Discurso durante a 77ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Registro de seminário realizado no Senado acerca da influência das mídias sociais nas eleições.

Elogios à Comissão Senado do Futuro e considerações sobre o papel da internet em favor do acesso às informações.

Considerações acerca do anúncio do Comitê Científico da Organização Mundial de Saúde Animal, que declarou o Brasil livre da febre aftosa com a vacinação.

Autor
Wellington Fagundes (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Registro de seminário realizado no Senado acerca da influência das mídias sociais nas eleições.
SENADO:
  • Elogios à Comissão Senado do Futuro e considerações sobre o papel da internet em favor do acesso às informações.
AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO:
  • Considerações acerca do anúncio do Comitê Científico da Organização Mundial de Saúde Animal, que declarou o Brasil livre da febre aftosa com a vacinação.
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/2018 - Página 44
Assuntos
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Outros > SENADO
Outros > AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, SEMINARIO, LOCAL, SENADO, ASSUNTO, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, INFLUENCIA, ELEIÇÕES, DEFESA, IMPORTANCIA, VERACIDADE, INFORMAÇÃO, INTERNET, PROCESSO ELEITORAL, BENEFICIO, DEMOCRACIA.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, COMISSÃO, FUTURO, SENADO, REFERENCIA, DESENVOLVIMENTO, JUVENTUDE, COMENTARIO, IMPORTANCIA, PESQUISA, INTERNET, ACESSO, INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO, CIDADÃO, LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
  • REGISTRO, DECLARAÇÃO, COMITE, AMBITO INTERNACIONAL, SAUDE, ANIMAL, REFERENCIA, ELIMINAÇÃO, FEBRE AFTOSA, BOVINO, BRASIL, RESULTADO, VACINAÇÃO, ELOGIO, QUALIDADE, PRODUÇÃO, AGROPECUARIA.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, nobres companheiros Senadoras e Senadores, eu gostaria de registrar um seminário que está acontecendo agora aqui, no Senado da República, promovido pela Secom, através da Diretora Ángela, um simpósio sobre a influência das mídias sociais nas eleições.

    Como lá defendi e defendo, precisamos fazer eleições limpas também nas mídias sociais, na internet, porque o cidadão que utiliza a internet é um formador de opinião e tem que ter a consciência de que para fortalecermos a democracia é importante que cada internauta faça o seu trabalho no sentido de mostrar a verdade. As famosas fakes não podem dominar a verdade em nosso País. O nosso País não pode ser dominado por plantações de notícias mentirosas para denegrir a imagem de quem quer que seja.

    Por isso, como Senador da República, estimulo eventos como esse, assim como quando Presidente da Comissão Senado do Futuro, juntamente ao Senador Cristovam Buarque, que foi meu Vice-Presidente. O Senador Hélio José atualmente é o Presidente da Comissão Senado do Futuro. Estou lá em parceria com ele, que tem feito muitos eventos. Exatamente através da ideia trazida pelo Senador Cristovam Buarque, conseguimos criar essa comissão, junto com Luiz Henrique. O exemplo veio do Chile, onde a Comissão Senado do Futuro é a comissão mais importante – inclusive, é a única comissão com dotação orçamentária própria. Lá estivemos com o Senador Cristovam há três anos, no Congresso Senado do Futuro, onde se discutiram inúmeros temas, principalmente os temas em que se pensa o futuro, como a neuropesquisa, enfim, todas as áreas, mas principalmente essa questão do papel da Internet para valorizar, para melhorar, para estimular com que o cidadão possa estar no dia a dia com mais acesso à comunicação, com mais acesso às informações.

    Sem dúvida nenhuma, a internet tem que ser um meio democrático, sem nenhuma censura, mas um meio para que vocês da juventude brasileira – vejo aqui vários jovens na nossa tribuna de honra – possam utilizar desse instrumento para fortalecer a nossa democracia. Hoje há pesquisas recentes de que só 19,5% dos brasileiros entendem que a democracia está fortalecida e deve ser fortalecida em nosso País. Isso é muito ruim, porque só quem viveu os momentos do tempo da ditadura sabe o que é o cidadão não ter direito, o jovem não ter direito de expressão, com, principalmente, a censura reinando em nosso País.

    Por isso, eu espero que eventos como esse possam contribuir para que, cada dia mais, se use esse meio de uma forma legítima e honesta, principalmente pregando a verdade.

    Eu, aqui, Sr. Presidente, quero também falar de outro assunto extremamente importante para o País. Hoje, agora há pouco, o Comitê Científico da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) declarou, em sua assembleia geral, que está ocorrendo em Paris, França, que está livre de febre aftosa o rebanho bovino brasileiro. E o Senador Blairo Maggi, Ministro da Agricultura, postou agora há pouco nas redes sociais o certificado de reconhecimento que é consequência de uma intensa e centenária luta.

    Este é o certificado que...

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – ... o Senador Blairo acaba de postar. Este certificado, através da OIE, define que o Brasil, então, está livre de febre aftosa com vacinação.

