Discurso durante a 94ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários sobre o fim do racionamento de água no Distrito Federal.

Comentários acerca das eleições que se aproximam e posicionamento contrário à privatização da Eletrobras.

Elogio à realização da Copa do Mundo e registro do recebimento do prêmio desportista do ano, conferido pela Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.

Análise sobre a crise no preço dos combustíveis no País e crítica ao Governo Michel Temer.

Autor
Hélio José (PROS - Partido Republicano da Ordem Social/DF)
Nome completo: Hélio José da Silva Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO ESTADUAL:
  • Comentários sobre o fim do racionamento de água no Distrito Federal.
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Comentários acerca das eleições que se aproximam e posicionamento contrário à privatização da Eletrobras.
DESPORTO E LAZER:
  • Elogio à realização da Copa do Mundo e registro do recebimento do prêmio desportista do ano, conferido pela Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.
TRANSPORTE:
  • Análise sobre a crise no preço dos combustíveis no País e crítica ao Governo Michel Temer.
Publicação
Publicação no DSF de 16/06/2018 - Página 17
Assuntos
Outros > GOVERNO ESTADUAL
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Outros > DESPORTO E LAZER
Outros > TRANSPORTE
Indexação
  • COMENTARIO, ENCERRAMENTO, RACIONAMENTO, AGUA, LOCAL, DISTRITO FEDERAL (DF), CRITICA, SITUAÇÃO, PREJUIZO, MORADOR, PARALISAÇÃO, OBRAS, ADUTORA, ESTADO DE GOIAS (GO).
  • COMENTARIO, ELEIÇÕES, PRESIDENTE DA REPUBLICA, GOVERNADOR, SENADOR, DEPUTADO FEDERAL, DEPUTADO DISTRITAL, NECESSIDADE, VOTAÇÃO, PESSOAS, AUSENCIA, VINCULAÇÃO, CORRUPÇÃO, CRITICA, POSSIBILIDADE, PRIVATIZAÇÃO, CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A (ELETROBRAS).
  • ELOGIO, EVENTO, COMPETIÇÃO, FUTEBOL, AMBITO INTERNACIONAL, DEFESA, AUSENCIA, VIOLENCIA, ESTADIO, IDENTIFICAÇÃO, TORCEDOR, AGRADECIMENTO, RECEBIMENTO, PREMIO, LOCAL, CAMARA MUNICIPAL, RIO DE JANEIRO (RJ).
  • COMENTARIO, CRISE, PREÇO, COMBUSTIVEL, DEFESA, GREVE, CATEGORIA PROFISSIONAL, MOTORISTA, CAMINHÃO, MOTIVO, PREJUIZO, VINCULAÇÃO, POLITICA, GOVERNO FEDERAL, GESTÃO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), REGISTRO, IMPORTANCIA, INFRAESTRUTURA, HIDROVIA, FERROVIA.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Eu quero cumprimentar S. Exª o Senador Paulo Paim, que muito nos honra por estar sempre na Casa, presente, fazendo a diferença aqui, no Senado Federal. O Senador Paulo Paim é um homem público de larga experiência, de conhecimento e de sensibilidade incomparável; é uma pessoa que realmente tem, na sua vida, na sua história, sempre a clareza de ter uma retidão: a defesa dos princípios morais e éticos, a defesa dos trabalhadores, a defesa do Brasil grande, a defesa do Brasil que nos orgulha de ser brasileiro.

    Eu quero cumprimentar todos os nossos ouvintes da Rádio Senado, os telespectadores da TV Senado; e cumprimentar todos os nossos amigos do Senado Federal.

    Nesta sexta-feira, dia de jogo de Copa do Mundo – desde 9h da manhã, está havendo jogo do Uruguai e de outro time que esqueci qual –, estamos aqui, no Senado Federal, demonstrando que a nossa tarefa é defender o Brasil, a nossa tarefa é defender as coisas certas.

    Senador Paulo Paim, primeiro, eu quero comentar que Brasília, numa situação inusitada, passou...

