Comunicação inadiável durante a 110ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa da candidatura do ex-presidente Lula.

Leitura de trecho de entrevista do rapper Emicida sobre a situação do país, críticas ao Governo Federal e defesa da Lei Maria da Penha.

Autor
Gleisi Hoffmann (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Gleisi Helena Hoffmann
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Defesa da candidatura do ex-presidente Lula.
ATIVIDADE POLITICA:
  • Leitura de trecho de entrevista do rapper Emicida sobre a situação do país, críticas ao Governo Federal e defesa da Lei Maria da Penha.
Publicação
Publicação no DSF de 08/08/2018 - Página 28
Assuntos
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • DEFESA, CANDIDATURA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, CARGO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, VONTADE, POPULAÇÃO, RESULTADO, PESQUISA, CAMPANHA ELEITORAL.
  • LEITURA, ENTREVISTA, MUSICO, NEGRO, ASSUNTO, CRITICA, SITUAÇÃO, PAIS, ENFASE, DESEMPREGO, DEFESA, REVERSÃO, ALTERAÇÃO, LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, DESAPROVAÇÃO, REDUÇÃO, APOIO, ESTUDANTE, POS-GRADUAÇÃO, REGISTRO, IMPORTANCIA, LEI MARIA DA PENHA.

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) – Obrigada, Sr. Presidente.

    Srs. Senadores, Srªs Senadoras, quem nos acompanha pela TV Senado, pela Rádio Senado e pelas redes sociais, eu vou dedicar este discurso à Rede Globo de Televisão, ao sistema financeiro nacional, à elite deste Pais e à classe política que fez o golpe.

    Apesar de vocês, nós, no domingo, dia 5, chegamos com a candidatura do Presidente Lula, firmes e fortes. E, por unanimidade, nosso encontro, nossa convenção o colocou como candidato a Presidente, pelo Partido dos Trabalhadores em coligação com o Partido Comunista do Brasil, com o PROS e tendo apoio de setores importantes do Partido Socialista Brasileiro e do Partido da Causa Operária.

    Quero fazer esse comunicado e dedico esse discurso a esses personagens porque foram eles os responsáveis pelo golpe no Brasil e pela desgraça que o povo brasileiro está sofrendo. E hoje é esperança para esse povo, é confiança para esse povo Luiz Inácio Lula da Silva. Não fosse assim, não teria Lula os primeiros lugares em todas as pesquisas de opinião que nós estamos vendo no Brasil. Lula tem mais que o dobro do segundo colocado e a somatória de todos os outros candidatos. Portanto, Lula é o candidato do PT e da nossa coligação para o povo voltar a ser feliz, mas é também o candidato de parcela expressiva da população brasileira. E ele é candidato de parcela expressiva da população brasileira porque o Brasil sofre e tem na sua memória o legado de Lula, um tempo em que se era mais feliz.

    E eu quero aqui ler um trecho de uma entrevista do irmão do rapper Emicida, o Fióti que, perguntado sobre o Brasil, disse o seguinte:

O Brasil está com um clima de tristeza. O povo está sem saber o que fazer, não tem onde se agarrar, não tem uma coisa segura em que acreditar. Falta liderança e falta chefe de Estado. Isso faz com que as pessoas fiquem tristes. A política, que é uma questão essencial da sociedade, tem sido destruída, e isso dia após dia, para que o povo fique cada vez mais ignorante.

    Isso reflete bem o que nós estamos vivendo hoje. O Emicida é um rapper negro, o Fióti também, negro, e sabem o que é enfrentar as agruras da vida. Filhos de empregada doméstica, pobres, portanto, tiveram que batalhar muito para chegar aonde chegaram. Hoje têm produtora, gravam CDs, gravam DVDs, mas eles sabem o que é preconceito, sabem o que é fome, sabem o que é problema neste PaÍs.

