Pronunciamento de José Medeiros em 05/06/2018
Discurso durante a 86ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Considerações sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente e a importância da agricultura para o estado de Mato Grosso (MT).
- Autor
- José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
- Nome completo: José Antônio Medeiros
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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MEIO AMBIENTE:
- Considerações sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente e a importância da agricultura para o estado de Mato Grosso (MT).
- Publicação
- Publicação no DSF de 06/06/2018 - Página 104
- Assunto
- Outros > MEIO AMBIENTE
- Indexação
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- COMENTARIO, SITUAÇÃO, PRESERVAÇÃO, FLORA, LOCAL, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), ENFASE, PROTEÇÃO, NASCENTE, MEIO AMBIENTE, RIO, BACIA DO PANTANAL, AUSENCIA, DESMATAMENTO, ELOGIO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), MOTIVO, PRODUÇÃO, CONHECIMENTO, DESENVOLVIMENTO, AGRICULTURA.
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Muito obrigado, Sr. Presidente Elmano Férrer. Muito me honra estar aqui na tribuna do Senado com V. Exª presidindo a Mesa do Senado Federal brasileiro. V. Exª que é membro agora do Partido Podemos, do meu partido. Isso é uma grande satisfação para todos nós ali. V. Exª é um Senador muito querido nesta Casa e muito querido no Estado do Piauí.
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - PI) – Muito obrigado.
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Senador Elmano Férrer, hoje se comemora o Dia do Meio Ambiente. Eu moro num Estado, o Estado de Mato Grosso, que é muito falado sempre que se trata desse tema, porque nós temos três biomas: Cerrado, floresta e Pantanal. E sempre também muito falado porque é um Estado eminentemente agrícola, um Estado que tem o maior rebanho de gado também, é o maior produtor de grãos, é o maior produtor de milho de pipoca. Bom, já está inserido aí: grãos, milho de pipoca, girassol, soja e por aí vai.
E, sempre que se fala em termos de produção, sempre vem a discussão sobre a questão ambiental, Senador Elmano Férrer. V. Exª, que fez parte dos quadros da nossa querida e bem-conceituada Embrapa, aliás, um órgão de excelência, uma instituição de excelência na produção de conhecimento no País. Eu penso que a Embrapa tem muito a ensinar a várias instituições, porque ela produz conhecimento e é responsável pela revolução do desenvolvimento do Estado de Mato Grosso, Senador Elmano Férrer. Quando eu cheguei ao Estado de Mato Grosso, na década de 70, no Cerrado só davam duas coisas: tatu e mandioca, se você plantasse, dava. O restante, mais nada. E foram as pesquisas da Embrapa, Senador Elmano Férrer, e V. Exª com muito mais propriedade do que eu pode falar disso, porque V. Exª, com certeza, nessa época, já trabalhava nos quadros da Embrapa.
Mas foi a Embrapa que começou o desenvolvimento do conhecimento para se produzir lavoura de algodão, milho, soja, para se produzir no Cerrado. E os índices de produtividade, que eram pífios no Cerrado, hoje são os maiores do mundo. Então, Mato Grosso hoje também é um celeiro de produção, mas com isso vem discussão de toda sorte sobre a questão ambiental.
Existe muita discussão, Senador Elmano Férrer, em que pessoas entram com conhecimento de causa, mas, principalmente hoje em dia, no reinado das redes sociais, da comunicação fácil, o que aparece de especialistas de Facebook, de Twitter! E geralmente o sujeito já entra numa discussão que é mais ou menos a seguinte: "Eu não conheço e não gosto". Mais ou menos numa tônica de como foi discutido um projeto hoje aqui. Um dos Senadores entrou numa linha assim: "Não conheço o projeto, mas já não gosto". E é muito difícil quando você começa uma discussão desse tipo, e Mato Grosso tem sido muito rotulado por essa linha. Muita gente olha para o Estado e quando se fala Mato Grosso já pensa em desmatamento. Quando se fala Mato Grosso: degradação ambiental.
E hoje, no Dia do Meio Ambiente, eu queria trazer esta mensagem aqui para muitos brasileiros sobre o que é Mato Grosso e convidá-los a conhecer o Pantanal, a conhecer a Chapada dos Guimarães, conhecer nossas fazendas, conhecer a nossa produção.
