Pronunciamento de José Medeiros em 13/06/2018
Discurso durante a 92ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal
Registro da importância da Rádio Senado.
Registro da crise pelo qual o país passou durante o mandato da ex-Presidente Dilma Rousseff.
- Autor
- José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
- Nome completo: José Antônio Medeiros
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
IMPRENSA:
- Registro da importância da Rádio Senado.
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GOVERNO FEDERAL:
- Registro da crise pelo qual o país passou durante o mandato da ex-Presidente Dilma Rousseff.
- Publicação
- Publicação no DSF de 14/06/2018 - Página 65
- Assuntos
- Outros > IMPRENSA
- Outros > GOVERNO FEDERAL
- Indexação
-
- HOMENAGEM, RADIO, TELEVISÃO, SENADO.
- REGISTRO, CRISE, BRASIL, ENFASE, ECONOMIA NACIONAL, PERIODO, GOVERNO FEDERAL, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), COMENTARIO, MICHEL TEMER, CHAPA, DILMA ROUSSEFF, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos que nos acompanham pela Rádio e TV Senado, eu queria aproveitar, uma vez que V. Exª, Presidente, citou a Rádio Senado, para dizer sobre os relevantes serviços que a Agência Senado presta ao Brasil.
Eu digo isso, porque eu vivo num Estado, Senador Eunício Oliveira, gigantesco. Eu sempre digo aqui que, no Estado de Mato Grosso, cabem 10 países do tamanho de Portugal, cabem sete Inglaterras, cabem quase duas Franças. Senador Eunício Oliveira, o senhor não sabe a importância que têm a TV Senado e a Rádio Senado para a divulgação dos trabalhos desta Casa e dos Parlamentares.
Por vezes, lá no interior do Brasil, lá nos rincões de Mato Grosso, é pela TV Senado, através de uma antena parabólica, que as pessoas têm acesso a programas sobre o País, sobre a história do País e também sobre o dia a dia aqui do Senado Federal. Por vezes, é através da Rádio Senado que as pessoas acompanham uma boa música, os programas de música popular e também os debates, que são muito importantes. A partir desses instrumentos de comunicação do Senado Federal, as pessoas podem ter acesso a como se comporta o seu Parlamentar – como é que meu representante está atuando lá em Brasília? Isso é bom para o Parlamentar, é bom para o Parlamento, é bom para a democracia e é bom para o Brasil.
Ficam aqui as minhas homenagens à Rádio Senado, à TV Senado e a todas as equipes que se desdobram para mostrar o trabalho de cada um dos Senadores aqui, porque não é fácil, pois são 81, mas, todos os dias, estão aqui Jornal do Senado e A Voz do Brasil que os brasileiros podem acompanhar.
Por falar em A Voz do Brasil, eu sou um saudosista, Senador Antonio Carlos Valadares, porque, quando eu era criança e morava na roça, meu avô tinha aquele radiozinho de pilha e A Voz do Brasil era sagrada. Ele falava: "Eu vou escutar o repórter". Então, ele ligava ali, com aquela chiadeira danada, mas ali era sagrada A Voz do Brasil. Eu vejo muita gente falando em acabar com isso, dizendo que isso é obsoleto. Não é, não. No interior do Brasil, as pessoas gostam de acessar as notícias.
Dito isso, Sr. Presidente, eu tenho ouvido uma cantilena, todos os dias, de dizer que o Brasil estava caminhando bem, estava andando a mil maravilhas, estava numa terra que emanava leite e mel e que, de repente, uma comissão, cujo relator veio lá de Minas Gerais, um homem malvado, o Relator Antonio Anastasia, junto com outros Senadores, resolveu acabar com a felicidade do País e tirar uma Presidente competente que estava levando o País ao paraíso. Nós sabemos que não é assim, mas, nesse ponto, eu queria dizer uma coisa aqui: como foi incompetente o Governo! O que aconteceu aqui? Todos os dias, subia aqui ou o Senador Lindbergh ou a Senadora Gleisi ou a Senadora Vanessa Grazziotin ou a Senadora Fátima– esses quatro só, de vez em quando, com uma ajudinha do Senador Requião –, e pintaram um quadro dantesco de que o Brasil desmoronou depois do impeachment.