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Senador Hélio José, contribuindo com V. Exª – porque nós também não temos que saber todos os jogos –, eu fui me informar aqui também para ajudar: é Uruguai e Egito agora de manhã.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Ah, é! Uruguai e Egito, do Salah. O Egito tem o Salah, que é um dos melhores jogadores, que teve uma contusão na clavícula, mas, se estiver jogando, vai ser um dos grandes destaques da Copa. O Salah, que é egípcio, é o melhor jogador do campeonato inglês; é o destaque no campeonato da disputa internacional dos clubes da Europa; e é o grande atleta do Egito. E o Uruguai, como todo mundo sabe, tem o Suárez, o Cavani, grandes peças que com certeza abrilhantam o futebol. Obrigado, Senador Paulo Paim. Obrigado à nossa assessoria, sempre tão atenta.

    O primeiro assunto, Senador Paulo Paim, que me traz aqui hoje é que o racionamento de água chega ao fim hoje no Distrito Federal. Uma vergonha nós de Brasília, a Capital do Brasil, passarmos por esse transtorno de, há 17 meses, ter todos os dias da semana falta de água nas nossas casas. Chegava a ficar em algumas regiões, Senador Paulo Paim, até dois dias, três dias sem água, porque, nas regiões onde há mais dificuldade, por causa da pressão, quando cortava, zerava tudo, e, até voltar à situação normal, havia casas, no meu condomínio, onde eu moro, que ficavam até dois dias sem água. É um absurdo que, na Capital do Brasil, a falta de gestão pública, a falta de capacidade administrativa, a falta de investimento naquilo que é essencial para o nosso Brasil, para a nossa Brasília, para a nossa cidade, chegaram a fazer com que ficássemos 17 meses com racionamento de água. Eu espero que isso nunca volte a acontecer, Senador Paulo Paim.

    Este ano é ano de eleições, é o ano em que o povo dos nossos Estados, como o Rio Grande do Sul e Brasília, de todo o Brasil vai escolher governador, vai escolher Presidente da República, vai escolher Senadores da República, vai escolher deputados estaduais e distritais, que é o caso de Brasília, e Deputados Federais. Então, é um momento ímpar para os nossos brasileiros dizerem "não", primeiro, à corrupção, porque não dá para admitir que pessoas comprovadamente corruptas sejam eleitas para nos representar aqui no Congresso Nacional.

    É por isso que a gente vê pessoas querendo privatizar a Eletrobras, para vender o nosso patrimônio público e entregar de graça aos interesses multinacionais e aos interesses anti-Brasil, contra o nosso povo, que vai aumentar o preço da gasolina como aumentam o preço do combustível. Hoje, praticamente, as pessoas não conseguem pagar a gasolina, os carros estão presos dentro de casa, porque as pessoas não conseguem se locomover, caro como está, como o Brasil vendendo a gasolina na refinaria para outros países a 1,70 e o nosso brasileiro pagando cinco e pouco no posto de gasolina. Então, isso não tem cabimento, como não tem cabimento uma série de outras questões, como essa tentativa desses governos de quererem privatizar o nosso patrimônio público.

    Aqui, em Brasília, a falta de gestão, de capacidade administrativa fez com que ficássemos 17 meses com esse racionamento de água sem motivo. E, Senador Paulo Paim, o senhor, que é um morador aqui do Distrito Federal também, além do Rio Grande do Sul, da sua querida Canoas e do seu Estado, conhece bem e sabe que o Governador Roriz, que é um Governador que passou por Brasília lá na época da construção de Corumbá IV e de Corumbá III, já tinha previsto uma obra que era a interligação da adutora de Corumbá para Brasília, que deixaria Brasília praticamente cem anos sem problema de água.

    E essa obra ficou mais de oito anos parada por falta de gestão. Isso levou a essa situação caótica aqui no Distrito Federal. Por isso é que a nossa população, tal qual o Brasil rejeita o atual Governo, a nossa população do DF em praticamente 90% rejeita o atual Governador e, com certeza, na urna vai dar o cartão vermelho para esse que não soube aproveitar a oportunidade de governar o Distrito Federal com gestão, com probidade, com tranquilidade, fazendo as coisas certas como deveria fazer.