Senador Elmano Férrer, 65% de toda a flora mato-grossense está preservada. Mato Grosso tem condições de dobrar a produção sem derrubar um pé de árvore. E é importante salientar, para tranquilizar os brasileiros, que o Estado de Mato Grosso tem suas nascentes e a maioria dos seus rios com suas laterais, suas margens preservadas.
Temos problemas ambientais? Temos. Nós temos, por exemplo, 50 Municípios na Bacia do Pantanal jogando esgoto in natura dentro da Bacia do Pantanal. Isso é um problema sério. Mas é um problema sério em todo o País, porque todo Município no País hoje tem problema dessa ordem, Senador Elmano Férrer.
Nós discutimos, no ano retrasado e no ano passado, o Plano de Saneamento aqui, no Senado. Foi discutido também, há bastante tempo, aqui na Casa, que era para... E foi aprovado, dado um prazo para que os Municípios se adequassem e fizessem aterros sanitários! Saneamento básico! São questões ambientais cruciais que dizem respeito não só a preservação do meio ambiente como a preservação da saúde. Questões importantíssimas inclusive para a primeira infância, que dizem respeito ao desenvolvimento não só ambiental, mas ao desenvolvimento do ser humano, porque uma criança que é exposta, Senador Elmano Férrer, a um ambiente de extrema degradação e de extrema vulnerabilidade de saneamento, vai ter problema no seu desenvolvimento cerebral inclusive.
Então, os problemas que Mato Grosso enfrenta, em termos ambientais, não são diferentes do restante do País, não são diferentes das praias brasileiras.
Senador Elmano Férrer, nas férias, às vezes, pego os poucos caraminguás que sobram de um servidor público e vou com minha família para visitar o litoral. E pasme, Senador Elmano Férrer. Há uma coisa que eu não consigo entender e que os Municípios brasileiros não conseguiram colocar na cabeça ainda. O Município vive do turismo, vive das pessoas que visitam a praia, mas, em quase todas as praias brasileiras, a cada 100m, há um cano de esgoto jogando detritos dentro do mar; em quase todas as praias, há uma placa dizendo que lá é impróprio para o banho. E assim vai.
Mato Grosso, como eu disse, não difere de muitos outros lugares, pois temos nossos problemas, mas eu queria salientar que a preocupação com o meio ambiente lá existe. Quando você viaja de avião por cima do Estado de Mato Grosso, você vê o meio ambiente preservado.
E, há pouco tempo, eu vi algumas ONGs estrangeiras metendo o bedelho aqui, no Brasil, Senador Elmano Férrer, falando sobre a questão da preservação do meio ambiente. É importante a preocupação mundial com o meio ambiente, mas eu tive a infelicidade de viajar por cima da Europa, de avião, e não vi um pé de árvore para fazer um chá – é chão batido. Então, não me venham falar de meio ambiente no Estado de Mato Grosso se você já desmatou o seu. Lá nós cuidamos do meio ambiente; lá nossa produção se preocupa, sim, com o meio ambiente.
Agora, o Brasil, hoje, está infestado, Senado Elmano Férrer, de uma religiosidade perniciosa quando se trata dessas questões. Aproveitei para falar desse tema no Dia do Meio Ambiente, porque o meio ambiente é pano de fundo para muita – me perdoem, eu vou usar esta palavra aqui – safadagem. Temos que manter a liturgia, a boa educação aqui, nesta tribuna, mas isso é o que está acontecendo. Há muita pilantragem, muita safadagem, usando boas causas como pano de fundo, usando o meio ambiente como pano de fundo, usando o combate ao racismo como pano de fundo, usando o combate à pobreza como pano de fundo. Em todas as boas causas, há muita gente safada por aí se apropriando dessas causas para ganhar dinheiro. No meio ambiente, então, existem verdadeiras máfias, que se entronizaram nos órgãos, nas instituições do País e começaram a atravancar o desenvolvimento do País. É como se fosse um vírus, como se fosse aquela... Não vou dizer um vírus, Senador Elmano Férrer, mas vamos dizer que fosse... Sabe aqueles meninos? Eu venho da roça, onde, às vezes, tinham aqueles meninos que estavam com aquele buchão, com as pernas fininhas. O menino não desenvolvia. A mãe falava que isso era verme. O menino não desenvolvia sabe por quê? Porque tinha uma solitária do tamanho do mundo no bucho. Tudo que o menino comia ia para a boca da solitária. Hoje, o Brasil vive parasitado em suas instituições por gente que está lá para ganhar dinheiro, em nome do meio ambiente.
