Pela Liderança durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração dos 146 anos do aniversário de fundação da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe.

Crítica à situação em que se encontra a saúde pública em Sergipe (SE).

Autor
Eduardo Amorim (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Comemoração dos 146 anos do aniversário de fundação da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe.
SAUDE:
  • Crítica à situação em que se encontra a saúde pública em Sergipe (SE).
Publicação
Publicação no DSF de 24/05/2018 - Página 43
Assuntos
Outros > HOMENAGEM
Outros > SAUDE
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ASSOCIAÇÃO COMERCIAL, ESTADO DE SERGIPE (SE).
  • CRITICA, SITUAÇÃO, SAUDE PUBLICA, ESTADO DE SERGIPE (SE).

    O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco Social Democrata/PSDB - SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Obrigado, Sr. Presidente.

    Sr. Presidente, colegas Senadores, ouvintes da Rádio Senado, espectadores da TV Senado, todos que nos acompanham pelas redes sociais, especialmente aqui no plenário, hoje à tarde, também o Prefeito Negão, da cidade de Carira, lá no meu Estado de Sergipe – obrigado, Negão, pela sua presença –, na próxima sexta-feira, dia 25 de maio, a Associação Comercial e Empresarial de Sergipe, a quinta mais antiga do Brasil, estará comemorando 146 anos de existência. Idealizada e fundada pelo português Antônio Martins de Almeida, a Acese originou-se da atitude progressista de um grupo de cidadãos dedicados à atividade comercial, que movimentavam a economia do Estado, gerando emprego e renda à inúmeras famílias.

    Na época de sua fundação, no dia 26 de maio de 1872, Aracaju tinha apenas 17 anos de fundada, possuía pouco mais de 5 mil habitantes e cerca de 50 casas comerciais. Localizada à Rua José do Prado Franco, no Centro de Aracaju, a Acese acompanhou a história do comércio sergipano e o desenvolvimento da capital.

    Sr. Presidente, colegas Senadores, foi na década de 60, que a Acese realizou uma das mais importantes e vitoriosas campanhas em benefício do comércio do nosso Estado: a permanência da sede da região produtora do Nordeste da Petrobras, em Sergipe, e não em Alagoas. Nesse período, a Associação não só se notabilizou pelo comprometimento com as causas relacionadas à classe, mas, sobretudo, com os temas relacionados ao desenvolvimento econômico e social do Estado de Sergipe.

    Já em meados do ano 2000, a Acese, capitaneada por um grupo de presidentes e diretores de entidades empresariais, sentindo a necessidade de discutir e oferecer propostas para a promoção do desenvolvimento econômico e social de Sergipe, com o objetivo de estimular o despertar da consciência de toda a sociedade sergipana para as potencialidades do Estado e para o fortalecimento da atividade empresarial, constituiu o Fórum Empresarial de Sergipe.

    Entre os anos de 2005 e 2006, Sr. Presidente, através de uma intensa mobilização liderada pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, a Acese engajou-se à Frente Empresarial pela aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, sancionada em dezembro de 2006. Na ocasião, Sergipe, junto com o Estado do Paraná, demonstrando sua vocação vanguardista, foi o pioneiro na regulamentação do que passou a se chamar de Estatuto das Micro e Pequenas Empresas no País.

    Colegas Senadores, Sr. Presidente, além desse importante feito para as novas diretrizes políticas e sociais, outras grandes conquistas foram implementadas pela Acese, ao longo dos seus anos. Cito, como exemplos: a elevação do subteto estadual do Simples Nacional, a participação na proposição de políticas públicas de fomento à atividade empresarial, o incentivo ao empreendedorismo e a luta pela desburocratização.

    Sr. Presidente, colegas Senadores, nesse momento econômico crítico que o nosso País vem atravessando, nos últimos dez anos, o caminho que a Acese buscou para se manter firme e chegar aos seus 146 anos, sólida e robusta, foi projetar a sua autossustentabilidade com um ousado projeto de revitalização, não só de sua sede histórica, mas sim de todo o centro histórico da nossa capital, Aracaju, visando o uso inteligente dos seus espaços, além da oferta de serviços que beneficiarão o empresariado e a população sergipana.

    Eu gostaria, pois, Sr. Presidente, por intermédio do Presidente da Acese, o colega, amigo, Sr. Marco Aurélio Pinheiro Tarquínio, de parabenizar todos que compõem essa importante e secular instituição.

    Agora, Sr. Presidente, finalizo minha fala com um pronunciamento triste. É com muita tristeza que denuncio aqui, mais uma vez, desta tribuna, a situação de caos da saúde em Sergipe. Quando falo que lá a situação é análoga à de um genocídio, não estou exagerando, não, Sr. Presidente.

    Vejam, colegas Senadores, que, há pouco mais de um mês, denunciei a farsa da inauguração e da ampliação do centro de nefrologia do Hospital de Urgência. Na semana passada, as cirurgias cardíacas voltaram a ser suspensas no Hospital de Cirurgia, onde existem, Sr. Presidente, mais de 200 pessoas na fila aguardando um procedimento cardíaco. Pacientes foram chamados a se levantar de seu leito e morrer em casa. É isso mesmo! Os que ficaram estavam em coma ou estavam entubados. É muito grave, Sr. Presidente. É muito grave!

    A cardiologia de Sergipe já foi referência não apenas no Brasil, mas também no mundo. Entretanto, o roteiro macabro da saúde em Sergipe segue espalhando seu rastro de maldade. No Huse, funcionários terceirizados da limpeza, da manutenção, do transporte de pacientes em macas e da recepção paralisaram suas atividades desde a semana passada. Esses trabalhadores estão sem receber salário há mais de dois meses, e, em nota, uma das empresas terceirizadas informou que os atrasos se devem à falta de pagamento pelo Governo do Estado. Enquanto isso, pasmem – pasmem mesmo, Sr. Presidente e colegas Senadores –, acompanhantes de pacientes lavam os banheiros!

    Já em Estância, Município localizado na região sul do nosso Estado, o Hospital e Maternidade Amparo de Maria, um hospital secular que é uma referência em toda a região, enfrenta, há algum tempo, a falta de repasse de verba por parte da Secretaria de Saúde. Há mais de dez meses, Sr. Presidente, as cirurgias eletivas foram suspensas, e, há quase 15 dias, não se faz nenhum parto e nenhuma cirurgia. Nunca se fechou aquela maternidade. É o caos, Sr. Presidente. É o caos! Muita gente está morrendo pela falta de assistência.

    Sr. Presidente, colegas Senadores, é com imensa indignação – já encerro – que termino aqui este pronunciamento, dizendo que não podemos aceitar o inaceitável. É preciso ter coragem para mudar e estancar essa barbárie que está acontecendo, lamentavelmente, no meu outrora pacato, pacífico Estado de Sergipe. É uma barbárie, Sr. Presidente; é um genocídio, lamentavelmente, fruto do desgoverno que lá está.

    Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/05/2018 - Página 43