    Não há dúvida, Sr. Presidente, de que o Brasil é o celeiro do mundo, graças à vastidão de suas terras, à fibra de seus agricultores e aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. O nosso País se transformou, ao longo das últimas décadas, no mais produtivo país e na mais produtiva fronteira agrícola do Planeta, título que enseja inúmeras possibilidades sociais e econômicas.

    V. Exª é de um Estado vizinho ao nosso, o Tocantins, um grande Estado produtor também, com possibilidade de aumentarmos muito a nossa produção. Eu tenho dito que o Mato Grosso hoje tem capacidade de produzir tudo o que o Brasil produz sem derrubar um pé de árvore, incrementado com Tocantins e todo o Centro-Oeste brasileiro. Enfim, temos condições de fazer com que o mundo não passe fome.

    Tal posição também impõe grande carga de responsabilidade. Prova disso são as exigências que a comunidade internacional faz aos produtos oriundos de nossas terras. Em um mundo de intensa competição, os concorrentes analisam tudo o que fazemos com uma poderosa lente para acompanhar essa nossa produção.

(Soa a campainha.)

    O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Social Democrata/PSDB - TO) – Senador Wellington, permita-me.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – Pois não.

    O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Social Democrata/PSDB - TO) – Eu quero cumprimentar os nossos visitantes antes que se retirem.

    São alunos do ensino médio da Escola Verde Que Te Quero Verde – será que é todo mundo do PV? –, lá da nossa querida cidade de São Vicente, São Paulo, que estão nos visitando. É um prazer enorme tê-los aqui conosco. Estejam mais vezes. Hoje, quinta-feira, é uma sessão de debate. Estamos aqui com a Senadora Ana Amélia, do Rio Grande do Sul, extremamente competente; com o Senador Wellington Fagundes, do Mato Grosso; e com outros que vão chegando aqui e fazendo os seus discursos. Nós precisamos de mais gente na política, o ideal: pessoas honestas que venham para esta Casa. E vocês tão jovens estejam atentos à nossa política. Agora, neste ano, vamos ter eleição. Que vocês jovens pesquisem a vida de cada candidato, que saibam realmente escolher os seus representantes nas Assembleias Legislativas, na Câmara Federal, no Senado Federal, no Governo dos seus Estados, na Presidência da República, porque a culpa hoje de a política do nosso País estar no fundo do poço é de todos nós. Então, vamos pesquisar, no dia 7 de outubro, para saber quem será o seu representante, o nosso representante Brasil afora. Agradeço a todos vocês.

    Peço desculpas ao nosso orador, ao qual retorno a palavra. Muito obrigado.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Pelo contrário. Eu também gostaria de parabenizar aqui todos os alunos e os professores que vêm aqui conhecer um pouco do que é o Poder Legislativo. Tenho certeza de que cada jovem que aqui vem, ao voltar, terá a consciência do seu papel de exercer a cidadania. É a democracia que vai dar oportunidade a todos nós, principalmente à nossa juventude, que representa as nossas futuras gerações. Que Deus abençoe todos vocês e que os ilumine para que essa juventude possa, através da formação, da informação correta, ajudar o Brasil a ser um País mais justo. Parabéns ao colégio, à instituição de educação que aqui está.

    Sr. Presidente, eu gostaria também de pedir a V. Exª que somasse o meu tempo como Líder do Bloco Moderador, já que este assunto é extremamente importante para o Brasil.

    Sr. Presidente, Senador Ataídes, V. Exª sabe o que esse ato, hoje, representa para o nosso País. O agronegócio brasileiro é vanguardista e meticuloso. Ano após ano, vem aprimorando os seus processos, superando obstáculos fitossanitários e vencendo, pela competência, grandes disputas comerciais. Em suma, no que se refere à lavra de nosso solo e ao manejo de nossos rebanhos, o Brasil é um exemplo a ser seguido. Assim, não é surpresa que eu ocupe esta tribuna para exaltar mais essa conquista do campo e de quem gera riquezas a partir dele, desta feita, comprovando, outra vez, que o País representa o estado da arte em técnicas agropecuárias. Afinal, em seu curso, foram envidados os melhores esforços de nossos produtores, técnicos, entidades do setor e governos, num raro exemplo de união nacional com objetivo definido e êxito alcançado.

    Para que se possa ter uma noção exata do que foi feito, creio ser interessante apresentar breve retrospectiva de uma batalha que, ao longo de décadas, irmanou capital e trabalho, uniu grandes e pequenos criadores e ajudou o campo brasileiro a transitar entre a tradição e a modernidade.

    Pois bem, Sr. Presidente Ataídes. O primeiro registro oficial de febre aftosa no Brasil deu-se em 1895, na região do Triângulo Mineiro. Conforme a literatura, o vírus que causa a doença chegou até aqui após ocorrências na Argentina, no Chile e no Uruguai. Isso, porém, é apenas um detalhe.

