Pela ordem durante a 82ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Crítiica ao uso político da greve dos caminhoneiros.

Autor
José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Crítiica ao uso político da greve dos caminhoneiros.
Publicação
Publicação no DSF de 30/05/2018 - Página 59
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • CRITICA, UTILIZAÇÃO, GREVE, CATEGORIA PROFISSIONAL, MOTORISTA, CAMINHÃO, OBJETIVO, REALIZAÇÃO, ATIVIDADE POLITICA, ENFASE, LOCAL, RONDONOPOLIS (MT), MOTIVO, PARTICIPAÇÃO, PESSOAS, INCENTIVO, AUTORIDADE, POLITICO.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, quero dizer que, agora há pouco, recebi uma informação da comissão que está organizando lá no Mato Grosso esses movimentos. Senador Raimundo Lira, é lamentável em um momento deste haver pessoas querendo se aproveitar para ganhar dividendos eleitorais. A informação que me trouxeram agora é que, na minha cidade, em Rondonópolis, um conhecido político mandou levar alguns ônibus, Senador Waldemir Moka, com pessoas para aumentar o movimento nas estradas, para aumentar o conglomerado de pessoas, para poder, enfim, insuflar o caos. Eu queria saber o que há na cabeça dessas pessoas num momento em que o que se busca é a saída. O que nós precisamos aqui é justamente esfriar a chaleira. O que se precisa agora não é de se buscar ganhar voto. Até porque eu duvido, Senador Benedito de Lira, que haja alguém que vá dar um voto porque o sujeito está fazendo um discursinho fácil perto de um movimento de greve desse. Eu duvido que o eleitor esteja com paciência neste momento em que está faltando até arroz em casa, por causa de um discurso fácil.

    O Senador Cristovam Buarque, do alto da sua sabedoria, teceu muito bem aqui um diagnóstico corretíssimo deste momento e falou muito bem sobre demagogia. E talvez o grande mal que assola hoje e que tem esgarçado o tecido da política seja justamente a tentação de cair na demagogia, a tentação de cair no discurso fácil, a tentação de usar os menos favorecidos como biombo, porque até estes já desconfiam.

    E o que é de se lamentar é que as pessoas não confiam mais. Não é que não confiam nesse ou naquele; já não confiam mais em ninguém. E toda relação é lastreada num alicerce muito forte, no alicerce, Senador Dário Berger, no alicerce da confiança. Quando se quebra a confiança, não se tem mais nada, seja no casamento, seja na amizade, seja nas relações políticas também.

    Eu fico muito preocupado quando vejo o mundo político dissociado dos anseios da sociedade. Ontem eu dizia, sobre a queda da Bastilha, que o oficial de dia, quando da revolução, quando da Bastilha, fez sua parte diária totalmente desconectada da realidade lá fora. "Dia normal, tempo bom, sem alteração." Ele registrou isso em parte diária, sem saber que uma hora depois sua cabeça estaria na ponta de uma lança, estaria na ponta de uma lança pelas ruas de Paris. Nós corremos esse risco.

    Em 2013 todo o mundo político ficou se perguntando por que aconteceu aquilo. E eu espero que a gente possa dar uma solução. E essa batuta agora está na mão do Senado, na mão da Câmara.

    Agradeço, Sr. Presidente, a oportunidade.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/05/2018 - Página 59