É muito fácil fazer esse discurso. Eu pego uma câmera, vou para uma lavoura, filmo a lavoura, que, em Mato Grosso, temos muitas... Há em Mato Grosso um produtor que planta, entre ele e a família, em torno de 480 mil hectares de soja. Isso deve ser quase maior do que o Estado de Sergipe. O sujeito pega uma câmera, filma aquilo tudo e diz: "Olha que devastação!" Agora, ele não conta que 65% daquele Estado estão preservados; ele não conta que um levantamento feito pela Nasa – não foi feito por instituições mandrakes, não, foi feito pela Nasa – concluiu que o Brasil usa apenas 7% do seu território na agricultura.
E me deixa muito contente, Senador Elmano Férrer, eu estar falando hoje aqui com V. Exª na Presidência, porque V. Exª entende do assunto e sabe do que eu estou falando.
Por que eu digo que esse tipo de gente usa o meio ambiente como pano de fundo para ganhar dinheiro? Porque parasitam o Estado não só para ganhar dinheiro para eles próprios, mas para diversos interesses. Vejam bem. O Brasil é um player importante na concorrência internacional em termos de produtividade; é um player importante em termos de produção agrícola. Como eu posso parar um País deste? Vou pegar novamente Mato Grosso como exemplo, Senador Elmano Férrer. Mato Grosso tem estações bem definidas, em que dá quase para prever em que dia vai chover, tem terras tão planas quanto este carpete, onde se conseguiu uma tecnologia de produção extremamente alta. É um cenário perfeito para produção. É difícil concorrer com um País deste. Mato Grosso já produz 30% da safra nacional, mas nós temos outros Estados no País que têm esse... Aliás, o Brasil todo é propício para a produção. Sabemos que entre países não existem amigos, Ronald Reagan já dizia isso. Entre países, existem interesses comerciais. Eu não estou condenando isso, mas, inocentemente ou de má-fé, alguns partidos políticos, na busca do discurso fácil, chegam a dar pulinhos aqui, parecendo aqueles pastores mais avivados, dizendo que nós estamos querendo acabar com a Amazônia, que estamos querendo acabar com o meio ambiente, que nós somos vivandeiras do grande capital, que somos vivandeiras do agronegócio. Eles transformam o agronegócio em um bicho, transformam quem produz em um bandido e começam a fazer discursos fáceis.
É muito fácil fazer esse tipo de discurso para quem está em Copacabana, para quem não conhece o sistema de produção brasileira. A pessoa está lá, assiste a uma coisa dessas e fala: "É verdade! Que brasileiro bacana, que representante bom que eu tenho! Ele está lá na tribuna defendendo o meio ambiente. É nesse cara aí que eu vou votar."
E esse cara começa a ser um agente facilitador para quem tem interesses de toda sorte, desde as ONGs que têm interesse em travar o processo de produção brasileira por interesse de seus países até quem quer aparelhar Ibama e outros órgãos para poder ganhar dinheiro, porque, quando você começa a criar dificuldades, Senador Elmano Férrer... V. Exª que foi servidor público muito tempo sabe: não há coisa mais perfeita para se vender facilidade do que criar dificuldade.
E é por isso que eu digo: esse menino não vai para frente, não se desenvolve, porque a solitária deixa esse menino com o bucho desse tamanho, e ele não cresce, não se desenvolve.
Ficamos sempre imaginando que vamos ser o País do futuro. Eu vejo sempre nossos voos de águia e mergulhos de martim-pescador, Senador Elmano Férrer.
Eu volto ao ponto. Hoje é o Dia do Meio Ambiente. É um dia em que dá para comemorar muito coisa. Nós temos avançado, nós temos uma das melhores legislações do mundo, mas, infelizmente, estamos sendo mortos não pelo que está escrito nela, mas pelo que não está escrito, pela vasta legislação infralegal feita nos escaninhos, nos subsolos, sabe-se lá onde, nas cidades do Sul maravilha, do Sudeste maravilha, mas sem ligação nenhuma com a Casa que deveria fazer as leis e sem ligação nenhuma com a realidade do Brasil real. Isso atravanca o desenvolvimento do País.