    Estou vendo aqui a Senadora Ana Amélia, ela que foi Presidente da nossa Comissão de Agricultura e que também trabalhou muito, junto com o Senador Blairo e tantos outros Senadores, para que se pudesse chegar a este momento em que aqui estamos.

    Inclusive, eu quero ressaltar, lá no meu Estado, o trabalho, em nome de todos os produtores, do Zeca D'Ávila, que era o Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária. O Mato Grosso criou o Fefa (Fundo Emergencial da Febre Aftosa). Contribuímos muito com isso, inclusive vacinando animais dos países vizinhos, principalmente da Bolívia, porque o problema de um vizinho acaba afetando o outro, e a Bolívia tinha dificuldades econômicas. Foram exatamente os produtores mato-grossenses e mato-grossenses-do-sul que ajudaram para que aquele país pudessem também ter sua vacinação.

    Desde então, estamos fazendo o enfrentamento. Trabalhamos muito e intensamente, tomando todas as medidas e cuidados necessários. A meu ver, a erradicação da febre aftosa tem o condão de produzir significativos benefícios sociais e econômicos para o País. Afinal, possuímos o maior rebanho comercial do mundo, com cerca de quase 220 milhões de cabeças...

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – ... de bovinos e bubalinos, e somos o maior exportador de carne, transacionando os nossos produtos com cerca de 140 países.

    Com números dessa magnitude, não se poderia correr o risco de um novo surto de infecção que viesse a desestabilizar toda a cadeia produtiva, ameaçar o fornecimento da comida para o mercado interno e interromper os fluxos comerciais junto a outras nações.

    Por isso, o nosso Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio do fortalecimento dos serviços veterinários, estabeleceu metas para a erradicação, inclusive isentando da vacina, até 2021. Seria um grande salto para a pecuária brasileira, como declarou recentemente o Ministro Blairo Maggi. Ao atingirmos tal patamar, iríamos reduzir os custos de produção, fazendo com que a nossa carne se tornasse ainda mais competitiva, e iríamos, sem dúvida nenhuma, diminuir brutalmente...

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – ... a burocracia envolvida no processo de comercialização.

    Ao longo da história, por termos desenvolvido técnicas inovadoras de manejo e abate, nem mesmo os entraves burocráticos foram capazes de reduzir a nossa competitividade. Agora, no instante em que esses óbices são retirados, podemos vislumbrar um futuro de expansão da produção, conquista de novos mercados e ganhos ainda mais vultosos para o setor.

    A chancela da OIE enseja a redução da necessidade de área por cabeça de gado. Por conseguinte, o produtor vai poder deslocar esse espaço para o incremento do rebanho ou também para a lavra da terra. Na outra ponta do processo, a boa nova tende a ensejar parceria com países que costumam pagar mais pela carne adquirida. Economicamente, Senador Ataídes, o resultado dessa equação, com maior produção e taxa de lucro, é um criador de gado capitalizado e mais divisas para o nosso País.

    Socialmente, o esforço de sucessivas gerações de abnegados e a aposta no conhecimento geraram novas oportunidades para os trabalhadores de hoje e também de amanhã.

    Já finalizando, Sr. Presidente, moralmente, toda saga dos brasileiros contra a febre aftosa mostrou que somos capazes de sobrepujar problemas e construir uma civilização em que progresso, justiça e solidariedade podem, sim, caminhar juntos.

    Eu gostaria, Sr. Presidente, de parabenizar os pecuaristas, os tratadores de animais, os pesquisadores da Embrapa, das unidades da Emater nos Estados, das universidades estaduais e federais, as associações cooperativas, os servidores públicos estaduais e federais, enfim, todos os profissionais ligados à pecuária de todo Brasil, em especial, do meu Estado, o Mato Grosso, porque todos contribuíram de alguma forma para erradicarmos a febre aftosa...

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – ... e alcançarmos esse tão esperado reconhecimento internacional.

    Ainda mais, como médico veterinário, eu quero aqui também, junto com os técnicos agropecuários, com os zootecnistas, fazer a minha homenagem a todos esses profissionais, porque, sem dúvida nenhuma, os médicos veterinários, os zootecnistas e os técnicos agrícolas tiveram um papel preponderante nesse trabalho, mas, claro, o homem do campo, o tratador, o lutador, aquele que está lá cuidando dos animais também teve papel fundamental para que se chegasse a este momento.

    Finalizo aqui parabenizando todo o Ministério da Agricultura, também na figura do nosso Ministro Blairo Maggi e do nosso Secretário Executivo Elmar Novak, que é muito competente, hoje Ministro interino, porque ele hoje está como Ministro, já que Blairo Maggi está no exterior fazendo um grande trabalho...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – Muito obrigado, Senador.

    Quero aqui desejar também a V. Exª, que está em campanha, lá no seu Estado, junto com meu amigo, companheiro, Senador Vicentinho... Espero que a população de Tocantins dê oportunidade, porque o Vicentinho é um homem humilde, extremamente competente e dedicado.

    Parabéns a vocês.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/2018 - Página 44