Discurso durante a 119ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Declaração de apoio à candidatura de Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial.

Autor
Lasier Martins (PSD - Partido Social Democrático/RS)
Nome completo: Lasier Costa Martins
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Declaração de apoio à candidatura de Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2018 - Página 11
Assunto
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • APOIO, CANDIDATURA, JAIR BOLSONARO, SEGUNDO TURNO, ELEIÇÃO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, REGISTRO, EXISTENCIA, DEMOCRACIA, RESPEITO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, COMENTARIO, IMPORTANCIA, OPERAÇÃO LAVA JATO.

    O SR. LASIER MARTINS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - RS. Pronuncia o seguinte discurso.) – Sr. Presidente dos trabalhos, eminente Senador Antonio Carlos Valadares; Senadores, Senadoras, telespectadores, ouvintes, a pergunta que mais se faz no Brasil, neste momento, é a seguinte: em quem você vai votar para Presidente? É evidente que quem pergunta às vezes já sabe a resposta do seu interlocutor. Mas há muita curiosidade no Brasil.

    Ora, nós sabemos que há três opções: ou se vota em Bolsonaro, ou se vota em Haddad, ou se vota em branco ou nulo. Como o voto branco ou nulo, pelo que se viu no primeiro turno, se constitui em minoria, sobram como soluções o "a" e o "b", isto é, Bolsonaro ou Haddad. E sabemos aí que a maioria dos brasileiros tomou posição já no primeiro turno, isto é, a votação de Bolsonaro corresponde a 46% dos votos válidos daqueles que foram às urnas, o que equivale a 49,3 milhões de votos. Esta é a situação que está colocada neste momento. Por pequena margem de 3 pontos percentuais, de 3%, Bolsonaro deixou de se eleger no primeiro turno. Há uma tendência, portanto, lógica de que deve ganhar. Mas como se sabe, segundo turno é uma nova eleição.

    Por que essa preferência por Bolsonaro? Ora, Bolsonaro já estabeleceu algumas regras. Uma das mais importantes, a meu juízo, divulgada amplamente pelos principais órgãos de comunicação anteontem e ontem, é de que, uma vez eleito, vai exercer o mandato mais importante do Brasil com autoridade, mas não com autoritarismo. Com essa frase, que tem um conteúdo de compromisso, Bolsonaro afasta um dos temores de muitos brasileiros, de que vai exercer com autoridade, mas não autoritarismo.

    O problema do Bolsonaro, para muitos, é a sua imagem de militar. Só que há que convir o seguinte: se eleito, Bolsonaro não assumirá por um golpe militar, mas sim pela via saudável, sagrada, da democracia, pela via democrática. Isso é muito importante lembrar o tempo todo. E ao fazer o juramento, na hipótese de eleito, ele estará jurando cumprir a Constituição brasileira.

    E suas propostas e seu Governo serão submetidos ao Congresso Nacional, que é responsável também, como órgão guardião, tanto quanto o Supremo Tribunal Federal, pelas regras da Constituição brasileira.

    Esses fatos nos tranquilizam, e é por isso, Sr. Presidente, que eu estou hoje aqui nesta tribuna, para dizer que estou optando por Jair Bolsonaro. Não é o candidato dos meus sonhos para Presidente da República. No entanto, é o que acabamos de ter. Outras alternativas foram rejeitadas pelos brasileiros, numa concorrência de uma dúzia de candidatos, e Bolsonaro ficou em primeiro desde o começo desse pleito.

    E Bolsonaro tem alguns compromissos que ele tem salientado com relação ao cumprimento da Constituição, com relação ao respeito aos valores da família, com atenção especialíssima ao combate da criminalidade desconcertante que prolifera por este Brasil cada vez mais e se torna um dos anseios, uma das preocupações maiores dos brasileiros. São alguns fatos importantes. E, no terreno da plataforma econômica, Bolsonaro, através do seu conselheiro Paulo Guedes, defende a permanência do teto para os gastos federais inscritos na Constituição, enquanto seu adversário diz que está lutando pela revogação da contenção dos gastos.

    E, aí, se há de perguntar, meus prezados conterrâneos, Senadores Paulo Paim e Ana Amélia, que sempre primam pela presença mais assídua no começo de todas as sessões do Senado Federal – eu tenho muito orgulho de me integrar neste compromisso de estar sempre aqui, e jamais vi uma sessão ser aberta sem que Ana Amélia e Paulo Paim estejam presentes, como está acontecendo hoje. Mas, se não houver a contenção de gastos no Governo Federal, aonde é que nós vamos parar, já que estamos respondendo por uma dívida pública astronômica, que, uma vez não represada, irá para o infinito, num País insolvente com seus principais compromissos de saúde pública, de educação, de segurança, de infraestrutura? E com isso o Sr. Bolsonaro tem se comprometido.

    Prega também a reforma da previdência, em outras bases, quem sabe mais moderadas do que aquela que não passou pelo Congresso Nacional.

    É a favor das privatizações, num desenho tributário muito importante, que é uma das aspirações dos brasileiros. Temos uma máquina pública sobrecarregada de ministérios, de estatais que dão mais despesas do que proveito, enquanto que o candidato concorrente não se compromete claramente, por exemplo, com as mudanças da previdência, que têm sofrido oposição, como se tem visto. Fala ainda contra o teto dos gastos, como acabei de dizer, sem explicar como vai evitar esse crescimento.

    Além do mais, há o grande temor de que, uma vez eleito o Sr. Haddad, ele traga para a gestão do País o mesmo comportamento do seu padrinho e seu consultor quase diário, Lula.

    É o grande temor dos brasileiros.

    Então, Srs. Senadores, é inegável que essa avassaladora votação em Bolsonaro já no primeiro turno retrata o quê? Uma reação da maioria da população inconformada com a deterioração dos valores morais, que estão na base da família brasileira, agredida em seu íntimo. E a sociedade respondeu nas urnas as suas contrariedades.

    Esse nível de consciência...

(Soa a campainha.)

    O SR. LASIER MARTINS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - RS) – Já estou encaminhando, Sr. Presidente, para o final deste pronunciamento.

    Esse nível de consciência que atingiu a população pode ser creditado em boa parte – já disse aqui ontem e repito agora – pelo que trouxe a Operação Lava Jato. A Operação Lava Jato descobriu, colocou a nu, a ladroagem em que vivia este País há tantos anos, e apontou os responsáveis. E isso levou ao despertar do eleitorado brasileiro.

    O plano de governo de Jair Bolsonaro até agora é convincente. Ainda com relação à maioridade penal, deu entrevistas ontem à noite às principais televisões, dizendo que ele vai para outra moderação – em vez de 16 anos, ele vai propor 17 anos – o que é mais uma demonstração dos critérios que está preparando...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. LASIER MARTINS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - RS) – Em conclusão, Sr. Presidente Valadares, Srs. Senadores, Bolsonaro se transforma em uma esperança de que a democracia se mantenha, próspera, que o Brasil afaste aquela ameaça de países vizinhos: Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua. Temores dos brasileiros.

    Nesse sentido, coloco-me ao lado dessa maioria de brasileiros, não por ser maioria, mas por entender que esse candidato é o melhor candidato, porque não podemos a esta altura dos acontecimentos subverter a ordem democrática, a ordem constitucional, a ordem da lei com relação à indicação dos candidatos a esse importante pleito. Prefiro não votar nulo, nem em branco, mas, sim, tomar posição. E a minha posição...

(Soa a campainha.)

    O SR. LASIER MARTINS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - RS) – ... é com aquele que eu entendo ser o melhor candidato, Jair Bolsonaro.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2018 - Página 11