Discurso durante a 66ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do lançamento da segunda edição do Campus Party Bahia na Arena Fonte Nova, em Salvador.

Críticas ao presidente Michel Temer por editar Medida Provisória nº 814, de 2017, que visa à privatização da Eletrobras.

Autor
Lídice da Mata (PSB - Partido Socialista Brasileiro/BA)
Nome completo: Lídice da Mata e Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CIENCIA E TECNOLOGIA:
  • Registro do lançamento da segunda edição do Campus Party Bahia na Arena Fonte Nova, em Salvador.
MINAS E ENERGIA:
  • Críticas ao presidente Michel Temer por editar Medida Provisória nº 814, de 2017, que visa à privatização da Eletrobras.
Aparteantes
Lindbergh Farias.
Publicação
Publicação no DSF de 10/05/2018 - Página 68
Assuntos
Outros > CIENCIA E TECNOLOGIA
Outros > MINAS E ENERGIA
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, EVENTO, AMBITO INTERNACIONAL, OBJETO, ESTUDO, JUVENTUDE, ASSUNTO, INOVAÇÃO, CIENCIA E TECNOLOGIA, LOCAL, SALVADOR (BA), PARTICIPAÇÃO, LANÇAMENTO, RUI COSTA, GOVERNADOR, ESTADO DA BAHIA (BA).
  • CRITICA, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, EDIÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), ASSUNTO, PREPARAÇÃO, POSSIBILIDADE, PRIVATIZAÇÃO, CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A (ELETROBRAS).

    A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PSB - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu vou fazer dois registros, porque tenho que representar o meu Partido numa manifestação que está acontecendo agora, na Câmara dos Deputados, em defesa da Petrobras, com a frente nacionalista do Congresso Nacional.

    Mas eu gostaria de registrar aqui que ontem, na Bahia, foi lançada oficialmente a segunda edição da Campus Party, que é o maior evento de tecnologia do mundo e que será realizado, pela segunda vez – já disse que é a segunda edição –, nos dias 17 a 20 de maio, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

    O lançamento foi feito pelo Governador Rui Costa, pelo companheiro Rodrigo Hita, que é Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, no Salão de Atos da Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia, o CAB.

    E esse evento, Senadora Fátima, tem toda essa importância de destacar, de chamar a atenção da juventude, da sociedade, para o fortalecimento da ciência, da tecnologia, da inovação tecnológica, e incorpora uma parcela significativa de jovens.

    O evento, no ano passado, que se viabilizou pela iniciativa decisiva do ex-Secretário Vivaldo Mendonça, também do PSB, teve uma participação de cerca de 60 mil pessoas, maioria esmagadora de jovens, que vão com suas barracas, que se alojam no território determinado, no caso da Fonte Nova, e que realizam dias intensos de trocas de conhecimento tecnológico, de informação, com uma ala grande de games, que hoje faz parte de toda essa economia criativa que movimenta o PIB de diversos países do mundo, na qual o Brasil precisa começar a se incorporar.

    Em vez de fazer o que fazem o atual Ministério e o Governo, com cortes no Ministério da Ciência e Tecnologia, estimular, investir maciçamente em educação, cultura, ciência, tecnologia, pesquisa e inovação, para que possamos dar conta desse novo cenário de retomada de crescimento e de desenvolvimento que o nosso País tem que ter.

    A expectativa agora é a de que possamos receber cerca de 90 mil pessoas, entre empreendedores, cientistas, visitantes, que vão trocar experiências tecnológicas nas áreas de educação, economia, trabalho e cultura digital.

    A Campus Party Bahia oferecerá mais de 300 horas de programação, incluindo palestras, atividades com drones e simuladores, maratona de hackers, espaço para crianças, entre outras atividades.

    O evento será realizado, mais uma vez, na Fonte Nova, palco de grandes acontecimentos esportivos, musicais e corporativos do nosso Estado.

    Assim como na primeira edição, realizada em 2017, a Campus Party disponibilizará uma área com acesso gratuito, chamada Open Campus. O local também vai abrigar startups – empresas em fase inicial, que desenvolvem produtos ou serviços inovadores, com potencial de rápido crescimento.

    Já o espaço Educação do Futuro receberá educadores, artistas, pesquisadores, empreendedores e alunos interessados na implementação de ambientes educacionais mais "mão na massa".

    Eu falei aqui de dois espaços. São inúmeros os espaços de encontros que haverá naquele importante evento. Estudantes universitários, alunos de curso técnico, de ensino médio, recém-formados há até dois anos, também terão um espaço para mostrar talento e criatividade no Campus Futuro.

    Nós temos, o PSB, a honra e a satisfação de ter participado do governo Dilma, do governo Lula, tendo uma participação destacada à frente do Ministério de Ciência e Tecnologia, com as presenças do Prof. Roberto Amaral, do ex-Governador Eduardo Campos e, posteriormente, do ex-Reitor Sérgio Rezende, com uma contribuição, portanto, muito determinante para uma nova política de ciência e tecnologia no Brasil, que, inclusive, pudesse descentralizar os recursos da pesquisa, da ciência para outras regiões do País, não apenas o Sul e o Sudeste. Esse foi um registro que fiz parabenizando o Governador e o Secretário de Ciência e Tecnologia.

