Pela ordem durante a 106ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apreensão com a situação da segurança pública no Estado do Acre (AC).

Autor
Jorge Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Jorge Ney Viana Macedo Neves
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Apreensão com a situação da segurança pública no Estado do Acre (AC).
Publicação
Publicação no DSF de 11/07/2018 - Página 123
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • APREENSÃO, ORADOR, SITUAÇÃO, SEGURANÇA PUBLICA, LOCAL, ESTADO DO ACRE (AC).

    O SR. JORGE VIANA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Eu só queria... Eu acho que, na véspera de uma eleição, ouvimos discursos de pessoas que mudam e tentam fazer espetáculo. Sinto muito em dizer isso, porque foi isso que eu senti, porque mentir sobre a minha pessoa, sobre segurança, sobre andar nos bairros... Eu ando sozinho. Eu, desde Governador e Prefeito, sempre andei em todos os lugares da cidade, e é por isso que as pessoas me respeitam. Quando eu ando, eu ando, eu ando! Sempre andei! Sempre andei! Sempre andei! Sempre andei!

    Havia 50 mortes para cada grupo – é porque, lamentavelmente, o colega está um pouco nervoso – de 100 mil quando eu assumi o Governo. Era o crime organizado funcionando. Lá atrás – eu estou falando de 20 anos atrás –, nós vencemos o crime organizado com a ajuda de todos.

    Agora, o Acre está vivendo um drama da violência. Fiz um discurso, apresentei aqui as condolências, fiz também um posicionamento do que tem que ser adotado, em vez de fazer uma medida espetaculosa. Por quê? Porque eu quero colaborar para que tenhamos solução, e lamento que, no período eleitoral, pessoas vão usar a morte de pessoas, o sofrimento de famílias por conta de eleição. Isso não é correto! Isso não é justo! Só isso que eu lamento.

    Agora, estou à inteira disposição para trabalhar, para liberar os recursos, para cobrar do Governo, para cobrar de polícia, para cobrar ação, porque a população – fui eu que falei ainda há pouco aí, há uma hora – está com medo, a população não sai à noite. As pessoas dos Municípios estão apavoradas, e nós precisamos fazer algo porque nós temos cargo público.

    Agora, eu lamento sinceramente. Pensei que não iria ouvir algumas frases de efeito, que, certamente, estão mais vinculadas à proximidade da eleição do que à solidariedade com o povo que está sofrendo. Eu conheço bem a pessoa que estava na tribuna. É capaz de chorar, chorar ensaiado, como já chorou muitas vezes. "Eu vou chorar! Eu vou ali, no velório, eu vou chorar para poder ganhar ponto com a família do morto." Eu não faço isso. Eu sou muito sério nas coisas que eu faço.

    Mas, não me tire do sério, me respeite! V. Exª, que estava na tribuna, é capaz de chorar, fazer drama, mandar atirar no muro para dizer que está sendo ameaçado, e vir mentir aqui e dizer que eu... Eu vou nos mercados, vou nos bares, converso com as pessoas, vou para os rios, para os igarapés, sem usar aparato de segurança. V. Exª sabe muito bem disso, porque eu sou uma pessoa que vive no Acre.

    E concluo, Sr. Presidente, agradecendo o fato de poder usar a palavra. Lamento que o que ouvi hoje aqui de abuso é mais de alguém que está querendo ganhar alguns votos com a miséria, com a matança, com o sofrimento, com os cadáveres, do que encontrar a solução para o crime do meu Estado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/07/2018 - Página 123