    Tivemos essa crise da água, lamentavelmente, que hoje chega ao fim. Espero que nunca mais aconteça de termos essa crise no racionamento de água. Então, como o primeiro registro, quero fazê-lo sobre essa importante questão.

    No segundo registro, Sr. Presidente, quero falar sobre a questão da Copa do Mundo, da alegria do brasileiro que são o esporte e o futebol, da nossa rivalidade, da importância de trabalharmos essa questão.

    Eu mesmo tive o privilégio de, nessa segunda-feira, ter sido convidado para estar na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro para receber, da mão da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, o prêmio de desportista do ano, dado pelo nobre Zico, Arthur Antunes Coimbra, entregue pela minha defesa da paz nos estádios, pela minha defesa, pelo meu projeto que apresentei da certificação facial para que todos possam acessar os estádios brasileiros. Que não se criminalizem as nossas torcidas organizadas, para que não se criminalizem os nossos colegas.

    Veja o seu Estado, Senador Paulo Paim. No seu Estado há o Grêmio e o Internacional: como se pode assistir ao jogo só com a torcida do Grêmio ou só com a torcida do Internacional? Há também o Brasil e o Juventude: como pode o pessoal de Caxias assistir ao jogo apenas com a torcida do Brasil... Não, o Brasil é de Pelotas. Há o Pelotas e o Brasil; há o Juventude e o Caxias, em Caxias do Sul...

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – O senhor conhece tudo, não é?

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Conheço.

    Em Minas Gerais – o meu time querido, como todos sabem, é o Cruzeiro Esporte Clube, o time das estrelinhas e da camisa azul –, há o Cruzeiro e o Atlético. Como pode haver um jogo só com a torcida do meu time, o Cruzeiro, ou só com a torcida do Atlético? Não tem graça.

    A mesma coisa é o Rio de Janeiro: como se pode tirar aquela coisa bonita dos estádios, aquela guerra pacífica das torcidas, aquelas coreografias de um jogo como, por exemplo, entre Botafogo e Flamengo ou de um jogo entre Vasco e Fluminense? Não dá.

    Então, foi por causa desse projeto, de minha autoria, da certificação digital, da capacidade de separar o joio do trigo, de separar aquelas pessoas infiltradas no meio das torcidas, das torcidas compostas de famílias, de milhares de familiares.

    É tão bonito vermos em jogos realizados no Paraná, na Arena da Baixada, na sede do Atlético Paranaense ou no Couto Pereira, do Coritiba, as famílias indo aos estádios, as crianças indo aos estádios.

    Precisamos do Brasil todo. Que no Nordeste brasileiro, em Pernambuco, no Ceará, na Bahia, que são apaixonados por futebol, que no clássico Bahia e Vitória, que no clássico Ceará e Fortaleza, que no clássico Esporte Recife e Santa Cruz possam as famílias participar, indo aos estádios.

    Então, por causa disso, fui agraciado com esse prêmio de desportista do ano, por esse projeto, entregue pela mão do nosso grande campeão, o Galinho de Quintino, o Zico, o que muito me honrou e o que muito me tornou feliz.

    Eu também assisti agora ao Fla-Flu aqui em Brasília. Foi uma festa linda, com a participação da torcida do Fluminense, do Flamengo, em massa. Foram quase 80 mil pessoas no estádio do Distrito Federal. Aconteceu tudo pacificamente. Quero até cumprimentar a Raça Rubro Negra, cujo presidente trabalha comigo no meu gabinete; é jornalista da minha equipe.

    Então, honra-me muito poder trabalhar em prol da volta da família aos estádios, da volta das torcidas organizadas aos estádios e dessa possibilidade, Senador Paulo Paim...

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Queria só cumprimentá-lo. Para quem está nos acompanhando agora, V. Exª está fazendo um pronunciamento educativo. Como temos propostas, todos nós queremos – há alguns projetos de minha autoria, e V. Exª inclusive foi Relator – a cultura de paz nas escolas, mas não adianta também não haver cultura de paz nos estádios.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Exatamente.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Reúnem-se lá milhares e milhares de pessoas. Bom, num único domingo, no Brasil, são milhões de pessoas nos estádios.