Senador Antonio Carlos Valadares, por onde eu ando neste País, encontro pessoas que o conhecem desde o início da sua carreira, conhecem a sua experiência, assim como outros Senadores aqui, que se detiveram sobre a situação do País, que olharam como estava o Brasil, que participaram pari passu daquele processo.
Todo mundo sabe como estava o Brasil. O PIB, em 2015, por exemplo, estava em menos 3,8; em 2016, em menos 3,60. Agora, eles sobem aqui e dizem: "Não, estava a mil maravilhas." A inflação chegou a dois dígitos. Agora, eles vêm aqui e diz: "Não, estava às mil maravilhas". E fica por isso. Não existe um rebate para dizer: "Olha, isso não é verdade."
E por que é que isso é ruim? Eu não sou defensor do Governo, não. Eu sou do Podemos, cujo pré-candidato a Presidente é o Senador Alvaro Dias. Eu não tenho compromisso nenhum com o Governo e não tenho obrigação de defender Governo Temer. Agora, eu não posso compactuar com a ideia de dizer: "Olha, vocês, que participaram do impeachment" – como hoje o Senador Humberto Costa, que eu gostaria que estivesse aqui na frente, subiu aqui para dizer isto – "são responsáveis por toda essa desgraça que aconteceu com o Brasil." Epa! Somos não. O Brasil vem tendo suas dificuldades por erros ou acertos dos governos, teve suas dificuldades e, vamos dizer, suas crescidas pelos erros ou acertos de cada governo. É assim que a banda toca. Agora, eu sou daqueles que é o seguinte: cada um fique com sua parte, deem a cada um o que é seu. Agora, querem nos passar uma conta que eu não aceito. E, enquanto eu estiver aqui como Senador, eu vou defender esse Parlamento, porque nós, além de fazermos o que era um anseio do povo brasileiro, cumprimos o que a lei brasileira diz. E nós não podemos nos responsabilizar pelos desacertos econômicos, Senador Dário Berger, desse ou daquele governo.
Vamos aos números. A balança comercial estava em R$19 bilhões em 2015; em 2016, R$47 bilhões; em 2017, foi para R$67 bilhões. A atividade econômica estava em menos 4,8% e em menos 4,34% em 2016; em 2017, já ficou 1,33%, positivo. Eu não vou ficar aqui vomitando números, colocando números, mas o certo é que é o seguinte: nós não estávamos bem, não havia essa história de mil maravilhas. E aí as pessoas confundem: "Olha, tinha uma situação econômica, vocês quebraram o governo, e aí o Brasil virou isso." Não, não é verdade isso. O Brasil estava numa grande crise, grande crise política – política, inclusive.
E eu gosto sempre de citar, gente, conversa de corredor do Senado, mas conversa de pessoas que eram intestinais do governo: quem arrebentou com a estrutura desse governo passado não foi a oposição; quem arrebentou com a estrutura passada foi a briga por espaços. Haviam combinado que Dilma passaria, Senador Dário Berger, quatro anos. Essa era a conversa – mais ou menos copiando o projeto político de Marconi Perillo, em Goiás. Então, o combinado era o seguinte: Dilma esquenta a cadeira por quatro anos, e Lula volta depois. O que é que aconteceu? Vamos pegar o primeiro ano de Dilma: caía um ministro ligado a Lula a cada mês. Foi briga interna. E foram minando Lula – eles, lá. Tinha o Ministro da Justiça, eles tinham todas as informações e começaram a soltar, começaram a roer o pé do Lula. E o cupim começou a comer o pé do Lula – cupim de lá da casa dele. Chega o período em que ele fala: "Olha, chegou a hora de me candidatar, me dá a cadeira de volta." Ela falou: "Hã hã. Candidata aqui sou eu". E ela tinha o seu time lá, que era Miguel Rossetto, Mercadante, o Ministro Eduardo Cardozo e Rui Falcão. Esse era o time dela.
