Discurso durante a 86ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração pelo aniversário de 60 anos de Taguatinga (DF).

Críticas à gestão do Governador do Distrito Federal, Sr. Rodrigo Rollemberg.

Autor
Hélio José (PROS - Partido Republicano da Ordem Social/DF)
Nome completo: Hélio José da Silva Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Comemoração pelo aniversário de 60 anos de Taguatinga (DF).
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL:
  • Críticas à gestão do Governador do Distrito Federal, Sr. Rodrigo Rollemberg.
Publicação
Publicação no DSF de 06/06/2018 - Página 99
Assuntos
Outros > HOMENAGEM
Outros > GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CIDADE SATELITE, TAGUATINGA, DISTRITO FEDERAL (DF).
  • CRITICA, GESTÃO, RODRIGO ROLLEMBERG, GOVERNADOR, DISTRITO FEDERAL (DF), MOTIVO, AUSENCIA, INVESTIMENTO, SAUDE, FALTA, ATUAÇÃO, CONSTRUÇÃO, HOSPITAL, ESPECIALIZAÇÃO, CANCER.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Quero cumprimentar o nobre Senador Valadares, de Sergipe, que antecedeu aqui o Senador Elmano Férrer, do Piauí, nobre Presidente desta sessão neste momento; cumprimento os ouvintes da Rádio Senado e os telespectadores da TV Senado; cumprimento todos os Senadores e as Senadoras desta Casa.

    Deixo claro a todos que hoje é um dia importante, porque neste dia se comemora o aniversário de duas importantes cidades do Distrito Federal, meu nobre Presidente, Senador Elmano Férrer. Hoje, a cidade de Taguatinga, uma cidade importante, uma cidade referência para a região mais povoada do Distrito Federal, a região oeste – Taguatinga é uma cidade referência para Ceilândia, que é referência para Samambaia, para Brazlândia, para o Gama, para o Riacho Fundo, para o Recanto das Emas – faz aniversário.

    Além do aniversário de Taguatinga, hoje temos também uma cidade importante, Brazlândia, uma cidade onde temos o nosso maior templo religioso, uma cidade onde ficam grandes núcleos rurais de Brasília – como o Incra 09, Incra 08, Almécegas e outros –, a nossa cidade da produção, fazendo aniversário.

    Então, como Senador do Distrito Federal, não poderia faltar nesta tribuna para homenagear essas duas cidades importantes do Distrito Federal. Todos que conhecem o Distrito Federal sabem da importância do que estou falando, sem minorar nenhuma das outras cidades daqui. Mas Taguatinga, com sua inclinação empresarial, industrial, com sua avenida comercial tão pujante, meu nobre Senador Elmano Férrer, Taguatinga dos clubes históricos, do Clube Portuguesa, do Clube do City – todo mundo se lembra da Taguatinga do Clube City –, do Clube Primavera e suas serestas... Inclusive, foi em uma seresta no Clube Primavera que conheci minha esposa. Então, Taguatinga era uma cidade referência e toda atração comercial de Brasília passava e ainda passa ainda por Taguatinga.

    Fazendo hoje aqui esta homenagem ao aniversário desta importante cidade que tem personalidades importantes do DF, quero homenagear meu companheiro Justo, Presidente da Associação Comercial e Industrial de Taguatinga; meu companheiro Wilon Wander, presidente do jornal mais antigo do Distrito Federal, o Jornal Satélite, servidor aposentado aqui do Senado Federal; meu amigo José Olímpio, dono de uma empresa famosa chamada Esfera, empresa que praticamente faz todos os quadros de iluminação para o DF – depois teve outra chamada Quadro.

    Taguatinga foi referência para toda essa região oeste, que engloba mais de um milhão de habitantes do Distrito Federal. Para nós aqui são tantos nomes importantes de Brasília: a Taguatinga da Praça do DI, a Taguatinga da Praça do Bicalho. Taguatinga é uma cidade em que podemos ir como se fosse uma outra cidade do Brasil, com esquinas, onde a gente pode sentar, conversar e dialogar como se estivéssemos em uma cidade do interior do Brasil – entendeu, meu amigo Elmano Férrer?

    Então, essa Taguatinga hoje faz aniversário. Então, hoje é o aniversário da cidade que mais se desenvolveu no Distrito Federal, que é Taguatinga.

    Nossa terra, que se imaginava ter sido no passado um Cerrado desabitado, tem muita história, porém uma história desconhecida de quase todos, que é como foi feita Taguatinga, que eu vou contar aqui agora.

    Também é o caso de Taguatinga, que foi fundada no dia 5 de junho de 1958, dois anos antes do meu nascimento, porque eu sou de 1960, tenho exatamente 58 anos, e Taguatinga foi fundada em 1958.

    Muitos conhecemos a saga dos pioneiros candangos que brigaram para ficar e se estabelecer no quadrilátero do Distrito Federal. Contudo, já no século XVIII, também nas margens do Córrego Cortado, em Taguatinga, havia registros de ocupação humana, caminho de tropeiros para o povoado de Santa Luzia, hoje conhecida como a cidade de Luziânia, que é uma cidade vizinha, no Estado de Goiás.