E a quem interessa um Brasil travado, Senador Elmano Férrer? A quem interessa? A quem interessa que este gigante não produza? A quem interessa o nosso principal motor da economia demonizado? Eu pergunto: a quem interessa?
Eu vejo a Bancada do atraso subir aqui a esta tribuna e à tribuna da Casa vizinha, se esgoelando, Senador Elmano Férrer, condenando agronegócio. Vamos falar para quem está nos vendo: o que é agronegócio? Alguém aqui conhece feira? Eu, por exemplo, gosto muito de feira. Comecei o hábito de ir à feira desde que era criança, eu gostava muito de ir à feira. Em Mato Grosso, por exemplo, na feira, você come espetinho, você toma caldo de feijão. Tem de tudo. Feira é aquela coisa. Eu venho do Nordeste, que também tem tradições de feiras. Depois, casei e fui morar em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, que tem uma feira já com mais variedades ainda, porque agrega a colônia japonesa, e lá há sobá, comida japonesa, tudo. Então, a feira é aquela variedade. Quando você chega à feira, há mandioca, inhame... Parece aquela música do Luiz Gonzaga: tem de tudo na feira. Pois é. Isso faz parte da cadeia do agronegócio. É a pessoa que produz e leva para a feira para vender.
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Leva para a feira para vender.
Eu volto a fazer uma homenagem à Embrapa. Também aí há o dedo da Embrapa. Muitos pequenos produtores conseguem levar aqueles alimentos para a feira, porque aprenderam a produzir aquilo ali via Embrapa.
Aí já vêm, numa outra cadeia, os mercados municipais, onde estão o pequeno produtor, o médio produtor. Aí vem o grande... E, quando você junta o grande, o médio e o pequeno, você forma o agro todinho, o agronegócio, o agrobusiness.
O senhor pensa que essas pessoas comemoram, Senador Elmano Férrer, o fato de o Brasil ser um dos principais celeiros do mundo? Não, não comemoram. Elas sobem aqui tentando atravancar, tentando colocar projetos, tentando fazer de tudo para que o País fique preso, fique atrasado e fique na rabeira do desenvolvimento mundial.
Neste Dia do Meio Ambiente, eu chamo os brasileiros a esta reflexão: precisamos proteger o meio ambiente, mas precisamos, acima de tudo, nos proteger dos hipócritas e fariseus. E não é à toa que o homem mais sábio que já passou pela face da Terra, que se chamava Jesus Cristo, dizia: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, que atam o lombo dos homens com fardos pesados nos quais vós nem ao menos tocam os dedos". Geralmente, essas pessoas são assim: chegam aqui, se esgoelam, atravancam com projetos o desenvolvimento do País e de Estados, deixam um monte de brasileiros na miséria, porque... E não vai longe, não, Senador Elmano Férrer. Quando essas ONGs se aboletam de um órgão como, por exemplo, o Ibama e, numa canetada aqui, sem muito critério, embargam vastas áreas, às vezes por um ou dois anos, o prejuízo é enorme para diversas famílias, para o Estado, para o País. E não estão preocupados com nada. Preocupação com o meio ambiente? Zero! A preocupação não é com o meio ambiente. Então, é por isso que eu digo: hoje, no Dia do Meio Ambiente, viva o meio ambiente, mas, principalmente, vamos refletir.
Livremo-nos da hipocrisia, porque, ao mesmo tempo em que o sujeito está preocupado com a rã amarela... Não pode haver a estrada em tal lugar, porque vai passar perto da caverna do morcego não sei o quê. Quando a estrada chega perto de uma caverna de morcego, aí eles dizem: "Para, para, para, para tudo, porque nós vamos estudar agora os morcegos e ver de que forma esses morcegos vão ser afetados por essa rodovia. Então, para tudo. E vamos estudar agora por dois anos isso aqui". E dane-se a produção, dane-se tudo, porque agora é o morcego que está na parada.