Vejam que os outros todos estavam com a polícia no calcanhar. Quem pôs a polícia no calcanhar desse povo? A polícia descobriu de repente?
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Acho que são 20 minutos depois da Ordem do Dia, Senador.
Senador Valadares, acho que pôs só dez minutos, são 20 minutos depois da Ordem do Dia.
Então, o que acontece? Foi esse Senado aqui que colocou a polícia no pé desse povo? Não, isso foi informações de fogo amigo. Foi fogo amigo isso aí. Então, não venha jogar para cima não. Não estou falando que a polícia não fez o trabalho correto, não. Eu estou falando que as informações saíram de lá.
Eu tenho um conterrâneo lá de Mato Grosso – só para que quem está nos ouvindo possa saber dessa história, porque é importante a gente contar o contexto, contar o pano de fundo do que se sucede aqui para desmontar essas mentiradas que vêm aqui. O que acontece, Senador Rodrigues Palma? Um conterrâneo de Mato Grosso era do alto clero da administração do governo passado e ele disse que, certa feita, estava numa reunião em que estava a Presidente Dilma, a Ministra Gleisi Hoffmann, Gilberto Carvalho e a Ministra Ideli Salvatti. A conversa só foi ouvida por esses quatro e, quando foi meia-noite, já estava no site da Veja. E ele caiu!
Esse roteiro foi o mesmo dos outros ministros. Eu não estou entrando no mérito da questão, se eles estavam certos ou errados, mas era guerra interna. Sem querer ser mordaz, não vou usar isso aqui, mas poderia dizer que era guerra de facções, briga interna. Sabe a Rocinha ali no Rio de Janeiro? De vez em quando não há o Nem contra o Rogério 157? Foi isso, briga interna. E eles começaram a ruir.
Mas na época eles não tinham um vilão ainda e a cartilha desse povo sempre foi: eu preciso de um vilão para que eu possa combater esse vilão.
Na época, a única coisa que eles tinham era FHC. Então, o vilão desse povo era quem? FHC, FHC, FHC. Eu não defendo FHC, tenho n posições contra FHC. Eu acho que ele defende posições que... A liberação das drogas é uma que eu não concordo, Senador Rodrigues Palma. Mas a culpa era FHC, lembra? Era Fora, FHC; Fora, FHC.
Nesse fora, vocês fazem ligação com algum outro fora que eles falam por aí? Pois bem, era Fora, FHC. De repente, quando começou aquele processo de impeachment, aí eles arrumaram um inimigo, arrumaram o Temer. E todo dia eles sobem aqui e dizem que o Temer... Chamam de mordomo, de funerária, até de vampiro, não presta, não vale nada, que seja. Mas quem foi que apresentou Temer ao Brasil? De que jeito o Temer foi apresentado para o Brasil? Como constitucionalista, como um dos homens mais inteligentes do País, elegante, articulador, catedrático, competente e por aí vai, mas, no outro dia, ele já não prestava. E tudo o que se fez, de lá para cá, eles dizem também que não presta.
Então, eu quero dizer o seguinte, vamos separar: dai a César o que é de César. Este Governo é consequência constitucional e consequência do Partido dos Trabalhadores e seus apoiadores. Portanto, não tentem terceirizar, vocês são responsáveis por tudo de bom que acontecer no Governo Temer e por tudo de ruim que acontecer também. Então, não venham dizer que não têm nada a ver com isso, têm a ver, vocês têm a ver com tudo, vocês são o nexo causal direto. Vocês escolheram.
Então, mais uma coisa, para ficar claro: vêm dizer que este Senado aqui acabou com o País por causa do teto de gastos. Senador Rodrigues Palma, V. Exª foi Prefeito, um dos melhores – eu tive o cuidado de ver a história – prefeitos que a capital de Mato Grosso já teve. Boa parte do que existe ainda de estrutura na capital mato-grossense foi V. Exª que fez. E tenho orgulho de estar aqui na tribuna do Senado para falar isso para V. Exª e para contar para muitos mato-grossenses que não sabem.
