Discurso durante a 108ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Preocupação com as consequências advindas da burocracia excessiva que retarda o desenvolvimento do País

Autor
Dário Berger (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Dário Elias Berger
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA:
  • Preocupação com as consequências advindas da burocracia excessiva que retarda o desenvolvimento do País
Publicação
Publicação no DSF de 12/07/2018 - Página 53
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA
Indexação
  • PREOCUPAÇÃO, CRISE, PAIS, CRITICA, BUROCRACIA, EXCESSO, NORMAS, ORGÃOS, COMENTARIO, AUMENTO, INDICE, DESEMPREGO, NECESSIDADE, ATUAÇÃO, SENADO, RESGATE, CONFIANÇA, POVO.

    O SR. DÁRIO BERGER (Bloco Maioria/MDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Senador Rodrigues Palma, registro a minha satisfação em usar a tribuna presidido por V. Exª.

    Srªs Senadoras, Srs. Senadores, dirijo-me a V. Exªs para expressar, mais uma vez, a minha enorme preocupação com o momento que estamos vivendo no nosso País, com as suas respectivas repercussões e consequências. O momento, é verdade, é de tempos difíceis e de opiniões divergentes. Faltam recursos e sobram problemas. Os tempos do milagre econômico cederam lugar ao desemprego aberto, o que contribui para a formação de um clima de pessimismo jamais visto nos habitantes do País do futuro.

    Desde que D. Pedro I declarou a independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, naquele famoso Grito do Ipiranga, às margens do Rio Ipiranga em São Paulo, desde aquela época, o Brasil carrega o título de País do futuro. E em quantas vezes e em quantas oportunidades nós ouvimos falar que o Brasil era um país emergente, que se destacava no cenário internacional e que carregava junto consigo o título de País do futuro? Pois já se vão quase 200 anos desde o Grito do Ipiranga; porém, esta Nação continua sendo apenas uma promessa de desenvolvimento sustentável, de harmonia e de justiça social. Muito menos conseguiu um lugar próximo aos países desenvolvidos.

    Somos uma pátria com um pé no futuro, com sonhos e ideais de futuro, mas também com o outro pé acorrentado no nosso passado; uma pátria cujo atraso se traduz pela inércia, pela irresponsabilidade fiscal, pela incompetência, pela falta de sintonia, pelo corporativismo público e privado, enfim, por todas essas características e esses motivos que são importantes e fundamentais para enfrentarmos e resolvermos os nossos principais problemas.

    É público e notório que um dos mais graves problemas que retardam ou inviabilizam os investimentos na infraestrutura brasileira é o excesso de órgãos, o excesso de normas, o excesso de leis, o excesso de portarias, o excesso de instruções normativas, enfim, o excesso de burocracia a que insistem em nos deixar acorrentados, impedidos de construir um futuro rápido e promissor para os brasileiros e para as brasileiras.

    Esse excesso de burocracia, Sr. Presidente, interfere fundamentalmente, especificamente, dramaticamente, nos processos administrativos, na eficiência do País, na produtividade, no custo Brasil, o que resulta em decisões desconexas e, muitas vezes, divergentes.

    Neste cenário, instala-se, então, a tão conhecida e debatida insegurança jurídica. Os investimentos, com a insegurança jurídica, desaparecem, o desemprego aumenta e o Brasil entra numa depressão coletiva, como a que estamos vivendo hoje, o que jamais vimos na história deste País.

    É preciso mudar o Brasil. É preciso amar o Brasil. E amá-lo é protegê-lo dos demagogos, dos falsos democratas, dos parasitas e dos responsáveis por esse atraso.

    O certo é que os elevados interesses nacionais requerem de todos nós, especialmente do Poder Público, um comportamento diferente, uma atuação de forma integrada, harmônica, rápida, para atender às demandas de uma sociedade que tem pressa e não tem mais disposição para esperar muito tempo.

    O Brasil precisa de um novo olhar, ou de um olhar novo. De cada olhar diferente faremos uma oportunidade não apenas de ver, mas sim de enxergar os reais e verdadeiros problemas que afligem a sociedade brasileira. Precisamos de novas ideias, absorver novos aprendizados. Precisamos ampliar nossos horizontes, construir o que precisa ser construído, reconstruir o que precisa ser reconstruído, simplificar o que precisa ser simplificado, mudar o que precisa ser mudado e alterar o que precisa ser alterado.

    Precisamos, Sr. Presidente, caminhar juntos, no mesmo sentido e na mesma direção, pois o melhor caminho é aquele que construiremos juntos. Precisamos de um plano emergencial de desenvolvimento econômico e social em nível nacional. Precisamos de um plano estratégico de desenvolvimento regional, de tal maneira que possamos reduzir as diferenças e as desigualdades sociais, que são dramáticas neste País.

    Precisamos, com isso, resgatar a confiança do povo brasileiro nas suas instituições, nos seus representantes. Precisamos regatar a credibilidade. Precisamos resgatar a segurança jurídica. Só assim o Brasil voltará a crescer e nós, brasileiros, voltaremos a crescer junto com o Brasil.

    Enfim, volto a insistir: não podemos continuar fazendo um pouco mais do mesmo, que me parece que é o que estamos fazendo. Precisamos fazer diferente, olhar o Brasil, como eu já falei, com outros olhos.

    Sr. Presidente, Peter Drucker, o Pai da Administração Moderna, dizia que se você quer algo novo, você tem que parar de fazer algo velho. Hoje algo velho é continuar fazendo um pouco mais do mesmo. Precisamos voltar a ter orgulho do Brasil, do seu povo, das suas peculiaridades e fazer parte dos seus sonhos e dos seus ideais.

    Precisamos ainda agir rápido, para construir um novo tempo. Um tempo de prosperidade e de trabalho, de realização. Precisamos resgatar, sobretudo, a autoestima do povo brasileiro. Precisamos fazer com que o orgulho de ser brasileiro possa pulsar cada vez mais forte em nossos corações.

    E nós, Excelências, temos, diante de nós, a grande oportunidade de levar nosso País à frente: rumo à modernidade, rumo ao crescimento econômico, rumo a melhores dias, rumo ao futuro que desejamos para as nossas famílias e para o nosso povo brasileiro.

    O futuro que tanto almejamos...

(Soa a campainha.)

    O SR. DÁRIO BERGER (Bloco Maioria/MDB - SC) – ... está em nossa consciência, no valor que atribuímos a nós mesmos e, sobretudo, aos nossos semelhantes. O futuro, portanto, Sr. Presidente, está em nossas mãos.

    E eu, como Senador da República, representante do Estado de Santa Catarina, carrego comigo um sonho – o sonho transformador de transformar esse futuro num presente para todos os brasileiros.

    Portanto, esse é o meu desejo, e esse é o nosso grande desafio que temos pela frente.

    Era isso, Sr. Presidente, que eu tinha a relatar.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/07/2018 - Página 53