Pela Liderança durante a 116ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Comemoração dos 168 anos do aniversário de fundação do estado do Amazonas (AM).

Defesa da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Críticas ao Governo Federal pela ausência de manutenção dos programas "Minha Casa, Minha Vida" e " Farmácia Popular".

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Comemoração dos 168 anos do aniversário de fundação do estado do Amazonas (AM).
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Defesa da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
GOVERNO FEDERAL:
  • Críticas ao Governo Federal pela ausência de manutenção dos programas "Minha Casa, Minha Vida" e " Farmácia Popular".
Publicação
Publicação no DSF de 06/09/2018 - Página 25
Assuntos
Outros > HOMENAGEM
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ESTADO DO AMAZONAS (AM).
  • DEFESA, CANDIDATURA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, OBJETIVO, DISPUTA, ELEIÇÕES, CARGO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, MOTIVO, AUSENCIA, MANUTENÇÃO, PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA (PMCMV), FACILIDADE, ACESSO, FARMACIA, POPULAÇÃO CARENTE.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM. Como Líder. Sem revisão da oradora.) – Muito obrigada, Sr. Presidente, Srs. Senadores e Srªs Senadoras.

    Sr. Presidente, se V. Exª pudesse me dar mais alguns minutinhos, eu ficaria imensamente agradecida.

    Para nós, não é fácil estarmos aqui desde ontem num esforço concentrado votando matérias importantes neste período em que também temos que estar nos nossos Estados participando de um processo eleitoral que vai, efetivamente, decidir o futuro do nosso País e, principalmente, decidir o futuro da gente brasileira.

    E eu, que venho lá do Amazonas, Sr. Presidente, vejo que tenho uma responsabilidade ainda maior, porque nenhum dos Estados brasileiros tem uma ligação tão forte com o Governo Federal quanto o Estado do Amazonas, pois a base da nossa economia vem da Zona Franca de Manaus, e a Zona Franca de Manaus é um modelo baseado em isenções fiscais, em incentivos fiscais, que são todos coordenados pelo Governo Federal.

    Então, este é o momento – e aproveito aqui para fazer um chamamento a toda a população brasileira para isto, sobretudo a do meu Estado do Amazonas – para que participemos efetivamente desse processo, porque eleição acaba muito rápido, mas o fruto dela, o resultado dela perdura, no mínimo, por quatro anos, Sr. Presidente. O que está em jogo, portanto, é o futuro, é o destino de cada um de nós.

    Sr. Presidente, V. Exª comunicou o aniversário de colegas Senadores no dia de hoje, como é o caso do Senador Reguffe. E eu quero dizer que hoje também é uma data muito importante, sobretudo para nós os amazonenses. Inclusive, é feriado no meu Estado, porque comemoramos hoje os 168 anos da elevação do Amazonas à categoria de província. Trata-se da independência, que ocorreu em 5 de setembro de 1850, da antiga Capitania de São José do Rio Negro da Província do Grão-Pará. Somente com a Proclamação da República, entretanto, em 1889, é que o Estado do Amazonas passou a ser chamado de Estado.

    Esta é uma data muito importante para todo o Estado do Amazonas, um feriado que deve servir não apenas para o lazer, para o descanso das pessoas, mas, principalmente, para ser um dia em que temos a oportunidade de refletir um pouco mais sobre a nossa realidade, sobre o nosso Estado, sobre a nossa situação, sobre a nossa gente e, principalmente, sobre que Amazonas queremos, por qual Amazonas lutamos e que Estado nós queremos construir.

    E eu digo isso e repito aqui porque estamos no meio desse processo eleitoral, quando podemos dialogar e debater não só sobre os rumos do Amazonas, mas sobre os rumos de todo o País. E nós do PCdoB, Sr. Presidente, estamos participando de uma forma bem incisiva desse processo político, que é o ápice da democracia em qualquer sociedade – e, aqui no Brasil, não é diferente.

    Em relação ao nosso posicionamento no Estado do Amazonas, quero dizer que tivemos um início bastante turbulento, um início de campanha bem difícil, pois enfrentamos manobras de um determinado grupo político que tentou nos calar, que, em especial, tentou me calar. Eles, entretanto, falharam nos seus objetivos porque não contavam com o nosso poder de reação. E hoje o resultado é que temos uma coligação forte, uma coligação formada pelo meu Partido, o PCdoB, e o Partido dos Trabalhadores.

    A nossa coligação se chama "O povo amazonense feliz de novo". Mais que o nome de uma coligação, "o povo feliz de novo", para nós, representa o principal objetivo da nossa união para mudar o Brasil, para voltar a colocar o Brasil no seu trilho, no trilho do desenvolvimento, no trilho do progresso, no trilho da geração de empregos.

    E o nome que nós escolhemos para a coligação no Amazonas é o mesmo nome da coligação a que pertencemos nacionalmente – coligação PT, PCdoB e PROS –, que apresentou o candidato Lula à Presidência da República. Mas, lamentavelmente, o Tribunal Superior Eleitoral, numa decisão muito rápida, acaba de indeferir o seu registro como candidato à Presidência da República. Não há, ainda, uma definição concreta e final por conta dos recursos que os advogados da coligação e de Lula ainda estão promovendo diante não só de organismos internacionais, mas, sobretudo, perante o Supremo Tribunal Federal. Então, quero dizer que, de nossa parte, nós estamos ainda bastante esperançosos com a possibilidade de manter a candidatura de Lula. De qualquer forma, Sr. Presidente, nós estamos numa campanha falando à população brasileira, olhando olho no olho da população brasileira. E, no meu Estado, tem sido dessa forma. Tenho andado nas ruas, tenho visitado bairros, tenho ido ao interior e conversado com as pessoas. E digo o seguinte: numa eleição, o principal não é o que se promete, o principal é mostrar de que lado está, o que defende e o que fez nesses últimos tempos enquanto foi Parlamentar.

