usinas de álcool, ele mantém, de forma bem saneada, os empregos ali, naquela região, de muitas pessoas e milhares de mato-grossenses, produzindo álcool, produzido açúcar, enfim, produzindo empregos.

    Fiquei encantado com a humildade e com a garra de um homem daquela idade.

    E nessa linha, também queria fazer homenagem a outro mato-grossense, aproveitando a presença do Senador Cristovam. Eu estive no Município de Alta Floresta e pude conhecer o Dr. Tobias. Ele, que era de São Paulo e foi para o Mato Grosso já em tenra idade – hoje tem noventa e poucos anos, 97 anos –, já escreveu oito livros, Senador Cristovam Buarque, e ali construiu uma faculdade. E ele é da mesma linha do Senador Cristovam, de que não há como você levar desenvolvimento, nem transformar uma sociedade, que não seja pela educação. E ele inclusive autografou um livro e mandou para o Senador Cristovam, que quero entregar ainda na próxima semana. Mas queria fazer esse registro aqui, de como um brasileiro, depois de aposentado, vai para um Estado carente em educação, como Mato Grosso, e ali resolve construir um instrumento para a produção de conhecimento.

    Esse é o registro, Senador Waldemir Moka. Agradeço a tolerância. E era o que, por medida de justiça, tinha que fazer. Agradeço a tolerância. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/05/2018 - Página 55