    Eu tive a honra de meu pai participar e trazer mantimentos para a construção de Brasília, passando por Taguatinga, sendo tropeiro de trazer vacas, carne e alimentos para Brasília poder se desenvolver.

    Lá em Taguatinga era só Mato; a Taguatinga do Bazar Estrela; a Taguatinga do Mercado Norte; a Taguatinga da Avenida Comercial, que hoje é essa metrópole que nós conhecemos, repleta de clubes, repleta de universidades, repleta de uma juventude pujante, que faz a referência e a diferença no DF; a Taguatinga dos servidores públicos, que, em sua maioria, habitam um setor todo de Taguatinga, que é a QNL. Então, é essa Taguatinga que a gente vem homenagear aqui.

    Foi em Taguatinga que, nesse mesmo Córrego Cortado, no ano de 1957, já iniciada a epopeia da construção da nova Capital, Senador Elmano Férrer, começou o embrião da vila chamada Vila Dimas, da vila chamada Vila Amaury e da Vila Matias. A primeira tem esse nome graças a seu líder e fundador, Dimas Leopoldino da Silva, a quem eu quero homenagear aqui, que era um camponês, religioso, natural de Bela Vista de Goiás, que havia lutado ao lado de José Porfírio, líder da chamada Guerrilha de Trombas e Formoso, região norte do mesmo Estado.

    Entre 1958 e 1960, nobre Senador Elmano Férrer, meu amigo piauiense, candangos das mais variadas localidades, inclusive do seu Piauí, resistiram às tentativas de expulsá-los do Distrito Federal e brigaram para manter as suas famílias nessa terra.

    Assim começa a saga dessa cidade, que se tornou o polo de desenvolvimento econômico, social e cultural mais importante, depois do Plano Piloto. Minha nobre Senadora Marta Suplicy, eu não sei se a senhora já teve a oportunidade de conhecer Taguatinga, que está fazendo aniversário hoje, uma das cidades mais importantes daqui do Distrito Federal.

    Taguatinga se expandiu com a criação de Ceilândia, de Samambaia e de várias outras cidades, que hoje formam um contínuo urbano dinâmico e próspero. Tanto é que o Governo do Distrito Federal já tinha planos de migrar a sede administrativa para aquela localidade, onde hoje há um elefante branco construído, nobre Senador Elmano Férrer, que era chamado Centro Administrativo de Brasília, há quatro anos fechado e deteriorando graças ao pior Governador que já tivemos na história do Distrito Federal, que é esse Governador que hoje está no Buriti, que é o Governador Rodrigo Rollemberg.

    Graças a esse Governador perseguidor, que derruba igreja, que derruba casas, que derruba condomínio, em vez de apostar na construção de Brasília, Taguatinga tem esse Centro Administrativo fechado, em que podia estar funcionando uma universidade, uma universidade do Distrito Federal, para dar educação mais próspera e mais próxima dos nossos jovens, ou podia estar funcionando um grande hospital de referência, para resolver as questões. A nossa Bancada, sob a minha coordenação, em 2015, pôs uma emenda impositiva para a construção do Hospital do Câncer do Distrito Federal, de mais de R$126 milhões. O dinheiro está liberado, já se vão três anos, e esse Governador, que é o pior da história do Distrito Federal, não consegue fazer esse hospital se tornar realidade.

    Então, nessa Taguatinga, que se expandiu com a criação de Ceilândia e Samambaia, igual eu já falei, hoje lá nós temos, e lá foi feita, a Praça do Relógio, que foi o palco, Senador Elmano Férrer, Presidente, de grandes movimentos sindicais, de grandes movimentos culturais e políticos, e na minha juventude foi exatamente nessa Taguatinga onde eu pude ser presidente de um partido que revolucionou este País, que foi o Partido dos Trabalhadores; onde eu comecei minha vida na luta em prol dos direitos dos menos favorecidos e das pessoas que realmente necessitam de guarida e de apoio da sociedade – e nós, políticos, temos que estar aqui para fazer por eles, e não para ficar desviando dinheiro público, para fazer corrupção e para fazer malandragem. Por isso que nós estamos aqui com tranquilidade para dizer: temos a cabeça erguida, para andar onde for necessário, e Taguatinga faz parte dessa história, para demonstrar que chegamos aonde chegamos porque sempre trabalhamos com ética, com moral, com respeito, com dignidade e defendendo aqueles que necessitam do nosso apoio.

    Quando o PT se desviou da sua conduta, eu fui um dos primeiros a sair do Partido dos Trabalhadores e procurar outros caminhos, para que eu pudesse continuar uma trajetória de defesa da classe trabalhadora, dos menos favorecidos, o que sempre fiz e continuo fazendo. Por isso que votei aqui contra a reforma trabalhista, por isso que votei aqui na CPI da Previdência; fui o Relator dela, fizemos um relatório e o aprovamos por unanimidade e enterramos a PEC da morte, porque nós temos compromisso com a população brasileira e com a população de Brasília.

