Comunicação inadiável durante a 82ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa da construção de uma nova política de composição dos preços dos combustíveis no Brasil e comentários acerca da greve dos caminhoneiros.

Autor
José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Defesa da construção de uma nova política de composição dos preços dos combustíveis no Brasil e comentários acerca da greve dos caminhoneiros.
Publicação
Publicação no DSF de 30/05/2018 - Página 54
Assunto
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • DEFESA, ALTERAÇÃO, POLITICA, COMPOSIÇÃO, PREÇO, COMBUSTIVEL, CRITICA, POSSIBILIDADE, CONGELAMENTO, VALOR, PRODUTO, MONOPOLIO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), OBJETIVO, COMPENSAÇÃO, FINANÇAS, MOTIVO, CORRUPÇÃO, QUANTIDADE, TRIBUTOS, RESULTADO, SONEGAÇÃO FISCAL, COMENTARIO, NECESSIDADE, ENCERRAMENTO, GREVE, CATEGORIA PROFISSIONAL, MOTORISTA, CAMINHÃO.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Muito obrigado, Sr. Presidente.

    Sr. Presidente, eu fico pasmo de ver que, mesmo sendo responsáveis pelo caos por que neste momento o País está passando, os mesmos sobem aqui à tribuna para apontar dedos e para apontar solução nenhuma.

    Senador Raimundo Lira, todos nós sabemos que não é possível você pegar uma empresa – e aí eu estou falando de Petrobras, do setor elétrico, de tudo – e eternamente deixar os preços congelados. Não é possível isso! É por isso que eu digo que nem neste momento é possível congelar preço, porque nós temos exemplos da época do Sarney, quando congelaram os preços. Não é com uma pena mágica que você vai resolver o problema da economia, não é buscando boi no pasto nem tirando caminhão das rodovias que vamos resolver esse problema.

    O problema está justamente na vaca sagrada defendida por esses que sobem aqui à tribuna para dizer que essa vaca sagrada não pode ser mexida. Esse monopólio, essa história de dizer que o petróleo é nosso, que a Petrobras é nossa. Nosso? De quem? Nosso é o prejuízo. Nosso é o prejuízo que fica.

    Hoje o que se está fazendo? O que o Presidente da empresa está fazendo? Óbvio, é uma empresa privada, é uma empresa privada que quer sanear os seus cofres que foram arrombados. Por quem? Por quem estava no poder. E, obviamente, agora estão querendo retomar a capitalização da empresa.

    Agora, por que eu tenho defendido que nós precisamos nos livrar desse fardo, Senador Raimundo Lira? Porque não nas nossas costas. Por que eu tenho que pagar a conta? A D. Maria, o Seu João, todo mundo tem que pagar a conta? Não nos chamaram para quebrar, mas agora estão nos chamando para pagar? Então, a conversa é a seguinte: "Quem pariu Mateus que o embale".

    Agora tiram o corpo fora e vêm aqui dizer que quem votou no Temer, quem votou no impeachment é responsável. Aliás, quem votou no Temer não fomos nós. Senador Dário Berger, quem colocou o Temer lá foi justamente quem agora está pedindo Fora, Temer. Então, Sr. Presidente, neste momento, o que nós precisamos são de saídas, apontar dedo aqui não vai adiantar nada.

    Eu conversei agora há pouco com o Senador Paulo Paim, tentei que fizéssemos isso num fórum maior, aqui no plenário do Senado, por exemplo, para trazermos todos os atores, o Presidente da Petrobras, o Ministério da Fazenda, para podermos discutir esse tema, não foi possível. Conversei com o Senador Paulo Paim, ele prontamente aceitou. Vamos falar com a Senadora Presidente, Senadora Regina, para fazermos um amplo debate sobre essa composição de preço lá na Comissão de Direitos Humanos, porque virou uma questão de direitos humanos. E vamos trazer os players nacionais, que entendem do assunto, para buscarmos uma saída para isso.

    Agora, o achismo tomou conta do País. Nas redes sociais, você vê as mais estapafúrdias saídas que possam existir. Aqui, também eu não tenho visto grandes resultados desses debates que ocorrem aqui. Eu vejo aqui Fora, Temer de uns, intervenção militar de outros, o que não vai nos trazer maiores ganhos. O que nós precisamos hoje, a meu ver, é acabar...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – ...com essa greve que está arrebentando com o nosso País.

    Para isso, nós precisamos, a meu ver, urgentemente votar o fim do PIS/Cofins, mas, Senador Paulo Paim, não pode ser só para o diesel, não; precisamos votar é para os combustíveis todos, porque o problema não é nem da composição lá do preço da Petrobras. As pessoas no Brasil, neste momento, estão começando a discutir – e existe um embrião nascendo aí que ninguém está vendo – os impostos, e estão começando a se indignar com eles. É a chamada Curva de Laffer. Ele dizia que até 35% as pessoas suportam, Senador João Alberto; depois de 35%, as empresas começam a dar um jeito de sonegar, outro começa a dar um jeito de fugir, chega-se a um ponto em que a população não aguenta. A Curva de Laffer já foi bem baixa. Aqui, no Brasil, a Curva de Laffer já foi de Tiradentes, já foi 20%. A pessoas não aguentaram. Agora, nós estamos com impostos, impostos, impostos e mais impostos. Por quê? Porque muito demagogo sobe aqui e diz que o Estado tem que ser pai de tudo, que tem que dar tudo. Eu tenho dito que, se você acha que tem que dar alguma coisa, dê do seu bolso! Agora, não, eles dizem que o Estado tem que dar tudo! O Estado não produz nada. O Estado, se dá alguma coisa, tira de algum lugar. Mesmo agora, se for congelar preço, se for fazer alguma coisa, ele vai ter que tirar de outro lugar.

    Não adianta fazer demagogia com esse tema. Não adianta pensar que vai passar de bonzinho aqui e acusar os outros, porque, neste momento, a população está lá enraivecida é com todo mundo. Eu respondo pelos meus atos. Votei pelo impeachment, estou de consciência limpa e penso o seguinte: nós precisamos realmente refundar este País.

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Já encerro, Sr. Presidente.

    Nós precisamos refundá-lo. Agora, em que bases? Ouvindo as pessoas que entendem do assunto. Não adianta falar de logística, se não conversar com quem entende de logística. Não adianta falar de composição de preços aqui, se não falar com quem entende de composição de preços. E só há um jeito disso aqui: é debatendo, é conversando.

    Agora, se não fizermos isso, as pessoas vão fazer lá fora, na base do empirismo, e pode acontecer o que aconteceu na França – tomara que não aconteça – ou o que aconteceu, em 2013, de varrer isso aqui. Se nós passarmos a não dar vazão aos anseios e às raivas sociais, para que serve um Parlamento? O Parlamento é justamente para isto: para falar e a pessoa pensar "O que a Senadora Marta está falando lá me representa; o que o Senador João Alberto está falando lá é isso mesmo e ele me representa", dando-se vazão ao que ele está pensando...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Eu só sei que, do jeito como está, só leva ao caos.

    O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. Bloco Maioria/MDB - MA) – Conclua, Excelência.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/05/2018 - Página 54