Comunicação inadiável durante a 119ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Agradecimentos ao povo do estado de Mato Grosso pelos votos recebidos.

Comentário sobre a necessidade de mudanças no Brasil, tanto na questão legislativa quanto em alguns órgãos da estrutura do Executivo.

Autor
José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Agradecimentos ao povo do estado de Mato Grosso pelos votos recebidos.
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA:
  • Comentário sobre a necessidade de mudanças no Brasil, tanto na questão legislativa quanto em alguns órgãos da estrutura do Executivo.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2018 - Página 22
Assuntos
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA
Indexação
  • AGRADECIMENTO, POPULAÇÃO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), VOTO, ELEIÇÃO, CANDIDATURA, ORADOR, DEPUTADO FEDERAL.
  • COMENTARIO, NECESSIDADE, BRASIL, ALTERAÇÃO, LEGISLAÇÃO TRIBUTARIA, ENFASE, FORTIFICAÇÃO, LEGISLATIVO, EXTINÇÃO, BUROCRACIA, RESPEITO, HIERARQUIA.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT. Para uma comunicação inadiável.) – Muito obrigado, Sr. Presidente.

    Antes de entrar na minha fala, quero fazer só um destaque aqui à fala da Senadora Vanessa.

    Esse candidato, esse real candidato, não está participando dos debates porque foi esfaqueado. Foi esfaqueado por um simpatizante da ala política de que a Senadora Vanessa faz parte. Foi esfaqueado pela bancada do ódio, pela bancada da intolerância. É por isso que ele não está participando dos debates.

    Agora, eu queria tranquilizar, Senador Sandoval, a população do Amazonas; queria tranquilizar o bom povo de Manaus; queria tranquilizar a todos que se preocupam com a Zona Franca de Manaus, porque não existe esse vilão que foi pintado aqui. O que existe é que, infelizmente, nós perdemos uma votação aqui que ia fazer com que o Estado do Amazonas ganhasse, mas a Coca-Cola tem um poder maior, e a Coca-Cola venceu, com o argumento de que eram incentivos para a Zona Franca de Manaus. Não eram para a Zona Franca de Manaus; eram para a Coca-Cola. Mas o povo do Amazonas pode ficar tranquilo, que isso não vai acontecer. Não existe. O plano nem está pronto ainda, e a Senadora já fez aqui um fatiamento. Mas faz parte dessa narrativa.

    Agora, Senador Antonio Carlos Valadares, eu gostaria de, em rápidos 30 segundos, agradecer ao povo de Mato Grosso. Eu confesso que lancei uma candidatura de última hora para Deputado Federal e não esperava ter a votação que tive.

    Então, quero agradecer muito ao povo de Mato Grosso, por esta estupenda votação e pelos 60% dos votos que também foram dados à candidatura de Jair Bolsonaro.

    Sr. Presidente, hoje nós temos aqui uma importante medida que vamos votar, e espero que o Presidente possa colocá-la em votação, que é a MP do Funrural.

    Qual a minha preocupação, Senadora Ana Amélia? É que hoje é o último dia para o Refis. A medida só vence, evidentemente, em novembro, mas, se a gente não votar a medida provisória hoje, vão ficar os produtores numa situação bem difícil, porque provavelmente, mesmo que essa medida provisória seja aprovada, ela de nada valerá, visto que já terá encerrado o prazo do Refis dado pela Receita. Por isso a minha preocupação que ela seja colocada em votação hoje.

    Outra coisa, Sr. Presidente, e já me encaminhando para o final: eu, durante essa campanha, andei pelo Estado de Mato Grosso e percebi o quanto o Brasil precisa dar um choque, tanto na questão legislativa quanto em alguns órgãos na estrutura de governo.

    Senador Sandoval, conversando com contadores, chegaram a me dizer que está impossível manter as empresas aqui no Brasil, porque é um cipoal de legislação, em cada Estado é diferente... Chegaram a me dizer que uma sandália, por exemplo, Senador Sandoval, se for para um dedo...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – ... se tiver encaixe para um dedo, é um tipo de tributação; se for encaixe para dois dedos, é outro tipo de tributação; se for para quatro dedos, é outro tipo de tributação. E isso às vezes muda, da manhã para a tarde.

    Então, eu percebi, Senadora Ana Amélia, que aqui nós temos – e eu já disse isso – o Poder Executivo, o Poder Legislativo, e a Geni; porque é isso. Não se respeita, Senador Antonio Carlos Valadares, o Parlamento brasileiro. E eu digo isso porque V. Exa. é um dos mais emblemáticos Parlamentares que já passou pelo Parlamento da República. Digo isso, não é confete, são os números. Talvez o Brasil não saiba, mas poucos Parlamentares na República do Brasil tiveram oportunidade de terem dez leis vigentes no País da sua lavra. Está aqui a estátua de Rui Barbosa.

    Olha, aprovar uma lei, aqui, não é coisa fácil não. Ela tem que passar por...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – E, nesse tempo, ele fez dez leis.

    Mas como o nosso Parlamento tem perdido a importância com o passar do tempo! Qualquer garoto atrás de uma escrivaninha faz uma portaria lá no Ibama, ou lá na Funai, ou em qualquer outro órgão, e começa a legislar. E as empresas começam a sair, porque não aguentam, não dão conta, Senador Antonio Carlos Valadares, do cipoal da burocracia. De Mato Grosso, as empresas estão indo para o Paraguai.

    As estradas não saem do papel, porque se precisa de 600 papeis. E, aí, quando você vai olhar, não é uma lei do Antonio Carlos Valadares que está lá, não é a lei da Senadora Ana Amélia, não é a do Deputado fulano de tal... Não. É uma portaria, é uma resolução.

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Agora mesmo, está a maior balbúrdia nas aéreas porque fizeram uma portaria aqui na Anac – e é o que está valendo. Este Senado aqui aprovou um projeto de resolução caçando essa portaria, mas não passou na Câmara; está lá. Assim, o que vale é a portaria.

    Então, nós viramos o País das portarias, dos órgãos que não obedecem à hierarquia e, simplesmente, nós temos um País travado.

    Aí, de repente, as pessoas se perguntam: "Por que o eleitor está fulo da vida?" Porque não aguenta isso, não aguenta essa burocracia, não aguenta... Nada funciona neste País! Nada funciona! É uma burocracia imensa em todo lugar aonde você vai. O País está travado! E, aí, por que você vê, de repente, bons currículos sendo retirados da política? Estão pagando o preço por esses burocratas.

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Pois é aí onde o eleitor arruma um jeito de se vingar, porque as pessoas não sabem mais a quem recorrer.

    Então, eu espero que este próximo Parlamento – e eu não estarei aqui no Senado –, o seu próximo Presidente faça valer a autoridade do Senado Federal brasileiro, que o próximo Presidente da Câmara também o faça, porque quem se comporta como verme não pode reclamar quando é pisado. "O Parlamento precisa se tornar aquilo que é". Esta frase não é minha; é de Nietzsche, um grande filósofo alemão.

    Com o tempo, o Parlamento foi deixando, foi deixando, foi deixando e, hoje, nem a população tolera mais, e por quê? Tomaram conta. É o País das portarias.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2018 - Página 22