    A Praça do Relógio, Sr. Presidente, igual eu falei, foi o palco dos grandes movimentos sindicais, culturais e políticos. Estudantes do Centro de Ensino Médio Ave Branca movimentaram a cidade em várias oportunidades, e hoje tem faculdades e universidades que atendem toda a região. A Praça do Bicalho se tornou famosa pelo comércio e pela boa acolhida que todos recebiam.

    Para finalizar essa homenagem à Taguatinga, faço minhas as palavras do Correio Braziliense de hoje, sobre os 60 anos, nobre Senadora Marta Suplicy, de Taguatinga. O texto é de autoria do jornalista José Carlos Vieira, editor do caderno de cultura do jornal Correio Braziliense. E lá, meu nobre Presidente, Senador Elmano Férrer:

O coração do DF! – Sim, Taguatinga tem passado! Têm histórias para contar! São 60 anos de luta e de crescimento de uma cidade independente, que não se esquece de suas tradições. Sim, Taguatinga é moderna! Cheia de escolas e universidades, com um comércio vigoroso e uma gente que tem orgulho ao falar do lugar onde mora. Sim, Taguatinga tem verde, tem concreto. Dos shoppings aos pequenos comércios, dos barzinhos da esquina às suntuosas casas de show... E a capital econômica do Distrito Federal... Berço da cultura candanga... Parabéns Taguatinga! Parabéns taguatinguenses!

    Uma cidade onde morei mais de 40 anos da minha vida, onde pude começar a minha vida política, onde me orgulho ao dizer que sou originário e tive a minha juventude, em Taguatinga. "A cidade pode não ter asas, mas tem braços e abraços para receber a todos!"

    Outra cidade importante, Sr. Presidente – estou indo para a conclusão –, e que também faz aniversário hoje, além da minha Taguatinga, no dia 5 de junho, é Brazlândia. Nesta data, em 1933, foi criada a subprefeitura de Brazlândia, sendo que no ano anterior havia sido decretada a criação do distrito da cidade de Luziânia, reconhecendo o povoado que se formou por famílias vindas do interior de Goiás e de Minas Gerais, que era Brazlândia.

    Brazlândia, junto com Planaltina, Sr. Presidente, são cidades muito anteriores à Capital do Distrito Federal. Trazem a história dos tempos anteriores e dos desbravadores. Até bem recentemente, era uma cidade típica do interior goiano. Ganhou dimensão e cresceu muito após a construção da Barragem do Rio Descoberto, a principal barragem que abastece Brasília de água, quando se formou o maior lago do Distrito Federal.

    De uma cidade tipicamente voltada à pecuária, Brazlândia se tornou um polo agrícola, sendo nossa capital do morango e da goiaba, também se firma como centro turístico, na Chapada Imperial, e religioso. Lá está o maior templo religioso no Distrito Federal, o templo Menino Jesus de Praga, em que tive a honra de poder participar, na recepção de Nossa Senhora Peregrina. Lá em Brazlândia, há uma população interiorana pujante que preserva a cultura, como a Folia do Divino, como a Folia de Reis, como a cultura do nosso povo antigo que, desde 1933, morava nesta região. Também, Sr. Presidente, lá se encontra, como falei, o Santuário Arquidiocesano Menino Jesus, onde temos, no primeiro domingo de maio, o encontro da mãe com o filho, momento grandioso de espiritualidade e fé, de que tive a honra de participar.

    Deixo aqui, para finalizar, meu nobre Presidente, a minha admiração pelos que lutaram para se manter no Distrito Federal, que construíram essas cidades que são marcos de tenacidade, cidadania e também de fé. Congratulo V. Exª, porque são milhares de piauienses que moram em Taguatinga e milhares de piauienses que moram em Brazlândia – as duas cidades que hoje fazem aniversário, que têm o maior respeito e o maior carinho pelo seu Estado, um Estado que tem muito a ver com a construção do Distrito Federal. Por isso, honra-me muito fazer este discurso aqui em homenagem à Taguatinga e à Brazlândia sob a Presidência de V. Exª, que é um humanista, que é uma pessoa que conhece da importância do cidadão e da importância dos valores éticos e morais, da defesa dos bons costumes e da defesa da boa política.

    Quero cumprimentá-lo nesta linha e concluir dando parabéns mesmo ao povo de Taguatinga, ao povo de Brazlândia, deixando claro a eles que contem comigo aqui no Senado. Enquanto aqui eu estiver, podem ter certeza que a voz em defesa do povo, que a voz em defesa da moral, que a voz em defesa dos menos favorecidos, que a voz em defesa daquelas pessoas que necessitam de ter um político sério, que não se submetem nem a governos, nem a interesses pessoais, para poder defender o interesse do povo, aqui estará.

    Muito obrigado, Sr. Presidente. Conte conosco, estamos juntos nesta luta!

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/06/2018 - Página 99