Discurso durante a 92ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Necessidade de união da classe política para tentar solucionar os problemas pelos quais o país passa.

Autor
Ana Amélia (PP - Progressistas/RS)
Nome completo: Ana Amélia de Lemos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Necessidade de união da classe política para tentar solucionar os problemas pelos quais o país passa.
Publicação
Publicação no DSF de 14/06/2018 - Página 60
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, ATUAÇÃO, POLITICO, OBJETIVO, SOLUÇÃO, PROBLEMA, BRASIL, ENFASE, CRISE, POLITICA, ELOGIO, CRISTOVAM BUARQUE, SENADOR.

    A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS. Sem revisão da oradora.) – Obrigada, Senador Flexa.

    Eu quero, primeiro, cumprimentá-lo, Presidente Eunício, por ter delegado ao nosso Senador, nosso colega, nosso mestre Cristovam Buarque, essa missão. Ele tem a habilidade, a credibilidade e a confiança das pessoas, não só aqui no Distrito Federal mas também no nosso País, que o ouvem e acompanham a obstinação desse Senador, que reza por uma cartilha democrática, por uma bíblia chamada democracia, em que a liberdade de expressão é a fé que move o Senador Cristovam.

    Li no resumo e também concordo: deixemos de lado o verbo tentar. Vamos fazer! V. Exª delegou essa missão ao Senador Cristovam, que é a pessoa certa pelos termos, pela clareza e, sobretudo, pelo equilíbrio com que ele se manifesta nessas horas de tensão. A hora de tensão exige de todos nós não a intolerância, mas a capacidade e a temperança.

    V. Exª se referiu ao encontro com o ex-Presidente Sarney, e eu tive a honra e o privilégio de estar junto com V. Exª naquele momento, na residência dele. Estávamos juntos, e usei essa palavra, e ele disse que gosta muito da palavra "temperança". Eu acho que ela é adequada também, como o rigor que se exige no comportamento dos líderes políticos nacionais.

    A nossa maior crise é a crise política. É a crise política. E estamos diante do risco, eu diria, de uma manifestação negativa da sociedade brasileira com esse movimento defendendo a anulação do voto ou a abstenção ou o voto em branco. Esse é o pior veneno para a democracia, Senador Eunício Oliveira, caros colegas Senadores; é um veneno irreparável, que pode sepultar aquilo que podemos fazer, que no regime democrático... E aí falo também porque tenho conversado às vezes com comandantes militares que estão comprometidos pessoal e visceralmente com a defesa da Constituição brasileira, com a defesa da democracia, da institucionalidade, da estabilidade, da constitucionalidade, da legalidade do nosso País.

    Esse também é um conforto, Senador Cristovam. E lembro bem, quando o Comandante do Exército esteve na Comissão de Relações Exteriores, naquela audiência em que nós todos deparamos com a palavra não de um comandante militar, mas de um estadista falando sobre os nossos erros – e aí vem a autocrítica, a autoanálise –, sobre os erros que cometemos, ao perder a oportunidade no Haiti de fazer uma ajuda para que jovens líderes aparecessem para assumir o poder naquele país.

    Então, essa visão crítica ele teve e falou. Lembro bem e tenho repetido que o senhor naquele momento disse: "Nós tínhamos medo dos generais, agora estou preocupado porque estamos todos aplaudindo um general, um comandante do Exército". Por quê? Porque ali estava presente a palavra de uma autoridade com respeito, com a representação que tem das Forças Armadas, trazendo o conforto e a segurança de que não haverá aventura nem atalho na democracia – nem aventura, nem atalho.

    E nós estamos a apenas quatro meses da eleição e não podemos correr o risco de uma instabilidade, Senador Magno Malta. V. Exª também é um pregador dessa defesa intransigente.

    Precisamos votar, porque o voto será o único caminho na democracia, para que possamos escolher aquilo que estamos fazendo.

    E, lamentavelmente, Senador Cristovam, hoje não falamos. Dos candidatos só sabemos os nomes, mas não sabemos o que irão fazer pelo Brasil. Essa é a fulanização, que não é boa também para a democracia. É preciso que eles digam o que farão na educação, na saúde, na segurança pública. Até agora não vimos. Nós estamos concentrados: será o fulano, o sicrano, o beltrano? E não estamos olhando o que eles serão capazes de fazer, esses nomes que estão postos aí, que aparecem nas pesquisas.

    Tudo pode acontecer. E, como dizia o seu conterrâneo lá de Pernambuco Marco Maciel, tudo pode acontecer, inclusive, nada.

    Então, Presidente, eu faço apenas, renovo o cumprimento a V. Exª, por ter delegado ao Senador Cristovam essa missão tão relevante, em que ele se saiu com muito brilho.

    Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/06/2018 - Página 60