    Afinal de contas, Sr. Presidente, o nosso Brasil e o meu querido Estado do Amazonas têm sofrido muito – mas sofrido muito –, nesses últimos tempos, particularmente nesses últimos dois anos. Lamentavelmente, após o resultado das eleições gerais de 2014, ao que nós assistimos, o que nós vivenciamos, aqui no Senado Federal, no Congresso Nacional, nada mais foi do que uma disputa política, porque quem perdeu as eleições, no ano de 2014, não permitiu que o governo vitorioso governasse o Brasil. Esta é a pura realidade: não permitiram. E fizeram como fazem: prolongaram uma crise econômica que já poderia ter sido debelada, uma crise que só prejudica o mais pobre, que só prejudica aquele que ganha salário mínimo e que hoje nem mais emprego tem, Sr. Presidente. Nesse período, nós perdemos investimentos, programas sociais importantes, perdemos empregos e, mais, perdemos direitos. Trabalhadores, trabalhadoras, homens, mulheres, jovens estão perdendo os seus direitos.

    No ano de 2016, eu, ao lado de vários outros bravos companheiros e companheiras Senadores, denunciamos, nesta tribuna, que o impeachment – que não era impeachment, era um golpe – tinha apenas um objetivo, um único objetivo de afastar uma Presidenta que foi democraticamente eleita para que pudessem aplicar o seu programa de governo, o tal do programa do Estado mínimo, o tal do programa das privatizações, o programa em que a população deixa de ser a verdadeira prioridade, em que a educação e a saúde deixam de ser as verdadeiras prioridades.

    Lamentavelmente, Sr. Presidente, aquele período foi um período muito difícil, porque grande parte da imprensa... Nós denunciávamos o que era o golpe, que não era o impeachment, e dizíamos: "O que eles querem fazer é arrancar direito do povo." E está aí, lamentavelmente, a reforma trabalhista aprovada; está aí, lamentavelmente, a Emenda Constitucional 95 aprovada, que retira a possibilidade de ampliação da aplicação de novos recursos em educação, em saúde, em segurança pública, mas que não mexe com o sistema financeiro, não mexe com os ricos poderosos, com os especuladores, com os banqueiros.

    Sr. Presidente, a população, à época, deixou-se levar – e eu compreendo perfeitamente – pelo que dizia...

(Soa a campainha.)

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – ... a grande imprensa brasileira, pelo que que dizia a mídia brasileira: que aquilo era necessário para que voltassem os empregos, para que voltasse o desenvolvimento, para melhorar o País, para acabar com a corrupção.

    E, dois anos depois, Senadora Fátima, o que nós vemos é exatamente o inverso, o que nós vemos é a destruição de programas importantes como o Minha Casa, Minha Vida, o Farmácia Popular. Farmácias populares, havia algumas instaladas na cidade de Manaus, não há mais nenhuma; havia farmácia popular em Parintins; havia farmácia popular em Maués e em vários outros Municípios do meu querido Amazonas, que garantia, de forma gratuita, o acesso das pessoas ao medicamento. Não há mais.

    O Programa Minha Casa, Minha Vida parou, principalmente para aquela faixa social e econômica mais pobre, de um a três salários mínimos. O Fies, que já chegou...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – ... a financiar mais de 700 mil jovens, Senador João Alberto, hoje, neste ano, são apenas pouco mais de 40 mil que o acessaram. Ou seja, eles estão tirando o sonho dos brasileiros e das brasileiras, o sonho dos meus queridos amazonenses de frequentarem uma universidade, uma universidade pública.

    O sonho de uma mãe, o sonho de uma família, o principal sonho, Senador Paim, é ter uma casa própria, um teto para morar e criar os seus filhos e ver aquilo que ele não conseguiu realizar-se no seu filho, de ele ir para a universidade e ter um diploma de ensino superior.

    Então, nós estamos vivendo esse desmonte no Brasil, mas, se Deus quiser, as pessoas vão ver, porque o Lula está preso exatamente porque ganharia as eleições do primeiro turno, e só por isso. E ainda vêm falar de democracia? Que democracia é essa em que condenam sem prova um inocente apenas para não deixá-lo ser Presidente do Brasil?

    E nesse minutinho, Senador João...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – ... se V. Exª permitir, eu sei que estou abusando (Fora do microfone.) da paciência de V. Exª, apenas para concluir, porque o nosso querido Presidente Lula, que seria o Presidente do Brasil, que traria a paz de volta, que juntaria todos, porque esta eleição não é importante só pelo caráter de mudança que nós precisamos imprimir...

    O Senador Humberto falou: "Quem é Michel Temer?" Mas Michel Temer não é só ele, não. Os Deputados votaram a favor do Michel Temer duas vezes, e a população tem de saber disso. Lá no meu Amazonas, a população tem que saber quais Deputados, quais Parlamentares votaram para manter Michel Temer na Presidência da República.

    Veja, enquanto isso, o Presidente Lula está preso. Ele que teria capacidade de unir o Brasil, fez com muita capacidade isso, e teria essa capacidade novamente, mas, lamentavelmente, preso... Mas, como ele mesmo diz, se ele não pode falar, nós e o povo brasileiro falaremos por ele.

    Parabéns, meu querido Amazonas, por essa data tão importante.

    Muito obrigada, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/09/2018 - Página 25