Discurso durante a 119ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a eleição ocorrida no dia 04 de outubro.

Autor
Airton Sandoval (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/SP)
Nome completo: Airton Sandoval Santana
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Comentários sobre a eleição ocorrida no dia 04 de outubro.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2018 - Página 27
Assunto
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • COMENTARIO, ASSUNTO, RESULTADO, ELEIÇÕES, PARTICIPAÇÃO, POPULAÇÃO, VOTO CONTRARIO, CORRUPÇÃO, SONEGAÇÃO, ENRIQUECIMENTO ILICITO, ENFASE, DECLARAÇÃO, ORADOR, APOIO, VOTO, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DEPUTADO FEDERAL, JAIR BOLSONARO.

    O SR. AIRTON SANDOVAL (Bloco Maioria/MDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) – Presidente Valadares, senhores colegas, Senadores e Senadoras, cidadãos que me assistem e que me ouvem pelo sistema de comunicação do Senado Federal, compareço a esta tribuna – para mim, Presidente, a mais importante do País – após um pleito eleitoral dos mais surpreendentes de toda a história republicana e democrática do Brasil.

    Foi uma eleição diferente. Não aconteceram grandes comícios; faltaram recursos financeiros para os candidatos. A última legislação eleitoral, aprovada pelo Congresso, tinha o propósito de dificultar a eleição de novos postulantes e chegou ao cúmulo de impedir a circulação de veículos com equipamentos sonoros, permitindo apenas sua utilização nas carreatas. Não podiam divulgar os candidatos, uma das formas mais baratas e eficientes de divulgação de candidatura.

    Restaram as redes sociais, instrumento eficiente de comunicação social para faixas importantes da sociedade. E acabaram sendo o socorro da maioria dos candidatos. Ali é o povo se manifestando, expressando suas opiniões, suas aspirações, seus mais íntimos sentimentos. Acreditaram e tiveram fé. Foram os grandes cabos eleitorais dessa eleição. E quem achava que não iam às urnas se enganou. Foram às urnas e votaram.

    Não é só desilusão, recriminação, desaprovação da classe política, a própria raiva com os malfeitos que tomaram conta da Nação, mas a demonstração também na crença em um País melhor, pois o País tem jeito, ainda existe conserto.

    Mais ainda: a grande maioria do eleitorado, firme e eloquente ao se expressar politicamente nas urnas, deixou a clara mensagem de que a Nação não aceitará mais homens ou ideias que não lhe representem, que não representem a ética, a honestidade e o trabalho efetivo. Ética, honestidade e trabalho, que devem ser o fundamento da atuação de Parlamentares, novos ou antigos, e governos focados não só no desenvolvimento, mas sobretudo na verdadeira justiça social.

    A sociedade não vai mais tolerar enriquecimento ilícito nem do político, nem do empresário, nem do servidor público, nem de quem quer que seja. Não vai mais tolerar a corrupção e o desvio de dinheiro dos cofres públicos, nem sonegadores, que exploram os consumidores e não recolhem aos cofres públicos os tributos devidos.

    Eu nunca tolerei essa gente.

    Meu partido, o MDB, ainda amargando uma ressaca eleitoral, promove reuniões e mais reuniões, discussões e mais discussões para se posicionar sobre o segundo turno ao qual chegamos. Sempre respeitei os líderes partidários, mas não vou me reunir, nem discutir para dizer, aqui e agora, o que penso. Não há tempo para titubear. Realmente sei o que quero e acredito, sinceramente, que também sei do que este País precisa. Precisamos agora ou nunca nos livrar do estigma de uma quadrilha travestida de partido político, os verdadeiros picaretas da República, que, com um líder carismático, aliciaram homens e ideias num projeto sórdido de poder e nos legaram um rombo bilionário, consequência do roubo do dinheiro público sem precedentes na história.

    Levantamento de peritos da Polícia Federal já demonstraram que todas as operações financeiras averiguadas nas investigações da Operação Lava Jato até agora somam R$8 trilhões. Imaginemos quantas escolas em tempo integral, universidades, postos de saúde e hospitais, equipes e equipamentos de segurança, ferrovias e estradas, parques industriais e fontes de energia alternativa poderiam ter sido implantados com tanto dinheiro; quantas vidas a mais poderiam ter sido salvas por um atendimento digno nos hospitais que estão sucateados por este Brasil afora?

    E é por não querer, como Parlamentar e cidadão, mas, sobretudo, como cidadão, nunca mais testemunhar tamanha vergonha perante o mundo, tamanho escândalo, tamanha tragédia social que declaro, de peito aberto e consciência limpa, o meu voto em Jair Bolsonaro.

    Pela retomada dos altos valores da família e pelo resgate da plena cidadania dos brasileiros, vítimas de governos incompetentes e corruptos, eu me coloco nas trincheiras desse capitão, que se propõe a acabar com os conchavos, com o toma lá dá cá de cargos e privilégios. Coloco-me ao lado desse candidato a Presidente, que se propõe – e haverá de cumprir – a colocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento econômico e social verdadeiramente sustentável, aspiração de todos os brasileiros.

    Não, não vou esperar a decisão do meu partido! Sempre fui um fiel cumpridor das diretrizes partidárias, mas o momento exige clareza de sentimentos e rapidez nas ações.

    Para levantar todos os tapetes dos escaninhos da República e varrer o lixo da corrupção, deixo aqui o meu apoio e a expressão da minha consciência política, do meu voto e especialmente do meu trabalho: Bolsonaro, 17.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2018 - Página 27