Pronunciamento de Antonio Carlos Valadares em 04/09/2018
Discurso durante a 115ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Esperança na juventude e em um futuro melhor para o Estado de Sergipe (SE).
- Autor
- Antonio Carlos Valadares (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
- Nome completo: Antonio Carlos Valadares
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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ATIVIDADE POLITICA:
- Esperança na juventude e em um futuro melhor para o Estado de Sergipe (SE).
- Publicação
- Publicação no DSF de 05/09/2018 - Página 37
- Assunto
- Outros > ATIVIDADE POLITICA
- Indexação
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- REGISTRO, EXPECTATIVA, JUVENTUDE, FUTURO, ESTADO DE SERGIPE (SE).
O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PSB - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho de Sergipe, participando ativamente da campanha eleitoral, visitando, como é de praxe, como é do meu costume, o interior do Estado e a nossa capital.
Vi no rosto do povo sergipano a esperança de um futuro melhor. Vi que minha gente não está disposta a abrir mão de seu destino. Vi no rosto dos velhos e dos moços o espírito de luta dos que matam um leão por dia pela sobrevivência. Vi no olhar de centenas de jovens o desejo ardente de romper barreiras e conquistar um futuro. Vi a febril impaciência da juventude sergipana fazer crescer em mim o raio de luz vibrante da luta que não se pode abandonar. Por isso, hoje subo à tribuna mais agradecido e mais ciente da responsabilidade com o povo sergipano, com a minha gente.
Confesso que, nas últimas caminhadas por Sergipe, me vi tentado a fazer desta tribuna um discurso crítico diante da situação de abandono do meu Estado. Poderia ressaltar que somos a sexta unidade da Federação em mortes violentas e que ostentamos o quarto lugar em desemprego. Poderia ressaltar o caos financeiro, resultado de um Estado que arrecada e gasta mal. Eu poderia falar das filas gigantescas nos corredores do hospital; do péssimo atendimento nas unidades de saúde; da insegurança e do medo como rotina; da seca que aflige o sertanejo e que não encontra solução da parte de governantes sem palavra; estiagem que, aliás, resultou na perda quase total da nossa produção agrícola, especialmente do milho, destaque na economia do Estado de Sergipe.
Aliás, abro breve parêntese para apresentar aos produtores rurais de minha terra a minha solidariedade e apoio.
Que os Governos Federal e do Estado de Sergipe e as prefeituras possam atuar prontamente, de forma integrada, para amenizar essa situação desesperadora de grande prejuízo da lavoura do meu Estado.
Do Ministério da Agricultura esperam-se medidas para oferta de crédito e prorrogação de dívidas decorrentes das perdas provocadas pela intempérie.
Mas, voltando ao assunto, Sr. Presidente, que me traz hoje à tribuna, quero mesmo é retratar o que vi nas minhas caminhadas, falar das aflições, das aspirações e da esperança contagiante do meu povo.
E o que a minha gente quer é muito simples: compromisso, cumprimento de promessas, honestidade e condições para que sua vida possa melhorar. O povo quer outro presente e um futuro mais próspero para os milhões de meninos e meninas afundados na pobreza e sem perspectivas.
E eles são muitos. Trinta e dois milhões de brasileiros com até 17 anos vivem restrições de direitos; seis milhões cujas famílias não podem comprar a cesta básica.
Ninguém poderia ficar alheio a esse repertório de mazelas, particularmente quando se trata do futuro dos nossos jovens, vítimas da carência estrutural e do abandono do Estado.
Mas, como disse, decidi não me manter preso às amarras do presente e refletir, desta tribuna, sobre as expectativas que encontrei no brilho dos olhos da juventude.
Jovens, vejo em vocês a garra com que se empenham na realização de projetos e causas! Peço que mantenham essa firmeza, esse idealismo e essa determinação, agora, quando estivermos definindo o destino da Nação.
Lutem, jovens, para a inclusão de suas causas nas propostas eleitorais. Não aceitem menos do que a inserção definitiva da pauta de sua geração nos espaços da política pública.
Quaisquer que sejam os vencedores das eleições de outubro, precisam estar convencidos de que a redução da desigualdade passa pela política para os mais jovens. Que a educação e a formação profissional são instrumentos da engrenagem do crescimento do País.
Agora mesmo está circulando o documento Pacto pela Juventude, uma proposição de organizações da sociedade civil, cuja meta é incentivar os postulantes aos cargos eletivos a incorporarem as demandas da juventude.
Já assinei este Pacto inclusive na qualidade de Presidente no Senado da Frente Parlamentar de Apoio ao Protagonismo Infantojuvenil.
Não se intimidem, jovens brasileiros, sergipanos, em cobrar o mesmo de todos os candidatos.
Gostaria de, neste momento, falar especialmente com a juventude da minha terra, do meu Sergipe. Tive ótimas conversas com alguns jovens durante minhas andanças. Quero lhes dizer da minha convicção de que a esperança pode e vai vencer o caos que foi instituído no Estado de Sergipe.
Mas é preciso ficar claro que isso nunca se dará pela omissão. Pelo contrário, omitir-se, agora, é saltar da frigideira para o fogo.
É normal a desconfiança diante de tantos desmandos, de tantos atos de corrupção e de tanta negligência dos poderosos, que enganaram a nossa população e se imiscuíram no nosso povo.
Por vezes pode parecer que comparecer às urnas é esforço em vão, que nada vai mudar. Mas somente acharemos formas de afirmar nossos direitos se nos dispusermos a isto, a comparecermos às urnas. E é a vontade do povo, a vontade de nossos jovens que deve pesar nas urnas! Deve pesar nas urnas a vontade do nosso povo e, especialmente, a vontade dos nossos jovens.
Mantenham, portanto, jovens sergipanos, jovens brasileiros, a chama acesa. O pessimismo não pode dar lugar ao sonho e vocês não estão sós!
Era o que eu queria dizer, Sr. Presidente.