    Mas sabe que eu tenho recebido mensagens por WhatsApp e vou comentar com V. Exª de forma propositiva e positiva: "Ah, quero mais que o Brasil se ferre lá, porque estou preocupado com a crise". Eu não quero que o Brasil se ferre coisa nenhuma! Eu tenho a mesma posição de V. Exª: eu quero que o Brasil seja campeão do mundo outra vez! Como estou torcendo para todos os jogadores do Brasil, os titulares, os reservas, o treinador, o meu querido...

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Nosso nobre Tite.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Tite! Meu querido Tite, que é do Rio Grande do Sul. Começou lá. Outro dia, vi uma matéria dizendo que os últimos quatro treinadores são gaúchos, e o Tite então está fazendo um trabalho belíssimo! Temos que admirar o trabalho dos jogadores e do treinador, e queremos que ganhem. Vou torcer, sim! Vou torcer até o último minuto, meio que fazendo uma crítica a nós, pois está no sangue do povo brasileiro o futebol também, pessoal. A crise está aí? Claro! Nós somos críticos, ambos, dessa crise, estamos trabalhando, estamos aqui hoje inclusive com esse mesmo viés, todos os dias, nas comissões, no plenário, mas não querer que o Brasil nem torça para a sua Pátria?

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Aí não dá.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – É um absurdo! É só isso, e só para cumprimentar V. Exª pela cultura de paz nos estádios, fundamental.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Com certeza, Senador Paulo Paim.

    E, para mim, foi muito importante receber esse reconhecimento na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, onde eu pude dizer bem alto e em bom tom, como uma das minhas primeiras frases: "Marielle vive! Vive o povo excluído! Vivam aqueles que lutam pelos menos favorecidos! Vivam aqueles que lutam pela ética, pelos direitos sociais. Viva Marielle!"

    Pude fazer isso na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, porque, para quem está nos ouvindo e não sabe, Marielle era uma vereadora da cidade do Rio de Janeiro. Foi brutalmente assassinada na rua por perseguidores contra os direitos trabalhistas, contra o direito que a Marielle sempre defendeu...

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Políticas humanitárias, não é?

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Políticas humanitárias, os direitos humanos. Então, para mim foi muito importante estar no Rio de Janeiro nessa segunda-feira recebendo esse prêmio, podendo reconhecer esse belíssimo trabalho que a Marielle prestou ao Rio de Janeiro e ao Brasil. Ela também era uma negra, uma negra da favela, que veio, trabalhou, se formou, foi vereadora e defendeu com garra, unhas e dentes os direitos dos trabalhadores.

    Eu e V. Exª, Senador Paulo Paim, podemos andar onde quisermos de cabeça erguida porque nós nunca negamos o direito de defender os trabalhadores, de defender as coisas certas, de defender a ética, de defender a moral, de defender os bons costumes, de defender a família, de defender valores, sem preconceito, sem nenhum tipo de ação que nos faça andar de cabeça baixa ou nos esconder atrás de coluna. Por isso é que nós temos a tranquilidade de andar por aí e dizer: "Senhores eleitores, façam suas melhores escolhas, separem o joio do trigo, façam com que aqueles que de fato não merecem continuar a representá-los não voltem. Está nas mãos de vocês. Vocês é que serão os eleitores no dia 7 de outubro, daqui a quatro meses". Então, todos poderão escolher.

    Eu quero, retornando ao tema, dizer para V. Exª, com relação à Copa do Mundo, para fechar esse raciocínio, que eu, assim como V. Exª – e foi muito bom o aparte de V. Exª –, quero muito que o Brasil seja campeão.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Claro.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Olha que eu fiquei descontente com a injustiça que foi feita com meu goleiro Fábio, um dos melhores goleiros do Brasil, que poderia ter sido convocado para a Copa. Seria um reconhecimento ao Fábio do Cruzeiro. Minas Gerais não pôs nenhuma atleta que esteja em atividade – nem do Atlético nem do Cruzeiro – nessa seleção, mas eu torço para o Brasil.

    Primeiro, nós temos um técnico excepcional, com uma formação excelente, campeão no Corinthians...