    Em razão disso, dessas pessoas que nós vemos nesse dia a dia, é que Lula é candidato. Esse é um compromisso nosso, do Partido dos Trabalhadores, com o povo brasileiro. Não há coisa que nos entristeça mais do que olhar as grandes filas de desempregados que nós temos nos grandes centros urbanos. É uma tristeza ver a cidade de São Paulo com aquelas filas quilométricas. Há quantos anos nós não víamos isso no Brasil? Há quanto tempo nós não víamos filas quilométricas de pessoas procurando emprego? Hoje as pessoas que estão trabalhando e que têm o seu emprego trabalham em empregos precários, ganham menos, trabalham mais e têm menos direitos.

    Eu estava me lembrando aqui desta Casa quando da aprovação da reforma trabalhista. Muitos vinham aqui dizer assim: "Agora nós vamos melhorar. Vai haver emprego para a população." Cadê o emprego que os senhores geraram ao aprovar aquela monstruosidade? Qual é a responsabilidade que nós temos aqui, gente? E nós não vamos fazer nada? Vamos ver as filas de desemprego, vamos ver o nosso povo morrendo, nosso povo sofrendo, triste, e não vamos fazer nada? Pelo menos não podemos reverter isso? Há um projeto de reversão da reforma trabalhista na Casa. Vamos votar isso. Vamos ter consciência ...

(Soa a campainha.)

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – ... dos direitos que esta Casa tirou do povo brasileiro. É claro que tem que haver tristeza e sofrimento.

    É por isso que a gente acredita nesse projeto. É por isso que a gente acredita em Lula. E Lula, voltando, nós vamos revogar essa reforma trabalhista. Nós vamos usar a força política de uma eleição para trazer para dentro do Congresso Nacional uma proposta de revogação da reforma trabalhista, assim como nós vamos também trazer a revogação da Emenda Constitucional 95. Aliás, ontem estava nos jornais uma avaliação da FGV dizendo que, em 2019, vai ser impossível cumprir o teto dos gastos. Se se cumprir o teto dos gastos, não se governa, porque tem que se reduzir ainda mais o dinheiro das despesas da União com educação, com saúde.

    Só para os senhores terem uma ideia, foram cortadas 440 mil bolsas de pós-graduação da Capes. Eu fico imaginando o que aconteceria se isso fosse cortado num governo do PT, se a gente mexesse em mil bolsas.

(Soa a campainha.)

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – Mas, como é no Governo do Temer, do golpista, não há problema. Corta 400 mil bolsas, e fica por isso mesmo. A Casa não fala nada, não dá um pio aqui.

    Eu estava relembrando o debate que fizemos aqui sobre a reforma trabalhista com um juiz do Direito do Trabalho que queria tirar os direitos dos trabalhadores. Aí ele podia tirar – não é? –, porque juiz ganha duas férias por mês, tem estabilidade no emprego, ganha alto salário. Será que eles não estão vendo o que estão fazendo para o País? Será que o Senado não está vendo? Gente, é muito triste isto que nós estamos vivendo: a dor que as pessoas estão sentindo e a extrema pobreza. Eu espero, sinceramente, que a gente consiga reverter.

    Por isso é que Lula é a esperança, Lula é a confiança, Lula é a candidatura que pode resgatar o Brasil. E, nessa grande articulação que fizemos, nessa coligação que fizemos – e não fizemos para isolar ninguém; fizemos de forma positiva e propositiva para criar um campo progressista no Brasil –, nós temos certeza de que vamos reverter as mazelas do golpe.

(Soa a campainha.)

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – O povo brasileiro tem um encontro com o resgate da democracia e com o resgate dos direitos dos trabalhadores no dia 7 de outubro. É a primeira arma que nós temos para usar contra a tristeza que está acometendo o País.

    E, ao encerrar, Presidente, não podia deixar de registrar a importância da Lei Maria da Penha no enfrentamento à violência contra as mulheres. Nós sabemos que o índice de violência ainda é grande, mas, graças à Lei Maria da Penha, hoje temos mecanismos para que as mulheres denunciem. Nós temos mecanismos para que as mulheres sejam socorridas. Nós temos mecanismos para que as mulheres possam se socorrer. Ainda falta muito, muito, mas foi um passo importante. Esses 12 anos refletem o compromisso do PT, do Partido dos Trabalhadores, e do governo do Presidente Lula, que fez a sanção dessa importante legislação.

    Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/08/2018 - Página 28