E aí, Senador Elmano Férrer, enquanto isso, uma manilha de 1m de diâmetro está despejando no Rio Paraguai, lá em Cáceres, no Mato Grosso, a princesinha do Pantanal, esgoto in natura há 10, 20, 30 anos. Está lá o sofá rodando no Rio Cuiabá, no Rio Paraguai, na Baía de Chacororé. E cadê esses ambientalistas? Cadê essas ONGs que vivem dentro do Ibama? Nenhuma palavra.
A BR-080, há poucos dias, era para ter sido liberada. Foram lá e disseram "não, não pode, porque aqui..." Um monte de coisas, e ela não foi liberada.
Não foi liberada a licença para a 242, Senador Elmano Ferrer.
Cuidado com o meio ambiente!
E aí eu pergunto, Senador Elmano Ferrer... V. Exª é do Estado do Piauí, um Estado que precisa, tal qual Mato Grosso, de desenvolvimento. O senhor tem uma estrada lá na qual, há cinquenta anos, as pessoas passam por aquele local, se o senhor fizer um asfalto lá vai ouvir todo mundo dizer: "Epa, não vai fazer asfalto aí não. Para tudo. Tem de ter o Estudo de Impacto Ambiental." Aí tudo bem. O senhor vai gastar, se o senhor for prefeito... O senhor vai ser Governador, na próxima eleição, porque eu sei que o povo do Piauí é um povo inteligente. Veja bem, o senhor vai fazer a estrada lá. Quando o senhor for fazer, vão dizer: "Não, não, não.
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Precisa do Estudo de Impacto Ambiental." Tudo bem. Então, EIA, Rima e não sei o que, não sei o que. Quase metade do dinheiro só para gastar com papel. Paga-se não sei quem, antropólogo, paga-se tudo. Pagou tudo, fez a estrada. Mas, espere aí, as pessoas já não estavam passando ali há 50 anos? O impacto que, porventura, tivesse de dar não já deu? Por que você vai gastar horrores com aquilo ali? Isso é ou não é, gente, hipocrisia? Isso é ou não é pilantragem? Isso é ou não é safadeza? Nós precisamos, acima de tudo, desfazer – esse verbo não existe, mas é o seguinte –, precisamos acabar com o "fariseísmo" nas leis.
Aqui existe um ranking, Senador Elmano Ferrer, e geralmente colocam: qual foi o Parlamentar que mais colocou leis, que mais... Deveria haver um ranking, também, para o seguinte: qual foi o parlamentar que mais conseguiu extinguir leis absurdas e portarias, porque a maioria desses absurdos está em portarias e resoluções por aí.
Então, Senador Elmano Ferrer, agradeço-o pela sua tolerância.
Fica essa reflexão no dia em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente. Falo isso porque esse tema é muito caro ao Estado de Mato Grosso e é muito caro ao Brasil, porque, ao mesmo tempo em que o Brasil se esforça, é um dos principais do mundo, virou mania nacional. Artistas, intelectuais, "ongueiros", toda sorte de gente que pisa esporadicamente no Parque do Xingu, pinta a cara lá, tira uma foto como os índios e volta batizado como indigenista e defensor do meio ambiente, sem conhecer a realidade, sem saber que as pessoas precisam comer. Que se não plantar não comem; que o feijão que está lá no Rio de Janeiro, em São Paulo não vem da geladeira; que esses utensílios que fazem lá na indústria de São Paulo não produzem leite. O leite vem da vaca. A vaca precisa de pasto, precisa de capim.
A gente precisa falar desses temas. Com certeza, esse tipo de religioso deve estar se retorcendo, saindo fumaça como um vampiro diante da cruz, pelo que estou falando aqui. Mas é preciso que alguém diga.
Eu represento o Estado de Mato Grosso e aqui tenho que me portar como advogado do Estado de Mato Grosso. Portanto, no Dia Mundial do Meio Ambiente, eu tenho a dizer: Mato Grosso quer e preserva o meio ambiente tanto quanto os outros Estados.
Agora, além da hipocrisia, nós precisamos cuidar do meio ambiente a partir das cidades, porque a degradação maior do meio ambiente ocorre a partir das cidades, a partir dos aterros sanitários, do lixo hospitalar. A degradação dos nossos rios não está sendo feita pelas lavouras; ela está sendo feita pelo sofá, pelo chinelo velho, por tudo que é patifaria que é jogada dentro dos rios.
Muito obrigado, Senador Elmano Férrer.