    Mas queria finalizar registrando, Senador Lindbergh, aquilo que nós presenciamos hoje, pela manhã, aqui, no Senado Federal, na sala que votou, debateu a MP 814, uma situação inaceitável. Eu vi aqui a Senadora Vanessa já se pronunciando; depois, vi também o pronunciamento do Senador Requião sobre o desafio de implementarmos novas formas de desenvolvimento para o nosso País. Mas como podemos falar em desenvolvimento deste País, fazer este País voltar a crescer com inclusão social, ou seja, um conceito real de desenvolvimento, com as ações que vêm sendo tomadas pelo Governo do atual Presidente Temer?

    Parece que encomendaram ao Presidente Temer ter a sua passagem, na história do País, apenas fazendo mal ao povo brasileiro, apenas apresentando um cardápio de maldades contra os trabalhadores e contra o patrimônio do povo brasileiro. Não é possível!

    A MP 814 vai preparando o terreno para a privatização da Eletrobras, projeto que, aliás, já recebeu parecer favorável – se eu não me engano – do Deputado Aleluia lá na Câmara dos Deputados, para iniciar a votação lá desse projeto que é destruidor do patrimônio público brasileiro, no setor elétrico do nosso País.

    E agora nós temos também que nos pronunciar contra as tentativas permanentes de destruição da Petrobras. Primeiro, veio a postura de fechar as fábricas de fertilizantes vinculadas à Petrobras, imediatamente depois, a venda das refinarias brasileiras, ou seja, a tentativa de fazer com que a Petrobras saia da área do refino, da área de adensamento de valor à nossa produção de óleo e gás natural.

    E cada vez mais eles se preparam para ofertar a Petrobras no mercado das almas, fazendo com que o Brasil perca totalmente a sua capacidade de ser um país soberano, independente, que se coloque na América Latina de forma absolutamente digna para enfrentar os desafios de termos uma economia e um país marcados pela desigualdade social. Para vencer a desigualdade, só com desenvolvimento soberano e com capacidade de distribuição de renda.

    Um aparte ao Senador Lindbergh.

    O Sr. Lindbergh Farias (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Senadora Lídice, esse Presidente Michel Temer está destruindo o País. É uma destruição social. Veja a senhora: 1,2 milhão de pessoas voltando a cozinhar com fogão à lenha. O botijão de gás subiu 57%, não para de subir. E eles vieram com uma reforma trabalhista que eu quero falar para alguns Senadores e Deputados que se juntaram aos grandes empresários e massacraram o povo, uma reforma trabalhista, Senadora Lídice, em que nem o direito ao salário mínimo existe mais, porque o trabalhador agora pode receber por hora. É o famoso trabalho intermitente. É covardia. Senador que tem jatinho, que tem avião fazendo isso com o povo trabalhador. Concretamente, eles diziam que isso ia gerar emprego. Sabe o que aconteceu no primeiro trimestre de 2018? Um milhão e quatrocentas mil pessoas demitidas, pobreza, gente dormindo nas ruas. É algo extremamente grave. Agora, eu acho que o povo brasileiro vai dar o troco nas urnas, tanto no Temer como nesses Senadores e Deputados que apoiaram esse projeto contra o povo.

    A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PSB - BA) – Não tenho dúvida, Senador Lindbergh, a quem agradeço o aparte, de que nós precisamos mobilizar a sociedade brasileira para debater neste momento que antecede as eleições, que projeto de desenvolvimento quer para o País. Essa é a questão central das próximas eleições. E eu fico penalizada vendo Senadores que se manifestaram, alguns bem intencionados – uma parte, não –, acreditando que aquela reforma trabalhista podia resultar no implemento de novos empregos, mesmo que fossem empregos com um nível de degradação maior da força do trabalho.

    Mas, não; o que nós assistimos aqui, Senador Presidente, foi o aumento do desemprego no Brasil. Estamos chegando a 14% de desempregados da população brasileira. E essa é uma chaga social profunda que esse modelo implementado nesse último período em nosso País, nesses últimos três anos, deixará de legado negativo para que o próximo Presidente ou Presidenta da República possa sanar, porque não é possível começarmos a falar da privatização da Eletrobras, da privatização da Petrobras, da privatização da Chesf, da privatização disto e daquilo com esse discurso falacioso de que vai trazer investimentos novos para o País e que esses investimentos serão responsáveis pela geração de novos empregos.

    O que nós temos assistido em todos os países em que essa receita foi aplicada é mais do mesmo: é mais miséria, mais desemprego, mais deterioração da força do trabalho e, principalmente, mais dependência econômica do País.

    Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/05/2018 - Página 68