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Permita-me que eu diga que ele é um exemplo de brasileiro. Como é que eu não vou torcer para o Tite e para aquele time que ele levou?

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Um exemplo de brasileiro. Claro.

    Então, é um técnico excelente...

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Vou torcer para os corruptos que estão soltos por aí? Claro que não.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Não tem sentido. Claro que não.

    Então, nós precisamos torcer para o Brasil.

    Amanhã o Brasil vai estrear. Eu vou estar na Ceilândia, que é a maior cidade do Distrito Federal, assistindo com o nosso povo da Ceilândia a um tempo do jogo; e vou estar na minha cidade, a cidade que me colocou para Brasília e para o Brasil, que é Taguatinga, assistindo a outro tempo do jogo. Estarei acompanhando de perto, com as duas cidades mais pujantes do Distrito Federal em nível populacional, em nível de referência, que são da região oeste, que é a maior região de Brasília, que são Taguatinga e Ceilândia.

    O segundo jogo... Amanhã, o Brasil vai estar enfrentando, se não me engano, a Suíça. Então, amanhã Brasil e Suíça, às 3h da tarde. No segundo jogo, eu vou estar em outra cidade importante de Brasília, que é Planaltina, uma cidade referência da região leste, onde eu pretendo estar acompanhando de perto o jogo, se não me engano, contra a Costa Rica.

    E ao terceiro jogo do Brasil eu pretendo assistir em outra referência para Brasília, do lado sul, que é a nossa querida cidade do Gama, um tempo; e na cidade de Santa Maria, outro tempo, prestigiando nosso povo, prestigiando nossa população; e depois pretendo estar circulando pelo Distrito Federal, onde eu possa estar aproveitando para poder acompanhar todos os jogos.

    Então, eu quero dizer para V. Exª, Senador Paulo Paim, que é dever de cidadania, é dever de brasilidade torcer para o Brasil, fazer com que, se Deus quiser, com a nossa emoção, com a nossa garra, o Brasil possa chegar a esse título este ano. Que nós possamos enfrentar a Alemanha na final e devolver o 7 a 1 para a Alemanha. Porque aquela vergonha, aquele acidente que aconteceu, não passou de um sonho mal sonhado, e que a gente retorne a alegria do futebol brasileiro.

    Eu gostaria, Senador Paulo Paim, para ir aos finalmentes, porque nós vamos lá para a nossa Comissão de Direitos Humanos...

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Peço até desculpa a V. Exª. Nós combinamos de estar aqui os dois e fazer um debate mais amplo, mas podemos fazer na segunda também, porque eles estão pedindo lá e eu disse que nós vamos para lá.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Vamos para lá.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Mas conclua o seu pronunciamento.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Eu vou só falar agora sobre a crise dos preços de combustíveis que assombrou o Brasil inteiro, em que os caminhoneiros, com muita justiça – eu quero mandar uma homenagem aos caminhoneiros; há aquela música: Sonho de Caminhoneiro, para quem não ouviu precisa ouvir no Brasil inteiro, para ver o tanto que a vida é sofrida para os caminhoneiros –, pararam este Brasil porque já não suportam mais passar quase o mês inteiro longe das suas famílias e, praticamente, trabalhar para pagar as suas despesas. Então, os caminhoneiros, com muita razão, fizeram a greve para poderem ter condições de circular e levar nossas mercadorias.

    E, muitas vezes... Hoje o Brasil está refém dessa situação também por causa de uma política equivocada da infraestrutura que não privilegiou a infraestrutura de navegação, de hidrovias, de cabotagem, a infraestrutura ferroviária, e ficou totalmente refém da infraestrutura rodoviária.

    Os caminhoneiros, com sua justa razão reivindicatória, pararam o Brasil e chamaram a atenção de todos nós para uma política equivocada que estava à frente da Petrobras. Por isso é que eu, desta tribuna aqui, pedi, na primeira hora, a demissão do Sr. Pedro Parente.