Mas V. Exª sabe que toda a administração, seja ela de casa, seja de uma prefeitura, precisa ter um parâmetro orçamentário, precisa ter um teto de gasto. O senhor fez aquilo lá, mas não estava bamburrando de dinheiro, não; fez, porque fez as contas, foi organizado, teve uma boa gestão.
Pois bem, essas pessoas começaram com a ideia de que existe um motu continuo do dinheiro. Não existe; nós precisamos ter um momento de escolher: "Ou eu compro isso, ou aquilo." Eu sempre digo, se eu tivesse dinheiro, eu levava meus filhos, todo ano, à Disney. E eu até posso levar, mas eu vou ter que escolher por cortar outras coisas.
Pois bem, aprovamos a PEC que se chamava aqui a PEC do teto dos gastos. O que é a PEC do teto dos gastos para quem está nos assistindo? Falam: "Medeiros, você está falando em PEC. O que é isso?" Proposta de emenda à Constituição que definia que o País tem que ter um teto. "Olhe, até aqui é o orçamento. E nós vamos ter que trabalhar todas as necessidades do País dentro desse orçamento." Eles são contra; todo dia batem aqui nisso aí. Aí fizemos a reforma trabalhista; são contra.
E eu não me apavoro, eu não me avexo, quando eles são contra, não. Quando a bancada do atraso é contra, simplesmente confirma a história. Eles foram contra a eleição de Tancredo Neves; eles foram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal; eles foram contra a Constituição de 1988, que hoje defendem tanto. E V. Exª foi Constituinte, Senador Rodrigues Palma.
Então, eu não me avexo com isso, mas eu me avexo quando tentam insuflar a classe trabalhadora brasileira. Primeiro, se autointitulam como os representantes dos trabalhadores; não são – não são representantes dos trabalhadores! Como diz a Bíblia: "Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim." Sabe por quê? Porque, quando chegaram ao governo, não foi com os trabalhadores que foram para a mesa, não.
Então, voltando à responsabilização deste Plenário: não somos responsáveis pela prisão do Lula; não somos responsáveis por Dilma ter caído; não somos responsáveis pela crise econômica, porque a inflação estava a dois dígitos.
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Pelo contrário, tínhamos que receber um prêmio, Senador Antonio Carlos Valadares, porque, se a inflação estava a dois dígitos, hoje está a menos de três.
"Ah, mas havia habitação." É verdade, havia habitação, um bom programa, e é bom que continue. Na época da ditadura militar, também havia, e não significa que isso muda a história de um governo. Havia o BNH, é importante que a habitação continue. Agora, é importante que continue com responsabilidade orçamentária, porque, do jeito que estava o programa de habitação, todas as empresas que estavam entrando no sistema estavam falindo, porque não pagavam. Adianta fazer, e não pagar? Não pagavam. As creches por todo País não estavam sendo pagas. Mas aí sobem todos os dias aqui e dizem a mesma coisa; a mesma mentira dita todo dia por três, quatro deles.
Sabe quem usava essa política? Goebbels, que era do Partido de Hitler; e Hitler usava esse negócio, essa cantilena. Dizia uma mentira repetidas vezes para encucar na cabeça do povo.
O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Valadares. Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PSB - SE) – Repetida mil vezes...
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Repetida mil vezes...
O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Valadares. Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PSB - SE) – ... torna-se verdade.
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – ... torna-se verdade.
E aqui o nosso oráculo do saber, Antonio Carlos Valadares, direto de Sergipe.
O que acontece? Sobem aqui e daí a pouco começam. Têm a pachorra de subir aqui e gritar...
Outro dia eu vi um Senador desse time subir aqui e chamar o restante do Plenário de canalhas: "Canalhas, canalhas..." Não vou levar esse "canalha" para casa, mas de jeito nenhum! Não engulo, não. Não engulo sabe por quê? Porque os meus votos aqui são transparentes. Talvez o meu defeito seja esse, Senador Antonio Carlos Valadares; mas me espelhei em muitos de vocês aqui que são mais antigos. V. Exª, por exemplo, é um deles: quando tem que falar, não manda recado, não. E isso eu creio que tem que ser a característica de um Parlamentar, porque o eleitor quer ver de que lado você está, ou de um lado, ou de outro.
