Pronunciamento de Paulo Paim em 11/06/2018
Fala da Presidência durante a 90ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Comentários acerca dos preços dos combustíveis no País.
- Autor
- Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
- Nome completo: Paulo Renato Paim
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Fala da Presidência
- Resumo por assunto
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TRANSPORTE:
- Comentários acerca dos preços dos combustíveis no País.
- Publicação
- Publicação no DSF de 12/06/2018 - Página 12
- Assunto
- Outros > TRANSPORTE
- Indexação
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- CRITICA, QUANTIDADE, AUMENTO, PREÇO, COMBUSTIVEL, MOTIVO, EXCESSO, TRIBUTAÇÃO, FAVORECIMENTO, UNIÃO FEDERAL, COMENTARIO, SITUAÇÃO, PREJUIZO, MOTORISTA, CAMINHÃO.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Aproveito para cumprimentar os alunos do ensino fundamental do Colégio Everest.
Está certo? É esse o nome mesmo? (Pausa.)
Vocês ouviram aqui o Senador Pedro Chaves, um grande Parlamentar da República; e este que preside é um humilde Senador, chamado Paim.
Sejam bem-vindos.
Uma salva de palmas para vocês. (Palmas.)
Não havendo mais nada a tratar, esta sessão de segunda-feira cumpriu seu objetivo. São sessões de debates. Normalmente, elas se estendem pela tarde toda, mas como estamos em um processo praticamente eleitoral, na segunda-feira os Senadores chegam mais tarde e as votações mesmo acabam acontecendo às terças, quartas e quintas. Assim mesmo, hoje pela manhã, tivemos um debate na Comissão de Direitos Humanos, que eu presidi, em que debatemos a nova CLT, o novo Estatuto do Trabalho. Já que essa que infelizmente foi aprovada não contempla o interesse dos trabalhadores, nós apresentamos um novo texto, que vamos debater neste ano e no ano que vem, para que tenhamos, outra vez, uma consolidação das leis do mundo do trabalho.
Informo também a todos que, ainda esta semana, vamos debater, na Comissão de Direitos Humanos, dia 13, o preço dos combustíveis. É um absurdo nós estarmos num País em que a gasolina, o álcool, o diesel aumentam quase todo dia – ou um dia, sim; um dia, não. E o gás disparou também. Então, faremos esse debate também na Comissão com o objetivo de buscar parâmetros que garantam ao nosso povo, à nossa gente – pagar, tudo bem – pagar um valor equilibrado e não um absurdo, como é hoje.
Nós do Brasil somos praticamente autossuficientes em petróleo – podem crer, pois eu sei o que eu estou dizendo. O preço absurdo dos combustíveis é, em sua maioria, devido a tributos, impostos que a população paga para a União. Por isso, esse debate tem que ser feito. É inegável: se o Brasil optou pelo transporte rodoviário e não pelo sistema ferroviário, como fizeram os países de primeiro mundo, é preciso ter uma visão equilibrada.
Agora mesmo, para terminar a greve, houve um conflito muito grande entre o preço do frete e a situação em que eles se encontram. O caminhoneiro praticamente tinha que pagar para trabalhar, devido à alta dos combustíveis, e agora ele quer ajustar um preço mínimo no frete. Eu entendo que há lógica, mas não pode ser a tabela que o Governo fez, que é totalmente abusiva. O Governo combinou com as empresas transportadoras, mas não combinou com quem paga. Houve aumento ali que foi a 150%. Com aumento de 150%, não há como aqueles que precisam do frete, precisam pagar os que transportam... De uma hora para outra, por exemplo, um frete que saia R$5 mil, passou a valer quase R$11,2 mil, R$11,3 mil. Então, sobre essa questão toda nós vamos ter que aprofundar o debate.
Quero dizer que, ainda esta semana, vamos iniciar o debate lá na CDH sobre os 30 anos da Constituinte. Um dos temas que será debatido – casualmente, os alunos estão aqui – é a educação e os 30 anos da Constituinte; mas vamos debater também a segurança no Brasil e os 30 anos da Constituinte; vamos debater também direitos humanos e os 30 anos da Constituinte. Mas, principalmente, o eixo vai ser segurança, educação e saúde. Teremos três grandes plenárias lá, convidando Governo e setores da sociedade, para debater: segurança, saúde e – repito – a questão da educação.
Em qualquer pesquisa que se faz no Brasil, vocês vão ver que a população vai mostrar essas três preocupações.
Em seguida, claro, vem o desemprego, que, infelizmente, com a reforma trabalhista, aumentou: tínhamos 12 milhões, já foi para quase 15 milhões.
E quanto ao trabalho precarizado, trabalho considerado bico, trabalho intermitente e contrato exclusivo, segundo o IBGE, estamos chegando agora a 27 milhões de pessoas.
Então, de fato, é um momento difícil.
Mas eu termino, dizendo o que alguns me dizem: "Paim, é preciso ter esperança." Eu digo o seguinte: "Vamos esperançar." Esperançar é mais do que esperança. Significa ter esperança e fazer acontecer.
Aí nós encerramos a nossa sessão de hoje.
Está encerrada a sessão.
Obrigado a todos.
Sejam bem-vindos, alunos, e retornem com felicidade para a casa de vocês, mas não esqueçam nunca – o meu velho me ensinou quando eu era pequeninho ainda – de que, para se ter sucesso, é preciso de três coisas que eu vou deixar para essa moçada aí: estude – estude –, seja honesto e, quando tiver a idade adequada, trabalhe. Ninguém vive sem estudar, sem honestidade, e, no futuro, claro, vocês, com a idade a que vão chegar, vão poder trabalhar e, quem sabe, amanhã ou depois, vão ser Senadoras ou Senadores deste País, e, por que não dizer, porque democracia é assim, pode estar nessa galeria alguém que, um dia, pode ser até Presidente da República.
Sejam bem-vindos.
Estudem, estudem e estudem.