Pela Liderança durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre as causas e consequências da paralisação dos caminhoneiros.

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Comentários sobre as causas e consequências da paralisação dos caminhoneiros.
Publicação
Publicação no DSF de 24/05/2018 - Página 52
Assunto
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • ANALISE, GREVE, MOTORISTA, CAMINHÃO, CRITICA, GOVERNO FEDERAL, MOTIVO, POLITICA, PREÇO, COMBUSTIVEL.

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, internautas, o Brasil está vivendo dias de um caos que há anos nós não experimentávamos. A paralisação dos caminhoneiros está desabastecendo o País e ameaçando nos levar a uma situação de colapso. O bloqueio nas rodovias provoca a falta de combustível em vários postos. Uma série de voos está sendo cancelada porque a gasolina, o querosene, não chega aos aeroportos, o que gera transtornos imensos. Os ônibus estão tendo a circulação reduzida, prejudicando os trabalhadores. Nos supermercados, nas feiras, a escassez de alimentos começa a ser sentida, elevando o preço de produtos e deixando a população sem gêneros básicos sobre a sua mesa.

    É uma situação de terror provocada pela política econômica nefasta deste Governo dirigida aos combustíveis, orquestrada por Pedro Parente, Presidente da Petrobras, ex-Ministro de Fernando Henrique Cardoso, e também pelo ex-Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que Temer teve a audácia de lançar como candidato à sua sucessão.

    É de uma coragem impressionante. Um Presidente que jogou o País na recessão, encolheu o PIB, alastrou o desemprego, estourou o preço dos combustíveis, do gás de cozinha e tem os maiores índices de rejeição da história indica justamente o responsável por esse caos como o seu candidato.

    Os caminhoneiros pararam em 22 Estados e no Distrito Federal, porque o litro do óleo diesel já teve 8% de aumento nas bombas somente este ano, e a gasolina, em alguns lugares do Brasil, está a R$7 o litro, inviabilizando a vida do povo.

    Eu imagino como devem se sentir aqueles que pagavam R$3 por um litro de gasolina na época de Dilma e foram às ruas, seguindo um pato amarelo, para pedir a sua derrubada.

    Era gente que, com Lula e Dilma, parcelava a compra de um carro e, hoje, entra em um posto para parcelar a compra da gasolina. É esse o resultado do golpe contra os brasileiros.

    Diante de toda essa crise aguda, o Governo segue inerte. Os preços estão disparados e não há negociação em curso para pôr fim ao movimento dos caminhoneiros. Estamos rumando para o precipício, diante da inação desse bando de incompetentes.

     A proposta apresentada pelos Presidentes da Câmara e do Senado, que é o fim da Cide sobre o diesel, acabou sendo trocada por uma nova bordoada: a reoneração da folha de pagamentos...

(Soa a campainha.)

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) – ... para 56 setores da já fragilizada economia. Ou seja, o Governo dá com uma mão e rouba com a outra.

    Essa retirada da Cide é ineficaz e não vai resolver o problema, não vai desmobilizar a greve dos caminhoneiros. A questão é que esse Governo não tem política de Estado para intervenção no domínio econômico quando o interesse público está em jogo, como agora. Essa é a realidade. Em 13 anos dos Governos de Lula e Dilma, o preço médio dos combustíveis subiu pouco mais de 40% – em 13 anos! Mas em dois anos desse Governo golpista, lambe-botas do mercado e do capital, o reajuste é maior que 50%.

(Soa a campainha.)

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) – Esse mesmo desastre seria estendido ao setor elétrico, se não tivéssemos, juntamente com os trabalhadores, conseguido enterrar a Medida Provisória nº 814. Uma medida nefasta, que pavimentava o caminho para a privatização da Eletrobras e suas subsidiárias – a Chesf, entre elas –, estourando o preço da conta de luz nas costas da população. Nossa articulação resultou em mais uma derrota para esse Governo cambaleante, que viu frustrados os seus planos de destruir o sistema elétrico nacional por meio da venda de uma empresa estratégica.

    A mesma ideia ele tem sobre a Petrobras, cujos ativos vêm sendo entregues a preço de banana até que não sobre mais nada...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) – ...como é o caso da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Vamos oferecer a mesma oposição firme e dura que oferecemos contra a venda da Eletrobras para que um patrimônio do povo brasileiro não seja dilapidado dessa forma.

    O risco de venda da Eletrobras está parcialmente vencido, como também o da reforma da Previdência, que esse Governo, rejeitado pela população, não tem nenhuma legitimidade para propor. Precisamos agora é de firmeza para lidar com essa política de combustíveis, ou o País será inviabilizado.

    A miséria está aumentando, as pessoas voltando ao fogão à lenha, sem poder usar seus veículos por causa do abusivo preço dos combustíveis.

    E essa greve dos caminhoneiros chega para deixar o Brasil à beira do abismo...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE) – ... – vou concluir, Presidente –, diante da absoluta paralisia de um Governo notadamente inepto.

    Então, é urgente que se encontre uma solução para o fim dessa greve e, principalmente, que se reduza, de maneira sensível, o preço dos combustíveis para restaurar a normalidade no abastecimento em todo o Território nacional. Em vez de estar preocupado com a própria pele e em fazer campanha eleitoral para amigos, era disso que este Presidente aparvalhado deveria se ocupar.

    Obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/05/2018 - Página 52