    Olha, o Sr. Pedro Parente ontem, Senador Paulo Paim, foi presenteado com a Presidência da BRF. Um absurdo! É a maior exportadora de carne do Brasil. Então, quer dizer, é uma pessoa, Pedro Parente, que de fato estava do lado dos grandes capitalistas; não do lado dos brasileiros, mas do lado dos sonegadores de imposto, da Previdência. Como eu e o senhor comprovamos com o nosso relatório da CPI da Previdência, esses grandes conglomerados não pagam, enquanto querem enforcar o coitado do trabalhador, matar o trabalhador, para fazerem a reforma da previdência perversa, a PEC da morte. E nós juntos, eu, como Relator, e V. Exª, como Presidente, conseguimos enterrar.

    Então, vamos a esse assunto final, para podermos fechar a nossa fala aqui e irmos para a Comissão de Direitos Humanos.

    Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, o País viveu, nas últimas semanas, uma crise que se mostrou de mais profundas consequências do que imaginava a maior parte dos brasileiros. Referimo-nos às consequências da greve dos caminhoneiros e da crise do preço de combustíveis.

    É certo que a conjuntura atual colaborou para os efeitos da greve. Poucos países, no cenário internacional, têm se mostrado mais voláteis do que o Brasil. Se tomarmos a opinião do mercado como referência, os indicadores de volatilidade são visíveis.

    Segundo o relatório Focus, editado pelo Banco Central, a mediana dos economistas acreditava que, em março deste ano, o Produto Interno Bruto nacional cresceria, no ano de 2018, aproximadamente, Sr. Presidente, 3%. Depois da greve dos caminhoneiros, no relatório Focus desta semana as expectativas deterioraram-se a tal ponto que as estimativas de crescimento do PIB de 2018 já estão abaixo de 2% – para quem falava em 3%.

    Poucas economias conhecem tamanha reversão de expectativas em tão pouco tempo, Sr. Presidente.

    Em conjuntura tão instável, Srªs e Srs. Senadores, é de se esperar das autoridades governamentais e das instituições muito tino, prudência e competência técnica. Não nos parece, contudo, que esse tenha sido o comportamento verificado na recente greve dos caminhoneiros.

    Na origem da crise, temos uma política de preços completamente equivocada, de consequências devastadoras. Da noite para o dia, a gestão Pedro Parente armou uma verdadeira bomba-relógio na Petrobras. É isso que nós queremos evitar na Eletrobras.

    Todo mundo sabe o papel da Petrobras na fixação do preço de combustíveis no mercado brasileiro. Todo mundo conhece a instabilidade do mercado do petróleo, que, no espaço curto de dois anos, pode sofrer variações de preço da ordem de 100%.

    Assim, nenhum presidente da Petrobras, antes de Pedro Parente, adotou a temerária política de acompanhamento linear e automático das variações de preço do mercado internacional, Sr. Presidente, no mercado brasileiro de combustíveis.

    Hoje, pagamos o preço dessa política equivocada, pois ela introduziu no mercado nacional uma variável descontrolada: o preço dos combustíveis. Na crise em que nos encontramos, em que não há pressão inflacionária, mas que, por outro lado, vigora profundo comprometimento da renda nacional e do salário dos trabalhadores com dívidas, ter uma variável descontrolada como o preço de combustíveis equivale a jogar combustível na fogueira da crise. Hoje, a pessoa, o pai de família não está conseguindo comprar um botijão de gás, Sr. Presidente, não está conseguindo abastecer seu carro.

    Ora, Sr. Presidente, quando a crise incendiou, o que fez o Governo Temer? Avaliou mal as consequências da inação e da imprevidência.

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Advertido pelas lideranças de caminhoneiros da gravidade da conjuntura, não tomou as providências necessárias no tempo adequado, Sr. Presidente.

    Quando a confusão se instalou, paralisando o País, negociou mal e apresentou medidas sem a necessária reflexão sobre os seus efeitos. E eu e o senhor estávamos aqui, na sexta, no sábado, no domingo, prontos, para deliberarmos saídas para a crise. Não nos negamos, hora nenhuma, neste Senado, a trabalhar para superar a crise.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Votamos até a urgência e votamos a medida provisória...

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Exatamente.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – ... para que se começasse o debate.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Exatamente.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Pelo menos, estávamos presentes.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Pelo menos estávamos aqui.