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Até a Bíblia diz: se você for morno, vomitar-te-ei.
Mas, já caminhando para o final, Senador Antonio Carlos Valadares, agora estão aí querendo vitimizar o Lula. E eu vou falar aqui um pouquinho sobre Lula.
Lula... As pessoas confundem: acham que o voto do PT é o voto de Lula. Não, há muita diferença, Senador Antonio Carlos Valadares.
Eu sou nordestino. Os nordestinos adoram o Lula. E sabe por quê, Senador Antonio Carlos Valadares? Porque ele tem um discurso direto; ele tem um carisma muito grande; ele fala diretamente. Ele não fala que borracheiro se chama profissional liberal do ramo de manutenção de pneumáticos, não. Borracheiro é borracheiro. E o povo brasileiro gosta dessa conversa direta.
Então, assim: Lula é uma coisa, o Partido dos Trabalhadores é outra coisa.
O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Valadares. Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PSB - SE) – Ele fez o governo pensando nos pobres.
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Exatamente.
E aí o que acontece? Ele tem esse viés social...
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – E aí é o seguinte (Fora do microfone.): vamos separar o Partido, a ideologia da figura Lula. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Agora, a Justiça pegou, está respondendo? Gente, isso é caso de polícia para lá. Agora, vêm dizer, querer jogar a culpa para cá? Não, não joguem; não joguem. Nós não temos responsabilidade sobre isso. Eu tenho dito: quem pariu Mateus que o embale.
Vocês roeram o pé do Lula; o Lula é vítima de vocês, vítima da ânsia pelo poder, porque acharam o seguinte: "Nós chegamos e nós nunca mais cairemos. Agora é limpar a turma do Lula, que é um povo meio político, é um povo muito colocado, e vamos implantar o socialismo nosso aqui." Porque Lula não é bolivariano; e é por isso que ele não servia para eles. Então, gente, ele seria varrido também por eles, porque eles queriam o quê? A política do Maduro, a política que está lá na Venezuela.
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Lula não se enquadrava naquele projeto; já tinha servido ao que se prestava.
Para que Lula servia, Senador Antonio Carlos Valadares? Essa coisa começou da seguinte forma – V. Exª sabe muito mais do que eu: Lula era um sujeito que detinha o contato com as massas populares. Os pilares que sustentaram essa pseudorrevolução do Partido dos Trabalhadores tinham contato com as massas populares? Não. Quem eram? O clero, os intelectuais e, pasmem, Golbery. E essa turma fez o quê? O Lula foi usado por essa turma toda. Aproximaram-se do homem simples e ganharam as massas. E sempre no lombo do Lula.
O Lula já tinha cumprido o seu papel, Senador Antonio Carlos Valadares, então era hora de ser imolado, de ser tirado. E eles tiraram. Eu nunca contei essa história aqui, mas chegou a hora de ela ser contada.
Lula é vítima do seu próprio Partido...
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – ... vítima da sua própria organização. Ele já não servia mais para ela, servia só como símbolo. Aliás, estão usando o cadáver político dele como ninguém. Vocês pensam que eles o querem? Agora, podem até querer porque é a única tábua de salvação. Viram que, sem Lula, eles são nada; têm 3%, talvez, da população. Aí ficam querendo jogar para cima de nós.
Ei, como diria Magno Malta – se bem que ele fala mais alto, não é? –, vocês aprontaram para cima do Lula, vocês traíram o Lula, vocês arrebentaram o País e agora querem jogar a culpa para cima de nós? Não, o Governo Temer é consequência de vocês, aproveitem o que de bom o Temer fez e assumam o que vocês acham que ele fez de ruim – assumam.
Nós fizemos o papel que devíamos fazer aqui, cumprimos o nosso papel: defender a população brasileira. E o fizemos aqui de cara lavada, mas não vamos assumir o erro de vocês.
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – E a cada mentira que vocês contarem aqui, eu virei contar dez verdades.
Muito obrigado, Senador Antonio Carlos Valadares.