    Quando a confusão se instalou, paralisando o País, negociou mal e apresentou medidas sem a necessária reflexão sobre os seus efeitos. O que era uma confusão se transformou em caos, com o atropelo e a incompetência que passam a caracterizar as ações do Governo mais impopular da história do Brasil.

    Ao examinar as medidas do Governo Temer e a sua efetividade para a solução da crise, é possível constatar que o principal ponto do acordo, a redução do preço do diesel nas bombas, não se cumpriu, Sr. Presidente, até o momento atual.

    No jogo de empurra-empurra que se instalou, o Governo ameaça com medidas que lembram a época do congelamento do meu nobre governo Sarney. Alguns Estados não acompanharam o esforço de redução do preço do diesel com a redução correspondente do ICMS.

    Os postos de combustíveis, todos sabemos, não pagarão a conta. Sempre transferiram os custos para o consumidor. O preço da gasolina, por exemplo, parece ter sido majorado significativamente, não retornando aos níveis anteriores do início da greve dos caminhoneiros.

    Para complicar, Sr. Presidente, o Governo ainda não explicou com clareza a procedência dos quase R$14 bilhões, preço do subsídio concedido ao desconto do óleo diesel. Como as contas não fecham, a cada dia surgem novidades provindas do saco de surpresas da equipe econômica. Diariamente, essas novidades causam notória confusão no País inteiro.

    No início da crise, a equipe econômica afirmava que os custos dos R$14 bilhões não seriam compensados por cortes nos programas sociais. No detalhamento da conta a pagar, entretanto, constatou-se o corte de verbas na área de saúde, na área da educação e de programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida.

    Aliás, o Governo Temer só pensa em compensações com os recursos magros das áreas sociais, haja vista o retrocesso claro de sua administração na execução de políticas públicas de redistribuição de renda e nas questões trabalhistas, enquanto avançam as opções entreguistas e privativistas, que solapam a economia brasileira e comprometem o futuro de nossa sociedade. Por isso é que sou contra a privatização do setor elétrico.

    Os mesmos açodamentos e precipitação ocorreram na negociação de outro ponto central para o término da greve dos caminhoneiros: a tabela de preço de fretes, Sr. Presidente. A questão afeta várias cadeias produtivas, cujos atores não foram chamados a negociar na solução da crise. Quando viram o tamanho da conta a pagar, os agentes econômicos, sobretudo do agronegócio, paralisaram as suas atividades e reabriram negociação. Mais prejuízo e confusão causados por medidas impensadas do Governo.

    O Legislativo tem-se prontificado a colaborar para a solução da crise, porém a grande responsabilidade está no Poder Executivo, o qual, por obrigação, deveria apresentar medidas mais ponderadas, refletidas e tecnicamente afiançadas para solucionar a crise, mesmo porque é o único Poder que dispõe dos meios necessários.

    Neste final melancólico do Governo Temer, rogamos aos responsáveis pela condução das áreas técnicas, sobretudo econômicas, antes tão incensadas pela mídia nacional, que venham a oferecer soluções efetivas para a solução da crise, ao invés de piorá-la com invencionices dignas do Prof. Pardal, conhecido personagem de histórias em quadrinhos. E olha que eu adorava o Prof. Pardal quando eu era criança – ouviu, Sr. Presidente? –, porque eram muito engraçadas as invenções dele.

    No mesmo passo, o Poder Legislativo coloca-se à disposição para intermediar a negociação de saídas, para que este Governo encerre o seu mandato sem causar maiores prejuízos para o País.

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente, para que a gente possa ir à Comissão de Educação fazer a abertura de tão importante audiência pública.

    Obrigado a V. Exª, obrigado ao Brasil que nos ouve, obrigado a todos aqui no Senado, obrigado à população de Brasília, que nos deu essa oportunidade para que tivéssemos voz, para que os servidores públicos, para que a pessoa que defende os excluídos, que defende a dona de casa, que defende as pessoas do setor produtivo, que defende as famílias, que defende a escritura pública, a habitação, que defende o servidor público, possa ter voz e clareza de posição aqui nesta Casa.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/06/2018 - Página 17